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estudo de indicadores de qualidade hospitalar com base em ... - ANS

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ESTUDO DE INDICADORES DE QUALIDADE HOSPITALAR COMBASE EM DADOS ADMINISTRATIVOS EM HOSPITAISSELECIONADOS DO ESTADO DE SÃO PAULORESUMOHá poucos <strong>estudo</strong>s avaliando qualida<strong>de</strong> <strong>hospitalar</strong> da saú<strong>de</strong> supl<strong>em</strong>entar no Brasil,diferent<strong>em</strong>ente da prática <strong>em</strong> países da OCDE. Foram utilizados 22 <strong>indicadores</strong>,validados pela AHRQ, <strong>base</strong>ados nas informações administrativas (AIH, CIH) <strong>de</strong>240.000 internações <strong>em</strong> 40 hospitais selecionados no estado <strong>de</strong> SP (11exclusivamente SUS) <strong>em</strong> 2006 e 2007. Foi encontrada gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> entreos hospitais, <strong>com</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho global inferior ao padrão norte-americano e mais<strong>de</strong>sfavorável a pacientes do SUS. Conclui-se que adotar painel <strong>de</strong> <strong>indicadores</strong><strong>hospitalar</strong>es é viável e relevante para gestão e regulação públicas.Palavras-Chave: Avaliação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, <strong>indicadores</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho, sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong>informação, dados administrativos.IntroduçãoPrestadores <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, consumidores, formuladores <strong>de</strong> políticas públicase outros atores <strong>com</strong>prometidos <strong>com</strong> a melhoria da qualida<strong>de</strong> da atenção <strong>hospitalar</strong>precisam <strong>de</strong> <strong>indicadores</strong> objetivos, robustos, facilmente mensuráveis e sensíveispara expressar variações e disparida<strong>de</strong>s na situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>s entre regiões,grupos populacionais e unida<strong>de</strong>s <strong>hospitalar</strong>es 1 .Alguns <strong>estudo</strong>s no Brasil <strong>de</strong>stacam que os hospitais “são ex<strong>em</strong>plos clássicos <strong>de</strong>organizações que apresentam probl<strong>em</strong>as gerenciais <strong>com</strong>plexos, nos quais ossist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> avaliação e <strong>de</strong> incentivos têm papéis primordiais”². Nesse sentido, aanálise <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho torna-se uma prática fundamental para o monitoramento e<strong>com</strong>paração da eficiência <strong>de</strong>ssas unida<strong>de</strong>s e a utilização <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>abrangência nacional <strong>de</strong>ve ser vista <strong>com</strong>o uma importante fonte <strong>de</strong> informações³.A busca pela qualida<strong>de</strong> da atenção dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser uma atitu<strong>de</strong>isolada e tornou-se hoje um imperativo técnico e social. A prática assistencial <strong>de</strong>veser apoiada por sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> informações clínica a<strong>de</strong>quados, <strong>com</strong>pletos edisponíveis que garantam a segurança do paciente, através do suporte à tomada <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão diagnóstica e terapêutica durante o tratamento <strong>de</strong> pacientes individuais, <strong>com</strong>o objetivo <strong>de</strong> prevenir eventos e <strong>de</strong>sfechos adversos, corrigir rumos e melhorarcontinuamente a qualida<strong>de</strong> da assistência e a obtenção <strong>de</strong> dados e <strong>indicadores</strong> quepermitam medir, avaliar e <strong>com</strong>parar o grau da qualida<strong>de</strong> assistencial oferecida àpopulação–alvo 4 .Os principais objetivos <strong>de</strong>ste <strong>estudo</strong> são: Definir e <strong>de</strong>screver um conjunto <strong>de</strong> <strong>indicadores</strong> <strong>de</strong> resultados que tenham porfonte <strong>de</strong> informação os dados administrativos constantes na Autorização <strong>de</strong>Internação Hospitalar (SIH/SUS) e na Comunicação <strong>de</strong> Internação Hospitalar/81


(SISCIH) e <strong>com</strong>o característica essencial se preste a condição <strong>de</strong> sentinela daqualida<strong>de</strong> assistencial, conforme a <strong>de</strong>finição da AHRQ; Desenvolver mo<strong>de</strong>lo para análise <strong>com</strong>parada <strong>de</strong> <strong>indicadores</strong> <strong>de</strong> resultados naassistência no SUS e na saú<strong>de</strong> supl<strong>em</strong>entar e <strong>de</strong> São Paulo <strong>com</strong> EstadosUnidos da América.JustificativaUma vez que a dimensão da qualida<strong>de</strong> do cuidado <strong>em</strong> saú<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> sermensurada diretamente, diversos <strong>indicadores</strong> são <strong>com</strong>umente utilizados paracaracterizá-la. Ao longo das últimas décadas é possível observar um aumento douso <strong>de</strong> dados administrativos também para avaliar a qualida<strong>de</strong> da atenção<strong>hospitalar</strong>, seja para avaliar os processos <strong>de</strong> trabalho envolvidos na assistência sejana mensuração dos resultados e do impacto das intervenções <strong>em</strong> saú<strong>de</strong> 5 .Indicadores <strong>de</strong> performance do hospital <strong>com</strong>o taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>, t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>permanência e taxa <strong>de</strong> readmissão para várias doenças cardiovasculares sãoamplamente utilizados no Canadá, nos EUA e no Reino Unido.Um dos maiores <strong>de</strong>safios neste campo da avaliação da qualida<strong>de</strong> dos serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> é a mensuração do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>com</strong> <strong>base</strong> <strong>em</strong> múltiplas medidas e anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sumarizar todos os <strong>indicadores</strong> utilizados num índice <strong>com</strong>posto.Esta medida <strong>com</strong>posta <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong> permitir uma <strong>com</strong>paração objetiva daqualida<strong>de</strong> dos serviços <strong>hospitalar</strong>es e/ou ambulatoriais 6 . Para isto, a AHRQ (Agencyfor Health Care Research and Quality), instituição responsável pelo <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> <strong>indicadores</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> multidimensionais nos EUA, e que os utiliza <strong>de</strong>s<strong>de</strong>2003, para o universo <strong>de</strong> hospitais norte-americanos, elaborou um conjunto <strong>de</strong><strong>indicadores</strong> <strong>de</strong> avaliação 1 .Os dados administrativos e epi<strong>de</strong>miológicos dos hospitais oferec<strong>em</strong> váriaspossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> análise do cuidado médico. Esse tipo <strong>de</strong> informação, que<strong>com</strong>umente é coletada <strong>de</strong> forma rotineira <strong>de</strong>ntro dos hospitais para que a prestaçãodo serviço ocorra, oferece informações sobre diagnósticos, procedimentos, ida<strong>de</strong>,sexo, forma <strong>de</strong> admissão no hospital e motivo da alta. Deste modo os <strong>indicadores</strong> <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> propostos pela AHRQ (IQIs) representam um importante instrumental nouso dos dados <strong>hospitalar</strong>es no Brasil e são o que há <strong>de</strong> mais robusto atualmentepara avaliação da qualida<strong>de</strong> da atenção <strong>base</strong>ada <strong>em</strong> dados administrativos <strong>de</strong> alta<strong>hospitalar</strong> 1 .MétodosForam utilizados 22 <strong>indicadores</strong> do grupo “in patient” da AHRQ <strong>em</strong> 35 hospitais <strong>de</strong>ensino do estado <strong>de</strong> São Paulo, certificados pelos Ministérios da Saú<strong>de</strong> e Educação,excluídos os que se restring<strong>em</strong> ao tratamento <strong>de</strong> crianças. Foram incluídos cincohospitais não classificados <strong>com</strong>o <strong>de</strong> ensino, cujo movimento assistencial é muitosignificativo para alguns procedimentos envolvidos na avaliação. Não serãodivulgados os nomes ou qualquer outra forma <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação dos hospitaisenvolvidos no trabalho./82


Os <strong>indicadores</strong> <strong>hospitalar</strong>es seguiram a classificação da AHRQ: volume, mortalida<strong>de</strong>(por condição clínica e por procedimento cirúrgico) e utilização.Os vinte e dois <strong>indicadores</strong> estão listados abaixo:Indicadores <strong>de</strong> Volume• IQI 1 Volume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Ressecção Esofagiana• IQI 2 Volume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Ressecção Pancreática• IQI 4 Volume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Reparo <strong>de</strong> Aneurisma De Aorta Abdominal• IQI 5 Volume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Revascularização Miocárdica• IQI 6 Volume <strong>de</strong> Angioplastias Coronarianas Transluminais Percutâneas• IQI 7 Volume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Endarterectomia <strong>de</strong> CarótidaTaxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Condição Clínica• IQI 15 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Infarto Agudo do Miocárdio• IQI 16 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Insuficiênçcia Cardíaca Congestiva• IQI 17 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Aci<strong>de</strong>nte Vascular Encefálico• IQI 18 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por H<strong>em</strong>orragia Digestiva• IQI 19 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Fratura <strong>de</strong> Quadril• IQI 20 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por PneumoniaTaxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Procedimento Cirúrgico• IQI 8 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Ressecção Esofagica• IQI 9 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Ressecção Pancreática• IQI 11 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Reparação <strong>de</strong> Aneurisma <strong>de</strong> Aorta Abdominal• IQI 12 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Revascularização Miocárdica• IQI 30 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Angioplastia Coronariana Transluminal Percutânea• IQI 31 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Endarterectomia <strong>de</strong> Carrotida• IQI 13 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Craniotomia• IQI 14 Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> <strong>em</strong> Cirurgia <strong>de</strong> Prótese <strong>de</strong> QuadrilIndicadores <strong>de</strong> Utilização• IQI 21 Taxa <strong>de</strong> Parto Cesáreo• IQI 23 Taxa <strong>de</strong> Colecistectomia LaparoscópicaForam usados <strong>com</strong>o fontes <strong>de</strong> dados o Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informações Hospitalares(SIH/SUS), que contém informações <strong>de</strong> faturamento dos serviços <strong>hospitalar</strong>esprestados pelo SUS através da captação <strong>de</strong> dados das Autorizações <strong>de</strong> InternaçãoHospitalar – AIH, e a Comunicação <strong>de</strong> Internação Hospitalar (CIH) do Ministério daSaú<strong>de</strong>, que é utilizada para a<strong>com</strong>panhar, planejar e monitorar as internações <strong>em</strong>todas as unida<strong>de</strong>s <strong>hospitalar</strong>es do país, públicas e privadas, integrantes ou não doSUS, <strong>em</strong> âmbito nacional e pela Agência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Supl<strong>em</strong>entar, paramonitorar a re<strong>de</strong> assistencial informada pelas Operadoras <strong>de</strong> Plano <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.Vinte e nove dos quarenta hospitais selecionados aten<strong>de</strong>m tanto ao SUS quanto aosist<strong>em</strong>a supl<strong>em</strong>entar e terão dados apurados a partir do Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> InternaçãoHospitalar (SIH/AIH) e do CIH (Comunicação <strong>de</strong> Internação Hospitalar). Os <strong>de</strong>maisserão avaliados por um ou outro sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> informação, conforme ligadosexclusivamente ao sist<strong>em</strong>a público (10 hospitais) ou privado (01 hospital). Foramanalisadas as informações administrativas, constantes nas AIHs e CIHs, <strong>de</strong> 240.000internações, nos referidos hospitais, ocorridas no período entre janeiro <strong>de</strong> 2006 e<strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2007. 7/83


A padronização das taxas foi realizada para ida<strong>de</strong> e sexo. A intensida<strong>de</strong> (número egravida<strong>de</strong>) das doenças coexistentes constitui importante preditor <strong>de</strong> <strong>com</strong>plicações e<strong>de</strong> resultados <strong>de</strong>sfavoráveis. Os métodos <strong>de</strong> ajuste <strong>de</strong> risco que se <strong>base</strong>iam napresença <strong>de</strong> <strong>com</strong>orbida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser aplicados quando se dispõe apenas <strong>de</strong> dados<strong>de</strong> <strong>base</strong>s administrativos, pois, apesar <strong>de</strong> não conter<strong>em</strong> outras informações clínicas,s<strong>em</strong>pre fornec<strong>em</strong> informação diagnóstica. Contudo, sua utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<strong>com</strong>pletu<strong>de</strong> e precisão <strong>de</strong>ssas informações. Neste trabalho não foi incluído o ajuste<strong>de</strong> risco por <strong>com</strong>orbida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido a inconsistência e a ausência dos dadosinformados nas guias <strong>de</strong> alta utilizadas (AIH, CIH). 5Para verificar se as diferenças encontradas entre os dados <strong>de</strong> AIH (internaçõesocorridas no SUS) e CIH (internações particulares) são estatisticamentesignificativas, assim <strong>com</strong>o para <strong>com</strong>parar os resultados dos hospitais selecionados<strong>em</strong> São Paulo <strong>com</strong> os resultados dos hospitais americanos, avaliados pela AHRQ,foi utilizado o teste estatístico Qui-Quadrado. As limitações metodológicasencontradas são a inconstância no envio dos dados da CIH por alguns hospitais quenão cumpr<strong>em</strong> a periodicida<strong>de</strong> esperada, volumes reduzidos pela falta <strong>de</strong> informaçãonos bancos <strong>de</strong> dados e a falta <strong>de</strong> informações sobre <strong>com</strong>orbida<strong>de</strong>s que impe<strong>de</strong> arealização <strong>de</strong> um ajuste mais a<strong>de</strong>quado para <strong>com</strong>paração entre hospitais.ResultadosNos resultados dos <strong>indicadores</strong> <strong>de</strong> volume (IQI 1, IQI 2, IQI 4, IQI 5, IQI 6, IQI 7)observa-se, <strong>em</strong> primeira análise, a dispersão dos procedimentos por hospitais , ouseja , vários hospitais realizam o mesmo procedimento <strong>com</strong> um volume muito baixo,o que não favorece bons resultados, já que por <strong>de</strong>finição, <strong>em</strong> relação à qualida<strong>de</strong>,altos volumes estão associados a melhores resultados .Estes achados <strong>de</strong>v<strong>em</strong>chamar a atenção dos gestores e agentes reguladores <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, no sentido <strong>de</strong> umamelhor organização e distribuição da re<strong>de</strong> assistencial.Indicadores <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> tanto para condições clínicas, <strong>com</strong>o para procedimentoscirúrgicos inclu<strong>em</strong> situações para as quais a mortalida<strong>de</strong> t<strong>em</strong> variadosubstancialmente entre instituições e para as quais a evidência sugere que altastaxas po<strong>de</strong>m estar associadas a <strong>de</strong>ficiências na qualida<strong>de</strong> do cuidado¹.Nos resultados dos <strong>indicadores</strong> <strong>de</strong> performance, nas taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> porcondição clínica po<strong>de</strong>-se observar <strong>em</strong> todos eles (IQI 15, IQI 16, IQI 17, IQI 18, IQI20), exceto mortalida<strong>de</strong> por fratura <strong>de</strong> quadril (IQI 19), um <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho global doshospitais do Estado <strong>de</strong> São Paulo, muito inferior ao dos hospitais norte-americanos,quando <strong>com</strong>parados aos resultados dos mesmos <strong>indicadores</strong> divulgados pelaARHQ² (tabela I). O que <strong>de</strong>ve chamar a atenção dos gestores locais para umaavaliação cuidadosa <strong>de</strong>sta discrepância, pois <strong>de</strong>monstra uma qualida<strong>de</strong> assistencialmuito aquém da esperada. Vários fatores po<strong>de</strong>m contribuir para este resultado <strong>com</strong>o<strong>de</strong>spreparo dos profissionais da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, falta <strong>de</strong> estrutura das unida<strong>de</strong>s<strong>hospitalar</strong>es, dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso da população aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da re<strong>de</strong>primária, levando a uma maior hospitalização e conseqüent<strong>em</strong>ente uma piorcondição no estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Estas análises preliminares necessitam <strong>de</strong> maiores<strong>estudo</strong>s, levando-se <strong>em</strong> conta os ajustes <strong>de</strong> risco para <strong>com</strong>orbida<strong>de</strong>s,/84


disponibilida<strong>de</strong> dos dados administrativos mais <strong>com</strong>pletos, <strong>com</strong> melhorpreenchimento das guias <strong>hospitalar</strong>es <strong>de</strong> alta. Outra discrepância que <strong>de</strong>ve sersalientada nos resultados dos <strong>indicadores</strong> <strong>de</strong> performance por condições clínicas é adiferença no <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>hospitalar</strong> segundo a fonte pagadora (SUS/AIH versusnão SUS/CIH) (tabela II).Nos resultados das taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> por procedimentos cirúrgicos observou-seas mesmas discrepâncias nos resultados encontrados nos <strong>indicadores</strong> clínicos,quando <strong>com</strong>parado o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho global dos hospitais do estado <strong>de</strong> São Paulo eos hospitais norte-americanos e entre o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho no SUS e da saú<strong>de</strong>supl<strong>em</strong>entar. Acrescentando apenas o fato <strong>de</strong> que os procedimentos realizados <strong>com</strong>menor volume (IQI 8 e IQI 9) , dificultam os cálculos das taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>.Indicadores <strong>de</strong> utilização examinam procedimentos cuja realização variasignificativamente entre instituições e para os quais há questionamento a respeito <strong>de</strong>super, sub e má utilização². A taxa <strong>de</strong> utilização dos partos cesáreos foi muito maiornos hospitais <strong>de</strong> São Paulo, do que nos hospitais norte-americanos, e também maiorna saú<strong>de</strong> supl<strong>em</strong>entar do que no SUS, o que sugere uma superutilização <strong>de</strong>steprocedimento no estado <strong>de</strong> São Paulo, refletindo o que ocorre <strong>em</strong> outros estados doBrasil. Destaca-se que quando a fonte pagadora é particular, as taxas são aindamais altas, o que <strong>de</strong>ve chamar a atenção dos gestores e agentes reguladores paraesta discrepância, que po<strong>de</strong> significar oferta <strong>de</strong> cuidado ineficiente ou inapropriada,<strong>com</strong>o, por ex<strong>em</strong>plo, a falta <strong>de</strong> maternida<strong>de</strong>s <strong>com</strong> plantões <strong>de</strong> 24 horas e distorçõesna r<strong>em</strong>uneração por procedimento. Em relação às taxas <strong>de</strong> colecistectomiavi<strong>de</strong>olaparoscópica, observa-se uma baixa utilização <strong>de</strong>sta técnica nos hospitais <strong>de</strong>São Paulo, <strong>em</strong> relação aos norte-americanos e, menor utilização no SUS do que nasaú<strong>de</strong> supl<strong>em</strong>entar, o que fala a favor <strong>de</strong> uma menor disponibilida<strong>de</strong> da tecnologia e<strong>de</strong> profissionais qualificados para realização do procedimento on<strong>de</strong> este é menosutilizado.TABELA I – ANÁLISE COMPARADA DOS RESULTADOS DOS INDICADORES DE QUALIDADEDE 40 HOSPITAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO COM OS DADOS HOSPITALARES NORTE-AMERICANOS - BRASIL, 2007Min Máx Mediana Média ARCH*INDICADORES DE VOLUMEVolume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Ressecção Esofagiana 1 28 3 7 4Volume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Ressecção Pancreática 1 45 5 8 8Volume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Reparo <strong>de</strong> Aneurisma <strong>de</strong> Aorta 1 74 8 14 39VolumeAbdominal<strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Revascularização Miocárdica 13 3796 123 364 308Volume <strong>de</strong> Angioplastias Coronarianas Transluminais 1 1833 244 450 790PercutâneasVolume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Endarterectomia <strong>de</strong> Carótida 1 47 9 14 128TAXA DE MORTALIDADE - CLÍNICOTx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Enfarto Agudo do Miocárdio 0 57,14 13,06 15,71 8,44Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Insuficiênçcia Cardíaca Congestiva 0 25 13,29 13,85 4,13Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Aci<strong>de</strong>nte Vascular Encefálico 0 66,67 17,06 21,09 11,18Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por H<strong>em</strong>orragia Digestiva 0 50 8,95 10,69 2,75Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Fratura <strong>de</strong> Quadril 0 15,38 3,46 4,33 3,01Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Pneumonia 0 40 18,3 17,64 5,49/85


TAXA DE MORTALIDADE - PROCEDIMENTOTx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Ressecção Esofagica 0 100 0 19,35 8,38Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Ressecção Pancreática 0 100 7,92 19,69 5,36Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Reparação <strong>de</strong> Aneurisma <strong>de</strong> Aorta 0 100 18,6 30,14 6,19TxAbdominal<strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Revascularização Miocárdica 0 19,66 6,46 8 3,07Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Angioplastia Coronariana 0 4,38 2,14 1,9 1,21Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Endarterectomia <strong>de</strong> Carótida 0 20 0 2,03 0,66Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Craniotomia 0 100 12,12 20,69 7,5Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> <strong>em</strong> Cirurgia <strong>de</strong> Prótese <strong>de</strong> Quadril 0 25 0 2,32 0,23INDICADORES DE UTILIZAÇÃOTx <strong>de</strong> Parto Cesáreo 25,81 89,47 41,87 45,81 26,56Tx <strong>de</strong> Colecistectomia Laparoscópica 0 92,59 25,81 29,61 77,41Fonte: Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), Comunicação <strong>de</strong> AutorizaçãoHospitalar (CIH/MS) e *Nationwi<strong>de</strong> Inpatient Sample (2004) –Taxas por 100 pacientes.TABELA II – ANÁLISE COMPARADA DOS RESULTADOS DOS INDICADORES DE QUALIDADEDE 40 HOSPITAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO DE ACORDO COM A FONTE PAGADORABRASIL, 2007Dados <strong>de</strong> 2007 - AIH + CIH - taxas brutas AIH CIHMin Máx Mediana Média Min Máx Mediana MédiaINDICADORES DE VOLUMEVolume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Ressecção Esofagiana 1 28 3 7 1 4 1 2Volume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Ressecção Pancreática 1 45 5 8 1 12 1 2Volume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Reparo <strong>de</strong> Aneurisma <strong>de</strong> Aorta 1 74 9 14 1 23 2 5Volume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Revascularização Miocárdica 35 3340 109 332 1 456 15 60Volume <strong>de</strong> Angioplastias Coronarianas 84 1524 270 451 1 373 11 55Volume <strong>de</strong> Cirurgias <strong>de</strong> Endarterectomia <strong>de</strong> Carótida 1 47 9 12 1 15 3 5TAXA DE MORTALIDADE - CLÍNICOTx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Enfarto Agudo do Miocárdio 0,00 57,14 13,44 12,21 0,00 28,57 7,50 8,63Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Insuficiênçcia Cardíaca Congestiva 0,00 50,00 13,73 15,19 0,00 16,67 6,40 4,94Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Aci<strong>de</strong>nte Vascular Encefálico 0,00 66,67 19,28 18,77 0,00 50,00 7,14 10,37Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por H<strong>em</strong>orragia Digestiva 0,00 100,0 9,28 9,57 0,00 10,71 0,00 5,02Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Fratura <strong>de</strong> Quadril 0,00 15,38 2,91 3,25 0,00 66,67 0,00 6,71Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Pneumonia 0,00 40,00 18,54 19,65 0,00 33,33 8,85 11,07TAXA DE MORTALIDADE - PROCEDIMENTOTx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Ressecção Esofagica 0,00 100,0 0,00 20,59 0,00 0,00 0,00 0,00Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Ressecção Pancreática 0,00 66,67 7,08 11,56 0,00 100,0 100,0 25,00Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Reparação <strong>de</strong> Aneurisma <strong>de</strong> Aorta 0,00 100,0 21,92 24,33 0,00 33,33 0,00 22,22Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Revascularização Miocárdica 2,38 20,18 7,35 6,28 0,00 100,0 0,94 4,24Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Angioplastia Coronariana 0,00 4,44 2,22 2,14 0,00 5,56 0,00 1,18Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Endarterectomia <strong>de</strong> CarótidaTx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por Craniotomia 0,00 100,0 6,02 7,54 0,00 100,0 0,00 11,36Tx <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> <strong>em</strong> Cirurgia <strong>de</strong> Prótese <strong>de</strong> Quadril 0,00 25,00 0,00 2,15 0,00 0,00 0,00 0,00INDICADORES DE UTILIZAÇÃOTx <strong>de</strong> Parto Cesáreo 25,43 66,02 39,41 39,80 25,00 100,0 87,40 89,03Tx <strong>de</strong> Colecistectomia Laparoscópica 0,00 81,56 13,31 35,09 0,00 100,0 25,12 45,39Fonte: Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e Comunicação <strong>de</strong> AutorizaçãoHospitalar (CIH/MS)/86


ConclusãoGran<strong>de</strong>s bancos <strong>de</strong> dados administrativos vêm sendo cada vez mais <strong>em</strong>pregados naavaliação do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Esses bancos possu<strong>em</strong>vantagens e <strong>de</strong>svantagens, sendo a reduzida disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados clínicos dospacientes uma das importantes <strong>de</strong>svantagens, na medida <strong>em</strong> que restringe onúmero <strong>de</strong> variáveis <strong>de</strong> risco a ser<strong>em</strong> <strong>com</strong>putadas para o ajuste <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong><strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho 8 .Variações nos resultados obtidos por diferentes hospitais <strong>em</strong> <strong>indicadores</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho não <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser analisados isoladamente, mas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> sim serexplicados por um conjunto <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos que envolv<strong>em</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a variação daqualida<strong>de</strong> do dado, diferenças nas características dos pacientes a variações reais naqualida<strong>de</strong> do cuidado provido pelo prestador. Para os <strong>indicadores</strong> <strong>de</strong> resultado<strong>base</strong>ados <strong>em</strong> diagnósticos específicos ser<strong>em</strong> úteis na <strong>com</strong>paração da qualida<strong>de</strong> daassistência <strong>hospitalar</strong>, as variações observadas entre as unida<strong>de</strong>s <strong>hospitalar</strong>espo<strong>de</strong>m ser divididas entre aquelas <strong>de</strong>vidas a variação sist<strong>em</strong>ática (refletindovariações reais da qualida<strong>de</strong> da atenção) e aquelas <strong>de</strong>vidas ao efeito do perfil <strong>de</strong>casos atendidos, erros na mensuração dos <strong>indicadores</strong> ou uso <strong>de</strong> métodosestatísticos inapropriados 9 .Apesar <strong>de</strong> as informações <strong>base</strong>adas <strong>em</strong> dados administrativos não ser<strong>em</strong><strong>de</strong>finitivas, o ex<strong>em</strong>plo norte-americano nos mostra que as mesmas po<strong>de</strong>m serusadas para sinalizar probl<strong>em</strong>as potenciais <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, permitindo a revisão doprocesso <strong>de</strong> trabalho e o <strong>estudo</strong> da efetivida<strong>de</strong> das intervenções.As diferenças encontradas nos resultados dos <strong>indicadores</strong> entre os hospitais, entreos pacientes divididos por fonte <strong>de</strong> pagamento (SUS X Saú<strong>de</strong> Supl<strong>em</strong>entar) e entreo <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho global dos hospitais representando o Estado <strong>de</strong> São Paulo e o<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho global norte-americano apontam para uma diferença estatisticamentesignificativa na qualida<strong>de</strong> da assistência entre estes, o que chama a atenção para osgestores e os órgãos reguladores e <strong>de</strong>v<strong>em</strong> influenciar nas futuras intervenções noâmbito do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.1.AHRQ. Agency for Healthcare Research and Quality. Gui<strong>de</strong> to Inpatient Quality Indicators:Quality of Care in Hospitals. Volume, Mortality, and Utilization. Department of Health andHuman Services. Disponível <strong>em</strong>: http://www.qualityindicators.ahrq.gov (acesso <strong>em</strong>11/09/2008).2.Marinho A. Hospitais Universitários: <strong>indicadores</strong> <strong>de</strong> utilização e análise <strong>de</strong> eficiência. Textopara Discussão/IPEA. Rio <strong>de</strong> Janeiro, n. 833, 2001.3.Lobo MSC, Bloch KV, Fiszman R, Oliveira MR, Ribeiro VJP. Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informações dosHospitais Universitários (SIHUF/MEC): um banco <strong>de</strong> dados administrativo. Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Coletiva 2006, 14 (1): 149 – 162./87


4. Klück MM, Metodologia para Ajuste <strong>de</strong> Indicadores <strong>de</strong> Desfechos Hospitalares por RiscoPrévio do Paciente , Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul , Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação <strong>em</strong> Epi<strong>de</strong>miologia, <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2004.5.Scott I, Youl<strong>de</strong>n D, Coory M. Are diagnosis specific out<strong>com</strong>e indicators <strong>base</strong>d onadministrative data useful in assessing quality of hospital care? Qual Saf Health Care 2004,13:32–39.6. Teixeira-Pinto A, Normand S-L. Statistical Methodology for Classifying Units on the Basisof Multiple Related Measures. Stat Med 2008, 27(9): 1329–1350.7. Bittar OJNV, Neto BAB , Magalhães A, et. Al. Hospitais <strong>de</strong> Ensino no Estado <strong>de</strong> SãoPaulo 2007.SES <strong>de</strong> São Paulo , Assessoria <strong>de</strong> Hospitais <strong>de</strong> Ensino.8. Martins M, Travassos C, Noronha JC, Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informações Hospitalares <strong>com</strong>o ajuste<strong>de</strong> risco <strong>em</strong> índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho, Rev Saú<strong>de</strong> Pública 2001;35(2):185-192.9.Luce JM, Thiel GD, Holland MR, et al. Use of risk-adjusted out<strong>com</strong>e data for qualityimprov<strong>em</strong>ent by public hospitals. West J Med 1996, 164:410–4./88

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