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a produção da subjetividade ea apropriação do espaço na periferia ...

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sociais, trabalhistas, conjugais, etc.Do mesmo mo<strong>do</strong>, Dahren<strong>do</strong>rf (1981 apud GONÇALVES, 2002, p. 73) traz à to<strong>na</strong>uma contradição estampa<strong>da</strong> <strong>na</strong> noção de democracia sem liber<strong>da</strong>de, que retrata esta situação,ao discutir a noção de Homem autodirigi<strong>do</strong> e Homem dirigi<strong>do</strong> por outros:Que sucede com a liber<strong>da</strong>de numa socie<strong>da</strong>de, <strong>na</strong> qual a conduta social <strong>da</strong> maioriapode ser descrita como dirigi<strong>da</strong> por outros? Que resistência oferece o homemdirigi<strong>do</strong> por outros? Que apoio proporcio<strong>na</strong> a uma socie<strong>da</strong>de livre? Como s<strong>ea</strong>como<strong>da</strong> seu caráter às instituições políticas chama<strong>da</strong>s freqüentemente democráticase como concor<strong>da</strong>m estas com seu caráter?Como é possível ser livre e r<strong>ea</strong>lmente poder escolher se quer, ou não, ser pobre,numa socie<strong>da</strong>de <strong>na</strong> qual democracia, não tem o significa<strong>do</strong> r<strong>ea</strong>l <strong>do</strong> termo em si, que é a formade governo <strong>na</strong> qual o poder ema<strong>na</strong> <strong>do</strong> povo para o povo. Em nossa socie<strong>da</strong>de só se é livre umdia: o <strong>da</strong> eleição. Depois disso, tor<strong>na</strong>mo-nos coloniza<strong>do</strong>s, escravos, ou seja, homens dirigi<strong>do</strong>spor outros homens, cujos interesses nem sempre coincidem com os nossos.Para Habermas (apud AVRITZER, 1996) a solução para que haja democracia demo<strong>do</strong> que a burocracia não seja seu impedimento, é através <strong>da</strong> racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de comunicativa, ouseja, por meio <strong>da</strong> discussão, <strong>na</strong> esfera pública, entre pelo menos duas pessoas que sereconheçam como iguais no uso <strong>da</strong> linguagem eficiente. Isto é o mesmo que dizer que devehaver um diálogo entre os homens capaz de levá-los ao consenso, <strong>na</strong> busca de soluções paraseus interesses relativos ao consumo, educação, habitação, corrupção, poluição, degra<strong>da</strong>çãosócio-ambiental, etc. Esse exercício de interação poderia levar os indivíduos aos planos d<strong>ea</strong>ção, tal como se sucede <strong>na</strong>s reuniões <strong>do</strong> Orçamento Participativo, <strong>do</strong>s Conselhos, enfim,participação coletiva <strong>na</strong>s Políticas Públicas.Desse mo<strong>do</strong>, o indivíduo estaria produzin<strong>do</strong> sua subjetivi<strong>da</strong>de através <strong>do</strong>equilíbrio de sua disponibili<strong>da</strong>de entre a vi<strong>da</strong> pública e a priva<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> comunicação e <strong>da</strong>interação competentes. Pois, haveria a possibili<strong>da</strong>de de o indivíduo se reconhecer comosujeito de interesses próprios e também reconhecer que esses interesses podem estar emoposição aos interesses <strong>do</strong>s demais. (GONÇALVES, 2002).Costa (1998) também defende que é preciso tor<strong>na</strong>r possíveis novas experiênciasde subjetivação moral por meio de novas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de interação entre as instituiçõesculturais, especialmente, as “elites que têm poder social, político, econômico ou intelectualpara criarem e difundirem modelos de subjetivi<strong>da</strong>de” (p. 4) como, por exemplo, “levar a sérioos vínculos de amizade, hospitali<strong>da</strong>de, cortesia, honra, l<strong>ea</strong>l<strong>da</strong>de e fideli<strong>da</strong>de” (p. 5). E,partin<strong>do</strong> dessa “nova mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de interação” e novas formas de vi<strong>da</strong>, “voltar a reintroduzir<strong>na</strong> vi<strong>da</strong> pública e pessoal o entusiasmo pela criação de um mun<strong>do</strong> comum que deixou de

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