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a produção da subjetividade ea apropriação do espaço na periferia ...

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2 ANÁLISE DO CONTEÚDO DAS ENTREVISTAS E DO REGISTROFOTOGRÁFICO SEGUNDO O REFERENCIAL TEÓRICO2.1 O PROCESSO DE PRODUÇÃO DA SUBJETIVIDADE2.1.1 A Subjetivi<strong>da</strong>de <strong>na</strong>s Marcas Deixa<strong>da</strong>s Pela Socie<strong>da</strong>deHistoricamente, o perío<strong>do</strong> que antecede a vin<strong>da</strong>, para Criciúma, <strong>da</strong>s famílias <strong>da</strong>smulheres entrevista<strong>da</strong>s foi marca<strong>do</strong> por fatores sócio-políticos que levaram ao êxo<strong>do</strong> rural.Esse perío<strong>do</strong>, conforme Faria (2007), compreendeu as déca<strong>da</strong>s de 60 a 80, quan<strong>do</strong> quase 13milhões de pessoas foram “expulsas” <strong>do</strong> campo seguin<strong>do</strong> em direção aos centros urbanos. Osprincipais motivos que obrigaram à migração em massa, segun<strong>do</strong> a autora, foram: amodernização <strong>da</strong> agricultura, que forçou os trabalha<strong>do</strong>res a buscarem alter<strong>na</strong>tivas desobrevivência <strong>na</strong>s ci<strong>da</strong>des; e o modelo de urbanização que atraía os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> campo.Essa entra<strong>da</strong> em massa <strong>na</strong>s ci<strong>da</strong>des provocou um crescimento desorde<strong>na</strong><strong>do</strong>. Semplanejamento para atender aos novos mora<strong>do</strong>res, as ci<strong>da</strong>des não possuíam as condiçõessanitárias e de infra-estrutura básicas, favorecen<strong>do</strong> o surgimento de to<strong>do</strong> tipo de adversi<strong>da</strong>decomo desemprego, <strong>do</strong>enças, violência e miséria.Nessa época, o Brasil estava buscan<strong>do</strong> crescimento econômico, ampara<strong>do</strong> pelapolítica neoliberal. Essa política, conforme afirmam seus principais defensores Hayek eFriedman (apud PETRY, 2008), favorece o crescimento econômico; porém, à custa <strong>do</strong>aumento <strong>da</strong> pobreza “alimenta<strong>da</strong> pela crescente exclusão e desigual<strong>da</strong>de social”, garantem oscríticos Cattani e Díaz (apud PETRY, 2008, p. 22). Desse mo<strong>do</strong>, as conseqüências levam acrer que ambos, defensores e críticos, estão certos, pois a economia de Criciúma cresceu(segun<strong>do</strong> o portal eletrônico 1 <strong>do</strong> governo estadual, a ci<strong>da</strong>de é conheci<strong>da</strong> como a “CapitalBrasileira <strong>do</strong> Carvão”), e os proprietários <strong>da</strong>s minera<strong>do</strong>ras enriqueceram, entretanto, a<strong>periferia</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e as ár<strong>ea</strong>s de risco foram as que se incumbiram de acolher os excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong>mun<strong>do</strong> <strong>da</strong> prosperi<strong>da</strong>de. A exploração <strong>na</strong> região não foi ape<strong>na</strong>s em relação à <strong>na</strong>tureza de ondese extraía o carvão mineral e degra<strong>da</strong>va-se o meio ambiente: explorava-se também amão-de-obra <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res e depois os aban<strong>do</strong><strong>na</strong>vam, degra<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-lhes a digni<strong>da</strong>de, comocontou a Do<strong>na</strong> Zulmira, uma <strong>da</strong>s mulheres entrevista<strong>da</strong>s: “Aí, deu uma <strong>do</strong>ença no pai. Aquelepó que ele torava, aquela diatomita, trancou nele aqui. Aí o faleci<strong>do</strong> D. (<strong>do</strong>no <strong>da</strong> minera<strong>do</strong>ra)1 Portal <strong>do</strong> Gov. Estadual: http://www.sc.gov.br/portalturismo/Default.asp?CodMunicipio=44&Pag=3.

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