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a produção da subjetividade ea apropriação do espaço na periferia ...

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objeto ou idéia e que pode conduzir à ocupação habitual, à defesa, à perso<strong>na</strong>lizaçãoe à si<strong>na</strong>lização deste.Desse mo<strong>do</strong>, o ser humano, assim como muitos outros animais, precisa marcarseu território, porém, faz isso de um mo<strong>do</strong> muito mais complexo, pois essas marcas nãoservem ape<strong>na</strong>s para lhe auxiliar <strong>na</strong> orientação espacial, mas servem também para preservar asua identi<strong>da</strong>de diante de si mesmo e <strong>do</strong>s outros. (POL, s/d). Portanto, marcar o territórioenvolve defesa, comportamento relacio<strong>na</strong><strong>do</strong> a um lugar e controle por parte <strong>do</strong> indivíduo ougrupo.Como se pode observar <strong>na</strong> Figura 3, o que antes era um lixão hoje é um bairro. Oque antes era uma cama<strong>da</strong> de rejeito, de lixo e de aterro e uma ár<strong>ea</strong> totalmente mutila<strong>da</strong>,degra<strong>da</strong><strong>da</strong>, de aspecto frio, morto, ca<strong>da</strong>vérico, feio e fe<strong>do</strong>rento, povoa<strong>da</strong> por rataza<strong>na</strong>s,baratas, morcegos, corujas e moscas, hoje é um bairro. Se as crianças não tinham proteçãocontra essa forma desuma<strong>na</strong> de sobreviver, hoje elas podem brincar num ambiente mais limpoe mais saudável.Conforme Damergian (2001, p. 103) salientou: “preocupamo-nos com a violênciaque mata, mutila, rouba. E não com a violência psíquica, social, afetiva que nos rodeia [...]”como no exemplo <strong>da</strong><strong>do</strong> por Do<strong>na</strong> Zulmira (abril/2008):[...] vivia que era uma feri<strong>da</strong> só, <strong>da</strong>quele lixo, era uma dó aquele guri, (...)bebezinho, (ela) saía corren<strong>do</strong> pra dá de mamá pra ele no lixo, chegava lá ela com amão que era só lixo, aquela nojera né? Porque nóis catava tu<strong>do</strong> ali, ali vinha tu<strong>do</strong>,né? Ele só dizia: mãe, mamá! Ele mesmo só puxava e depois saía pela<strong>do</strong> <strong>na</strong>quelelixo, Graças a Deus nunca ficaro <strong>do</strong>ente”.Percebe-se assim que a ação coletiva e transforma<strong>do</strong>ra vai muito além <strong>da</strong>possessão e <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>da</strong> <strong>na</strong>tureza, pois aqui, transformar-se significou também tor<strong>na</strong>r-sedigno, conforme também demonstra a Figura 3. A ár<strong>ea</strong> passou por um processo detransformação coletiva no dia-a-dia que trouxe benefícios essenciais àquela comuni<strong>da</strong>de:“água tem, esgoto tem, luz tem. posto de saúde tem...” contou feliz, a Do<strong>na</strong> Isaura (2008) aofalar <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças ocorri<strong>da</strong>s ali.

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