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a produção da subjetividade ea apropriação do espaço na periferia ...

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man<strong>da</strong>ro ele assi<strong>na</strong>r uma foia. Aí, botaro o velho pra rua sem direito á <strong>na</strong><strong>da</strong> . Ele durô cincoanos. Aí veio a falecer. Aí ele morreu.” Sem a força para trabalhar, pois só estan<strong>do</strong> saudávelse pode tê-la, um ser humano foi trapac<strong>ea</strong><strong>do</strong> para ser, em segui<strong>da</strong>, aban<strong>do</strong><strong>na</strong><strong>do</strong>, sem condiçõessequer para se tratar adequa<strong>da</strong>mente. O dinheiro que ganhavam com a extração <strong>do</strong> minériomal <strong>da</strong>va para o sustento <strong>da</strong> família, como disse Do<strong>na</strong> Iraci, outra <strong>da</strong>s mulheres entrevista<strong>da</strong>s:“[...] mais aí o meu pai, o ganho dele era pouco pra sustentar <strong>do</strong>ze filhos, né?”Diante desses fatos, estu<strong>da</strong>r a subjetivi<strong>da</strong>de exige que voltemos nosso olhartambém para as suas dimensões históricas, culturais, sociais e políticas, conforme defendi<strong>do</strong>amplamente por vários autores contemporâneos como Pra<strong>do</strong> Filho e Martins (2007);Figueire<strong>do</strong> e Santi (2007); Mancebo (2002); Bock (2002); Crochík (1998), por exemplo. D<strong>ea</strong>cor<strong>do</strong> com esses autores, não podemos afirmar que os termos individuali<strong>da</strong>de, interiori<strong>da</strong>deou subjetivi<strong>da</strong>de, conforme entendi<strong>do</strong>s nos dias de hoje, são elementos de uma <strong>na</strong>turezahuma<strong>na</strong> universal, porque neles estão conti<strong>da</strong>s as marcas <strong>da</strong>s relações sociais estabeleci<strong>da</strong>s aolongo <strong>da</strong> história, intermedia<strong>da</strong>s pela cultura e pela política, cujas origens remontam desde oséculo XIV, no início <strong>da</strong> Re<strong>na</strong>scença 2 até os dias de hoje. (FIGUEIREDO e SANTI, 2007).Crochík, em seu artigo intitula<strong>do</strong> Os desafios atuais <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> subjetivi<strong>da</strong>de <strong>na</strong>Psicologia, afirma que “o méto<strong>do</strong> para estu<strong>da</strong>r a subjetivi<strong>da</strong>de deve ser, portanto, o que leva aprocurar no indivíduo as marcas <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.” (1998, p. 3). Nesse senti<strong>do</strong>, o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong>construção <strong>da</strong> subjetivi<strong>da</strong>de <strong>na</strong> <strong>periferia</strong> urba<strong>na</strong> remete às histórias de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoasentrevista<strong>da</strong>s.O relato dessas histórias permitiu uma reflexão sobre as relações intra einterpessoais estabeleci<strong>da</strong>s pelo indivíduo com o meio sociofísico circun<strong>da</strong>nte. O que nãoquer dizer que essas relações tenham si<strong>do</strong> r<strong>ea</strong>liza<strong>da</strong>s dentro de um padrão rígi<strong>do</strong> derelacio<strong>na</strong>mento, nem consigo mesmo e nem com os outros.Segun<strong>do</strong> Mammì “[...] os problemas a serem resolvi<strong>do</strong>s ain<strong>da</strong> são os mesmos: ovalor universal <strong>do</strong> tempo e <strong>do</strong> espaço como coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s <strong>da</strong> ação huma<strong>na</strong>, em seuacontecimento efêmero e em suas conseqüências infinitas.” (1999 apud VALADARES, 2000,2 Re<strong>na</strong>scença ou Re<strong>na</strong>scimento, movimento inicia<strong>do</strong> <strong>na</strong> Itália no século XIV, com auge no século XVI. Essestermos começaram a ser usa<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong> século XV para desig<strong>na</strong>r o perío<strong>do</strong> em que o homem deixa deexplicar o mun<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> teocentrismo, em que as to<strong>da</strong>s coisas tinham explicações divi<strong>na</strong>s, para explicá-locolocan<strong>do</strong>-se a si mesmo como o centro de tu<strong>do</strong>, ou seja, com base no antropocentrismo. Desse mo<strong>do</strong>, o quemais se valorizava no homem era a inteligência, o conhecimento e o <strong>do</strong>m artístico. A partir <strong>da</strong>í, ocorreramgrandes descobertas como a de Nicolau Copérnico e de Galileu Galilei que disseram que a Terra não era o centro<strong>do</strong> Universo; a descoberta <strong>da</strong> pólvora e <strong>da</strong> bússola que permitiu o descobrimento de novas terras, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> início àsnovas formas de relações: sociais, como o liberalismo que <strong>do</strong>tou o ser humano de direitos i<strong>na</strong>lienáveis; e,comerciais, que abriram caminho para o capitalismo.Fonte: http://www.pitoresco.com.br/art_<strong>da</strong>ta/re<strong>na</strong>scimento/index.htm

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