13.07.2015 Views

a produção da subjetividade ea apropriação do espaço na periferia ...

a produção da subjetividade ea apropriação do espaço na periferia ...

a produção da subjetividade ea apropriação do espaço na periferia ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

manutenção no mun<strong>do</strong>, no “con-texto e <strong>na</strong> situ-ação”, ou seja, possibili<strong>da</strong>de r<strong>ea</strong>l diante <strong>da</strong>totali<strong>da</strong>de que envolve o sujeito no lugar aonde ele age. Pois, “para se sustentar, nem sempreo sujeito é um ci<strong>da</strong>dão.” (p. 88). Porque, segun<strong>do</strong> Soalheiro, “há a lei e aquilo que não seconsegue com a lei.” (1998 apud VALADARES, 2000, p. 88), como, por exemplo, a situaçãode Do<strong>na</strong> Zulmira: “Eu queria era trabalhá e dá o quê comê pra eles (netos e filhas) né? Nãoqueria deixá eles passá fomi.”Da perspectiva de Gonçalves (2007, p. 44-45), “a casa diz respeito à condiçãohuma<strong>na</strong> (pois) o homem, tanto em nível concreto como simbólico, precisa <strong>do</strong> abrigo <strong>da</strong> casa(...) onde possa sonhar, refazer suas forças, alimentar-se <strong>da</strong> seiva <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> como uma segurançade estar abriga<strong>do</strong>, protegi<strong>do</strong>.” A autora está se referin<strong>do</strong> à condição universal de sentir-se emcomunhão com o outro.Padece-se de solidão por estar só no abrigo único <strong>do</strong> seu corpo e sofre-se dedesamparo por ter que assumir sozinho a responsabili<strong>da</strong>de de to<strong>da</strong> a sua existência, mesmoestan<strong>do</strong>-se em meio à multidão. No dizer de Paz, “a solidão é o fun<strong>do</strong> último <strong>da</strong> condiçãohuma<strong>na</strong>... O homem é nostalgia e busca de comunhão. Por isso ca<strong>da</strong> vez que se sente a simesmo se sente como carência de outro, como solidão.” (apud REZENDE, 2000, p. 12). Poiso outro ao mesmo tempo em que é complemento é espelho que nos auxilia <strong>na</strong> tarefa desuavizar o nosso desamparo.Assim, pode-se pensar a casa a partir de suas dimensões concretas e simbólicas,ou seja, como objeto construí<strong>do</strong> e deseja<strong>do</strong> intensamente por oferecer proteção contra asam<strong>ea</strong>ças <strong>da</strong> <strong>na</strong>tureza e <strong>do</strong>s outros homens, e também, como objeto poético que faz“transcender o tempo comum”, <strong>na</strong> tese de Gonçalves (2002).Em outras palavras, uma casa é chão, é parede, é telha<strong>do</strong>, é porta e é janela, mas étambém um espaço infinito para nele projetarmos nosso jeito de ser, de sentir e de agir,“porque a casa é nosso canto <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.” (BACHELARD, 1993, p. 25); porque “a casa vistacomo abrigo, como protetora, também é o lugar de nossos sonhos. É nela que o sujeito criaseus lugares mais íntimos. Em busca <strong>da</strong> casa vamos to<strong>do</strong>s nós.” (GONÇALVES, 2007, p. 44).Infere-se, portanto, que para o ser humano o abrigo é mais <strong>do</strong> que simplesmentesuas proprie<strong>da</strong>des físicas, concretas, mas que possui também um significa<strong>do</strong> simbólico, sejaeste, consciente ou não.O geógrafo Yi-Fu Tuan (1980) também demonstrou a relação entre o mun<strong>do</strong> e ossignifica<strong>do</strong>s a partir <strong>da</strong>s experiências corporais huma<strong>na</strong>s e, para isso criou os conceitos deTopofilia e Topofobia. O primeiro, topofilia, o autor o definiu como o “elo afetivo” que ligauma pessoa ao lugar ou ambiente físico, e o outro, topofobia, equivale ao oposto.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!