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o perfil do professor de ensino religioso da educação infantil ... - UEM

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4conhecimento não tem si<strong>do</strong> contempla<strong>da</strong> na formação inicial <strong>de</strong> muitos <strong>professor</strong>esque atuam no magistério em especial nas escolas católicas. Sen<strong>do</strong>, outrossim,responsável pelas distorções no encaminhamento pe<strong>da</strong>gógico <strong>de</strong>sta disciplina. Estecomponente curricular tem sua importância à medi<strong>da</strong> que integra e aprofun<strong>da</strong> adiscussão sobre o fenômeno <strong>religioso</strong> às <strong>de</strong>mais áreas <strong>do</strong> conhecimento.Da formação <strong>do</strong>s profissionais que atuam com o Ensino Religioso naEducação Infantil e Anos Iniciais <strong>do</strong> Ensino Fun<strong>da</strong>mental, espera-se que tenham oconhecimento <strong>de</strong>ntre outros, <strong>do</strong>s seguintes saberes: Cultura e Tradições Religiosas;Textos Sagra<strong>do</strong>s; Teologias; Ritos e Ethos, asseguran<strong>do</strong>-lhes <strong>de</strong>sempenho na suaprática educativa. (Parâmetros Curriculares Nacionais <strong>do</strong> Ensino Religioso (1997).To<strong>da</strong>via, muitos <strong>professor</strong>es <strong>de</strong> Ensino Religioso, até por conta <strong>de</strong> umaformação generalista, têm aponta<strong>do</strong> uma série <strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em seu dia a dia.Pela relevância <strong>da</strong>s respostas <strong>da</strong><strong>da</strong>s, optou-se pela transcrição <strong>de</strong> algumas, a título<strong>de</strong> exemplo.-Não possui formação específica na área;-Falta <strong>de</strong> acompanhamento <strong>de</strong> <strong>religioso</strong>s no planejamento <strong>da</strong>s aulas;-A varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> religiões na mesma classe;-Respon<strong>de</strong>r aos questionamentos que surgem durante as aulas;-Falta <strong>de</strong> comprometimento <strong>religioso</strong> <strong>do</strong>s pais;-Trabalhar com a idéia <strong>do</strong> Transcen<strong>de</strong>nte;-Não envolver as religiões nas aulas <strong>de</strong> Ensino Religioso;-Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> no entendimento <strong>da</strong> Bíblia;-Inversão <strong>de</strong> valores;-Falta <strong>de</strong> serie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s alunos;-Respeitar a Legislação em vigor;-A mídia que vai contra aos valores trabalha<strong>do</strong>s.Muitos <strong>professor</strong>es reclamaram <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> material <strong>de</strong> apoio para o EnsinoReligioso. Eles sentem falta <strong>de</strong> um material atualiza<strong>do</strong>, diferente <strong>do</strong> que já tem nomerca<strong>do</strong>, com novas sugestões <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s e estratégias meto<strong>do</strong>lógicas.Acreditam, pois, que <strong>de</strong>sta forma aju<strong>da</strong>ria aumentar o dinamismo <strong>da</strong>s aulas.O choque com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> é inevitável e a sala-<strong>de</strong>-aula se transforma numlaboratório on<strong>de</strong> se apren<strong>de</strong> a ensinar por ensaio e erro. “Ninguém nasce educa<strong>do</strong>rou marca<strong>do</strong> para ser educa<strong>do</strong>r. A gente se faz educa<strong>do</strong>r, a gente se forma comoeduca<strong>do</strong>r, permanentemente, na prática e na reflexão <strong>da</strong> prática” (FREIRE, 1991, p.58).Se, como já foi dito, o <strong>professor</strong> <strong>de</strong> Ensino Religioso em sua formação inicialnão tem o <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong>sta área <strong>do</strong> saber, torna-se mister o comprometimento com oseu aprimoramento profissional, por meio <strong>de</strong> uma formação continua<strong>da</strong> buscan<strong>do</strong>novos caminhos para a sua prática pe<strong>da</strong>gógica.


6Associação <strong>de</strong> Educação Católica com temas referentes à Campanha <strong>da</strong>Fraterni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Infelizmente ain<strong>da</strong> não faz parte <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> maioria <strong>do</strong>s <strong>professor</strong>esque estão atuan<strong>do</strong> nesta fase, a busca <strong>de</strong>ste aprimoramento e atualização. Há umapreocupação maior com questões relaciona<strong>da</strong>s à alfabetização, ao raciocínio lógicomatemático,ao <strong>de</strong>senvolvimento psicomotor <strong>da</strong> criança, aos distúrbios <strong>de</strong>aprendizagem e outros. Para o Ensino Religioso o tempo ain<strong>da</strong> é <strong>de</strong> conquista, <strong>de</strong>envolvimento e <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> discussão entre os dirigentes <strong>da</strong>s escolas,<strong>professor</strong>es e mesmo pelos pais para um novo encaminhamento <strong>da</strong> disciplina noespaço escolar.Se o Ensino Religioso <strong>de</strong>ve ser compreendi<strong>do</strong> como área <strong>de</strong> conhecimento,como negar a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta atualização?Inúmeras são as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s aponta<strong>da</strong>s para a participação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente numprograma <strong>de</strong> formação continua<strong>da</strong>: custo eleva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s cursos, substituição <strong>do</strong><strong>professor</strong> em perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> aula, <strong>de</strong>smotivação <strong>do</strong> <strong>professor</strong>, diagnóstico real <strong>da</strong>snecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>professor</strong>a<strong>do</strong>, divulgação <strong>de</strong>ficiente <strong>do</strong>s eventos e outros.Neste contexto, é importante que o <strong>professor</strong> generalista busque aprimorar asua competência técnica. Mas para que isso aconteça, alguns autores como Nóvoa(1995) Behrens (1996), Guimarães (2004), entre outros, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a idéia que estamu<strong>da</strong>nça na formação e na atuação <strong>do</strong>cente é <strong>de</strong>corrente ao <strong>professor</strong> sentir-seinsatisfeito com os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> seu trabalho. Caso contrário, não será cria<strong>da</strong> anecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> reflexão. É a partir <strong>da</strong> reflexão que o <strong>professor</strong> generalista, emEnsino Religioso, po<strong>de</strong>rá colocar em xeque as suas certezas, admitin<strong>do</strong> que o seuconhecimento possui limitações, mas que po<strong>de</strong>m ser supera<strong>da</strong>s.Romanowski (2006, p. 145) apresenta três formas <strong>de</strong> reflexão em que o<strong>professor</strong> <strong>de</strong> Ensino Religioso po<strong>de</strong>rá estar <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> com seus pares, a saber:- Introspecção: em que o <strong>professor</strong> reflete a sua própria história <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>Para este fim utiliza como instrumento o diário <strong>de</strong> classe;- Exame pós-<strong>do</strong>cência: individualmente ou em grupo, o <strong>professor</strong> reflete asua prática. Além <strong>do</strong> diário <strong>de</strong> classe um outro instrumento que po<strong>de</strong> serutiliza<strong>do</strong> é o grava<strong>do</strong>r.- In<strong>da</strong>gação: a análise <strong>de</strong>corre <strong>da</strong>s anotações feitas <strong>da</strong> aula assisti<strong>da</strong> poroutro <strong>professor</strong> ou <strong>de</strong> uma filmagem feita.A conduta reflexiva no questionamento efetivo <strong>da</strong> prática <strong>do</strong>cente requerpreparo <strong>do</strong> <strong>professor</strong>, para que as análises e avaliações condigam com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>,promoven<strong>do</strong> as intervenções e mu<strong>da</strong>nças necessárias na prática <strong>do</strong> <strong>professor</strong>.


7“Refletir sobre o próprio <strong>ensino</strong> exige espírito aberto, responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e sinceri<strong>da</strong><strong>de</strong>”(Zeichner, 1993, p. 17).Um momento <strong>de</strong> reflexão que reveja o currículo, a meto<strong>do</strong>logia, os objetivos,etc. é fun<strong>da</strong>mental para se chegar à produção <strong>de</strong> um saber fun<strong>da</strong>menta<strong>do</strong> naexperiência. Pimenta (2000) diz que no contexto escolar a ação reflexiva <strong>do</strong><strong>professor</strong>, com seus pares, auxilia na produção <strong>do</strong>s saberes <strong>da</strong> <strong>do</strong>cência.No processo <strong>de</strong> reestruturação <strong>da</strong> prática pe<strong>da</strong>gógica que parte <strong>do</strong> <strong>professor</strong>em comunhão com seus pares, percebe-se:“O valor que os <strong>professor</strong>es dão à prática <strong>do</strong>cente, enquanto a sua gran<strong>de</strong>inspiração para a mu<strong>da</strong>nça e ao saber que constroem a partir <strong>da</strong>í. Nelalocalizam a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>rem com os colegas <strong>de</strong> trabalho, comos alunos e <strong>de</strong>, refletin<strong>do</strong> sobre sua própria <strong>do</strong>cência, reformular sua forma<strong>de</strong> agir e <strong>de</strong> ser. Este <strong>da</strong><strong>do</strong> confirma que a prática é um elementoimportante na aprendizagem e que a experiência, que o indivíduo vive éinsubstituível no seu significa<strong>do</strong> educativo. O fazer e o refletir sobre estefazer tem si<strong>do</strong>, no dizer <strong>do</strong>s bons <strong>professor</strong>es, um mecanismo fun<strong>da</strong>mentalpara <strong>de</strong>linearem seu <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente”. (CUNHA & FERNANDES,1994, p. 8).Tardif (2002) elaborou uma tabela, que i<strong>de</strong>ntifica e classifica os saberes<strong>do</strong>centes, constituí<strong>do</strong>s pela prática <strong>do</strong> <strong>professor</strong> e pelas teorias <strong>da</strong> <strong>educação</strong>. Esteconjunto <strong>de</strong> saberes profissionais apresenta<strong>do</strong>s corrobora para a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> <strong>perfil</strong><strong>do</strong> profissional.Tabela 3 – Classificação e I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s Saberes Docentes.Saberes <strong>do</strong>s<strong>professor</strong>esSaberes pessoais<strong>do</strong>s <strong>professor</strong>es.Saberesprovenientes <strong>da</strong>formação escolaranterior.Saberesprovenientes <strong>da</strong>formaçãoprofissional para omagistério.Saberesprovenientes <strong>do</strong>sprogramas e livrosdidáticos usa<strong>do</strong>s notrabalho.Saberesprovenientes <strong>de</strong> suaprópria experiênciana profissão, nasala <strong>de</strong> aula e naescola.Fontes sociais <strong>de</strong>aquisiçãoA família, o ambiente <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>, a <strong>educação</strong> nosenti<strong>do</strong> lato, etc.A escola primária esecundária, os estu<strong>do</strong>spós-secundários nãoespecializa<strong>do</strong>s, etc.Os estabelecimentos <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> <strong>professor</strong>es,os estágios, os cursos <strong>de</strong>reciclagem, etc.A utilização <strong>da</strong>s“ferramentas” <strong>do</strong>s<strong>professor</strong>es: programas,livros didáticos, ca<strong>de</strong>rnos<strong>de</strong> exercícios, fichas, etc.A prática <strong>do</strong> ofício naescola e na sala <strong>de</strong> aula, aexperiência <strong>do</strong>s pares, etc.Mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> integração notrabalho <strong>do</strong>centePela história <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e pelasocialização primária.Pela formação e socializaçãopré-profissionais.Pela formação e socializaçãoprofissionais nas instituições<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> <strong>professor</strong>es.Pela utilização <strong>da</strong>s“ferramentas” <strong>de</strong> trabalho, suaa<strong>da</strong>ptação às tarefas.Pela prática <strong>do</strong> trabalho esocialização profissional


8Fonte: TARDIF, 2002,p.63.Nesta proposição apresenta<strong>da</strong> por Tardif, o <strong>professor</strong> <strong>de</strong> Ensino Religioso emsua <strong>do</strong>cência, tem arraiga<strong>do</strong> suas crenças e valores, oriun<strong>do</strong>s <strong>da</strong> sua história <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>, <strong>da</strong> cultura escolar inicial, <strong>da</strong> sua experiência pessoal e profissional. Porém, nãodispõe <strong>de</strong> um sóli<strong>do</strong> conhecimento disciplinar sobre aspectos vincula<strong>do</strong>s à ciência<strong>da</strong> religião.Na pesquisa realiza<strong>da</strong> pela AEC / CURITIBA, 90,07% <strong>do</strong>s <strong>professor</strong>es,<strong>de</strong>clararam ser católicos e que 46,10% informaram que com freqüência realizamativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>s à prática <strong>da</strong> religião. Constatou-se também que muitos<strong>professor</strong>es <strong>de</strong> Ensino Religioso ain<strong>da</strong> relutam em aceitar que a disciplina não é<strong>do</strong>gmática e nem só católica, encenan<strong>do</strong> o papel <strong>de</strong> um prega<strong>do</strong>r <strong>de</strong> sua própriareligião. Um exemplo disso, quan<strong>do</strong> foi pergunta<strong>do</strong> qual a importância <strong>do</strong> EnsinoReligioso na série em que atua, alguns <strong>professor</strong>es contribuíram com os seguintes<strong>de</strong>poimentos:- A criança apren<strong>de</strong> a rezar;-Apren<strong>de</strong> a amar Jesus;-Familiariza-se com os ensinamentos bíblicos;-Apren<strong>de</strong> a palavra <strong>de</strong> Deus;-Conhece Jesus e seus ensinamentos;-Conhecimento <strong>da</strong> história bíblica;-Apren<strong>de</strong> amar a Deus;-Apren<strong>de</strong> os valores Cristãos, etc.Conforme explicita<strong>do</strong> nos Parâmetros Curriculares Nacionais <strong>do</strong> EnsinoReligioso (1997), importa ressaltar que o <strong>professor</strong> <strong>de</strong> Ensino Religioso <strong>da</strong> EducaçãoInfantil e Anos Iniciais <strong>do</strong> Ensino Fun<strong>da</strong>mental por uma questão ética necessitaperceber que o seu aluno traz na sua formação e socialização primária, umainiciação religiosa, sua fé, sua crença, sua cultura, inclusive crendices e mitos, que<strong>de</strong>vem ser respeita<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tal maneira que esta disciplina não se confun<strong>da</strong> com atentativa <strong>de</strong> se formar a<strong>de</strong>ptos <strong>de</strong> uma ou <strong>de</strong> outra forma <strong>de</strong> expressão <strong>da</strong> fé, mas,que possam perceber a plurali<strong>da</strong><strong>de</strong>, sem imposições, preconceitos, exclusões, etc.O <strong>de</strong>srespeito à fé <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um, historicamente tem se constituí<strong>do</strong> em motivaçãopara os fun<strong>da</strong>mentalismos que já causaram tanta violência contra o conjunto <strong>da</strong>humani<strong>da</strong><strong>de</strong>.Na prática, a dimensão ética <strong>do</strong> <strong>professor</strong> <strong>de</strong> Ensino Religioso se manifestano nível <strong>de</strong> aplicação pessoal que ele imprime seu trabalho. Para Sánches Vázquez(1983, p.12) a Ética é:


9“um sistema <strong>de</strong> normas, princípios e valores, segun<strong>do</strong> o qual sãoregulamenta<strong>da</strong>s as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e acomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> tal maneira que estas normas, <strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> um caráterhistórico e social, sejam acata<strong>da</strong>s livre e conscientemente, por umaconvicção íntima e não <strong>de</strong> uma maneira mecânica, externa ou impessoal”.A contribuição <strong>de</strong> Tardif (2002) enfatiza que, a dimensão ética <strong>de</strong>ve permearo trabalho <strong>do</strong>cente, ten<strong>do</strong> em vista a construção <strong>de</strong> um novo ci<strong>da</strong>dão. O autori<strong>de</strong>ntifica algumas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que tangem ao trabalho realiza<strong>do</strong> pelosprofissionais <strong>da</strong> <strong>educação</strong>: Primeiramente enfatiza a eqüi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> tratamento, ouseja; torna-se imprescindível que o <strong>professor</strong> <strong>de</strong> Ensino Religioso respeite aplurali<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural-religiosa <strong>de</strong> seus alunos; em segui<strong>da</strong>, que o saber <strong>do</strong>centechegue ao aluno <strong>de</strong> forma compreensiva; e por fim, estar aberto aos julgamentos <strong>de</strong>sua própria prática e a <strong>de</strong> seus pares.É mister que o <strong>professor</strong> esteja numa constante busca <strong>do</strong> conhecimento <strong>da</strong>smanifestações religiosas, consciente <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> religiosa e sensível adiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural religiosa presente em nosso contexto.Consi<strong>de</strong>rações FinaisA realização <strong>de</strong>sta pesquisa nos dá a certeza <strong>de</strong> que as questões indica<strong>da</strong>scomo o quadro atual <strong>da</strong> formação inicial e continua<strong>da</strong> <strong>do</strong>s <strong>professor</strong>es <strong>de</strong> EnsinoReligioso <strong>da</strong> Educação Infantil e Anos Iniciais <strong>do</strong> Ensino Fun<strong>da</strong>mental e asdificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s apresenta<strong>da</strong>s com a disciplina possibilitaram ampliar a compreensão<strong>de</strong>ssa temática. Mais que isso, favorece no repensar a formação e profissionalização<strong>do</strong>s <strong>professor</strong>es <strong>de</strong> Ensino Religioso que atuam com esta fase <strong>do</strong> <strong>ensino</strong> nasescolas confessionais católicas.O estu<strong>do</strong> possibilitou ain<strong>da</strong>, a confirmação <strong>de</strong> que, efetivamente, asdificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s aponta<strong>da</strong>s pelos <strong>professor</strong>es <strong>da</strong> Educação Infantil e Anos Iniciais <strong>do</strong>Ensino Fun<strong>da</strong>mental em ministrar os conteú<strong>do</strong>s próprios <strong>da</strong> área <strong>de</strong> EnsinoReligioso estão relaciona<strong>da</strong>s basicamente à falta <strong>de</strong> formação <strong>do</strong> <strong>professor</strong>. Como jáé sabi<strong>do</strong>, no esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná ain<strong>da</strong> não existe um curso <strong>de</strong> graduação em EnsinoReligioso e até porque, para esta fase <strong>do</strong> <strong>ensino</strong> é o <strong>professor</strong> generalista quetrabalha com a disciplina <strong>de</strong> Ensino Religioso. Em algumas escolas pesquisa<strong>da</strong>s, háum <strong>professor</strong> específico para trabalhar com esta disciplina, porém a sua formaçãoinicial é oriun<strong>da</strong> <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> Pe<strong>da</strong>gogia ou <strong>de</strong> Filosofia.


10O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio, neste momento em que o Ensino Religioso está em pauta,é voltar-se para a figura <strong>do</strong> <strong>professor</strong> que assume real importância neste processo eproporcionar uma a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> formação <strong>de</strong> <strong>do</strong>centes <strong>de</strong> Ensino Religioso. A formaçãocontinua<strong>da</strong> para este <strong>professor</strong> é vital e por isso <strong>de</strong>ve estar agrega<strong>da</strong> ao projeto <strong>da</strong>escola, porque <strong>de</strong>la <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o encaminhamento <strong>de</strong>ste componente curricular,respeitan<strong>do</strong> a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> religiosa e cultural <strong>do</strong>s educan<strong>do</strong>s, utilizan<strong>do</strong> umameto<strong>do</strong>logia e conteú<strong>do</strong>s específicos, alicerçan<strong>do</strong> o dia a dia <strong>do</strong> <strong>professor</strong>.O esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, por meio <strong>da</strong> Câmara <strong>de</strong> Legislação e Normas aprova em09/02/2007 a Deliberação nº 01/06, conforme indicação <strong>do</strong> Fórum NacionalPermanente <strong>do</strong> Ensino Religioso, que as escolas que tem o componente EnsinoReligioso <strong>de</strong>verão capacitar anualmente o corpo <strong>do</strong>cente que atua com estadisciplina, com uma carga horária <strong>de</strong> no mínimo <strong>de</strong> 32 horas/aula.O <strong>de</strong>safio proposto às escolas confessionais católicas e aos <strong>professor</strong>es <strong>de</strong>Ensino Religioso a partir <strong>de</strong>sta Lei, indica um passo importante para a melhoria naqualificação profissional e no enriquecimento pe<strong>da</strong>gógico <strong>da</strong> área.REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICABRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESPORTO, Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases <strong>da</strong>Educação Nacional – Lei n. 9.394/96, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Qualitymark, 1997.FREIRE, Ma<strong>da</strong>lena. A Formação permanente. In: Freire, Paulo: Trabalho,Comentário, Reflexão. Petrópolis, RJ: Vozes, 1991.PARANÁ, Deliberação nº 01/06 <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2006. Câmara <strong>de</strong> Legislaçãoe Normas <strong>do</strong> Conselho Estadual <strong>de</strong> Educação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Paraná.PARANÁ, Deliberação nº 01/06 <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2007. Câmara <strong>de</strong> Legislaçãoe Normas <strong>do</strong> Conselho Estadual <strong>de</strong> Educação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Paraná.PIMENTA, S. G; GHENDIN, E. (orgs. ) Professor Reflexivo no Brasil: Gênese eCrítica <strong>de</strong> um Conceito. São Paulo: Cortez, 2002.


11REALE, A. M. et al. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo “construtivocolaborativo”<strong>de</strong> formação continua<strong>da</strong> centra<strong>do</strong> na escola: relato <strong>de</strong> umaexperiência. Ca<strong>de</strong>rno CEDES, Campinas, n. 36, 1995.ROMANOWSKI, Joana Paulin. Formação e Profissionalização Docente. Curitiba:Ibpex, 2006.RORIGUES, Ângela & ESTEVES, Manuela. Análise <strong>de</strong> Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> na Formação<strong>de</strong> Professores. Portugal: Porto Editora, 1993.SÁNCHEZ-VÁZQUEZ, A<strong>do</strong>lfo. Ética. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Civilização Brasileira, 1983.TARDIF, Maurice. Saberes Docentes e Formação Profissional. Petrópolis, RJ:Vozes, 2002.VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.). Projeto Político-Pe<strong>da</strong>gógico <strong>da</strong> Escola:Uma Construção Possível. Campinas: Papirus, 1995.ZEICHNER, Kenneth M. A Formação Reflexiva <strong>de</strong> Professores: Idéias e Práticas.Lisboa: Educa, 1993.

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