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a produção da subjetividade ea apropriação do espaço na periferia ...

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Freud (apud DAMERGIAN, 2001, p. 106).Enfrentar vários desafios e superar as adversi<strong>da</strong>des fez parte <strong>da</strong> história de vi<strong>da</strong><strong>da</strong>s mulheres entrevista<strong>da</strong>s, pois a partir de lutas concretas e simbólicas elas foram à busca desuas casas.A casa se mostrou como objeto concreto, porém, para servir de abrigo ao objetosimbólico. As ações <strong>na</strong> casa se mesclaram em ativi<strong>da</strong>des objetivas e simbólicas, entretanto,estas, se constituíram no elo entre o passa<strong>do</strong> e o presente que acio<strong>na</strong>m os afetos que falamdiretamente ao coração.A casa também apareceu como sonho a ser r<strong>ea</strong>liza<strong>do</strong> e como força impulsio<strong>na</strong><strong>do</strong>rapara o crescimento pessoal, um “trampolim” que facilita o impulso para cima, em direção aoencontro consigo mesmo.A apropriação <strong>da</strong>s casas também se deu através <strong>da</strong> poética, e assim, ca<strong>da</strong> uma aseu mo<strong>do</strong>, materializou os seus afetos fornecen<strong>do</strong> ao seu entorno elementos impreg<strong>na</strong><strong>do</strong>s devalor emocio<strong>na</strong>l extraí<strong>do</strong>s de um passa<strong>do</strong> que foi vivi<strong>do</strong> de corpo e alma. Pela poéticaretor<strong>na</strong>m à <strong>na</strong>tureza e se reintegram à totali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> ser, infinitas vezes.O fenômeno <strong>da</strong> apropriação de um espaço tão hostil e desprovi<strong>do</strong> de valor sócioemocio<strong>na</strong>lsó foi possível pelo entrecruzamento <strong>da</strong> ação-transforma<strong>do</strong>ra, que age, avalia,rejeita e modifica, com a identificação simbólica, por parte <strong>do</strong>s sujeitos; e, as relaçõesinterpessoais cria<strong>do</strong>ras de significações, pois assim um espaço oco, inóspito e sem senti<strong>do</strong> foitransforma<strong>do</strong> em um lugar significativo.Defender seu espaço significou também defender a própria vi<strong>da</strong>. Foi assim comduas entrevista<strong>da</strong>s que, com foices e facões, enfrentaram os homens <strong>da</strong> prefeitura municipal eos estranhos que am<strong>ea</strong>çaram invadir suas casas. Segun<strong>do</strong> Pol (s/d), estan<strong>do</strong>-se em situação deextrema insegurança, o sujeito desenvolve estratégias para defender o seu território.Desse mo<strong>do</strong>, as mulheres entrevista<strong>da</strong>s, defenderam, mas também, reformaramsuas casas e ao fazerem isso reformaram as suas próprias vi<strong>da</strong>s. Dotaram seus entornos designificações: plantaram arbustos e flores; estamparam suas marcas e abriram suas portas parao convívio e para as trocas sociais.A apropriação mostrou não só os mo<strong>do</strong>s de vi<strong>da</strong>, hábitos e costumes <strong>da</strong>s famíliase <strong>da</strong>s pessoas entrevista<strong>da</strong>s, mas acima de tu<strong>do</strong>, revelou os sentimentos emprega<strong>do</strong>s <strong>na</strong>formulação <strong>do</strong>s seus espaços e <strong>na</strong>s (re) construções r<strong>ea</strong>liza<strong>da</strong>s em seus íntimos. Também,deixou descobertas as marcas produzi<strong>da</strong>s pelos padrões sociais de interação, apontan<strong>do</strong> paraa necessi<strong>da</strong>de de alter<strong>na</strong>tivas mais huma<strong>na</strong>s.Desse mo<strong>do</strong>, a compreensão <strong>do</strong> processo de apropriação <strong>do</strong> espaço mostrou-se

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