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mapa da produção acadêmica

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Lauro Mattei


MDABrasília – 2006


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAPresidente <strong>da</strong> RepúblicaMIGUEL SOLDATELLI ROSSETTOMinistro de Estadodo Desenvolvimento AgrárioGUILHERME CASSELSecretário-executivo do Ministériodo Desenvolvimento AgrárioROLF HACKBARTPresidente do Instituto Nacionalde Colonização e Reforma AgráriaVALTER BIANCHINISecretário de Agricultura FamiliarEUGÊNIO PEIXOTOSecretário de Reordenamento AgrárioJOSÉ HUMBERTO OLIVEIRASecretário de DesenvolvimentoTerritorialCAIO GALVÃO DE FRANÇACoordenador-geral do Núcleode Estudos Agráriose Desenvolvimento RuralNEAD Estudos 12Copyright © 2006 by MDAProjeto gráfico, capa e diagramaçãoRibamar Fonseca | Supernova designRevisão e preparação de originaisAna Maria CostaFoto capa: Ubirajara MachadoMinistério do Desenvolvimento Agráriowww.m<strong>da</strong>.gov.brNúcleo de Estudos Agráriose Desenvolvimento Rural (Nead)SCN, Quadra 1, Bloco C, Ed. Trade Center,5º an<strong>da</strong>r, sala 506CEP 70711-902Brasília/DFTelefone: (61) 3328 8661www.nead.org.brPCT MDA/IICA – Apoio às Políticase à Participação Social no DesenvolvimentoRural SustentávelADRIANA LUCINDA LOPESCoordenadora-executiva do Núcleode Estudos Agráriose Desenvolvimento RuralM435pMattei, Lauro.Pronaf 10 anos : <strong>mapa</strong> <strong>da</strong> produção acadêmica /Lauro Mattei. -- Brasília : MDA, 2006.202 p. ; 28 x 21 cm. -- (NEAD Estudos ; 12).1. Pronaf – bibliografia – Brasil. 2. Política pública –Brasil. 3. Agricultura familiar. I. Título. II. MDA. III. Série.CDD 320.60161734


Lauro MatteiMDABrasília – 2006


Apresentação6Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


Como podemos medir a relevância de uma determina<strong>da</strong> política pública?Tal pergunta pode suscitar inúmeras respostas: podemos pensarno número de pessoas que essa política alcança, nos impactos queela produz, seja na vi<strong>da</strong> de seus beneficiários, na economia, no meioambiente, na sua contribuição para o desenvolvimento do país. Podemospensar também no volume de recursos que é destinado à política,no grau de organização do seu aparato legal, no conhecimentoque o público em geral tem dela, na diversi<strong>da</strong>de de instituições envolvi<strong>da</strong>sna sua implementação.E podemos perceber a relevância de uma política também de umamaneira um tanto quanto indireta, pelo volume e quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> produçãoacadêmica que a analisa. Maneira esta particularmente interessante,pois reflete a existência de uma preocupação e um acúmuloprévio existentes sobre o objeto <strong>da</strong> política. Melhor ain<strong>da</strong>, porque emgeral esta produção questiona a política sob diversos ângulos, adotao olhar de distintos atores, traz à tona informações importantes, identificaimpactos, revela problemas a serem tratados.Ao celebrar dez anos do Pronaf vemos com orgulho que, sob muitosaspectos, o Pronaf é um programa de eleva<strong>da</strong> relevância, como mérito de aliar desenvolvimento econômico à inclusão social. Umprograma que hoje atende a dois milhões de agricultores familiaresem literalmente todo o país (são 5.360 municípios) e com dez bilhõesde reais disponibilizados na safra atual.Neste ano comemoramos um passo muito significativo para o reconhecimento<strong>da</strong> agricultura familiar como segmento produtivo, coma aprovação <strong>da</strong> Lei <strong>da</strong> Agricultura Familiar, sanciona<strong>da</strong> pelo presidenteLula em julho deste ano. A lei consoli<strong>da</strong> institucionalmente oprograma, fazendo <strong>da</strong> existência de políticas específicas para agriculturafamiliar um caminho sem volta, o que de to<strong>da</strong> forma já nãoera mais possível. O Pronaf em seus dez anos conseguiu um graude enraizamento tão profundo que já faz parte do cálculo cotidiano<strong>da</strong>s famílias, de extensionistas, agentes financeiros, movimentossociais. Atores essenciais para o desempenho do programa e que aca<strong>da</strong> ano discutem e renovam o Pronaf, facilitando o acesso a novasfamílias, aperfeiçoamento o seu modo de funcionamento, trazendonovas linhas de ação.7


Embora a dimensão e importância do Pronaf já fossem reconheci<strong>da</strong>s,foi com grande surpresa que constatamos o quanto a academiabrasileira tem produzido sobre o Pronaf. Quando propusemos a realizaçãodeste levantamento pensávamos em buscar nesta literaturaum conjunto de análises que contribuíssem para nossas reflexões sobreos caminhos do programa. Este trabalho de levantamento, soberbamenterealizado pelo professor Lauro Mattei, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>deFederal de Santa Catarina, nos revelou um conjunto surpreendentede trabalhos, tanto pelo número, quanto pela distribuição geográfica<strong>da</strong> produção e pela diversi<strong>da</strong>de de aspectos do programa que foramabor<strong>da</strong>dos.Agradecemos ao professor Mattei não apenas pelo dedicado trabalhona garimpagem e organização <strong>da</strong>s produções, mas principalmentepela primorosa síntese que realizou. Nós, gestores <strong>da</strong> política, indubitavelmenterecebemos muito mais do que pedimos. Não apenasnós, mas todos aqueles que têm interesse no Pronaf, vão se beneficiardo trabalho. Os estudiosos do programa podem ficar particularmentefelizes, porque terão agora, à sua disposição, uma rica literatura,todinha organiza<strong>da</strong>.Esperamos que este trabalho continue a estimular a produção acadêmicae o debate sobre Pronaf por parte <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de brasileira. Essacontribuição é, sem dúvi<strong>da</strong>, mais um tijolo na permanente construçãodo desenvolvimento rural sustentável e fortalecimento <strong>da</strong> agriculturafamiliarValter Bianchini,novembro de 20068Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


Sumário10Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


Introdução 12I – Mapa dos estudos sobre o Pronaf no Brasil 20II – Os estudos e suas principais linhas temáticas 302.1 – Artigos científi cos e suas áreas temáticas 312.2 – Dissertações e teses e suas áreas temáticas 362.3 – Relatórios de pesquisas e suas áreas temáticas 39III – Identificando aspectos centrais <strong>da</strong>s análises e Avaliaçõesdo programa por linhas temáticas 443.1 – Pronaf crédito rural 453.2 – Pronaf participação e gestão social 483.3 – Pronaf infra-estrutura e serviços municipais 503.4 – Pronaf avaliações gerais 51IV – Considerações finais 544.1 – Principais avanços identifi cados pelos estudos 564.2 – Principais limites do programa apontados pelos estudos 58V – Referências 62VI – Catálogo temático do conjunto de estudos 826.1 – Artigos acadêmicos 836.1.1 – Pronaf instituições 836.1.2 – Pronaf participação e gestão social 856.1.3 – Pronaf crédito e fi nanciamento 876.1.4 – Pronaf infra-estrutura e serviços 1056.1.5 – Pronaf mais de uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de 1096.1.6 – Pronaf avaliações do programa 1126.1.7 – Pronaf assuntos gerais 1266.2 – Teses e dissertações 1366.2.1 – Pronaf Instituições 1366.2.2 – Pronaf participação e gestão social 1386.2.3 – Pronaf crédito e fi nanciamento 1416.2.4 – Pronaf infra-estrutura e serviços 1496.2.5 – Pronaf mais de uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de 1536.2.6 – Pronaf avaliações do programa 1546.2.7 – Pronaf assuntos gerais 1626.3 – Relatórios de pesquisas 1726.3.1 – Pronaf Instituições 1726.3.2 – Pronaf participação e gestão social 1746.3.3 – Pronaf crédito e fi nanciamento 1776.3.4 – Pronaf Infra-estrutura e Serviços 1806.3.5 – Pronaf avaliações do programa 18511


Introdução12Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


Durante o processo de modernização <strong>da</strong> agricultura brasileira, as políticaspúblicas para a área rural, em especial a política agrícola, privilegiaramos setores mais capitalizados e a esfera produtiva <strong>da</strong>s commoditiesvolta<strong>da</strong>s ao mercado internacional, com o objetivo de fazerfrente aos desequilíbrios <strong>da</strong> balança comercial do país. Para o setor <strong>da</strong>produção familiar, o resultado dessas políticas foi altamente negativo,uma vez que grande parte desse segmento ficou à margem dos benefíciosoferecidos pela política agrícola, sobretudo nos itens relativosao crédito rural, aos preços mínimos e ao seguro <strong>da</strong> produção.De um modo geral, pode-se dizer que até o início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990não existia nenhum tipo de política pública, com abrangência nacional,volta<strong>da</strong> ao atendimento <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des específicas do segmentosocial de agricultores familiares, o qual era caracterizado de modomeramente instrumental e bastante impreciso no âmbito <strong>da</strong> burocraciaestatal brasileira.Com a promulgação <strong>da</strong> Constituição de 1988, ocorreu um reordenamentodo Estado brasileiro. Ao se primar mais pela descentralização<strong>da</strong>s ações estatais, introduziram-se mecanismos de gestão social <strong>da</strong>spolíticas públicas, visando democratizar o acesso dos beneficiáriosaos recursos públicos. Em grande medi<strong>da</strong>, esse movimento conduziua um aumento crescente dos conselhos gestores, tanto de políticassetoriais como <strong>da</strong>s políticas gerais de desenvolvimento nas esferasfederal, estaduais e municipais.Neste cenário foi criado, em 1996, o Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf), para atender a uma antigareivindicação <strong>da</strong>s organizações dos trabalhadores rurais, as quaisdeman<strong>da</strong>vam a formulação e a implantação de políticas de desenvolvimentorural específicas para o maior segmento <strong>da</strong> agriculturabrasileira, porém, o mais fragilizado em termos de capaci<strong>da</strong>de técnicae de inserção nos mercados agropecuários. Deve-se ressaltar queneste processo os atores sociais rurais, através de suas organizaçõese de suas lutas, desempenharam um papel decisivo na implantaçãodo programa, considerado uma bandeira histórica dos trabalhadoresrurais, pois permitiria a estes o acesso aos diversos serviços oferecidospelo sistema financeiro nacional, até então negligenciados aosagricultores familiares.13


Assim, a criação do Pronaf representa a legitimação, por parte doEstado, de uma nova categoria social – os agricultores familiares –que até então era praticamente marginaliza<strong>da</strong> em termos de acessoaos benefícios <strong>da</strong> política agrícola, bem como designa<strong>da</strong> por termoscomo pequenos produtores, produtores familiares, produtores debaixa ren<strong>da</strong> ou agricultores de subsistência.Em outra passagem (Mattei, 2001) destacamos os fatores que durante adéca<strong>da</strong> de 1990 foram decisivos para mu<strong>da</strong>r os rumos <strong>da</strong>s políticas dedesenvolvimento rural. Por um lado, o movimento sindical dos trabalhadoresrurais ligados à Confederação Nacional dos Trabalhadores<strong>da</strong> Agricultura (Contag) e ao Departamento Nacional de TrabalhadoresRurais <strong>da</strong> Central Única dos Trabalhadores (DNTR/CUT), passoua direcionar suas reivindicações e lutas para a chama<strong>da</strong> “reconversãoe reestruturação produtiva” dos agricultores familiares, que seriamafetados pelo processo de abertura <strong>da</strong> economia. Com isso, as reivindicaçõesdos trabalhadores rurais, que já haviam começado a ter vozna Constituição de 1988, ganharam destaque nas “Jorna<strong>da</strong>s Nacionaisde Luta” <strong>da</strong> primeira metade <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990 e que, a partir de1995, passaram a ser denomina<strong>da</strong>s de “Grito <strong>da</strong> Terra Brasil.” 1Por outro lado, os estudos realizados conjuntamente pela FAO/Incra 2definem com maior precisão conceitual a agricultura familiar e, maisain<strong>da</strong>, estabelecem um conjunto de diretrizes que deveriam norteara formulação de políticas públicas adequa<strong>da</strong>s às especifici<strong>da</strong>des dosgrupos de agricultores familiares. É amplamente conhecido que essesestudos serviram de base para as primeiras formulações do Pronaf.Em 1994, em conseqüência <strong>da</strong>s reivindicações dos agricultores familiaresacima cita<strong>da</strong>s, o governo Itamar Franco criou o Programade Valorização <strong>da</strong> Pequena Produção Rural (Provap), que operavabasicamente com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento1 Essas “Jorna<strong>da</strong>s” eram organiza<strong>da</strong>s, no início, pela Contag, CUT Rurale o Movimento dos Sem-Terra (MST), e contavam com a participação de todos osdemais movimentos sociais rurais2 FAO/Incra, 1994a. Diretrizes de política agrária e desenvolvimento sustentávelpara a pequena produção familiar. Brasília, FAO/Incra, 98 p.FAO/Incra, 1994b. Diretrizes de política agrária e desenvolvimento. Brasília, FAO/Incra, Versão resumi<strong>da</strong> do relatório final do projeto UTF/BRA/036, 24 p.14Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


Econômico e Social (BNDES). O Provap seria o embrião <strong>da</strong> primeirae mais importante política pública cria<strong>da</strong> dois anos mais tarde e destina<strong>da</strong>aos agricultores familiares. Cabe frisar que, embora o Provaptenha tido resultados pífios do ponto de vista dos recursos aportadospara os agricultores, sua importância consiste na transição que ali seinicia em direção a uma política pública diferencia<strong>da</strong> por categoriasde produtores rurais. Deve-se lembrar que até esta <strong>da</strong>ta os pequenosagricultores eram enquadrados pelas normas do Manual de CréditoRural como “míni e pequenos produtores”, levando-os a disputarrecursos com os grandes proprietários, que historicamente foram osprincipais tomadores do crédito destinado à agricultura.A partir de 1995, já no governo Fernando Henrique Cardoso, o PRO-VAP foi totalmente reformulado, tanto em termos de concepção comoem sua área de abrangência. Essas modificações deram origem aoPronaf, em 1996, cuja institucionalização ocorreu através do decretoPresidencial nº1.946, <strong>da</strong>tado de 28.07.96. Desse ano em diante, o programatem se firmado como a principal política pública do GovernoFederal para apoiar os agricultores familiares. Deve-se registrar, noentanto, que, em 1996, apenas as ações relativas ao crédito de custeioforam implementa<strong>da</strong>s e que, a ampliação do programa para as áreasde investimentos, infra-estrutura e serviços municipais, capacitação epesquisa, só ocorreu a partir de 1997, quando o Pronaf ganhou maiordimensão e passou a operar de forma integra<strong>da</strong> em todo territórionacional.Do ponto de vista operacional, o Pronaf concentra-se em quatro grandeslinhas de atuação, a saber: a) Financiamento <strong>da</strong> produção: o programadestina anualmente recursos para custeio e investimento, financiandoativi<strong>da</strong>des produtivas rurais em praticamente todos os municípios dopaís; b) financiamento de infra-estrutura e serviços municipais: apoiofinanceiro aos municípios de to<strong>da</strong>s as regiões do país para a realizaçãode obras de infra-estrutura e serviços básicos; c) capacitação e profissionalizaçãodos agricultores familiares: promoção de cursos e treinamentosaos agricultores familiares, conselheiros municipais e equipestécnicas responsáveis pela implementação de políticas de desenvolvimentorural; d) financiamento <strong>da</strong> pesquisa e extensão rural: destinaçãode recursos financeiros para a geração e transferência de tecnologiaspara os agricultores familiares. Obviamente que o desenho inicial <strong>da</strong>15


política está sendo modificado e aprimorado constantemente, visando<strong>da</strong>r maior consistência e amplitude ao programa.A mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de denomina<strong>da</strong> Financiamento <strong>da</strong> Produção – quecomporta os recursos para custeio e investimentos – está volta<strong>da</strong>ao apoio financeiro dos agricultores familiares, segundo cinco categoriasde beneficiários. 3 Essa categorização decorreu <strong>da</strong> publicaçãode um estudo realizado no âmbito do convênio FAO/Incra, 4 em1999, que identificou distintos grupos de agricultores familiares, deacordo com o nível <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> bruta familiar anual. Essa classificaçãodiferencia<strong>da</strong> dos agricultores permitiu que as regras de financiamentosfossem mais adequa<strong>da</strong>s à reali<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> segmento social,sendo que os encargos financeiros e os rebates visam auxiliarmelhor aquelas parcelas com menores faixas de ren<strong>da</strong> e em maioresdificul<strong>da</strong>des produtivas.Em dez anos, o Pronaf se transformou em uma alternativa concretapara diversos segmentos <strong>da</strong> agricultura familiar brasileira. A evoluçãodo programa nas últimas safras agrícolas esteve fortementeatrela<strong>da</strong> à disponibili<strong>da</strong>de de crédito em suas diferentes mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des,que passou a ser o carro-chefe deste tipo de política agrícola. Nacurta trajetória do programa foram promovi<strong>da</strong>s diversas mu<strong>da</strong>nçasinstitucionais que ampliaram a capilari<strong>da</strong>de deste tipo de política pública,tanto nacional como regionalmente, verificando-se um aumentodos contratos efetuados, do volume de recursos utilizado e <strong>da</strong>sprincipais categorias de agricultores beneficia<strong>da</strong>s.Ao longo desse período foram produzidos diversos tipos de análisese avaliações do programa em várias partes do país. Em comemoraçãoao primeiro decênio de vi<strong>da</strong> desta nova política pública, o MDA, pormeio <strong>da</strong> SAF, propôs a organização de um catálogo <strong>da</strong>s publicaçõesreferentes ao Pronaf, como forma de sistematizar um conhecimento3 Essas categorias de beneficiários foram defini<strong>da</strong>s pela resolução 2.629, de10.08.1999, a qual passou a integrar as normas gerais do Manual de Crédito Rural,defini<strong>da</strong>s no capítulo 10.4 Um primeiro estudo <strong>da</strong> FAO/Incra (1994) já havido sido realizado em 1994,constituindo-se em importante referencial para classificação quantitativa dos estabelecimentosconsiderados familiares. Foi a partir desses trabalhos que nasceu aseparação entre agricultores patronais e familiares.16Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


que existe, mas que está disperso em diversas publicações nas distintasinstituições de pesquisa e de ensino do país.Nesse sentido, o estudo que está sendo apresentado no momento deriva<strong>da</strong> busca de acervos bibliográficos disponíveis na Internet, consultasàs bibliotecas de universi<strong>da</strong>des e coleta de trabalhos em anaisde congressos científicos que tratam <strong>da</strong> temática do desenvolvimentorural e <strong>da</strong>s políticas públicas. Além disso, consultamos o banco deteses e o portal de periódicos <strong>da</strong> Coordenação de Aperfeiçoamentode Pessoal de Nível Superior (Capes), sítios de associações científicas,como é o caso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e Sociologia Rural(Sober), Associação Nacional dos Centros de Pós-graduação emEconomia (Anpec), Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisaem Ciências Sociais (Anpocs) e Socie<strong>da</strong>de Brasileira de EconomiaPolítica (SEP), bem como contatos com instituições de pesquisa rurale organizações não-governamentais.Inicialmente adotamos alguns critérios para selecionar os materiais,sendo que trabalhos científicos apresentados em congressos, trabalhospublicados em periódicos, dissertações de mestrado e teses dedoutorado foram imediatamente sistematiza<strong>da</strong>s. Posteriormente, outrostrabalhos, quando não possuíam o mesmo rigor científico, foramanalisados e incorporados à medi<strong>da</strong> que traziam alguma contribuiçãoanalítica sobre o programa. Já os relatórios de pesquisas existentes foramtodos catalogados, considerando-se que são trabalhos que estãodisponíveis e circulam entre os agentes de desenvolvimento rural.Desta forma, o mapeamento de todo o acervo bibliográfico sobre oprograma foi formado a partir de três grupos temáticos de publicações,a saber: dissertações de mestrado e teses de doutorado; artigoscientíficos apresentados em congressos e artigos publicados emperiódicos; e relatórios técnicos de pesquisas. Obviamente que nestaetapa foram descartados alguns trabalhos que, a despeito de suaquali<strong>da</strong>de e de possíveis correlações com o tema, não se adequavamprecisamente aos objetivos deste mapeamento.Após a coleta de todos os materiais disponíveis dos três grupos depublicações, os mesmos foram sistematizados a partir de linhas temáticasque mais se relacionam com as ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s17


pelo programa. Neste caso, adotou-se como parâmetro classificatórioa separação dos documentos em sete linhas temáticas: crédito efinanciamento <strong>da</strong> produção; participação e gestão social; instituições;infra-estrutura e serviços; avaliações do programa; estudos sobremais de uma linha temática relativa ao programa; e assuntos gerais.Devido ao grande número de trabalhos encontrados, esta opção facilitoua organização dos materiais, especialmente dos artigos científicos.Mesmo assim, muitos trabalhos acabaram ficando classificadoscomo “assuntos gerais”, uma vez que não se identificou claramenteuma <strong>da</strong>s linhas temáticas específicas anteriormente menciona<strong>da</strong>s.Finalmente, deve-se registrar que a dimensão deste trabalho não étotalmente precisa, tendo em vista que muitos estudos realizados nosúltimos períodos ain<strong>da</strong> não estão disponíveis ou estão com sua circulaçãorestrita. Decorre <strong>da</strong>í o seu caráter preliminar e exploratório,cujos resultados mais visíveis não fogem ao esboço de um primeiromapeamento <strong>da</strong> produção científica existente sobre o Pronaf, conformeveremos nos capítulos seguintes.18Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


IMapados estudossobre o Pronafno Brasil20Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


O levantamento geral identificou e catalogou 144 trabalhos técnicose científicos realizados pelos mais diversos pesquisadores e analistasde políticas públicas do país. Destaca-se a grande relevância <strong>da</strong> produçãoacadêmica sobre a breve história do programa, uma vez quedo total dos artigos elaborados (91), grande parte foi apresenta<strong>da</strong> emcongressos científicos de várias áreas técnicas, além de já terem sidodefendi<strong>da</strong>s 37 dissertações de mestrado e teses de doutorado sobreesta nova política pública.Esse conjunto de <strong>da</strong>dos revela a expressiva atenção acadêmica <strong>da</strong><strong>da</strong>a este tipo de política pública, considerando-se que o Pronaf tem apenasdez anos de existência. É exatamente essa pereni<strong>da</strong>de que fazdele um grande laboratório analítico e, ao mesmo tempo, o transformana grande novi<strong>da</strong>de como ação pública volta<strong>da</strong> à promoção demelhorias nas áreas rurais do país.O gráfico 1 apresenta to<strong>da</strong> a produção sobre o Pronaf de forma agrega<strong>da</strong>nacionalmente, de acordo com o tipo específico de produção.Assim, percebe-se que os artigos científicos predominam neste processo,uma vez que perfazem 63% de to<strong>da</strong> produção sistematiza<strong>da</strong>.As teses e dissertações respondem por 26% do material catalogado,enquanto os relatórios de pesquisa respondem pelo restante, ou seja,11% do total dos estudos sistematizados.GRÁFICO 1 – Mapa <strong>da</strong>s Publicações10 20 40 60 80 100Artigos Científicos Teses e Dissertações Relatórios de PesquisaDo ponto de vista <strong>da</strong>s teses e dissertações deve-se registrar que, tendoem vista que este tipo de publicação é mais denso em termos de con-21


teúdo e de rigor científico, comparativamente aos artigos e tambémaos relatórios de pesquisa, nota-se que há uma expansão desse tipo depublicação, especialmente <strong>da</strong>s dissertações de mestrado, que respondempor quase 90% do grupo classificatório de material acadêmico.É importante registrar, ain<strong>da</strong>, que este tipo de publicação apresentaboa distribuição geográfica, uma vez que foram realizados estudos emdoze uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federação, seja de forma agrega<strong>da</strong> ou através casosespecíficos em algumas locali<strong>da</strong>des dessas uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federação.O gráfico 2 apresenta a distribuição temporal de to<strong>da</strong>s as publicaçõespor grupos e linhas temáticas, segundo os critérios classificatóriosdos materiais. Inicialmente deve-se registrar que a catalogação <strong>da</strong>spublicações referente a 2006 está limita<strong>da</strong> a agosto, o que explica a inflexãobrusca visualiza<strong>da</strong>. Além disso, o quesito “sem <strong>da</strong>ta” refere-sea alguns materiais que não possuem a <strong>da</strong>ta exata de sua elaboração.Em termos <strong>da</strong> produção agrega<strong>da</strong>, nota-se que a grande expansãoocorreu entre 2000 e 2003, sendo que este último foi o que apresentouo maior número de trabalhos produzidos (23) em todo o período deexistência do programa. Em parte isto se justifica pelo fato de que naquelemomento já se tinha grande quanti<strong>da</strong>de de elementos disponíveissobre a nova política pública. Mas deve-se considerar, também,que diversas contradições aponta<strong>da</strong>s pelos trabalhos foram sendoaperfeiçoa<strong>da</strong>s pelo programa, o que explica a redução de determinadostipos de publicações após o período acima mencionado.GRÁFICO 2 – Distribuição temporal <strong>da</strong>s publicações252015105019961997199819992000200120022003200420052006Sem <strong>da</strong>taTotal Artigos Teses e Dissertações Relatórios22Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


A distribuição temporal <strong>da</strong> produção é um pouco distinta entre osdiferentes grupos temáticos de materiais. Assim, nota-se que os artigoscientíficos vêm apresentando uma produção contínua e crescente,especialmente a partir de 2000, quando ocorreu uma contínuaexpansão de produção e publicação de artigos, com o auge atingidoem 2003, ano em que foram produzidos 14 artigos sobre o programa.Deve-se ressaltar que grande parte destes trabalhos foi apresenta<strong>da</strong>em congressos científicos, especialmente nos congressos promovidospela Sober. A tendência de expansão <strong>da</strong> produção de artigoscientíficos nos últimos anos demonstra o interesse que diversos setoresacadêmicos e para-acadêmicos vêm <strong>da</strong>ndo ao programa, aomesmo tempo em que indica a consoli<strong>da</strong>ção deste campo de investigaçãocientífica.Já as dissertações de mestrado e teses de doutorado apresentam umaprodução concentra<strong>da</strong> entre 2001 e 2004, período que responde por73% de todos os materiais catalogados nesse grupo temático. Registre-se,ain<strong>da</strong>, que o auge de produção deste tipo de estudos ocorreuem 2003, quando foram produzidos oito trabalhos científicos.Finalmente, os relatórios de pesquisa catalogados também apresentamuma concentração no tempo, sendo que parte deles correspondea 1998-1999 e outra parte a 2001-2003, sendo que neste último períodoforam registrados mais de 50% dos estudos sintetizados.O gráfico 3 apresenta a distribuição do conjunto <strong>da</strong>s publicações cataloga<strong>da</strong>spor grandes regiões do país, além <strong>da</strong>queles estudos cujadimensão abrange mais de uma região. Especificamente em relação aeste tipo de estudos, os documentos foram catalogados dessa formaporque normalmente são estudos sobre um determinado aspecto doprograma, crédito rural, por exemplo, que é discutido para o país. Noentanto, apenas 7% de to<strong>da</strong> produção cataloga<strong>da</strong> enquadra-se nessasituação. O restante foi possível distribuir precisamente nas demaisgrandes regiões geográficas.23


GRÁFICO 3 – Distribuição <strong>da</strong>s publicações por grandes regiões do País53%18%10%1%13%0%5%Nacional Sul Sudeste Centro-OesteNorte Nordeste Mais de uma regiãoEm termos regionais, observa-se que os estudos estão distribuídosquase que proporcionalmente entre duas regiões (Sul e Nordeste),com um ligeiro predomínio <strong>da</strong> primeira região, sendo que ambasrespondem por 72% de todo o material produzido. Na ver<strong>da</strong>de, ostrabalhos espelham bastante a inserção do programa nesses espaçosgeográficos, os quais concentram a grande maioria <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des familiaresde produção.Deve-se registrar que os trabalhos tiveram inicialmente uma maiorconcentração na região Sul, sendo expandidos posteriormente paraas demais regiões do país. Este comportamento, em parte, é explicadopela própria dinâmica do programa que teve, nos primeiros anos desua existência, forte concentração de ações e recursos na região Sul.Além disso, outros fatores também devem ter contribuído para quenos primeiros anos de implementação do programa os estudos se concentrassemmais no Sul. Uma hipótese é que nessa região já existiamgrandes articulações entre representações dos agricultores familiarese grupos de pesquisadores e estudiosos, devido aos movimentos emdefesa <strong>da</strong> agricultura familiar nos anos 1980, especialmente na questão<strong>da</strong> luta pelo crédito rural. Assim, quando a política pública reivindica<strong>da</strong>pelo segmento específico de produtores começa a ser implementa<strong>da</strong>,imediatamente surgem as primeiras análises técnicas <strong>da</strong> mesma.24Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


O gráfico 4 apresenta a distribuição <strong>da</strong>s publicações, segundo os grupostemáticos, pelas grandes regiões do país. Na região Sul nota-seum forte predomínio <strong>da</strong> produção de artigos científicos sobre os demaisgrupos, embora se ressalte que o número de teses e dissertações(sete) é bem expressivo, sendo menor a participação do grupo temáticorelativo aos relatórios de pesquisa.GRÁFICO 4 – Distribuição <strong>da</strong>s publicações dos grupos temáticos porgrandes regiões do País50454035302520151050Sul Sudeste Centro- Norte Nordeste Mais de NacionalOesteuma regiãoArtigos Científicos Teses e Dissertações Relatórios de PesquisaJá na região Nordeste observa-se que o número de teses e de artigosé muito semelhante, sendo pouco expressiva a participação do grupo“relatórios de pesquisas”.O gráfico 5 mostra a distribuição <strong>da</strong> produção agrega<strong>da</strong> pelas setelinhas temáticas adota<strong>da</strong>s na catalogação dos estudos. Ressalta-seque a linha “assuntos gerais” diz respeito aos trabalhos que não têmum assunto especificamente definido, mas que tratam de diversasdimensões do programa. As informações registra<strong>da</strong>s revelam umagrande tendência <strong>da</strong> produção acadêmica de se concentrar no quesitogeral “avaliações do programa”, sem especificar com mais detalhesos assuntos. Neste caso, nota-se certa disposição dos estudiososde focalizar suas atenções no conjunto dos itens que fazem parte doprograma, derivando <strong>da</strong>í uma análise geral <strong>da</strong> própria política públicade apoio à agricultura familiar. Desta forma, nessa linha temáticaforam catalogados 45 trabalhos, o que corresponde a 32% de tudo oque foi produzido no período considerado.25


No geral, essas avaliações procuram demonstrar, por um lado, a importânciadeste tipo de política pública para um setor que sempre foideixado à margem <strong>da</strong>s políticas de desenvolvimento rural do país e,por outro, apontam problemas e inconsistências <strong>da</strong> mesma. Registre-seque alguns trabalhos avançam no sentido de proposições quevisam aperfeiçoar o arcabouço geral do programa.Já do ponto de vista <strong>da</strong> linha temática relativa ao crédito as análisessão mais focaliza<strong>da</strong>s e precisas. Neste caso, foram sistematizados 38estudos que tratam especificamente do tema, como instrumento relevantede apoio às uni<strong>da</strong>des familiares de produção, além de serconsiderado uma importante forma de inclusão social, uma vez quepermite aos segmentos que fazem parte <strong>da</strong> agricultura familiar teracesso aos mercados de produtos e bens agrícolas, os quais eramproibitivos para uma parcela significativa de agricultores antes <strong>da</strong>existência do programa.Por sua vez, os estudos catalogados como “assuntos gerais” remetema um conjunto de temas relacionados à agricultura familiar comoinstrumento de promoção do desenvolvimento rural e, mais recentemente,do desenvolvimento territorial. Assim, nesta linha temáticaencontram-se trabalhos que vão desde o papel <strong>da</strong> agricultura familiarna promoção do desenvolvimento rural sustentável até trabalhosque analisam o Pronaf como uma política de combate à pobreza rural.Neste caso, a discussão de custos e benefícios aparece como umavariável relevante, em termos de políticas volta<strong>da</strong>s à promoção <strong>da</strong>sustentabili<strong>da</strong>de.26Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


GRÁFICO 5 – Distribuição <strong>da</strong>s publicações por linhas temáticas3%10%5%6%31%19%26%Pronaf: Avaliações do ProgramaPronaf Crédito e FinanciamentoPronaf InstituiçõesPronaf: Mais de uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>dePronaf: Assuntos GeraisPronaf: Participação e Gestão SocialPronaf: Infra-estrutura e ServiçosA linha temática infra-estrutura e serviços municipais é outra que mereceubastante atenção dos estudiosos, sendo constata<strong>da</strong> a existênciade 14 estudos específicos nesta esfera de intervenção do programa.Deve-se registrar, entretanto, que grande parte dos trabalhos abrangeo período entre 1997 (quando a linha entrou em funcionamento) e2003 (quando sofreu alterações e passou a fazer parte <strong>da</strong> política dedesenvolvimento territorial, com características diferentes <strong>da</strong>quelasque vinham sendo segui<strong>da</strong>s até aquele ano).Já a linha temática participação e gestão social também recebeu preocupaçãopor parte dos pesquisadores e estudiosos do programa, porémem menor amplitude, considerando-se que foram catalogadosapenas oito trabalhos sobre a mesma. Em parte, essas preocupaçõescom a temática dizem respeito aos mecanismos inovativos introduzidospela política pública. Em função disso, a maior parte dos trabalhosprocurou concentrar suas atenções sobre o funcionamento dessesmecanismos e a necessi<strong>da</strong>des de mu<strong>da</strong>nças e aperfeiçoamentos.Finalmente, a linha temática instituições, com um número bemmenor de trabalhos (sete), não deixou de receber atenção dos pesquisadores.Neste caso, deve-se registrar que o foco <strong>da</strong>s atençõesanalíticas recaiu sobre a inovação institucional do programa, especialmentenaqueles aspectos relativos ao funcionamento dos conse-27


lhos municipais de desenvolvimento rural, que passaram a ter umpapel decisivo na condução do programa.O gráfico 6 apresenta as mesmas publicações por linhas temáticas,segundo os três grupos temáticos gerais. Na linha “avaliações doprograma” nota-se que, dos 45 trabalhos catalogados nessa temática,26 são artigos científicos, enquanto 11 são dissertações e teses eoito são relatórios de pesquisa. Isso significa que o processo de avaliaçãogeral do programa está sendo contemplado pelos principaistipos de produção acadêmica.Já os trabalhos relativos à linha “crédito e financiamento <strong>da</strong> produção”(38) são classificados, em sua maioria, como artigos científicos,sendo poucas as teses e dissertações sobre o tema. Em parte, essecomportamento pode ser explicado pela lógica dos artigos, a qualnormalmente privilegia a análise <strong>da</strong>s informações disponibiliza<strong>da</strong>spelo próprio programa, especialmente no que diz respeito aos <strong>da</strong>dossobre operações de crédito de custeio e de investimento. Registre-seque esses dois tipos de operações atualmente se transformaram nocarro-chefe <strong>da</strong> política de apoio à agricultura familiar.GRÁFICO 6 – Distribuição <strong>da</strong>s publicações por linhas temáticas, segundoos 3 grupos temáticosPronaf: Assuntos GeraisPronaf: Avaliações do ProgramaPronaf: Mais de uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>dePronaf Infra-estrutura e ServiçosPronaf InstituiçõesPronaf Participação e Gestão SocialPronaf Crédito e Financiamento0 5 10 15 20 25 30Relatórios Teses e Dissertações Artigos CientíficosDo ponto de vista <strong>da</strong> linha “infra-estrutura e serviços municipais”,nota-se que há uma melhor distribuição dos trabalhos entre os trêsgrupos temáticos, ou seja, neste caso verifica-se maior presença <strong>da</strong>steses e dissertações, bem como dos relatórios de pesquisa. Especificamenteneste último caso, deve-se registrar que grande parte <strong>da</strong>s pes-28Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


quisas relativas a essa linha de atuação do programa foi encomen<strong>da</strong><strong>da</strong>pelos próprios gestores do mesmo, visando aperfeiçoá-lo no tempo.Finalmente, a linha temática “assuntos gerais” teve uma participaçãoexpressiva, tanto de artigos como de dissertações e teses, ressaltando-seque os trabalhos do último grupo temático abrangem diversosaspectos <strong>da</strong> nova política pública. Entretanto, muitas dessasteses e dissertações não têm o programa como eixo de análise, masa partir dele procuram analisar questões relativas ao mundo rural eao desenvolvimento sustentável.Além <strong>da</strong>s abor<strong>da</strong>gens anteriores, é possível, ain<strong>da</strong>, organizar as informaçõesagrega<strong>da</strong>mente por linhas temáticas, segundo as grandesregiões do país. Assim, dos 38 trabalhos <strong>da</strong> linha temática “crédito efinanciamento”, nota-se que 46% deles são de caráter nacional; 23%dizem respeito à região Sul e 13% ao Nordeste. O restante se refereas demais regiões.Dos 45 trabalhos que tratam de “avaliações do programa”, 60% delestêm abrangência nacional, enquanto outros 22% dizem respeito à regiãoNordeste. O restante distribui-se pelas demais regiões do país.Já dentre os 14 trabalhos sistematizados na linha “infra-estrutura eserviços municipais”, observa-se que 43% deles são de abrangêncianacional, enquanto 36% dizem respeito à região Sul do país.Finalmente, os trabalhos relativos à área temática “assuntos gerais”também apresentam uma dimensão nacional predominante (52%), enquantoas regiões Sul e Nordeste respondem ca<strong>da</strong> uma delas com 22%dos trabalhos sistematizados. Resumi<strong>da</strong>mente este é o quadro geraldos estudos sobre o Pronaf sistematizados e catalogados até o momento.Desta forma, percebe-se que ao longo dos últimos dez anos esseprograma foi uma <strong>da</strong>s políticas públicas mais discuti<strong>da</strong>s e avalia<strong>da</strong>s.Este fato, por si só, já é um reconhecimento <strong>da</strong> importância de umapolítica desta natureza para a promoção do desenvolvimento rural dopaís. Em parte, é isso que a maioria dos trabalhos acadêmicos tem demonstrado,não se esquivando, to<strong>da</strong>via, de apontar lacunas e sugerirmu<strong>da</strong>nças que venham aperfeiçoar ain<strong>da</strong> mais as ações implementa<strong>da</strong>spelas diferentes mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des do programa existentes atualmente.29


IIOs estudose suas principaislinhas temáticas30Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


A partir <strong>da</strong> separação do conjunto dos trabalhos em três grupos temáticosespecíficos já mencionados na seção anterior (artigos, tesese dissertações e relatórios de pesquisas), foi possível definir um conjuntode linhas temáticas pelas quais perpassam a maioria dos trabalhoscatalogados.Inicialmente deve-se destacar que o Pronaf tem sido objeto de estudopor diferentes áreas de conhecimento. Decorre <strong>da</strong>í a grande varie<strong>da</strong>dede temas envolvidos nos diversos tipos de publicações disponíveissobre o programa. Se esta diversi<strong>da</strong>de, por um lado, mostra arelevância do tipo de política pública para o meio rural brasileiro, poroutro, traz dificul<strong>da</strong>des adicionais no sentido de enquadrar precisamenteos trabalhos em uma determina<strong>da</strong> área de conhecimento.Em função disso, foi organiza<strong>da</strong> uma base temática para os artigostécnicos e científicos, por comparecerem em maior número neste mapeamentoe apresentarem uma maior variabili<strong>da</strong>de de temas abor<strong>da</strong>dos.As dissertações de mestrado, teses de doutorado e os relatóriosde pesquisa, na medi<strong>da</strong> do possível, também procuraram seguir aseparação temática dos artigos científicos.Esse aspecto, somado ao grande número de trabalhos que estão sendosistematizados, sugere que as considerações subseqüentes sejamfeitas separa<strong>da</strong>mente pelos grandes blocos de materiais catalogados.Desta forma, as linhas temáticas serão discuti<strong>da</strong>s à luz dos três grandesgrupos de materiais, conforme segue.2.1 – Artigos científi cos e suas áreas temáticasO total de 91 artigos mapeados foi distribuído nas seguintes áreas temáticas:crédito e financiamento <strong>da</strong> produção; participação e gestãosocial; instituições; infra-estrutura e serviços; avaliações gerais; artigosque abor<strong>da</strong>m mais de uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de do programa e artigosque tratam de assuntos gerais relativos ao programa.Antes de se discutir a distribuição temática dos trabalhos, é importantefazer uma breve análise <strong>da</strong>s informações dos artigos de formaagrega<strong>da</strong>, visando obter alguns detalhes que possam se mostrar úteisnas considerações sobre a dinâmica dos trabalhos realizados.31


Inicialmente é relevante considerar a dimensão espacial dos artigoscientíficos. Pelo gráfico 7 observa-se que a maioria dos trabalhos éde caráter nacional (55%), seguido por estudos de caráter municipal(20%). Os estudos de caráter estadual e regional somam 13% e 12%,respectivamente, do total dos trabalhos catalogados.GRÁFICO 7 – Dimensão dos artigos20%55%13%12%Nacional Regional Estadual MunicipalQualificando um pouco mais essas informações, é possível perceberque do total dos estudos com abragência municipal (18), 39% delesdizem respeito a municípios localizados em estados <strong>da</strong> região Sudeste;33% se referem aos municípios dos estados <strong>da</strong> região Sul; e orestante corresponde a municípios localizados na região Nordeste,especialmente nos estados do Ceará, Paraíba e Bahia.Já os estudos com abragência regional (11) apresentam um maiorgrau de concentração uma vez que 50% deles têm origem na regiãoSul do país, enquanto o restante é oriundo <strong>da</strong> região Nordeste.Finalmente, os estudos de abrangência estadual estão distribuídospelos estados de três grandes regiões, sendo que no Sul do país, encontram-seseis deles, com predomínio de estudos no estado do PR;no estado de SP localizam-se dois estudos; enquanto o restante (quatro)é oriundo do estado de Pernambuco.Em função dessa dispari<strong>da</strong>de, o gráfico 8 apresenta a agregação doconjunto dos 91 estudos pelas grandes regiões do país. Inicialmentenota-se que ocorre certo predomínio dos estudos sobre o Pronaf na32Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


egião Sul, que responde por 37% do total, enquanto a região Nordesteresponde por 28% dos trabalhos realizados, significando queconjuntamente essas duas regiões respondem por 65% de todos osartigos produzidos.GRÁFICO 8 – Distribuição Regional dos Artigos12%37%28%21%2%0%Sul Sudeste NorteCentro-Oeste Nordeste Mais de uma regiãoEm parte, a concentração dos estudos nessas duas regiões pode serexplica<strong>da</strong> pela maior inserção do programa nas mesmas, mas deveseconsiderar também que ambas respondem pela maioria dos estabelecimentosagropecuários do país e, particularmente, pelos estabelecimentosde caráter familiar.A distribuição dos artigos pelas linhas temáticas foi realiza<strong>da</strong> de acordocom o aspecto mais relevante que ca<strong>da</strong> trabalho tratava. Às vezes,um mesmo trabalho tratava de diversos assuntos, sem preponderânciade temas. Nesses casos específicos, o trabalho foi classificadocomo “assuntos gerais” do programa. Em parte justifica a presençaexpressiva desse item no contexto <strong>da</strong> classificação temática global.O gráfico 9 apresenta a distribuição temática de todos os artigos catalogados.Pela classificação adota<strong>da</strong> nota-se que os trabalhos relativosà linha crédito e financiamento <strong>da</strong> produção são os mais relevantes,respondendo por 32% de todos os artigos produzidos.Já a linha temática “avaliações do programa” responde por outros29% de tudo o que foi escrito sobre esse tipo de política pública, em33


termos de artigos científicos. Especificamente, constata-se nessa linhatemática a existência de artigos que tratam desde a função deuma política agrícola diferencia<strong>da</strong>, política de fomento à produçãofamiliar, impactos do programa sobre a agricultura familiar, impactosdeste programa à luz de experiências internacionais até avaliaçãogeral do programa em diferentes períodos.GRÁFICO 9 – Distribuição dos artigos por linhas temáticas32%20%29%4%3%8%4%Pronaf Crédito e FinanciamentoPronaf InstituiçõesPronaf: Mais de uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>dePronaf: Assuntos GeraisPronaf: Participação e Gestão SocialPronaf: Infra-estrutura e ServiçosPronaf: Avaliações do ProgramaOs artigos classificados como “assuntos gerais”, que respondem por20% de todos os artigos científicos, tratam desde o papel do Pronafno combate à pobreza rural; a política de desenvolvimento rural sustentável;políticas de apoio ao associativismo rural, até o estabelecimentode relações com o processo de desenvolvimento territorial.Finalmente, os artigos sobre a linha infra-estrutura e serviços respondempor mais 8%. Assim, as quatro linhas temáticas (avaliação, crédito,infra-estrutura e assuntos gerais) juntas respondem por 89% deto<strong>da</strong> a produção existente sobre o programa em forma de artigos.Chama a atenção, ain<strong>da</strong>, o fato de que não foram registrados estudossobre as políticas de capacitação e de apoio à pesquisa, as quaiscompõem parte <strong>da</strong>s intervenções do programa ao longo dos últimosdez anos.34Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


O gráfico 10 apresenta a distribuição dos artigos pelas uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong>federação, sendo que essa separação representa apenas 45% do total,tendo em vista que 55% dos artigos são de caráter nacional. Destaforma, a participação percentual de ca<strong>da</strong> estado é em relação aos 45%dos artigos, cuja abrangência é estadual. Assim, nota-se que os artigoscom dimensão de mais de um estado representam 18% do total,seguidos pelo Estado do RS, sendo o maior número em trabalhosdesta natureza.GRÁFICO 10 – Distribuição dos artigos por estados7%2%5%5%12%5%13%7%5%2%18%12%7%Mais de um estado PR SC RS MG SPRJ CE RN PE BA PB PAPosteriormente, os Estados do PR e de SP apresentam o terceiromaior contingente de artigos relativos ao programa. Os percentuaisde participação dessas duas uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federação, quando soma<strong>da</strong>sao percentual do RS, atingem quase 40% do total, ou seja, emtrês estados foi produzi<strong>da</strong> quase a metade dos artigos de abrangênciaestadual.Deve-se registrar, ain<strong>da</strong>, que foram produzidos artigos em 12 uni<strong>da</strong>des<strong>da</strong> federação. Embora em muitas delas o número seja baixo, éimportante destacar que essa dimensão quase que nacional <strong>da</strong> produçãode artigos reflete a grande capilari<strong>da</strong>de que o programa obteveno curto período de tempo de sua vigência, o que lhe confere acondição de uma política nacional.35


2.2 – Dissertações e teses e suas áreas temáticasNeste grupo temático foram sistematizados 37 trabalhos, sendo 33dissertações de mestrado e quatro teses de doutorado. O gráfico 11mostra a dimensão desses estudos, sendo que 32% dos trabalhos têmcomo base de referência algum município do país, ao mesmo tempoem que outros 32% têm uma dimensão nacional. Os estudos estaduaise regionais somam 22% e 14%, respectivamente.GRÁFICO 11 – Dimensão <strong>da</strong>s Teses e Dissertações14%22%32%32%Nacional Municipal Regional EstadualRegistre-se que <strong>da</strong>s quatro teses de doutorado, uma tem a dimensãonacional, duas têm dimensão estadual e a última tem dimensão municipal.O ponto em comum entre elas é que to<strong>da</strong>s fazem algum tipode aferição empírica dos impactos do programa.Do ponto de vista regional, o gráfico 12 mostra que o Pronaf continuasendo analisado e avaliado academicamente em apenas algumas regiões.Os <strong>da</strong>dos agregados regionalmente mostram que quase 50% dosestudos estão localizados na região Nordeste, ou seja, os estados destaregião são referências para quase a metade de todos os trabalhos dedissertações e teses elabora<strong>da</strong>s. Já as regiões Sul e Sudeste participamcom 28% e 24%, respectivamente. Note-se que esses percentuais dizemrespeito a apenas 25 trabalhos de caráter regional e/ou estadual,uma vez que os outros 12 trabalhos têm abrangência nacional.36Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


Deve-se registrar que não foi identificado nenhum estudo dessa naturezanas regiões Norte e Centro-Oeste. Nesta última, até certo pontoé justificável a ausência, considerando-se que nela praticamentepredomina a agricultura patronal, sendo pequena a inserção do programa.Mas na região Norte, especialmente em alguns estados comoPará, Rondônia e Tocantins, nota-se forte presença do Pronaf, mesmoassim não se constatou a existência desse tipo de estudos.GRÁFICO 12 – Distribuição <strong>da</strong>s teses e dissertações por grandes regiões24%0%28%0%48%Nordeste Centro-Oeste Sul Sudeste NorteA distribuição dos trabalhos pelos Estados do país pode ser observa<strong>da</strong>no gráfico 13, o qual mostra que o Estado de São Paulo foi o quemelhor serviu de exemplo para elaboração de trabalhos acadêmicosmais profundos (quatro), como é o caso de dissertações e teses. Naseqüência vêm os estados do RS e do CE, ambos com três trabalhosca<strong>da</strong>. Os estados com um percentual de participação de 8% geraramduas dissertações basea<strong>da</strong>s em suas características específicas.Estes <strong>da</strong>dos revelam, ain<strong>da</strong>, que existe um espraiamento relativo deestudos acadêmicos sobre o programa pelas uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federação,seja tomando-se como referência o estado agrega<strong>da</strong>mente ou analisando-sea política em uma determina<strong>da</strong> região e/ou município dorespectivo estado.37


GRÁFICO 13 – Distribuição <strong>da</strong>s teses e dissertaçõespor uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federação8%4%8%12%8%16%4%4%8%8%12%8%Mais de um estado PR SC RS MGSP RN CE SE PE BA PBObserva-se que todos os estudos foram realizados em universi<strong>da</strong>despúblicas, com grande participação <strong>da</strong>s Instituições Federais de EnsinoSuperior (Ifes), sendo que sete dissertações e teses foram realiza<strong>da</strong>sem universi<strong>da</strong>des estaduais públicas localiza<strong>da</strong>s em São Paulo. Nestecaso, seis trabalhos foram realizados na Universi<strong>da</strong>de de Campinas(Unicamp) e um na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de São Paulo (Esalq-USP).O gráfico 14 apresenta as dissertações e teses de doutorado segundoas linhas temáticas. Nota-se que a grande maioria dos trabalhosse concentra em poucas áreas de pesquisa. Assim, 11 trabalhos sereferem a avaliações do programa; outros nove estudos tratam deassuntos gerais, enquanto outros sete trabalhos tratam especificamentede questões relativas ao crédito rural. Isso significa que astrês linhas temáticas (crédito, avaliações e assuntos gerais) respondempor aproxima<strong>da</strong>mente 73% de todos os trabalhos acadêmicosde teses e dissertações.38Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


GRÁFICO 14 – Classifi cação <strong>da</strong>s teses e dissertaçõespor linhas temáticas30%3%11%5%8%24%19%Pronaf: Avaliações do ProgramaPronaf Crédito e FinanciamentoPronaf InstituiçõesPronaf: Mais de uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>dePronaf: Assuntos GeraisPronaf: Participação e Gestão SocialPronaf: Infra-estrutura e ServiçosEmbora com menor presença, os temas <strong>da</strong> participação e gestão sociale <strong>da</strong>s questões relativas à infra-estrutura fazem parte <strong>da</strong>s referências,contando com sete estudos, ao passo que os demais trabalhostrataram <strong>da</strong> gestão social e <strong>da</strong> institucionali<strong>da</strong>de do programa.2.3 – Relatórios de pesquisas e suas áreas temáticasEntre relatórios específicos e gerais foram catalogados 16 trabalhosde pesquisa ao longo dos anos de existência do Pronaf, sendo quea dimensão desses estudos pode ser observa<strong>da</strong> no gráfico 15. A característicaprincipal é que são análises de caráter eminentementeestadual, uma vez que quase todos os estudos partem de algumauni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> federação, embora posteriormente sejam elaboradosrelatórios nacionais agregados a partir de pontos levantados pelaspesquisas estaduais.39


GRÁFICO 15 – Dimensão dos relatórios38%62%NacionalEstadualNeste sentido, grande parte dos relatórios nacionais assume o caráterde “pesquisas nacionais”. Na ver<strong>da</strong>de, os dez documentos sistematizadosrevelam uma situação síntese que, em grande medi<strong>da</strong>,espelha a reali<strong>da</strong>de do programa em âmbito nacional, mesmo quemuitas dessas pesquisas não tenham uma dimensão nacional precisa.Entretanto, esse fato não invali<strong>da</strong> os resultados do desempenho doprograma em todo o país.Por outro lado, relatórios de pesquisa que têm o município comoreferência são inexistentes, revelando a importância <strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong>federação como parâmetro para avaliação desse tipo de política pública.Em parte, isso se justifica pelos próprios mecanismos institucionaisdo programa, pois a partir dos conselhos estaduais é que sãodefini<strong>da</strong>s diversas linhas de ação.A distribuição desse conjunto de estudos pelas grandes regiões dopaís é mostra<strong>da</strong> no gráfico 16. Excluindo-se os estudos de abrangêncianacional, que envolvem 12 uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federação, observa- queforam realizados estudos específicos em mais quatro estados (PR, SC,PE e BA), sendo que nos dois primeiros casos foram realiza<strong>da</strong>s duaspesquisas. Com isso, os estados <strong>da</strong> região Sul passaram a responderpor 67% dos relatórios regionais, enquanto o restante dos relatóriosestaduais se concentra na região Nordeste do país. Além disso, deveseregistrar que as ações do programa na região Norte ain<strong>da</strong> permanecempouco estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, tendo em vista o pequeno número deestados que serviram de base para avaliações que se traduziram emrelatórios nacionais de pesquisa.40Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


GRÁFICO 16 – Distribuição geográfi ca dos relatórios0%0%33%0%67%Sul Centro-Oeste Nordeste Sudeste NorteDe uma maneira geral, pode-se afirmar que as avaliações e análisesconti<strong>da</strong>s nos relatórios catalogados conseguem captar a dinâmica ea evolução do programa, tendo em vista que as ações dessa políticanos estados que mais operam o programa estão sendo segui<strong>da</strong>menteobjeto de acompanhamento.No entanto, exceto em alguns estados, a freqüência <strong>da</strong>s avaliaçõesé quase idêntica entre to<strong>da</strong>s as uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federação presentes nacatalogação, ou seja, mesmo que tenham sido realiza<strong>da</strong>s pesquisasem diversos estados, poucos foram aqueles que repetiram osestudos, procedimento que poderia avaliar melhor a evolução doprograma.Em síntese, os estados <strong>da</strong> região Sul e Nordeste figuram dentre aquelesonde mais se analisou as ações do Pronaf, fato que é coerente,de algum modo, tanto com a expressão <strong>da</strong> agricultura familiar comocom a importância que o programa assume para as uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federaçãodessas duas grandes regiões do país.O gráfico 17 apresenta a classificação dos relatórios de pesquisa deacordo com as linhas temáticas mais relevantes. Inicialmente se observaque as avaliações gerais do programa (pesquisa que foramrealiza<strong>da</strong>s considerando-se diversas ações implementa<strong>da</strong>s, comocrédito, infra-estrutura, gestão, instituições, etc.) são as com maiorfreqüência (49%). Este comportamento se explica, em parte, pelo fatodo programa ser uma política nova. Com isso, exigia-se que qualquer41


tipo de avaliação do mesmo levasse em consideração os diferentescomponentes <strong>da</strong> política, avaliando-a de maneira integral.GRÁFICO 17 – Classifi cação dos relatórios por linhas temáticas13%49% 6%0%0%13%19%Pronaf: Avaliações do ProgramaPronaf: Participação e Gestão SocialPronaf: Infra-estrutura e ServiçosPronaf: Mais de uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>dePronaf Crédito e FinanciamentoPronaf InstituiçõesPronaf: Assuntos GeraisPor outro lado, esta política trouxe algumas inovações inexistentesaté então na forma de condução <strong>da</strong>s políticas públicas para o meiorural brasileiro, como é o caso <strong>da</strong> obrigatorie<strong>da</strong>de de formação dosconselhos locais e <strong>da</strong> elaboração dos planos municipais de desenvolvimento.Isto explica a boa presença <strong>da</strong>s linhas temáticas “instituições”e “infra-estrutura e serviços” no conjunto <strong>da</strong>s preocupaçõesdos estudos realizados.Além disso, deve-se destacar também a importante presença <strong>da</strong> linhatemática “crédito e financiamento”, que serviu de âncora para muitostrabalhos de pesquisa contratados pelos próprios gestores do programa.Em síntese, esta seção mostrou a abrangência, o caráter e as principaispreocupações temáticas dos diferentes estudos catalogados. A partirdesses aspectos é possível qualificar um pouco mais as informaçõesexistentes nos trabalhos, especialmente quando se busca identificar osprincipais avanços e obstáculos analisados pelos estudos em suas respectivaslinhas temáticas. Este é o objetivo do capítulo seguinte.42Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


IIIIdentifi cando aspectoscentrais <strong>da</strong>s análises eAvaliações do programapor linhas temáticas44Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


As diversas publicações sistematiza<strong>da</strong>s e consulta<strong>da</strong>s apresentamdistintas abor<strong>da</strong>gens para um mesmo tema, sendo que alguns pesquisadorespreferem se ater a um aspecto específico do problema,enquanto outros tratam de questões gerais, havendo ain<strong>da</strong> aquelesque não estabelecem, a priori, os pressupostos adotados, o que nosobrigou a considerar a publicação como assunto geral relativo ao programa.Desta forma, os principais aspectos <strong>da</strong>s análises decorrem <strong>da</strong>organização do conjunto de trabalhos mapeados em termos de linhastemáticas que se relacionam com o Pronaf. A seguir são resumidos osprincipais pontos captados pelos diversos trabalhos, em termos deavanços e obstáculos verificados, bem como de sugestões formula<strong>da</strong>spara melhorias do programa.Antes, deve-se fazer menção a um aspecto relevante que é a temporali<strong>da</strong>dedos estudos. Isto porque muitas questões que podem tersido considera<strong>da</strong>s relevantes por estudos em 1997 e 1998 atualmentepodem ter sido soluciona<strong>da</strong>s, considerando-se que o programa vemsofrendo constantes reajustes. Para tanto, neste capítulo serão apenasapontados os destaques existentes nos trabalhos. Em oportuni<strong>da</strong>desfuturas esses pontos poderão sofrer um cotejamento, por parte dosagentes públicos, no sentido de verificar se os mesmos foram ou nãoconsiderados durante a evolução do programa.3.1 – Pronaf crédito ruralOs primeiros estudos relativos às operações de crédito rural do Pronafdemonstraram a existência de diversos problemas básicos <strong>da</strong>spolíticas agrícolas de fomento à produção, destacando-se dentre elesa excessiva concentração de recursos na região Sul do país e, particularmentedentro desta, em alguns produtos agroindustriais, como foio caso do fumo.Pode-se dizer que, em grande medi<strong>da</strong>, parte dessa concentração derivava<strong>da</strong> forma de liberação dos recursos pelos agentes financeirosque, historicamente, negligenciavam o atendimento aos agricultoresfamiliares, especialmente àqueles em condições financeiras menosfavoráveis. Com isso, o crédito acabava sendo direcionado para ossetores agroindustriais altamente especializados e mais eficientes, oque reduzia enormemente o risco do agente financeiro.45


Esse fato foi caracterizado como um dos principais obstáculos verificadosdurante a primeira fase de implementação do programa,obrigando a adoção de constantes reformulações nesse tipo depolítica pública. Na ver<strong>da</strong>de, esses mecanismos geravam um viésaltamente concentrador de recursos, embora o perfil de liberaçãofosse diferenciado <strong>da</strong>s formas tradicionais do Sistema Nacional deCrédito Rural (SNCR).Para Bittencourt (2003), as ações do Pronaf no campo financeiro têmsido restritas ao crédito rural, o que dificulta a sua própria expansão.Além disso, o Pronaf é limitado pelas instituições financeiras que ooperam. Esta limitação se materializa no alto custo cobrado do TesouroNacional nas operações de crédito rural e na dificul<strong>da</strong>de deatender os agricultores mais pobres. Registre-se, entretanto, que maisrecentemente esta situação começou a mu<strong>da</strong>r com o crescente apoioàs cooperativas de crédito.Para o autor, mesmo assim o Pronaf pode ser considerado um programade sucesso, pois conseguiu atingir um grande número de pequenosagricultores em pouco tempo, fruto principalmente de suainteração com as organizações sociais do campo.Ain<strong>da</strong> sobre o aspecto acima mencionado, nota-se que, na prática,conforma-se uma política governamental de crédito rural que podeser caracteriza<strong>da</strong>, essencialmente, como uma política volta<strong>da</strong> ao custeiode culturas agrícolas tradicionais, por um lado, e com baixo poderde intervir no nível de investimentos <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des familiares deprodução, por outro.Do ponto de vista produtivo, obstáculos foram citados por váriostrabalhos realizados em distintas regiões do país. Em comum estesestudos afirmaram que os mecanismos de financiamento do programa,tanto de custeio como de investimento, não têm sido capazesde promover uma mu<strong>da</strong>nça no padrão de desenvolvimento agrícolaque vigora no país, o qual tem se mostrado insustentável tanto paraos agricultores familiares como para as economias locais.Na ver<strong>da</strong>de, esse aspecto é polêmico, uma vez que outros trabalhosidentificam no Pronaf a possibili<strong>da</strong>de de estimular a promoção de ati-46Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


vi<strong>da</strong>des alternativas à lógica do padrão dominante, mesmo reconhecendoque o programa tem um forte viés produtivista. De algum modo,o financiamento às ativi<strong>da</strong>des de bovinocultura de leite, horticultura efruticultura, processamento <strong>da</strong> produção e de apoio à infra-estruturabásica, poderá transformar o padrão anteriormente mencionado.Segundo Altafin (2003), o Pronaf crédito mostra que os recursos direcionadosao financiamento <strong>da</strong> produção continuam concentradosnas regiões mais dinâmicas e que, <strong>da</strong> mesma forma como nas políticaspúblicas convencionais, o programa separa as ações sociais <strong>da</strong>seconômicas e mantém como retórica a dimensão ambiental. Medi<strong>da</strong>svolta<strong>da</strong>s à promoção <strong>da</strong> agroecologia, <strong>da</strong> silvicultura, <strong>da</strong> maior participação<strong>da</strong>s agricultoras e jovens do meio rural e <strong>da</strong> inclusão depopulações indígenas e quilombolas são pontuais e submissas aosinstrumentos que alimentam a mentali<strong>da</strong>de produtivista e modernizante<strong>da</strong> agricultura brasileira.Obviamente que nesse contexto muitos estudos detectam avanços,que são debitados à expansão do acesso ao crédito rural, a qual se traduzem um fator relevante no sentido <strong>da</strong> maior utilização de insumosnas proprie<strong>da</strong>des, o que acarreta um aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de. Esteé um fator determinante, em alguns locais, para melhorar as própriascondições sociais dos agricultores familiares, gerando, inclusive, repercussõespositivas sobre outros setores locais.Este fato foi corroborado por diversos outros estudos que mostraramos fortes impactos do crédito do Pronaf sobre o comportamento devariáveis tecnológicas e de expansão <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de, muito emboraesses mesmos trabalhos não captaram uma associação direta doprograma com elevação <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> familiar.Em termos de sugestões, diversos estudos apontaram em uma mesmadireção, ou seja, rearticular o sistema de financiamento do programa.Dentre as principais proposições destacam-se:a) Fortalecer sistemas de finanças de proximi<strong>da</strong>de, os quais têm amissão de, além de repassar recursos públicos, captar poupançae atender as necessi<strong>da</strong>des varia<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s populações. Este processoestá inibido pela relação quase que exclusiva do programa com47


ancos públicos, o que não permite uma maior diversificação <strong>da</strong>seconomias locais;b) expandir o atendimento a um grande número de agricultores familiaresque deman<strong>da</strong>m o crédito e não têm tido acesso. Portanto,o desafio é ampliar o número de beneficiários, especialmente entreas cama<strong>da</strong>s mais pobres <strong>da</strong> agricultura familiar;c) reduzir os custos per capita dos financiamentos, garantindo melhorquali<strong>da</strong>de dos projetos financiados, para que os mesmos possamampliar efetivamente a ren<strong>da</strong> dos agricultores;d) criar o Fundo de Nacional de Refinanciamento de Crédito Rural;e) repassar os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)e do Orçamento Geral <strong>da</strong> União (OGU), via cooperativas centraisde crédito;f) apoiar a constituição e fortalecimento de sistemas de crédito cooperativos;g) reduzir os custos de transação dos serviços financeiros;h) estimular a constituição de Fundos de Aval;i) criar linhas especiais de crédito para ativi<strong>da</strong>des não agrícolas.3.2 – Pronaf participação e gestão socialO processo de gestão social <strong>da</strong>s políticas públicas, segundo muitosestudos, tem assumido uma função meramente burocrática, em termosde encaminhamentos de mecanismos e instrumentos legais doprograma, o que revela uma visão até limita<strong>da</strong> de parte dos agentesenvolvidos, tanto em termos <strong>da</strong> democratização <strong>da</strong> política públicacomo <strong>da</strong> promoção do desenvolvimento rural sustentável.Essa possibili<strong>da</strong>de de gestão social se expandiu com a criação dos ConselhosMunicipais de Desenvolvimento Rural (CMDR). No entanto,muitos estudos mostraram que a descentralização político-administrativae a gestão democrática são processos ain<strong>da</strong> em construção, cujosavanços variam muito em ca<strong>da</strong> região e uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federação, especialmenteem termos <strong>da</strong> participação efetiva dos agricultores familiaresno processo decisório relacionado à aplicação de recursos do Pronaf.No geral, se constatou que há pouca participação <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>dese <strong>da</strong>s representações dos agricultores nos CMDR e nos próprios conselhosestaduais do programa, os quais não conseguem se apresentar48Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


à socie<strong>da</strong>de como uma ferramenta legítima de representação de seusinteresses. Há pouca mobilização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de e de seus representantesem torno dos projetos de infra-estrutura, além <strong>da</strong> baixa articulaçãoentre estes e os planos de desenvolvimento rural.Por outro lado, estudos também documentaram que esses conselhosnão representam todos os segmentos dos municípios, estando praticamenteausentes outros setores além do agrícola. Mesmo dentro dosetor agrícola a representação de segmentos e organizações não tradicionaisé bastante limita<strong>da</strong>. Com isso, a participação dos conselheirosnos CMDR é praticamente formal, ocorrendo mais efetivamente apenasno momento <strong>da</strong> aprovação do PMDR e dos Planos de Trabalho.Para muitos autores, a forma de funcionar dos conselhos está vincula<strong>da</strong>ao processo de criação dos mesmos; à escolha dos membros,que normalmente não se dá através de debates com as comuni<strong>da</strong>desenvolvi<strong>da</strong>s; à falta de capital social constituído nos municípios paracolocar temas na pauta de debates; à falta de representativi<strong>da</strong>de dosconselheiros; e à pouca capaci<strong>da</strong>de de formulação de políticas. Destamaneira, os CMDR não conseguem atuar como instituições promotorasdo desenvolvimento rural, função que era esperava deles nodesenho original do programa.Deve-se registrar que essas lacunas decorrem muito mais <strong>da</strong> falta deinstrumento e de competências destina<strong>da</strong>s aos conselhos, do que propriamentede falhas <strong>da</strong>s pessoas ou de dificul<strong>da</strong>des <strong>da</strong> forma de ser dosconselhos. Pode-se dizer que um dos aspectos que agravava os problemasacima mencionados era a própria forma de contemplar os municípiosna mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de infra-estrutura e serviços municipais até 2002.Decorrentes dos problemas anteriores, foram sendo formulados planosde desenvolvimento rural que atendiam pouco as questões locais,como foi o caso do financiamento de obras com baixíssima capaci<strong>da</strong>dede <strong>da</strong>r retorno às comuni<strong>da</strong>des envolvi<strong>da</strong>s; planos excessivamentepresos à produção agrícola; planos com as ações já desenvolvi<strong>da</strong>shá tempos pelas comuni<strong>da</strong>des, etc.Diante disso, muitas são as sugestões presentes nos trabalhos, destacando-se:49


a) investir na capacitação dos agentes locais como forma de criar competênciasque potencializem a diversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s economias locais;b) priorizar melhor os investimentos em projetos, sobretudo <strong>da</strong>quelescom impactos diretos sobre as comuni<strong>da</strong>des;c) estabelecer mecanismos de controle e acompanhamento <strong>da</strong>s açõesfinancia<strong>da</strong>s pelo programa;d) definir um marco legal e institucional claro para aos CMDR;e) melhorar as condições de funcionamento dos CMDR;f) impulsionar o debate sobre desenvolvimento local através <strong>da</strong>sinstituições existentes.3.3 – Pronaf infra-estrutura e serviços municipaisEsta linha do programa começou a operar em 1997 com a finali<strong>da</strong>dede planejar investimentos em infra-estrutura dos municípios.A partir de 2003, com a posse do Governo Lula, esta linha passou aser um componente essencial <strong>da</strong> política de desenvolvimento territorial.Assim, a maior parte dos documentos sistematizados diz respeitoao período entre 1997 e 2002.Diversos estudos constataram que a linha do Pronaf representa apossibili<strong>da</strong>de de aporte de um importante volume de recursos financeirosa ser utilizado pelas locali<strong>da</strong>des em curto tempo. Esseaspecto ganha maior relevância quando se considera a dinâmicados municípios pesquisados, onde aproxima<strong>da</strong>mente a metade foicria<strong>da</strong> recentemente. Nessas locali<strong>da</strong>des, as carências estruturais sãomais expressivas que nas demais. Neste contexto, a disponibili<strong>da</strong>dede recursos a fundo perdido é muito importante e sua aplicação,quando feita com transparência, recebe uma ampla aprovação <strong>da</strong>spopulações necessita<strong>da</strong>s.Outro aspecto destacado pelos estudos é que o grau de participaçãodos agricultores na toma<strong>da</strong> de decisões referentes às políticas públicasno âmbito municipal, mesmo que formal, foi incentiva<strong>da</strong> peloPronaf Infra-estrutura e Serviços. Essa observação parece indicar queo programa ajudou a ampliar o nível de conscientização dos agricultores,ao mesmo tempo em que propiciou condições para que os mesmosrepensassem suas próprias formas de organização, fun<strong>da</strong>mentaispara o desempenho <strong>da</strong>s políticas públicas a eles endereça<strong>da</strong>s.50Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


Mas esses trabalhos também fizeram ressalvas a respeito <strong>da</strong> formacomo essa participação foi exerci<strong>da</strong>. De maneira geral, essas críticas estãofun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>s na generaliza<strong>da</strong> falta de preparo dos conselheirosdo CMDR para o exercício <strong>da</strong> função e na própria fragili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s organizaçõesdos trabalhadores rurais, que não têm capaci<strong>da</strong>de de acompanharadequa<strong>da</strong>mente o processo desencadeado pela linha do programadestina<strong>da</strong> a dotar as comuni<strong>da</strong>des de infra-estrutura básica.De modo geral, foi constatado que os benefícios dessa linha do programaincidiram mais sobre os agricultores de comuni<strong>da</strong>des “organiza<strong>da</strong>s”do que sobre aqueles que pertencem a comuni<strong>da</strong>desconsidera<strong>da</strong>s menos organiza<strong>da</strong>s. Essa constatação não é na<strong>da</strong> surpreendente,pois as comuni<strong>da</strong>des organiza<strong>da</strong>s, além de terem maiorparticipação nos CMDRs, têm também, usualmente, maior influênciasobre os membros <strong>da</strong> administração municipal, os representantes doSTR e os agentes <strong>da</strong> extensão rural. Com isso, seu poder de barganhaé maior e suas deman<strong>da</strong>s tendem a estar mais bem posiciona<strong>da</strong>s naestrutura de toma<strong>da</strong> de decisões dos conselhos municipais.Em termos de sugestões, os estudos retomam a questão do papel dosconselhos e a necessi<strong>da</strong>de de mu<strong>da</strong>nças, conforme já foi enfatizadono item anterior. Também foram sugeri<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças no processo deconcepção dos planos municipais de desenvolvimento rural, os quaisdeveriam contemplar outros aspectos, além <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des agrícolas,para efetivamente <strong>da</strong>r o caráter de desenvolvimento rural.Além disso, durante a elaboração desses planos deveriam ser consideradosestudos e diagnósticos já existentes nos municípios e regiões,visando potencializar as iniciativas locais e outras questõesque promovam o fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar, tais comoas questões <strong>da</strong> juventude rural, <strong>da</strong> mulher, <strong>da</strong> previdência, além <strong>da</strong>snoções de multifuncionali<strong>da</strong>de e pluriativi<strong>da</strong>de.3.4 – Pronaf avaliações geraisComo vimos nos capítulos anteriores, a maior parte dos artigos científicostratou de questões gerais relativas ao programa, enquanto asdissertações e teses se concentram mais em alguns pontos específicos,como são os casos do crédito rural, <strong>da</strong> linha de infra-estrutura edos aspectos relativos à participação e gestão social.51


Do conjunto de trabalhos sobressaem alguns aspectos comuns emto<strong>da</strong> a literatura consulta<strong>da</strong> sobre avaliações do programa, tanto emtermo dos trabalhos restritos aos estados e regiões do país como emtermo de estudos de caráter nacional.Quanto ao papel do programa no sentido de apoiar a expansão <strong>da</strong>produção no âmbito <strong>da</strong> agricultura familiar, é assunto consensual empraticamente todos os trabalhos, ou seja, o apoio recebido, especialmentepelos recursos financeiros do crédito rural, é decisivo para osagricultores familiares continuarem a sua reprodução social. E esteponto ganha maior relevância ao mesmo tempo em que o programase caracteriza como uma política nacional, alcançando praticamentetodos os municípios brasileiros.O programa também é avaliado positivamente em termos de impactoseconômicos e sociais nos municípios e estados, tanto pelofato de fortalecer a agricultura familiar como um caminho a seroptado como estratégia de desenvolvimento rural, como pelos impactosno sentido de aju<strong>da</strong>r a combater a pobreza rural, que geralmenteé mais expressiva nas regiões onde predomina esse sistemaprodutivo.Do ponto de vista <strong>da</strong> participação e gestão social do programa, sãobastante significativas as análises que se reportam ao processo deconstrução <strong>da</strong> nova política pública. Nesse caso, ressalta-se que oprocesso de toma<strong>da</strong>s de decisões, embora consensuais, nem semprerefletem as necessi<strong>da</strong>des dos agentes locais, especialmente dosagricultores familiares, uma vez que se tornam decisões muito burocráticascom o intuito de legitimar a definição e implementação <strong>da</strong>própria política.Na ver<strong>da</strong>de, esse ponto destacado por muitos autores, revela, segundooutros estudos, a fragili<strong>da</strong>de do programa no sentido de analisaras potenciali<strong>da</strong>des e os limites <strong>da</strong> agricultura familiar enquanto espaçode promoção do desenvolvimento rural. Com isso, os fóruns e osdebates se transformam muito mais em um espaço legalista – tanto<strong>da</strong> participação como <strong>da</strong> alocação dos recursos financeiros – do quepropriamente em espaços privilegiados para se pensar outros caminhospara o desenvolvimento rural sustentável.52Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


Nessa perspectiva, muitos estudos mostram que o Pronaf tem contribuídopouco no sentido de promover mu<strong>da</strong>nças estruturais na árearural. Por um lado, a estrutura agrária não sofreu grandes modificaçõese, por outro, o modo de produção continua assentado nos parâmetros<strong>da</strong> revolução verde. Muitos estudos insistem que é pequenaa contribuição do programa no sentido de viabilizar um modelo deprodução agroecológica para o país.Em termos institucionais, os estudos consultados, especialmente osrelatórios de pesquisas contrata<strong>da</strong>s, destacam que, paralelamente àiniciativa do programa de estimular a criação de novas formas derepresentação social dos atores locais, particularmente dos conselhosmunicipais de desenvolvimento rural, nota-se um descompasso entrea função destina<strong>da</strong> a essas organizações e aquelas que efetivamenteelas conseguem desempenhar. Neste sentido, a avaliação quase queconsensual entre os estudos é que a ação emana<strong>da</strong> destas instituiçõesé bastante burocratiza<strong>da</strong> e limita<strong>da</strong> ao debate sobre a utilização dosrecursos repassados pelo programa, com pouca contribuição nos rumoslocais <strong>da</strong>s discussões sobre desenvolvimento rural sustentável.Com isso, os conselhos contribuem pouco para que o ambiente institucionalprotagonize respostas alternativas ao modelo de desenvolvimentoem curso.No entanto, se for considerado apenas o aparato legal que levou à criaçãoe ao funcionamento dos conselhos, restringindo grande parte desuas ações à linha temática infra-estrutura e serviços municipais, devesereconhecer que as experiências desses conselhos conseguiram obterresultados bastante razoáveis, particularmente diante <strong>da</strong>s fragili<strong>da</strong>desde competências dos atores envolvidos e <strong>da</strong> própria estrutura administrativadisponível na maioria dos locais onde os mesmos atuam.Considerando-se a enorme quanti<strong>da</strong>de de estudos classificados nessalinha temática, as sugestões e recomen<strong>da</strong>ções foram extensas e muitovaria<strong>da</strong>s, indo desde as propostas de uma reformulação completa dosmecanismos de formação e funcionamento dos conselhos municipais;dos processos de elaboração dos planos municipais de desenvolvimentorural, até necessi<strong>da</strong>des de modificações legais relativas ao créditorural, como principal ação do programa, no sentido de desconcentrarrecursos e atender às demais categorias de agricultores familiares.53


IVConsiderações fi nais54Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


A sistematização do debate geral sobre o Pronaf mostrou a existênciade grande quanti<strong>da</strong>de de materiais sobre o programa, bem como deanálises, sejam elas positivas ou negativas. Além disso, foi identificadotambém um conjunto variado de questões relativas a essa novapolítica, especialmente sobre quesitos relacionados ao processo deimplementação <strong>da</strong> mesma e aos avanços e obstáculos presentes nestabreve trajetória.De um modo geral, observaram-se diversos consensos entre os analistas<strong>da</strong>s distintas regiões do país, tanto <strong>da</strong>queles que destacam os aspectospositivos <strong>da</strong> política como <strong>da</strong>queles que abor<strong>da</strong>m os aspectos negativosou os problemas enfrentados ao longo dos anos. Deve-se registrarque muitos problemas recorrentes em diversos estudos, especialmenteaqueles identificados nas primeiras avaliações sobre o programa, forameliminados com o passar dos anos, tendo em vista o processo constantede ajustes a que este tipo de política está submetido.O processo de contínuos ajustes gera certas instabili<strong>da</strong>des na própriacondução <strong>da</strong> política, ao mesmo tempo que conforma certa coalizão deatores sociais, públicos e privados ao redor <strong>da</strong> definição de um projetoadequado para a agricultura familiar do país. De certo modo, isso acaboude se explicitar no reconhecimento oficial do Estado, ao transformarem lei (Lei 11.326, de 24.07.06) os anseios do setor familiar. Coma referi<strong>da</strong> lei, a categoria dos agricultores familiares, além de ser reconheci<strong>da</strong>legalmente, passa a ter garantido o direito às políticas públicasdiferencia<strong>da</strong>s, que deverão estar articula<strong>da</strong>s em um Plano Nacional <strong>da</strong>Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais, o que porsi só coloca o Pronaf em uma posição ain<strong>da</strong> mais destaca<strong>da</strong>.Após dez anos de implementação do programa, é consenso entre analistasque a agricultura familiar, devido ao tratamento mais adequadoque vem sendo dispensado ao setor pelos órgãos públicos, passa a terseu reconhecimento também de outras esferas <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de brasileira,não somente em função <strong>da</strong> expressão econômica e social, mas fun<strong>da</strong>mentalmenteporque a agricultura familiar é um sistema produtivoque promove a inclusão social no cenário produtivo do país.Assim, é possível sintetizar as principais questões aponta<strong>da</strong>s pelosestudos em dois blocos distintos que fornecem um quadro evolutivo55


do Pronaf, em termos de análises e avaliações que tinham a perspectivade identificar avanços e limitações do programa.4.1 – Principais avanços identifi cados pelos estudosDo ponto de vista geral, os estudos apontaram diversos elementosconsiderados como responsáveis pela credibili<strong>da</strong>de do programajunto à socie<strong>da</strong>de. Um primeiro ponto diz respeito ao processo dedescentralização <strong>da</strong>s políticas públicas, em que se buscou fortalecero protagonismo <strong>da</strong>s esferas regionais e locais, como forma de combatera ineficácia dessas políticas. O Pronaf estimulou o processode descentralização, ao criar mecanismos e instituições que visavamaproximar os diferentes atores envolvidos com este tipo específicode política.Assim, ao longo dos últimos dez anos foram cria<strong>da</strong>s organizações, instânciasde representação e outras formas de toma<strong>da</strong> de decisões que,além de aproximar as esferas nacional, estadual e local, criaram tambémcanais de participação para a socie<strong>da</strong>de civil expressar seus interesses eparticipar <strong>da</strong> elaboração e implementação <strong>da</strong> nova política pública.Por meio dos conselhos municipais, os agricultores e outros agenteslocais de desenvolvimento passaram a ter voz no debate sobre osprogramas de apoio e fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar. Comisso, a gestão social <strong>da</strong> política aparece como um segundo elementoimportante destacado por vários estudos, uma vez que os processostornam-se mais representativos e democráticos.Nesta lógica, verifica-se que o programa procurou estimular a participaçãodos beneficiários nas toma<strong>da</strong>s de decisões, como forma decriar uma cultura de participação política que, paulatinamente, fossecapaz de discutir e propor diretrizes necessárias à formação de ummodelo de desenvolvimento rural sustentável ancorado na agriculturafamiliar.Um terceiro elemento destacado positivamente pelos estudos é oavanço verificado nas articulações entre os diferentes atores sociaisenvolvidos com o programa, gerando-se sinergias entre esferas públicaslocais e organizações <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil, com o estabelecimento56Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


de ações de complementari<strong>da</strong>de entre elas que visam romper com oisolamento tradicional <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des rurais.Nesta lógica, diversos estudos apontam que o programa influencioupositivamente o tecido social <strong>da</strong>s locali<strong>da</strong>des, estados e regiões, aoestimular o associativismo, cooperativismo e outras formas coopera<strong>da</strong>sde produção e de comercialização <strong>da</strong> produção agropecuária.Um quarto ponto destacado pela maioria dos trabalhos é a expansãodo programa, especialmente nos últimos anos, para to<strong>da</strong>s as municipali<strong>da</strong>desdo país. Com isso, um número maior de agricultores familiarespassou a ter acesso ao sistema financeiro e se integrou aocircuito <strong>da</strong> produção através dos benefícios do crédito rural disponibilizadopelo Pronaf.Um quinto elemento destacado quase como unanimi<strong>da</strong>de pelos estudoscatalogados diz respeito às respostas produtivas do programa,ou seja, verifica-se a ocorrência de grande expansão <strong>da</strong> produçãoagropecuária no âmbito dos setores <strong>da</strong> agricultura familiar que sãoapoiados pelo Pronaf, comparativamente àqueles produtores quenão têm acesso aos benefícios dessa política pública. Isso significaque, em termos produtivos especificamente, há uma correlação positivaentre o sistema de financiamento e a evolução <strong>da</strong>s quanti<strong>da</strong>desproduzi<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> própria produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s lavouras familiares. Estefato permite afirmar que o programa tem alta eficiência produtiva ese firma como a grande novi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> política agrícola do país.Obviamente que os elementos anteriormente mencionados estão fortementeinterligados com outros aspectos específicos, conforme segue:a) Expansão do volume líquido de crédito rural: é inegável o grandeaumento verificado na quanti<strong>da</strong>de de recursos destinados afinanciar a agricultura familiar, especialmente após 2002, quandoefetivamente o programa se firma como uma política nacional deapoio ao setor <strong>da</strong> produção familiar do país;b) impactos no ambiente socioeconômico local: a maior oferta de créditoestimula os agricultores familiares a expandir sua produção, gerando-seexternali<strong>da</strong>des positivas sobre outros indicadores econômicose sociais dos municípios beneficiados pelo programa, como57


é o caso de aumentos no nível de emprego local, <strong>da</strong> arreca<strong>da</strong>çãotributária local e do próprio PIB geral e setorial dos municípios;c) melhorias <strong>da</strong>s condições sociais dos agricultores familiares: o aumento<strong>da</strong> produção deve gerar melhorias nas condições de ren<strong>da</strong>familiar, uma vez que muitos estudos constataram o forte predomínio<strong>da</strong> ren<strong>da</strong> gera<strong>da</strong> pelas ativi<strong>da</strong>des agropecuárias na composição<strong>da</strong> ren<strong>da</strong> total <strong>da</strong>s famílias. Deve-se registrar que há umconsenso mínimo entre os analistas do programa de que, devidoao nível de fragili<strong>da</strong>de de parte <strong>da</strong> agricultura familiar, sua situaçãoeconômica e social estaria em níveis mais precários caso nãoexistisse o Pronaf;d) ampliação <strong>da</strong> conscientização dos agricultores familiares: atravésdos fóruns de debates estimulados pelo programa, mesmo comum nível de participação e envolvimento ain<strong>da</strong> precário, diversosestudos apontaram que há avanços na esfera <strong>da</strong> conscientizaçãodos agricultores em diversas dimensões, destacando-se a necessi<strong>da</strong>dede ampliação do associativismo e <strong>da</strong> cooperação; do maiorgrau de envolvimento nos debates sobre os rumos do desenvolvimentorural, etc.Nesse processo de afirmação do programa como uma política nacional,a maioria dos estudos não se furtou de enumerar um conjuntode obstáculos existentes, sendo que muitos deles acabam se transformandoem limitações explícitas, impedindo que o Pronaf consiga alteraros rumos do desenvolvimento rural do país, conforme veremosno item seguinte dessas conclusões.4.2 – Principais limites do programa apontadospelos estudosDe uma maneira geral, os estudos apontaram diversos elementosconsiderados como responsáveis pela existência de limitações doprograma junto à socie<strong>da</strong>de rural. Um primeiro ponto diz respeito aofato de que o Pronaf não conseguiu intervir adequa<strong>da</strong>mente no sentidode mu<strong>da</strong>r os mecanismos do padrão de desenvolvimento agrícolaque vigora no país desde o pós-guerra. Com isso, reforça-se o usogeneralizado dos insumos modernos que servem de parâmetro parao padrão vigente, não produzindo as mu<strong>da</strong>nças necessárias para aconstrução de um modelo de desenvolvimento sustentável para as58Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


áreas rurais. Com isso, vários estudos afirmaram que o viés produtivistaestá ocupando o centro <strong>da</strong>s ações do programa.Um segundo elemento geral, em parte decorrente <strong>da</strong> situação anterior,é que os planos de desenvolvimento rural, discutidos e aprovados, especialmentena linha temática infra-estrutura e serviços, praticamentese limitaram a encaminhar ações do programa, não conseguindosequer intervir no debate sobre os rumos do desenvolvimento rural.Com isso, além de discussões precárias, alguns estudos apontaramque esses planos não continham parâmetros básicos capazes de induziras discussões sobre a reali<strong>da</strong>de atual <strong>da</strong> agricultura familiar e,muito menos, formular alternativas ao modelo em curso.O terceiro ponto ressaltado por muitos estudos é a fragili<strong>da</strong>de doprograma como instrumento para aju<strong>da</strong>r a promover mu<strong>da</strong>nças paraalém <strong>da</strong> esfera <strong>da</strong> agricultura, ou seja, aquelas mu<strong>da</strong>nças locais quesão necessárias para se promover um desenvolvimento efetivamentesustentável. Neste caso, destacam-se os limites <strong>da</strong>s ações <strong>da</strong> políticasobre a estrutura agrária, que continua ca<strong>da</strong> vez mais concentra<strong>da</strong>;sobre a estrutura social local; e sobre a estrutura que domina a políticalocal.Um quarto elemento presente nos estudos como limitação do programaé que a questão ambiental, como variável-chave no processo deconstrução de um modelo de desenvolvimento sustentável, aparecemuito mais como retórica do que propriamente como um espaço necessáriode ações planeja<strong>da</strong>s que priorizem efetivamente o tema.Um quinto ponto destacado pela grande maioria dos estudos refereseao campo financeiro do programa. Muitos trabalhos apontaramque as ações nessa área continuam restritas ao sistema de créditorural, o qual é operado quase que exclusivamente pelos bancos estatais,que acabam inibindo a emergência de um sistema de finançasde proximi<strong>da</strong>de. Este sistema não teria apenas a função de repassarrecursos públicos, mas de captar poupanças visando atender as maisvaria<strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> população.Parte desses problemas mencionados está interliga<strong>da</strong> a outros aspectosespecíficos, destacando-se:59


a) Crédito rural concentrado: apesar dos avanços verificados nos últimosanos, o montante total do crédito rural continua concentradonas regiões Sul e Sudeste do país e com uma inserção bem menorna região Nordeste, que responde numericamente pela metade dosagricultores familiares existentes atualmente. Com isso, alguns estudoschegaram a afirmar que estes mecanismos, na ver<strong>da</strong>de, estãoprivilegiando as uni<strong>da</strong>des familiares “mais eficientes”, em detrimento<strong>da</strong>quelas mais fragiliza<strong>da</strong>s;b) crédito rural para safras agrícolas: todos os estudos sobre o temamostraram que há um enorme predomínio do crédito para custeioem relação ao baixo volume de recursos captados pelos agricultoresfamiliares para a realização de investimentos nas uni<strong>da</strong>des familiaresde produção. Com isso consoli<strong>da</strong>-se entre os agricultoresfamiliares um tipo de agricultura baseado no uso intensivo de insumosmodernos, especialmente de fertilizantes químicos, agrotóxicose sementes seleciona<strong>da</strong>s. Esse modelo, ao mesmo tempoem que apresenta resultados positivos em termos de expansão <strong>da</strong>produção agrícola, gera poucos efeitos sobre a capitalização <strong>da</strong>suni<strong>da</strong>des familiares de produção, particularmente em termos decapital acumulado em máquinas e equipamentos;c) essa lógica de funcionamento do modelo de financiamento doPronaf favorece a tendência à expansão <strong>da</strong> especialização <strong>da</strong> produçãoagropecuária, uma vez que o total do crédito de custeio édestinado para poucas culturas (soja, milho, feijão, etc.). Ressalta-seque, guar<strong>da</strong><strong>da</strong>s as proporções, essa tendência é claramentepercebi<strong>da</strong> entre to<strong>da</strong>s as categorias de beneficiários do programa,uma vez que prevalecem poucos produtos na cesta de bens produzidos,evidenciando que não se está estimulando de forma expressivaa diversificação produtiva <strong>da</strong> agricultura familiar, tantonuma perspectiva agrícola como não agrícola;d) participação e gestão social <strong>da</strong> política pública: a maioria dos estudosrevelou que o envolvimento dos beneficiários na discussão,definição e implementação <strong>da</strong>s diversas linhas de ações do programaé extremamente baixo e precário. Com isso, o processo degestão social <strong>da</strong> política é tímido, sendo que os espaços institucionaisque deveriam estimular a democratização <strong>da</strong> política acabamse transformando em ações burocratiza<strong>da</strong>s, geralmente apenascom o intuito de garantir a liberação de recursos aos municípios.60Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


Em linhas gerais, estes são os cenários (positivos e negativos) sobre oprograma apontado pelos estudos catalogados. Assim, acreditamosque este trabalho inicial de sistematização <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s pesquisase estudos produzidos ao longo dos últimos dez anos possa ser útil,tanto à comuni<strong>da</strong>de acadêmica como aos agentes de desenvolvimentorural, em especial aos formuladores de políticas públicas, nosentido de promover avanços nos conhecimentos sobre a reali<strong>da</strong>dedesta política específica que, com a aprovação recente <strong>da</strong> Lei Federal<strong>da</strong> Agricultura Familiar, passa a desempenhar um papel ain<strong>da</strong> maisrelevante nos próximos períodos, comparativamente àquele desempenhadono primeiro decênio.61


VReferências62Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


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VICatálogo temáticodo conjunto de estudos82Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


A catalogação dos diversos materiais sobre o Pronaf foi feita a partirde três grupos temáticos de documentos: artigos científicos apresentadosem congressos e/ou publicados em periódicos; dissertaçõesde mestrado e teses de doutorado; e relatórios de pesquisas sobreo programa.6.1 – Artigos acadêmicosOs artigos sobre o programa disponíveis eletronicamente foram catalogadosa partir de sete linhas temáticas, quais sejam: Pronaf instituições;Pronaf participação social; Pronaf crédito; Pronaf infra-estruturae serviços; Pronaf mais de uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de analisa<strong>da</strong>; Pronafavaliação geral do programa; e Pronaf assuntos gerais. Neste últimocaso encontram-se aqueles artigos que não se enquadram em nenhuma<strong>da</strong>s opções anteriores.6.1.1 – Pronaf instituiçõesABRAMOVAY, R. Conselhos além dos limites. Estudos Avançados,São Paulo, v. 15, n. 43, p. 121-140, set./dez. 2001.RESUMO: Texto escrito como subsídio ao seminário “DesenvolvimentoLocal e Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural”,organizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estadodo Rio Grande do Sul, pela Emater/RS, pela Fetag/RS e peloprograma GTZ/Proren<strong>da</strong>. Sua contribuição para o seminário está natentativa de expor algumas idéias sobre o funcionamento dos conselhoscom base numa bibliografia e em fontes de documentação muitoescassas. Se, por definição, o trabalho de um pesquisador universitáriosó ganha consistência quando exposto à crítica, aqui esta regrageral tem vali<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong> maior. Não só pelo estado ain<strong>da</strong> precáriodo conhecimento atual sobre os conselhos, mas, pelo público ao qualo texto se destina: ninguém melhor que os atores sociais envolvidosdiretamente na construção do desenvolvimento rural para discutir,enriquecer, corroborar ou refutar os pontos de vista e os argumentoscontidos no texto. Esta é a razão pela qual este artigo é apenas umaprimeira versão que será revista em função <strong>da</strong>s observações críticas edos próprios resultados do seminário. O autor não se preocupou emexpor de maneira organiza<strong>da</strong> um item voltado a propostas: elas estão83


espalha<strong>da</strong>s no decorrer do texto em função do próprio desenvolvimentodo raciocínio que o conduz.COSTA, Fernando Bastos. Estabelecidos e outsiders no crédito rural: ocaso do Pronaf B. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economiae Sociologia Rural, 44, Fortaleza, jul. 2006.RESUMO: Este trabalho tem por objetivo estu<strong>da</strong>r o ambiente institucionalpara a implementação de políticas de financiamento direciona<strong>da</strong>sà agricultura familiar. A hipótese central é que, apesar de to<strong>da</strong>sas mu<strong>da</strong>nças ocorri<strong>da</strong>s nas normas de crédito, no sentido de reduzirobstáculos existentes para o acesso de outsiders, permanece o mesmoambiente institucional que deu apoio à modernização – cristalizadorde estruturas reforçadoras dessa exclusão. O pressuposto mais relevanteé que os agricultores pobres são os mais expostos às limitaçõesinstitucionais. Os conceitos de arranjo institucional e de ambiente institucionalutilizados neste trabalho foram construídos com o apoio <strong>da</strong>escola institucional, contemplando-se a dimensão econômica, a sociologia<strong>da</strong>s organizações e a ciência política. Na relação <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nçasinstitucionais com a atuação estatal, foi importante a leitura dos estudiososdo Estado brasileiro. A parte empírica constou de uma pesquisaem que foram aplicados questionários com agricultores beneficiadoscom o Pronaf B, em 13 municípios do Rio Grande do Norte. Em ca<strong>da</strong>município foram realiza<strong>da</strong>s entrevistas com quatro de seus principaismediadores. Os resultados <strong>da</strong> pesquisa ratificaram a hipótese do trabalhode que a concepção <strong>da</strong>s políticas públicas não leva em conta opapel <strong>da</strong>s instituições no comportamento e nas escolhas dos agentesindividuais e coletivos, depreendendo-se que essa política carece demediações que transcendem a racionali<strong>da</strong>de dos marcos legais.ZANINI, W.; FROEHLICH, J. M. A experiência <strong>da</strong> gestão social noPronaf: o caso do conselho de desenvolvimento rural em São Pedrodo Sul-RS. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e SociologiaRural, 43, Ribeirão Preto, 2005, Anais. Ribeirão Preto: Fearp-USP/Sober, 2005. v. 1.RESUMO: Este artigo avalia a experiência de gestão social no âmbitodo Pronaf, tomando como objeto de análise o conselho de desenvolvimentorural do município de São Pedro do Sul/RS, em busca de com-84Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


preender neste espaço e contexto, os limites para o desenvolvimentorural. Tomando dois enfoques de análise complementares, caracteriza-seo conselho e as conseqüências de suas decisões. As informaçõesproduzi<strong>da</strong>s, coteja<strong>da</strong>s com a concepção de desenvolvimento rural doautor, resultam nas seguintes conclusões: a ascendência decisória sedá entre o próprio segmento <strong>da</strong> agricultura familiar, em uma construçãoexterna ao conselho e onde, usualmente, são consensuais, assumemuma função burocrática e legitimadora de diretrizes externas,compatibilizando regras <strong>da</strong>s fontes financiadoras e deman<strong>da</strong>s quereproduzem a própria concepção de desenvolvimento do Pronaf. Asprincipais condicionantes deste quadro estão associa<strong>da</strong>s à limita<strong>da</strong>visão sobre as possibili<strong>da</strong>des de desenvolvimento, e a compreensãoideal e legalista de participação que assumem as lideranças do segmento<strong>da</strong> agricultura familiar.6.1.2 – Pronaf participação e gestão socialDIESEL, V.; RAUPP, A.; SCHEIBLER, J. ; SILVEIRA, Paulo RobertoCardoso <strong>da</strong> . Fundos Rotativos Municipais de Crédito e DesenvolvimentoRural. In: FROEHLICH, José Marcos; DIESEL, Vivien. (Org.).Espaço Rural e Desenvolvimento Regional: Estudos a partir <strong>da</strong> RegiãoCentral do RS. Ijuí: Editora <strong>da</strong> Unijui, v. 1, 2004.RESUMO: O trabalho avalia a experiência do município de SantaMaria –RS que instituiu, em 1996, um Fundo Rotativo de DesenvolvimentoRural. A experiência é avalia<strong>da</strong> sob a ótica <strong>da</strong> democratização<strong>da</strong> formulação e gestão de políticas públicas e sob a ótica <strong>da</strong> promoçãodo desenvolvimento rural municipal. Observa-se que a criaçãodo Fundo possibilitou avanços em termos <strong>da</strong> institucionalização deformas democráticas de formulação e gestão de políticas públicas. Acontribuição do Fundo Rotativo de Desenvolvimento Rural na promoçãodo desenvolvimento rural municipal é limita<strong>da</strong>, na medi<strong>da</strong>em que não foram realiza<strong>da</strong>s as mu<strong>da</strong>nças no âmbito <strong>da</strong> produção,previstas no Plano Municipal de Desenvolvimento Rural, orientador<strong>da</strong> aplicação dos recursos.LIMA, I.A.; CARDOSO, J. L.; SANCHEZ GAMBOA, S. A. ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar: uma análise dosfun<strong>da</strong>mentos científicos dos planos municipais de desenvolvimento85


ural no Estado de São Paulo. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileirade Economia e Sociologia Rural, 40, Rio de Janeiro, jul. 2000.RESUMO: A questão que trata esta pesquisa é a de conhecer quais osfun<strong>da</strong>mentos científicos inerentes à produção do conhecimento nosPlanos Municipais de Desenvolvimento Rural (PMDR’s) do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar no Estadode São Paulo (Pronaf-SP) como instrumentos de efetivação desta políticaque fun<strong>da</strong>menta seu discurso nos princípios <strong>da</strong> gestão socialdo conhecimento e que tem a extensão rural oficial do Estado representadopelos extensionistas <strong>da</strong>s Casas de Agricultura locais como oagente externo responsável, como Secretário Executivo do ConselhoMunicipal de Desenvolvimento Rural, pela coordenação dos referidosplanos. O objetivo geral é realizar uma análise epistemológicados PMDR’s. Sugere-se que o Pronaf reveja as concepções de produçãode conhecimento, diagnóstico <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, sujeito históricoe projetos de gestão social. Além disso, buscar a produção de Planoscom maior solidez científica e qualitativamente mais significativos,necessários para a produção do conhecimento exigidos na soluçãodos graves problemas sociais e educacionais no meio rural que desafiampesquisadores <strong>da</strong> área e "extensionistas".PEREIRA, Lucília G. Travaglini Carvalho. Programa Nacional deFortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar, Análise do comportamentodos atores municipais: Estudo de caso em Espírito Santo do Pinhal,SP. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e SociologiaRural, 38., Rio de Janeiro, jul. 2000.RESUMO: O trabalho contribui no debate <strong>da</strong>s políticas agrícolasvolta<strong>da</strong>s para o fortalecimento e desenvolvimento <strong>da</strong> agricultura familiarno Brasil, através de um estudo de caso realizado no municípiode Espírito Santo do Pinhal, Estado de São Paulo, analisando ocomportamento dos atores envolvidos na implantação e operacionalizaçãodo Pronaf em nível municipal (os agricultores familiares, asinstituições financeiras e a rede de extensão rural oficial do Estado).São nesses atores, segundo a análise, que reside o maior gargalo dosucesso do programa. A conclusão é que, se não houver participaçãointegral desses, o Pronaf poderá ser apenas uma carta de intençõescomo tantas outras formula<strong>da</strong>s pelos governos brasileiros.86Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


PEREIRA, Lucília G. Travaglini Carvalho. Avaliação do Pronaf atravésdo comportamento dos atores municipais: agentes financeiros,profissionais <strong>da</strong> rede de extensão rural oficial do Estado e agricultoresfamiliares. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia eRural, 41. Juiz de Fora, jul. 2003.RESUMO: Em julho de 1996, o governo Federal lançou o Pronaf elegendoo agricultor familiar como protagonista, pela primeira vez, deuma política orienta<strong>da</strong> para o desenvolvimento rural. No contexto dedificul<strong>da</strong>des que se encontram os pequenos produtores familiares emreproduzir suas ativi<strong>da</strong>des agrícolas e assegurar, ao mesmo tempo,condições de vi<strong>da</strong> adequa<strong>da</strong>s para suas famílias, uma linha de créditovolta<strong>da</strong> para essa categoria só poderia ser encara<strong>da</strong> como positiva.Com o intuito de contribuir para o debate <strong>da</strong>s políticas agrícolas volta<strong>da</strong>spara o fortalecimento e desenvolvimento <strong>da</strong> agricultura familiarno Brasil, o trabalho analisou o comportamento dos atores municipais(agricultores familiares, agentes financeiros e rede de extensãorural oficial) na implantação e operacionalização do Pronaf, atravésde um estudo de caso no município de Espírito Santo do Pinhal, SP.A análise revelou alguns limitantes na implantação do Programa nomunicípio: pouca divulgação, a não participação de todos os atores,insuficiência de técnicos na Casa <strong>da</strong> Agricultura e nas agências financeiras.A principal conclusão foi que o sucesso <strong>da</strong> implantação doPronaf depende principalmente <strong>da</strong> efetiva participação de todos osatores municipais, com engajamento e integração entre eles.6.1.3 – Pronaf crédito e fi nanciamentoABRAMOVAY, R.. Finanças de proximi<strong>da</strong>de e desenvolvimento territorialno semi-árido brasileiro. In: COSSÍO, Maurício Blanco (Org.).Estrutura agrária, mercado de trabalho e pobreza rural no Brasil. Riode Janeiro: Ipea, 2003.RESUMO: Este texto define algumas condições e alguns limites <strong>da</strong>construção de um sistema de finanças de proximi<strong>da</strong>de no semi-áridonordestino. Ele foi inspirado por uma deman<strong>da</strong> dos organizadoresdo Projeto Dom Helder Câmara, que, com base em recursos governamentaise do Fundo Internacional de Desenvolvimento para a Agricultura(Fi<strong>da</strong>/ONU), deu início a um conjunto de iniciativas volta<strong>da</strong>s87


especialmente ao desenvolvimento do semi-árido. O texto não entrano detalhamento operacional, na estrutura administrativa ou jurídicade tal sistema. A idéia central em torno <strong>da</strong> qual o trabalho se organizaé que um sistema de finanças de proximi<strong>da</strong>de no semi-árido podedesempenhar papel estratégico na incorporação ao processo de desenvolvimento<strong>da</strong>s populações hoje vivendo em situação de pobreza.Conforme se discute no estudo, a forma mais provável de um sistemade finanças de proximi<strong>da</strong>de no quadro <strong>da</strong>s restrições impostas pelalegislação brasileira é a cooperativa de crédito. O Projeto Dom HelderCâmara tem dois desafios fun<strong>da</strong>mentais hoje pela frente. Por um lado,é urgente que ele concentre sua inteligência no estímulo à criação deorganizações financeiras e de planejamento do desenvolvimento quetenham expressão suficiente para que não se trate apenas de um casoisolado e exemplar. Por outro lado, esta experiência inovadora vaifornecer subsídios para que se aprofunde a discussão a respeito dopróprio papel que o sistema bancário comercial pode desempenharno fortalecimento de organizações financeiras comprometi<strong>da</strong>s com ageração de ren<strong>da</strong> por parte dos mais pobres.BANCO DO BRASIL, Diretoria de Agronegócios. Novas regras doPronaf. Revista de Política Agrícola. [S.l : s. n.]RESUMO: Em meados de agosto, foi publica<strong>da</strong> a Resolução nº 2.629do Banco Central do Brasil que altera as normas dos financiamentosrurais concedidos ao amparo do Pronaf e do Procera. Foi demonstradopor meio deste artigo, de forma sintética, as novas regras, principalmentenos pontos relacionados à caracterização dos beneficiários,linhas de financiamento e perspectivas de liberação de recursos.Conclui-se assim que os agricultores familiares <strong>da</strong> região Sul deverãointensificar os pedidos e projetos creditícios antes do final do ano,centrando-se em setembro e outubro.BARBOSA, Karine Maria Lobo; SOUSA, Eliane Pinheiro. ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar no município deMauriti – Ceará.[ s.l:s.d]RESUMO: Este artigo tem por objetivo avaliar o desempenho do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar do grupo C– Custeio <strong>da</strong> linha de crédito no município de Mauriti – Ceará. Especi-88Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


ficamente, pretende-se descrever as características socioeconômicas eculturais dos beneficiários do Programa; fazer uma análise comparativa<strong>da</strong> infra-estrutura domiciliar e <strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong>de de bens de consumo eequipamentos tecnológicos antes do Pronaf C Crédito – Custeio e atualmente;identificar os fatores de sucesso e as deficiências do Programa einvestigar a atuação dos atores sociais envolvidos nesse Programa. Paratal, utilizou-se <strong>da</strong>dos primários, obtidos a partir <strong>da</strong> aplicação de questionáriojunto aos beneficiários do Pronaf C Crédito Custeio e entrevistacom atores sociais do Programa. Os resultados permitiram verificarque os beneficiários pesquisados se encontram em melhores condiçõesdepois <strong>da</strong> implantação do Programa, pois há uma maior presença deagentes de saúde do Programa Saúde <strong>da</strong> Família e uma maior disponibili<strong>da</strong>dede bens de consumo. Observou-se também um crescimento nautilização <strong>da</strong> adubação orgânica e química, <strong>da</strong> irrigação e <strong>da</strong> sementemelhora<strong>da</strong>, gerando uma maior produtivi<strong>da</strong>de. Os resultados ain<strong>da</strong>demonstram que as principais vantagens do Pronaf são: concessão docrédito a juros inexistentes, flexibili<strong>da</strong>de e dinamismo, bem como financiamentoe incentivo às ativi<strong>da</strong>des agrícolas, enquanto as deficiências sereferem à escassa assistência técnica e capacitação, desvio na aplicaçãodos recursos e falta de acompanhamento e fiscalização do Programa.Para os atores sociais entrevistados, o Pronaf é considerado um programafavorável e de grande repercussão no município, existindo grandearticulação dos agricultores, principalmente por parte <strong>da</strong>s associaçõesexistentes em ca<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de rural.BITTENCOURT, Gilson Alceu; ABRAMOVAY, R. Inovações institucionaisno financiamento à agricultura familiar: o sistema Cresol.– Anais do II˚ Seminário Brasileiro <strong>da</strong> Nova Economia Institucional – CD-ROM, Campinas.RESUMO: O Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar permitiu que imensa quanti<strong>da</strong>de de agricultores familiarestivesse, pela primeira vez, acesso a créditos bancários. Apesar disso,tanto o governo Federal como os movimentos sociais convergemno reconhecimento de que o sistema bancário é hoje um obstáculopara que as metas defini<strong>da</strong>s na política pública sejam atingi<strong>da</strong>s epara que se expan<strong>da</strong> a base social do Programa. Construído a partir<strong>da</strong> experiência de crédito rotativo no Sul do País, o Sistema Cresolcontribui para mostrar que recursos governamentais podem chegar89


a populações desprovi<strong>da</strong>s de garantias e contraparti<strong>da</strong>s em proporçãomuito maior do que os bancos são capazes de propiciar. O textodiscute algumas <strong>da</strong>s questões teóricas envolvi<strong>da</strong>s na montagem <strong>da</strong>rede de confiança em que o sistema Cresol se apóia. Expõe ain<strong>da</strong> osprincipais elementos empíricos que permitem compreender que nãose trata de uma experiência simplesmente localiza<strong>da</strong> e sim de umainiciativa com amplo potencial de universalização.BITTENCOURT, Gilson Alceu; MAGALHÃES, Reginaldo;ABRAMOVAY, R.. Informação de crédito: um meio para ampliar oacesso dos mais pobres ao sistema financeiro. Pesquisa & Debate, SãoPaulo, v. 16, n. 2(28), p. 203-248, 2005.RESUMO: Este texto procura responder a duas questões: a) em quetipo de sistema de informação baseia-se a oferta de serviços a segmentos<strong>da</strong> população até então distantes do sistema bancário? b) quenovos sistemas de informação (formais e informais) vão sendo criadosconforme o acesso a serviços bancários de amplia? O trabalho apóiaseem três idéias centrais: a) existem técnicas bancárias que permitemampliar o acesso ao crédito de consumo e de baixo montante parapopulações de baixa ren<strong>da</strong>, sobre a base de sistemas de informaçãocujos custos são relativamente baixos. Essas técnicas começam a seraplica<strong>da</strong>s hoje, por parte de bancos comerciais de varejo pertencentesao governo, nomea<strong>da</strong>mente o Banco do Brasil – por meio do BancoPopular do Brasil – e a Caixa Econômica Federal. Alguns bancosprivados com rede de agências especialmente capilariza<strong>da</strong> (como oBradesco) também participam ativamente deste movimento; b) aampla utilização de serviços financeiros por parte de populações vivendopróximo à linha de pobreza exige organizações especialmentevolta<strong>da</strong>s a este objetivo e um sistema de informações que lhes é particular;c) as técnicas em que se apóia o microcrédito produtivo nãose confundem com aquelas capazes de ampliar o acesso ao crédito deconsumo para populações de baixa ren<strong>da</strong>: redes sociais são, nestescasos, especialmente importantes.CABRAL, Silvio Thiago. Estudo sobre o crédito rural no municípiode Tubarão – SC. Núcleo de Estudos Agrários e DesenvolvimentoRural, Brasília, [s.n.], jul. 2001. Disponível em: < www.nead.org.br >.Acesso em 6 junho 2006.90Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


RESUMO: Inicialmente o crédito foi institucionalizado no Brasil pelalei n.º 4829 de 05/11/1965 e constitui hoje um dos principais instrumentospelo governo brasileiro na execução de sua política agrícola. Nomunicípio de Tubarão foram constata<strong>da</strong>s poucas ou nenhuma publicaçãosobre o crédito rural, o presente trabalho, mesmo restrito a umaúnica linha de crédito Pronaf pretende <strong>da</strong>r uma contribuição ao estudodo crédito rural, pesquisando produtores que contrariam financiamentobancário junto a agência do Banco do Brasil no município. Estetrabalho analisou apenas em que medi<strong>da</strong> o programa de crédito ruralconsegue atingir seus objetivos: analisar a finali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> aplicação dosrecursos na proprie<strong>da</strong>de contemplando com o crédito; verificar a satisfaçãodos produtores que são beneficiários do programa; e contribuircom os próximos trabalhos sobre crédito agrícola na região.CAMPOS, Rodrigo Ferrarini de; CARDOSO, J. L. Pronaf: índices definanciamento e características <strong>da</strong> distribuição do crédito rural noBrasil de 1996 a 2001. Informações Econômicas, São Paulo: IEA, v. 34,n.11, p. 7-21, nov. 2004.RESUMO: O objetivo geral do trabalho foi analisar as características próprias<strong>da</strong> distribuição dos recursos financeiros no âmbito do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar no Brasil. Foramanalisados índices gerais que caracterizaram valores médios de contratos,números de contratos e grau de financiamento, por uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong>federação. O período estu<strong>da</strong>do compreende de 1996, quando foi criadoo Programa, até 2001 (último ano com disponibili<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>dos doBanco Central do Brasil, quando <strong>da</strong> elaboração do estudo). Os resultadosindicaram que, embora tenha ocorrido substancial aumento nonúmero de contratos realizados para a agricultura familiar no Brasil,não houve uma contraparti<strong>da</strong> distributiva desse montante.CARVALHO, Fátima Marília Andrade de; ALVARENGA, AnaBárbara Cardoso. Avaliação do Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar – Pronaf B em Minas Gerais. In: Congresso<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 44, Fortaleza,jul. 2006.RESUMO: Este estudo trata <strong>da</strong> análise de uma <strong>da</strong>s linhas de créditodo Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar – o Pronaf91


“B”, no município de Porteirinha, Estado de Minas Gerais, como instrumentode desenvolvimento socioeconômico do público beneficiário.Foi analisa<strong>da</strong> a evolução dos indicadores econômicos e sociais eseus efeitos no acréscimo de produtivi<strong>da</strong>de na pecuária leiteira, aviculturae suinocultura, ativi<strong>da</strong>des diretamente beneficia<strong>da</strong>s pelo microcréditodo Pronaf “B”. Constatou-se que nas três ativi<strong>da</strong>des quereceberam crédito- leite, suínos e aves – ocorreu elevação <strong>da</strong> margemlíqui<strong>da</strong> média auferi<strong>da</strong> e crédito médio obtido, de 2000 a 2004, tendênciaimportante para as perspectivas de manutenção e ampliaçãodo Programa.CERQUEIRA, Patrícia <strong>da</strong> Silva; ROCHA, Ana Georgina. A agriculturafamiliar e o Pronaf: elementos para uma discussão. Bahia Análise& Dados, Salvador, v. 12, n. 3, p. 105-117, dez. 2002.RESUMO: Este artigo abor<strong>da</strong> a produção familiar e o Programa Nacionalde Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf) na Bahia.O objetivo é discutir a operacionalização do Pronaf – Crédito naBahia, com base na pesquisa de campo realiza<strong>da</strong> no âmbito do projetode cooperação técnica firmado entre a SAF do MDA e o InstitutoInteramericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), pesquisaessa realiza<strong>da</strong> nos municípios baianos de Ituaçu, Monte Santo eMaragogipe. Partindo <strong>da</strong> visão do próprio público-alvo, as autoraslevantaram elementos que contribuem para uma avaliação dos impactosdo Pronaf no Estado <strong>da</strong> Bahia e suscitaram o debate sobre aimportância <strong>da</strong> agricultura familiar para o desenvolvimento rural.Consideraram que os números refletem as dificul<strong>da</strong>des para atingiro público-alvo e a incapaci<strong>da</strong>de de gerar mu<strong>da</strong>nças mais estruturaisnas proprie<strong>da</strong>des, face ao cenário de exclusão e pobreza de parcelasignificativa dos agricultores.CORREA, V. P.; CABRAL, M. S. Uma análise <strong>da</strong> implantação doPronaf – indicação de distorções. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileirade Economia e Sociologia Rural, 40, Rio de Janeiro, jul. 2000.RESUMO: O objetivo deste trabalho é questionar a perspectiva defendi<strong>da</strong>pelo Governo e, no que tange especificamente ao Pronaf, discutiralgumas distorções que têm se apresentado. A metodologia utiliza<strong>da</strong>foi a descritiva e a análise foi feita em âmbito nacional. Verificou-se92Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


com isso, que há forte dificul<strong>da</strong>de de liberações de recursos para ostrabalhadores não integrados e que há forte concentração dos recursosnas regiões Sudeste e Sul. Os autores evidenciam também que o Pronafestá privilegiando, a proprie<strong>da</strong>de familiar "eficiente" em detrimentodos mais fragilizados. Paralelamente, verificou-se que houve reduçãodo número de pessoas ocupa<strong>da</strong>s em ativi<strong>da</strong>des agrícolas, e também,que há uma importância crescente <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des e ren<strong>da</strong>s, não agrícolasentre as famílias rurais por conta própria, indicando que estasfamílias não são mais essencialmente agrícolas. O perfil em questão(de pluriativi<strong>da</strong>de), no entanto, apesar de ser crescentemente majoritáriono meio rural não atende ao perfil traçado para poder ter acesso aoPronaf (famílias volta<strong>da</strong>s para ativi<strong>da</strong>des agrícolas).CORREA, Vanessa Petrelli; ORTEGA, Antonio César. Pronaf: ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar – qual o seureal objetivo e público-alvo? In: Congresso Brasileiro de Economia eSociologia Rural, 40, Passo Fundo, jul. 2002.RESUMO: O objetivo deste trabalho é analisar os primeiros anos deimplantação do Pronaf e o intuito principal é o de questionar quais osreais objetivos do referido Programa. Indicaremos inicialmente que oestudo capitaneado pela FAO e pelo Incra e suas indicações de políticasa serem adota<strong>da</strong>s para o fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiarembasou a implantação inicial do Programa. A seguir, levantaremosa implantação, as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des do Programa e a legislação que o fundou.O próximo passo do trabalho é apresentar uma compilação <strong>da</strong>sprincipais modificações legais pelas quais o programa passou para,na seqüência, mostrar os <strong>da</strong>dos relativos aos recursos liberados. Noque tange a estes recursos o levantamento foi efetuado a partir dosAnuários Estatísticos do Crédito Rural do Banco Central que, noentanto, não apresentam os <strong>da</strong>dos de crédito para investimento emsua real magnitude. Para considerar estes créditos utilizamo-nos de<strong>da</strong>dos levantados recentemente por estudos do Ipea. A partir destes<strong>da</strong>dos, pretendemos mostrar que o Pronaf Crédito tem um perfil deliberação diferente <strong>da</strong>s demais linhas, sendo que tem um viés altamenteconcentrador em termos de liberação de recursos. Articulandoa análise <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> legislação com o perfil dos recursos liberadospretendemos questionar então, qual o efetivo público-alvo doprograma e qual o seu real objetivo.93


CORREA, Vanessa Petrelli: SILVA, Fernan<strong>da</strong> Faria. Análise <strong>da</strong>s liberaçõesrecentes do Pronaf – uma mu<strong>da</strong>nça na lógica de distribuição?In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e Sociologia Rural,43, Ribeirão Preto, jul. 2005.RESUMO: O Pronaf foi instituído no intuito de ampliar o acesso dosagricultores familiares ao crédito rural, até então mais restrito aos agricultoresintegrados às agroindústrias e com condições de arcar comaltas garantias exigi<strong>da</strong>s pelos bancos. No entanto, algumas linhas deação do Pronaf têm seguido uma lógica pareci<strong>da</strong> com as demais linhasde financiamento do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), ouseja, têm privilegiado regiões geográficas economicamente mais favoreci<strong>da</strong>s,ci<strong>da</strong>des com determinados perfis de ren<strong>da</strong> e organização, bemcomo produtores mais integrados economicamente. O objetivo destetrabalho é analisar o perfil <strong>da</strong> expansão e direcionamento dos recursos<strong>da</strong>s mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des do Pronaf (Crédito, Infra-estrutura e Capacitação),no sentido de verificar a performance do Pronaf – Crédito, o principalliberador de recursos, cujo público atingido tem sido mais limitado.Paralelamente, as duas outras mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des têm apresentado maiorpotencial de atingir os agricultores familiares com menores ren<strong>da</strong>s einseridos em regiões/locali<strong>da</strong>des mais carentes.FERREIRA, V. R.; SOUZA, P. M.; PONCIANO, N. J.; CARVALHO, A. J. C.A fruticultura como alternativa <strong>da</strong> produção familiar no âmbito doPronaf nos municípios de Campos de Goytacazes e São Francisco deItaboana – RJ. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 25,n.3, p. 436 – 439, dez. 2003.RESUMO: O trabalho analisa a importância do cultivo de frutascomo alternativa para o aumento de ren<strong>da</strong> <strong>da</strong> agricultura familiar, nocontexto dos financiamentos concedidos pelo Pronaf, nos municípiosde Campos de Goytacazes e de São Francisco de Itaboana no Rio deJaneiro. Foram realiza<strong>da</strong>s entrevistas com cinco produtores de ca<strong>da</strong>grupo representativo <strong>da</strong> região, visando obter <strong>da</strong>dos médios sobretamanho <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de, capital próprio e mão-de-obra disponível.Os resultados evidenciaram que o recurso financeiro foi a variávelque mais limitou a escolha dos agricultores com relação à produção.Maracujá, goiaba e pinha foram identificados como as melhoresalternativas econômicas para os produtores familiares <strong>da</strong> região.94Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


A análise permitiu concluir que a concessão do crédito, pelo Pronaf,contribui para a melhor utilização dos recursos, para a obtenção demaior ren<strong>da</strong>, bem como para a geração de empregos.FERREIRA, V. R.; PONCIANO, N. J.; SOUZA, P. M. Alocação de recursosno planejamento <strong>da</strong> fruticultura como alternativa de produçãofamiliar no âmbito do Pronaf na região Norte Fluminense – RJ.In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e Sociologia Rural,41, Juiz de Fora, jul. 2003.RESUMO: Em virtude <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> agricultura familiar para oBrasil e para o norte fluminense, o presente trabalho estudou a otimização<strong>da</strong> fruticultura como alternativa para o aumento de ren<strong>da</strong> doagricultor familiar, considerando os recursos disponíveis <strong>da</strong> pequenaproprie<strong>da</strong>de juntamente com as diferentes linhas de financiamentode custeio do Pronaf para os grupos A, C e D. Para isso, utilizou-sede um modelo matemático com o qual os autores observaram que orecurso mais limitante no modelo foi o recurso financeiro, mas, mesmoassim, as linhas de financiamento de custeio são uma alternativaviável para aumento de ren<strong>da</strong> dos pequenos agricultores. A fruticultura(maracujá, goiaba e pinha) constatou-se como opção de escolhano uso <strong>da</strong>s linhas de financiamento do Pronaf, trazendo ren<strong>da</strong> aopequeno produtor e possível contratação de mão-de-obra na região.FERREIRA, B.; SILVEIRA, F. G.; GARCIA, R. C. Avanços e problemas:o Pronaf visto de baixo. REDE IPEA DE PESQUISA: PESQUISABRA 97/13. Rio de Janeiro: Ipea, maio 2002.RESUMO: O artigo apresentado é uma tentativa de ordenar – compouca análise interpretativa – as percepções e avaliações dos beneficiáriose operadores dos instrumentos de política manejados peloPrograma de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar. O foco estarácentrado no Pronaf Crédito, ou seja em suas linhas de financiamentopara os grupos A, B, C e D, e nos seus acessórios. As informações eopiniões aqui utiliza<strong>da</strong>s foram obti<strong>da</strong>s em entrevistas com beneficiáriose lideranças de organizações dos agricultores familiares, comdirigentes e técnicos <strong>da</strong>s Emater e de ONG prestadoras de serviços,com gerentes e funcionários dos agentes financeiros do programa(Banco do Brasil, Banco do Nordeste, cooperativas de crédito) e au-95


tori<strong>da</strong>des dos governos estaduais e municipais liga<strong>da</strong>s à área (secretariasde agricultura ou de reforma agrária, secretários executivos doProvaf; integrantes dos Conselhos Municipais de DesenvolvimentoRural Sustentável -CMDRS). As entrevistas foram realiza<strong>da</strong>s por etapas,em 2001 e 2002, em municípios com concentração de operaçõesde crédito, nos estados do Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais eRio Grande do Sul. Evidenciou-se, com a pesquisa, um consideráveldesbalanceamento entre avanços e problemas do programa e a partirdisso, os autores apontaram as insatisfações, deficiências e inadequaçõesdo mesmo.FIGUEIREDO, A. M.; SILVA, M. A. P.; SANTOS, M. L. Distribuiçãoestadual dos recursos do Pronaf e sua comparação com a ren<strong>da</strong> dosprodutores familiares. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economiae Sociologia Rural, 44, Fortaleza, jul. 2006.RESUMO: O Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar tem como uma de suas principais orientações o aumento<strong>da</strong> ren<strong>da</strong> dos agricultores familiares. Entretanto, para que o Pronafrealmente atinja seu principal objetivo é necessário o atendimento <strong>da</strong>parcela de produtores familiares com menor ren<strong>da</strong> e disponibili<strong>da</strong>dede recursos. Este estudo visou avaliar a distribuição de crédito doPronaf e compará-la com a ren<strong>da</strong> dos agricultores familiares de todosos estados brasileiros. A metodologia utiliza<strong>da</strong> baseou-se na análisefatorial e na análise de clusters, proporcionando a definição do perfildos produtores familiares dos diferentes estados brasileiros e o agrupamento<strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federação com características similares.Os resultados encontrados apontam para uma maior concessão derecursos do Pronaf direciona<strong>da</strong> aos estados com agricultores familiaresmais capitalizados, o que sinaliza para a necessi<strong>da</strong>de de redistribuiçãodesses recursos.FILHO, P. F.; LIMA, E. T.; PAULA, S. R. L. O papel do BNDES no financiamentoao investimento agropecuário. BNDES Setorial, Rio deJaneiro, nº. 12, p. 77-92, set. 2000.RESUMO: Durante a déca<strong>da</strong> de 1990 o BNDES tornou-se a principalfonte de recursos para o financiamento ao investimento agropecuáriono Brasil. A evolução dos desembolsos acompanha a situação96Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


financeira <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de e reflete as estratégias dos agentes envolvidos– bancos comerciais e fabricantes de equipamentos. Ao longo dotempo, cai a participação dos bancos públicos e aumenta a dos privados,como reflexo <strong>da</strong> crise agrícola. As normas de prudência bancáriaedita<strong>da</strong>s pelo Banco Central reforçam a importância <strong>da</strong> avaliação derisco na concessão do crédito e contribuem para alterar sua dinâmica.O principal instrumento de intervenção do BNDES têm sido os programasespeciais de financiamento, com destaque para os de juros fixos,que apresentaram bom desempenho. O artigo tem como objetivoapresentar informações pouco divulga<strong>da</strong>s sobre a atuação do sistemaBNDES no financiamento agropecuário e sugerir temas relevantes noprocesso de concessão do crédito. Em especial, foram examina<strong>da</strong>s asestratégias dos bancos comerciais em relação ao setor, apenas tangenciandoo papel dos fabricantes de equipamentos.GASQUES, J. G. ; FREITAS, R. E. ; BASTOS, E.T.; SILVA, H. D. P.;SILVA, A. R. Agricultura Familiar – Pronaf: análise de alguns indicadores.In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e SociologiaRural, 43, Ribeirão Preto, jul. 2005.RESUMO: O trabalho teve como objetivos identificar relações entre osrecursos disponibilizados pelo Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar e a dinâmica do crescimento populacionaldos municípios usuários do recurso. Além disso, pretendeu-se identificarpadrões espaciais de distribuição dos recursos dessa categoriade financiamento agropecuário em função dos diferentes subespaçosgeográficos brasileiros. Trabalhos anteriores já haviam destacadoa importância do Pronaf para a agropecuária brasileira bem comoidentificado dificul<strong>da</strong>des e estrangulamentos na operacionalizaçãodo Programa. Para isto, o trabalho foi decomposto em tópicos queabor<strong>da</strong>m diversos elementos pertinentes à distribuição geográficados recursos, bem como a possível ligação entre acesso ao crédito eretenção <strong>da</strong> população rural nos municípios assistidos pelo programa.As fontes dos <strong>da</strong>dos foram a Secretaria de Agricultura Familiar,que forneceu as informações sobre desembolsos do Pronaf por município,e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ondese obteve a informação sobre população. O período abrangido foi1996 a 2004. Exceto para 2000, para o qual havia informação do censodemográfico sobre a população rural dos municípios, nos demais97


anos trabalhou-se com população total do município que é obti<strong>da</strong> porestimativa, pelo IBGE. No ano de 1996 os <strong>da</strong>dos de população ruralforam extraídos <strong>da</strong> Contagem Populacional do IBGE. As principaisconclusões foram: i) há uma tênue ligação entre crédito do Pronaf eretenção <strong>da</strong> população nos municípios usuários do crédito, relaçãoessa que é mais defini<strong>da</strong> para o estado de SC, ii) uma microrregiãocom grande absorção de crédito, geralmente é secun<strong>da</strong><strong>da</strong> por microrregiõesque também absorvem comparativamente grande volume derecursos do Programa, mutatis mutandis para as regiões com pequenaabsorção de financiamento; iii) os subespaços geográficos <strong>da</strong>s regiõesSE, NO e NE merecem avaliações específicas que podem melhorar odesempenho do Programa nos respectivos municípios.GAZOLLA, Márcio; SCHNEIDER, Sérgio. As duas “caras” do Pronaf:produtivismo ou fortalecimento <strong>da</strong> produção para o autoconsumo?In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e Sociologia Rural,43, Ribeirão Preto, jul. 2005.RESUMO: Este artigo tem o objetivo de analisar o Programa Nacionalde Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf) na sua linhade Crédito para Custeio e Investimento, com o intuito de analisar asrelações entre a agricultura familiar <strong>da</strong> região do Alto Uruguai com aspolíticas públicas, demonstrando que estas não têm sido capazes dealterar o padrão de desenvolvimento agrícola produtivista que vigorana região desde a déca<strong>da</strong> de 1970. Este padrão tornou-se insustentávelpara os agricultores familiares e a própria economia regional, umavez que vai fragilizando as condições gerais de reprodução social <strong>da</strong>sfamílias, processo que decorre de sua crescente mercantilização sociale econômica. O estudo analisa o Pronaf do ponto de vista do fortalecimento<strong>da</strong> produção para autoconsumo e a segurança alimentar queesta política gera na agricultura familiar <strong>da</strong> região. Embora se use alguns<strong>da</strong>dos quantitativos, a análise desenvolvi<strong>da</strong> se centra principalmenteno uso de uma metodologia qualitativa, através <strong>da</strong> utilizaçãode entrevistas com agricultores familiares, atores sociais de desenvolvimentoe organizações de representação política dos agricultoresfamiliares. A pesquisa demonstra, grosso modo, que o Pronaf possui“duas caras”. De um lado, o programa estimula o fortalecimento dopadrão de desenvolvimento produtivista vigente no Alto Uruguai emque os agricultores estão inseridos na dinâmica produtiva dos grãos98Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


e <strong>da</strong>s commodities agrícolas. Porém, de outro lado, o programa tambémgera apoio e estímulo às ativi<strong>da</strong>des produtivas alternativas a estepadrão de desenvolvimento tradicional. Neste sentido, se sobressaemativi<strong>da</strong>des como a bovinocultura de leite, a fruticultura, as pequenastecnologias para geração do consumo alimentar, a infra-estrutura paraprodução de alimentos nos espaços rurais, dentre outros empreendimentosfinanciados que são relevantes para o incremento <strong>da</strong> produçãopara autoconsumo dos agricultores. Desse modo, a principal conclusãoaporta<strong>da</strong> pelo estudo é a de que o Pronaf possui tanto a lógica deincremento do padrão produtivista de desenvolvimento, como buscaalternativas viáveis ao fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar <strong>da</strong> região,principalmente no que se refere a sua segurança alimentar.KAGEYAMA, Ângela. Produtivi<strong>da</strong>de e ren<strong>da</strong> na agricultura familiar:efeitos do Pronaf – crédito. Agricultura em São Paulo, São Paulo: IEA,v.50, nº.2, p.1-13, jul./dez. 2003.RESUMO: Utilizando <strong>da</strong>dos de uma pesquisa de campo realiza<strong>da</strong> nasregiões Nordeste, Sudeste e Sul abor<strong>da</strong>ndo no total oito estados (Maranhão,Ceará, Bahia, Alagoas, Minas Gerais, Espírito Santo, SantaCatarina e Rio Grande do Sul), foram compara<strong>da</strong>s as característicaseconômicas e sociais dos produtores agrícolas familiares que receberame que não receberam crédito do Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf) na safra 2000/2001. Mostra-seque a presença do Pronaf não esteve associa<strong>da</strong> com maior ren<strong>da</strong> familiar,mas apresentou forte correlação com as variáveis tecnológicas ecom a produtivi<strong>da</strong>de agrícola. A autora apontou também que o PronafCrédito tem contribuído para viabilizar a adoção de técnicas agrícolasprodutivistas, de um lado e, de outro, pode vir a contribuir para piorara quali<strong>da</strong>de do meio ambiente. Verificou-se, na amostra estu<strong>da</strong><strong>da</strong>,uma associação positiva entre a presença do Pronaf e o aumento deerosão e aumento <strong>da</strong> freqüência no uso de agrotóxicos.MARTINS, Aurélio José; ALENCAR, Júnia Rodrigues de;MENDONÇA, Elvino de Carvalho. O crédito do Programa Nacionalde Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf) e a eficiência técnicaagrícola brasileira: uma análise para o período de 1996 a 2003. In:Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e Sociologia Rural,44., Fortaleza, jul. 2006.99


RESUMO: A agricultura familiar tornou-se nos últimos anos um importanteinstrumento de política econômica e social, fazendo comque o governo brasileiro criasse em 1995 o Programa Nacional deFortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf), que visa oferecercrédito e apoio técnico a esse público. O presente trabalho teve comoobjetivo estimar o impacto do crédito do Pronaf sobre a produçãoagrícola brasileira, ou seja, observar se o crédito é ou não eficiente. Operíodo de estudo é de 1996 a 2003. A metodologia adota<strong>da</strong> foi a <strong>da</strong>fronteira de produção estocástica que permite verificar em que medi<strong>da</strong>os agricultores estão distantes de sua fronteira de eficiência e comoo crédito do Pronaf que modela a equação de ineficiência pode explicaressa distância. Também foram realiza<strong>da</strong>s comparações estatísticascom objetivo de verificar como é distribuído o crédito do Pronaf nasregiões ao longo do período em estudo e se o mesmo constitui instrumentode inclusão econômica e social. Os resultados obtidos mostraramque o crédito do Pronaf apresenta-se eficiente tecnicamente, deacordo com o método utilizado, pois os impactos negativos são provocadospor variáveis aleatórias, ou seja, outras variáveis que não estãoexpressas no modelo e não por efeitos de ineficiência técnica; outraquestão é que, mesmo mantendo-se fixas as demais variáveis do modelo,o crédito continua contribuindo para o crescimento do produto<strong>da</strong> agricultura e, portanto, constitui-se como importante ferramentade inclusão social, gerando ren<strong>da</strong> e emprego no campo, embora sejamal distribuído entre as regiões do país, privilegiando as regiões maisdesenvolvi<strong>da</strong>s e beneficiando aos de maior faixa de ren<strong>da</strong>.MATUSZEWSKI, Suzete; SANTOS, Alvori C. dos; PERONDI, Miguel A.Estudo do risco de operacionalização do crédito agrícola – Pronafpor uma cooperativa de crédito de agricultores familiares do sistemaCresol do sudoeste paranaense. In: Congresso Brasileiro de Economiae Sociologia Rural, 38, Rio de Janeiro, jul. 2000.RESUMO: Utilizando-se de um estudo de caso (GODOY, 1995), e <strong>da</strong>postura de observador participante (SERVA, 1995), este trabalho buscaem uma cooperativa singular de crédito no município de FranciscoBeltrão (PR), descrever: (a) o processo de promoção do cooperativismode crédito pelas organizações dos agricultores familiares; (b)apresentar algumas discussões atuais sobre o problema do cooperativismode crédito; e (c) focalizar o estudo sobre o risco de operaciona-100Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


lizar o crédito agrícola entre os agricultores familiares. O artigo concluique há uma necessi<strong>da</strong>de de analisar o risco <strong>da</strong> operacionalizaçãodo crédito agrícola entre os agricultores familiares, com recursos depesquisa que contraponham a ren<strong>da</strong> agrícola e familiar dos sistemasde produção praticados e sua capaci<strong>da</strong>de de pagamento, com as condiçõesde empréstimos do Pronaf.NEUMAN, Pedro Selvino; FERREIRA, Paulinho Eduardo Ribeiro. Análisedo Pronaf como política pública de promoção e desenvolvimento<strong>da</strong> agricultura familiar – o caso do município de Três Palmeiras – RS.In: Congresso <strong>da</strong> Associação Latino Americana de Sociologia Rural,6, Porto Alegre, nov. 2002.RESUMO: O presente trabalho realiza um breve relato <strong>da</strong>s origensdo crédito no Brasil e as bases <strong>da</strong> criação do Programa Nacional deFortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf), destacando a lutados agricultores familiares pelo crédito. Analisa essa política pública,sua forma de estruturação, objetivos, volume e distribuição de recursosliberados por região desde 1995 até 2002. Realiza um estudono município de Três Palmeiras, região norte do Rio Grande do Sul,que participa <strong>da</strong> Cooperativa de Crédito Rural Horizontes Novos deNovo Sarandi (Crehnor). O foco do estudo está na inadimplência aocrédito, considera<strong>da</strong> demasia<strong>da</strong>mente eleva<strong>da</strong> comparativamenteaos municípios que integram o Programa. A pesquisa demonstrouque os sistemas de produção praticados pelos agricultores tem seapoiado fun<strong>da</strong>mentalmente em duas ativi<strong>da</strong>des, a soja e o milho,que, por apresentarem um baixo valor agregado por uni<strong>da</strong>de deárea, dependem <strong>da</strong> escala de produção para obter resultados econômicoscompensadores. O que parece não ser o caso dos agricultoresestu<strong>da</strong>dos, uma vez que dispõem de áreas diminutas para o processoprodutivo. Associado a isso está o emprego do modelo tecnológicopropagado pela agricultura convencional, representado peloelevado nível de insumos que os agricultores utilizam no processoprodutivo. O que se observa é uma dependência ca<strong>da</strong> vez maior dosagricultores por tais insumos, de forma que todo o recurso distribuídopelo Pronaf passa pelos agricultores e é repassados para asempresas que comercializam os mesmos. Tais questões caracterizamos principais fatores do alto nível de inadimplência dos agricultoresdo município.101


SILVA, Fernan<strong>da</strong> Faria; CORRÊA, Vanessa Petrelli; NEDER, HenriqueDantas. Estudo do perfil dos municípios receptores de recursos doPronaf Crédito – uma comparação entre as captações <strong>da</strong> região sul e<strong>da</strong> região nordeste. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economiae Sociologia Rural, 44, Fortaleza, jul. 2006.RESUMO: Nos anos iniciais <strong>da</strong> implantação do Pronaf, observou-seforte concentração de recursos nas regiões Sudeste/Sul e nos produtoresmais integrados. Recentemente ocorreram algumas mu<strong>da</strong>nçasque, teoricamente, estariam alterando o perfil do Programa no sentidode dirigir os recursos a um número maior de agricultores mais carentese estimular o “desenvolvimento local”, incorporando o debatedo paradigma de desenvolvimento territorial. O intuito do artigo équestionar esta afirmação e mostrar por meio de alguns <strong>da</strong>dos desagregadosque, mesmo tendo em vista alteração recente <strong>da</strong> legislação,o Pronaf visto como um todo continua preso à lógica concentradorade recursos, defini<strong>da</strong> pelas exigências do sistema bancário. Ademais,a integração <strong>da</strong>s políticas e o esforço de organização continuam efetivamenteausentes do Pronaf Crédito, o principal liberador de recursos.Para chegar a esta análise, destacou-se que deve-se observar operfil atual do direcionamento dos recursos do Pronaf Crédito, analisandosua lógica na distribuição. Para tanto, foi feito um estudo dosmunicípios captadores de recursos nas regiões Sul e Nordeste e calculou-seo índice de Desenvolvimento rural de ca<strong>da</strong> um deles. Esteíndice incorpora aspectos extras, além <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> média seu intuito éverificar que tipo de município está recebendo a maioria e a minoriados recursos. Para completar a análise foram tomados os 30 municípiosque mais captaram recursos em ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s regiões e os montantesliberados para esses por grupo do Pronaf (A, B, C, D AC).SOARES, B. C. Desafios para o fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiarno Brasil: uma avaliação do Pronaf. In: Encontro Nacional de Estudosdo Trabalho, 9, Recife, set. 2005.RESUMO: O presente artigo analisou a recente inclusão do segmentosocioeconômico <strong>da</strong> agricultura familiar na agen<strong>da</strong> de debates eformulação de políticas públicas no país, em especial, considerandoos primeiros resultados de avaliação de desempenho do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar, implementa-102Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


do a partir de 1994. A análise dos <strong>da</strong>dos do Censo Agropecuário de1995/96 realiza<strong>da</strong> pelo convênio de cooperação técnica FAO/Incrapermitiu identificar alguns desafios impostos ao desenvolvimento<strong>da</strong> agricultura familiar brasileira em bases sustentáveis, dos quais sedestacam: o acesso e cobertura de crédito a cerca de quatro milhõesde agricultores familiares, cuja maioria sempre esteve à margem dosistema de crédito rural; o acesso à assistência técnica e às técnicasagrícolas mais modernas que permitam incrementar a produtivi<strong>da</strong>deagrícola dos estabelecimentos familiares; o fomento às práticas deassociativismo dos agricultores; e a democratização do acesso à terracom conseqüente redução <strong>da</strong> concentração fundiária. A dissertaçãoconsiderou to<strong>da</strong>s as pesquisas e avaliações técnicas realiza<strong>da</strong>s sobreo tema do Pronaf. Após a análise de seus resultados, percebeu-se quenenhuma delas permite concluir decisivamente sobre a performancedo programa nem sobre o alcance dos objetivos que o guiaram desdea sua criação em 1996. Pode-se dizer, entretanto, que a tendência <strong>da</strong>savaliações do Pronaf aponta no sentido de mostrar sua importânciae relevância no atual contexto de desenvolvimento agrícola e agráriodo Brasil.SOUSA, Jânia Maria Pinho; VALENTE JÚNIOR, Airton Saboya. Análise<strong>da</strong>s liberações dos recursos do Pronaf – descentralização <strong>da</strong>saplicações do crédito rural? In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira deEconomia e Sociologia Rural, 44, Fortaleza, jul. 2006.RESUMO: O Pronaf foi instituído com a finali<strong>da</strong>de de promover odesenvolvimento sustentável do segmento rural constituído pelosagricultores familiares. Estes agricultores, protagonistas na luta paraa criação do referido Programa, parece não estarem tendo êxito quantoà descentralização regional dos recursos, como forma de tornarmais equânime o financiamento entre as regiões brasileiras. A maiorparcela dos recursos é destina<strong>da</strong> à região Sul região Sul e assim temsido até os <strong>da</strong>dos mais recentes analisados nesta pesquisa, apesar deoutras regiões, a exemplo <strong>da</strong> região Nordeste, concentrar um maiornúmero de estabelecimentos familiares. O objetivo deste trabalho éanalisar a distribuição dos recursos do Pronaf entre as regiões brasileiras,no sentido de verificar se houve alterações no desempenho doPrograma, no período de 2001 a 2004, no que se refere à concentraçãodos créditos aplicados.103


SOUZA, M. M. O.; FRANCIS, D. G.; BERNARDO, L. T. The importanceof Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar) in the implementation of Brazil rural development. In: Congresso<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 38, Rio deJaneiro, jul. 2000.RESUMO: A criação do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar), primeiro programa inteiramente voltadopara a agricultura familiar, apresenta-se como primeiro passo nosentido de transformar a lógica predominante para o crédito ruralna agricultura brasileira. Nesse sentido, os objetivos do presenteartigo foram analisar os fatores que culminaram na criação doPronaf, seus objetivos e os primeiros resultados obtidos pelo novomodelo de desenvolvimento. No que tange à metodologia, foramanalisados 58 questionários coletados na fase anterior <strong>da</strong> pesquisa(<strong>da</strong>dos coletados no município de Monte Carmelo) com intuito deobter informações a respeito <strong>da</strong>s formas de crédito rural, ofereci<strong>da</strong>se <strong>da</strong> porcentagem de utilização deste crédito por parte dos agricultoresfamiliares. Foi realiza<strong>da</strong> também uma revisão de literatura sobreo assunto, analisando-se diversos programas de crédito rural,assim como o Pronaf. Para a aplicação do questionário foi escolhidoo município de Monte Carmelo, localizado na região do TriânguloMineiro/Alto Paranaíba. Concluiu-se com este artigo que o Pronafé um programa que, como nenhum outro até aqui realizado, tema agricultura familiar como público-alvo. Os autores apontam diversospontos fortes e pontos fracos do programa e consideram queestes devem estar em constantes melhoramentos e a<strong>da</strong>ptações, poiso Pronaf não é uma “obra termina<strong>da</strong>.” Desta forma, segundo os autores,pode-se contar com um programa de desenvolvimento e nãosomente políticas isola<strong>da</strong>s que acabam desaparecendo e não apresentandosoluções.TEIXEIRA, L. C.; LEITE, A.; SANTOS, L. T. Repensando as políticasde crédito rural. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economiae Sociologia Rural, 43, Ribeirão Preto, jul. 2005.RESUMO: As atuais estimativas indicam que os recursos poderiamser melhores gerenciados e direcionados aos que realmente necessitam.É necessário lembrar que foi com o auxílio do crédito que os104Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


produtores rurais conseguiram se tecnificar, tendo um efeito não sóna agricultura, mas também no setor industrial, já que favoreceu asindústrias de insumos, máquinas e equipamentos. To<strong>da</strong>via, para queisto ocorra, há uma necessi<strong>da</strong>de de manter as taxas de juros baixaspara esse tipo de financiamento, porém quando isto ocorre o capitalfinanceiro tende a ser aplicado onde obtiver maior rentabili<strong>da</strong>de,saindo do campo e abandonando aqueles que realmente o querem eprecisam. Através deste trabalho tornar-se-á possível despertar emtodos a necessi<strong>da</strong>de de uma reflexão e discussão a respeito <strong>da</strong>s políticasde crédito rural, para que no futuro não ocorram os mesmos einsistentes erros do passado.VIANA, J.A.S. O crédito rural do Pronaf e os desequilíbrios regionais.Bahia Agrícola, Salvador, v.2, nº.3, p.19-24, nov. 1998.RESUMO: O trabalho tem por objetivo analisar o desempenho do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar – Pronaf,do ponto de vista estrito <strong>da</strong> distribuição dos recursos de crédito ruralentre as macrorregiões do Brasil. O Pronaf tem se mostrado uminstrumento de especial eficácia na ocupação de espaços importantesnas políticas públicas agrícolas do país. O programa, como indicasua denominação, tem como objetivo fortalecer a agricultura familiarbrasileira, valorizando e apoiando produtores rurais com terra, (proprietário,posseiro, arren<strong>da</strong>tário ou parceiro), cujos estabelecimentosnão ultrapassem os quatro módulos fiscais, de área total. De concreto,constata-se que o Pronaf ao caminhar para o seu quarto ano, tem contribuído,involuntariamente, para aguçar os desequilíbrios regionaisno que tange à aplicação do crédito rural, tão <strong>da</strong>nosos à uni<strong>da</strong>de federativa.Não se trata, em absoluto, de punir a eficácia <strong>da</strong> Região Sulna aplicação dos recursos, até porque, ao contrário, mereceria premiação.A dificul<strong>da</strong>de é que os recursos são limitados e, nesse caso,há de se adotar algum mecanismo que minimize o aprofun<strong>da</strong>mentodesse fosso, algo que, não é certamente, o interesse do Pronaf.6.1.4 – Pronaf infra-estrutura e serviçosCARDOSO, A.; ORTEGA, A. C. Potenciais e limites de uma políticade desenvolvimento local: o Pronaf Infra-estrutura. In: VI EncontroNacional de Economia Política, 2001, São Paulo. Anais do VI Encontro105


Nacional de Economia Política. São Paulo: Socie<strong>da</strong>de Brasileira deEconomia Política, v. 1, p. 1-20, 2001.RESUMO: A partir de uma leitura de que o fortalecimento <strong>da</strong>s formasde produção locais poderá contribuir para o resgate social e a geraçãode emprego e ren<strong>da</strong> busca-se avaliar a importância <strong>da</strong> agriculturafamiliar nesse processo, em virtude do incentivo que promove paraa constituição de um espaço local para a concertação. Assim, os autoresrealizaram uma avaliação preliminar dos primeiros anos Pronafinfra-estrutura e serviços visando identificar os principais potenciaise limites dessa linha de crédito, enquanto uma política de desenvolvimentolocal.CAZELLA, Ademir Antônio; MATTEI, Lauro; DELGADO, NelsonGior<strong>da</strong>no. A gestão do Pronaf infra-estrutura e serviços pelos conselhosmunicipais de desenvolvimento rural: evidências sobre o Estadode Santa Catarina. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economiae Sociologia Rural, 40, Passo Fundo, jul. 2002.RESUMO: A partir de meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990 foi criado o ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf), o qualse divide em três mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des básicas: políticas de crédito rural;políticas de capacitação dos agricultores e de pesquisa; e políticasde infra-estrutura e serviços municipais. Esta última mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>dede política pública foi descentraliza<strong>da</strong> e está ancora<strong>da</strong> na perspectivade constituição e funcionamento dos Conselhos Municipais deDesenvolvimento Rural (CMDR’s). Neste sentido, o trabalho tem porobjetivo avaliar a dinâmica atual dessa mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de do Pronaf, tomandocomo referência o Estado de Santa Catarina.DENARDI, R. A. et al.. Fatores que afetam o desenvolvimento localem pequenos municípios do Estado do Paraná. Emater, Curitiba, 60p, 2000.RESUMO: O objetivo deste trabalho foi identificar os principaisfatores que influenciam o desenvolvimento dos pequenos municípiosparanaenses. A amostragem dos municípios desta pesquisacentrou-se nos pequenos municípios, dois em quatro microrregiõesparanaenses (totalizando oito municípios pesquisados), com106Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


forte presença <strong>da</strong> agricultura familiar e participantes do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar – Pronaf Infraestruturae Serviços para os Municípios. Foram escolhidos, a critériode agentes regionais desenvolvimento rural, dois municípiosem ca<strong>da</strong> microrregião paranaense, sendo um considerado mais eoutro menos desenvolvido. Os três principais fatores identificadospara o maior ou menor desenvolvimento dos municípios foram (i) onível de organização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil, isto é, as estruturas sociaisde cooperação existentes; (ii) a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> gestão pública municipal,ou seja, o planejamento estratégico e participativo, a probi<strong>da</strong>dee a eficiência administrativa e; (iii) a localização do município, principalmenteem relação à infra-estrutura de transportes, educação eacesso aos mercados.FERREIRA, Adriana Vieira; FIGUEIREDO, Adriano Marcos Rodrigues;TEIXEIRA, Erly Cardoso Teixeira. Custos e benefícios de um programade garantia de ren<strong>da</strong> aplicado ao Pronaf. Revista de Economia eSociologia Rural, Brasília, v.37, n.2, p.31-50, 1999.RESUMO: Este trabalho sugere e analisa o Programa de Garantia deRen<strong>da</strong> (PGR) como um aperfeiçoamento ao Pronaf, visando minimizaro risco associado à ren<strong>da</strong> <strong>da</strong> agricultura familiar. Especificamente,pretende-se determinar os impactos na oferta, nos preços e na ren<strong>da</strong>auferi<strong>da</strong> pelos produtores de feijão e mandioca, no período 1990/97,em dois cenários: Pronaf com e sem PGR. A metodologia desenvolvi<strong>da</strong>por Newbery e Stiglitz e a Teoria de excedentes econômicos sãoutiliza<strong>da</strong>s na análise dos <strong>da</strong>dos. Os resultados indicam que a adoçãodo PGR, em complemento ao Pronaf, viabilizaria ganhos de ren<strong>da</strong>,em média, superiores a 60%; aumento médio de 30% nos preços recebidospelos produtores; redução média de mais de 32% dos preçosao consumidor; e aumento médio na produção de feijão (12%) e demandioca (4%). O custo total do PGR em complemento ao Pronaf, em1997, seria menor que R$ 500 milhões, enquanto seu custo social seriamenor que R$ 20 milhões.MARQUES, P. E. M. Reflexões em torno <strong>da</strong>s intervenções <strong>da</strong> linha infra-estruturado Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar (Pronaf). In: Congresso <strong>da</strong> Associação Latino-americanade Sociologia Rural, 6, Porto Alegre, nov. 2002.107


RESUMO: Focalizamos nesta comunicação a análise de dois instrumentosde intervenções <strong>da</strong> linha infra-estrutura do Programa Nacionalde Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar. Destacamos aqui que essalinha encoraja a criação de conselhos municipais de desenvolvimentorural (CMDR) a fim de propagar as discussões locais sobre o apoioà agricultura familiar. O tema <strong>da</strong> participação se localiza no centrodesta iniciativa. Este aspecto nos instigou a investigar a evolução doPronaf Infra-estrutura a partir dos debates e conflitos despertadospela instalação dos CMDR. Esta pesquisa foi realiza<strong>da</strong> entre julhoe novembro de 2000 em treze municípios situados em três estadosbrasileiros (Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraíba), permitindoum olhar sobre reali<strong>da</strong>des agrícolas diversas.NUNES, S. P.; CORONA, H. M. P.; CAMPOS, C. A. Políticas públicasdescentraliza<strong>da</strong>s como estratégia de gestão e monitoramento social: ocaso do Pronaf infra-estrutura. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileirade Economia e Sociologia Rural, 42, Cuiabá, jul. 2004.RESUMO: O objetivo desse artigo é analisar as ações desenvolvi<strong>da</strong>spelo Estado, no que se refere às políticas públicas descentraliza<strong>da</strong>sque visam garantir a gestão e o monitoramento social. Mais especificamente,busca-se analisar as ações desenvolvi<strong>da</strong>s pelo governoFederal do Brasil, através do Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf), na linha de infra-estrutura e serviçose seus impactos nos Conselhos Municipais de DesenvolvimentoRural que, na sua maioria, originaram dessa linha do programa.A análise considera que os conselhos são espaços de um jogo socialem que as disputas de poder e a reprodução deste estão presentes.A partir de resultados de trabalhos de pesquisa, foram analisadosos processos de transferência de informação, os mecanismos parao comprometimento dos atores locais em relação à política (mobilização,publicização e marco legal) e os mecanismos de promoção<strong>da</strong> eqüi<strong>da</strong>de. Conclui-se que o governo central tem um importantepapel no sentido de reforçar a gestão e o monitoramento social <strong>da</strong>spolíticas públicas e que a linha do programa falhou ao não consideraro jogo social local. Por fim, apontam-se algumas sugestões para queas políticas públicas descentraliza<strong>da</strong>s, que visam a gestão e o monitoramentosocial, ganhem em eficiência, dentre elas a criação <strong>da</strong> figurado assessor em gestão social de políticas públicas, contratado pelo108Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


governo central, cuja função seria acompanhar os diversos conselhosde políticas públicas descentraliza<strong>da</strong>s existentes em um conjunto demunicípios rurais (microrregião).OLIVEIRA, Rodolfo Osório de. Desenvolvimento rural e participaçãosocial: o caso do conselho municipal de desenvolvimento ruralde Ibiúna. In: Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e Sociologia Rural,41, Juiz de Fora, jul. 2003.RESUMO: O trabalho pretende mostrar a influência e a importânciados Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural para o desenvolvimentodos municípios paulistas e para a condução <strong>da</strong>s políticaspúblicas participativas, especificamente os programas <strong>da</strong> Secretaria<strong>da</strong> Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e o PronafInfra-Estrutura. Por meio do estudo de caso do Conselho de DesenvolvimentoRural do Município de Ibiúna, na região centro-sul doEstado de São Paulo, mostra o funcionamento do Conselho, suasações e limitações na condução dos programas participativos, principalmentesua participação no âmbito <strong>da</strong> política estadual de assistênciatécnica e extensão rural. O trabalho conclui que o Conselho deIbiúna vem tendo uma atuação satisfatória, se é levado em conta oque se espera legalmente do mesmo. No entanto, o mesmo não ocorrese o que se espera do mesmo é que se torne ferramenta para odesenvolvimento rural do município.6.1.5 – Pronaf mais de uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>deABRAMOVAY, R.; VEIGA, J. E. Novas instituições para o desenvolvimentorural: o caso do Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong>Agricultura Familiar. Texto para discussão, Brasília: Fipe/Ipea 07/97,n. 641, 47 p. 1999.RESUMO: O texto analisa as duas principais linhas de ação do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf).Na primeira (Pronaf Infra-Estrutura e Serviços), municípios selecionadoscredenciam-se a receber recursos orçamentários, a fundo perdido,aplicados segundo um plano municipal de desenvolvimento rural.A condição fun<strong>da</strong>mental para a obtenção dos recursos é que o planoseja elaborado por uma comissão cuja maioria deve ser composta por109


agricultores familiares. A pesquisa mostra que os resultados dessa linhado programa são bastante desiguais. O que se constatou, quantoà segun<strong>da</strong> linha de ação do Pronaf (crédito rural), é que, embora sejamfamiliares os agricultores que recebem os financiamentos, os recursosestão muito concentrados no sul do país e entre os agricultores ligadosà integração contratual com a agroindústria. Apesar desses limites,o Pronaf vem contribuindo à criação de um ambiente institucionalfavorável ao desenvolvimento rural.MAGALHÃES, André; DIAS, Fernando. A atuação do Pronaf emPernambuco: uma análise a partir de micro<strong>da</strong>dos. In: Encontro deEconomistas de Língua Portuguesa, 5, Recife, nov. 2003.RESUMO: O Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar (Pronaf) é um programa de apoio ao desenvolvimento rural,voltado, especificamente, para o segmento familiar. O Pronaf foiuma <strong>da</strong>s principais políticas do país na área social e na de agricultura<strong>da</strong> segun<strong>da</strong> metade <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990. Ele busca assegurar acesso aocrédito aos pequenos produtores de forma barata, além de integrá-loa outras políticas de desenvolvimento rural. Os gastos do Pronaf representaram0,94% do Orçamento Federal em 2000, o que representa,aproxima<strong>da</strong>mente, 13,37% dos gastos sociais do governo Federal naqueleano, excluindo os gastos com a Previdência Social. O objetivodesse trabalho é avaliar a experiência <strong>da</strong>s principais linhas do Pronaf(crédito direto, provisão de infra-estrutura aos municípios selecionadose assistência técnica) sobre os agricultores do estado de Pernambuco.São utilizados <strong>da</strong>dos sobre aproxima<strong>da</strong>mente seis mil agricultoresfamiliares deste Estado. Os resultados indicam que o Pronaftem se mostrado pouco eficazes em Pernambuco em to<strong>da</strong>s as suaslinhas de atuação. Os resultados não apontam para uma alteraçãosignificativa <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> dos agricultores beneficiados pelo programa.MARQUES, Paulo Eduardo Mouzzi. Concepções concorrentes emtorno <strong>da</strong>s políticas públicas de apoio à agricultura familiar: uma releiturasobre a construção do Pronaf. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileirade Economia e Sociologia Rural, 42, Cuiabá, jul. 2004.RESUMO: O trabalho visa discutir as concepções que orientaram aconstrução dos instrumentos de apoio à agricultura familiar, conti-110Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


dos na principal intervenção pública brasileira tendo esta finali<strong>da</strong>de,o Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar(Pronaf). A gênese e a identificação dos fun<strong>da</strong>mentos inaugurais desteprograma se revestem de uma importância maior para a inteligibili<strong>da</strong>dedos processos de ajustes <strong>da</strong>s políticas em favor <strong>da</strong> agriculturafamiliar. Portanto, propõe-se discutir os pressupostos dos diferentespensamentos que prescrevem a sustentação <strong>da</strong>s formas familiaresde produção agrícola, tendo como parâmetro fun<strong>da</strong>mental o períodocompreendido entre a criação do Pronaf (1995) e a metade dosegundo man<strong>da</strong>to de Fernando Henrique Cardoso (2000). Os limitese as intenções deste trabalho orientam, em particular, a análise para aconstrução dos pilares onde está assentado o Pronaf. Enfatizando objetivosdistintos, dois conjuntos de concepções permitiram a consoli<strong>da</strong>çãodos dois subprogramas que prevaleceram nos primeiros anosde existência do Pronaf: a linha de crédito e a linha de infra-estruturae serviços para os municípios.SILVA, F. F.; CORRÊA, V. P. Indicações de distorções na liberação derecursos do Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar (Pronaf), a partir de suas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des: crédito, infra-estruturae capacitação. In: Seminário de Economia: O desenvolvimentoem compasso de espera: até quando? 5, Uberlândia, set./out. 2004.RESUMO: O objetivo deste trabalho é analisar o perfil <strong>da</strong> expansão edirecionamento dos recursos <strong>da</strong>s mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des do Pronaf, principalmenteInfra-Estrutura e Capacitação, que têm demonstrado um maiorpotencial ao atingir os agricultores familiares mais carentes. Analisaremostambém o Pronaf – Crédito (Pronaf – C), o principal liberadorde recursos, porém com um público atingido mais limitado. A hipótesedo trabalho é a de que o Pronaf-C tem uma capaci<strong>da</strong>de de acessorestrita, devido às distorções na liberação de recursos. Paralelamente,as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de Capacitação e Infra-Estrutura têm seguido umalógica diferencia<strong>da</strong>, conseguindo atingir as locali<strong>da</strong>des mais carentes.Para verificar essa dissociação, foram analisa<strong>da</strong>s as liberações do Pronaf-Cpor finali<strong>da</strong>de (Custeio/ Investimento); produtos, regiões geográficase estados, pelos Anuários Estatísticos do Crédito Rural, o siteoficial do Pronaf e referências bibliográficas relevantes, consulta<strong>da</strong>sem livros, teses, relatórios de pesquisas, artigos e jornais especializados.As análises dos <strong>da</strong>dos já coletados têm indicado que o Pronaf-C111


estaria favorecendo alguns produtores familiares mais integrados aagroindústrias e ao setor exportador, estando concentrado principalmentenas regiões Sul/ Sudeste do país.6.1.6 – Pronaf avaliações do programaALTAFIN, I. G.; DUARTE, L. M. G. Desenvolvimento sustentável eo Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar –Pronaf. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e SociologiaRural, 40, Rio de Janeiro, jul. 2000.RESUMO: A relação entre agricultura familiar e sustentabili<strong>da</strong>desurge desde a concepção do Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf) é apresenta<strong>da</strong> como propulsorado desenvolvimento rural, “tendo como fun<strong>da</strong>mento o fortalecimento<strong>da</strong> agricultura familiar como segmento gerador de empregoe ren<strong>da</strong>, de modo a estabelecer um padrão de desenvolvimentosustentável que vise ao alcance de níveis de satisfação e bem-estarde agricultores e consumidores, no que se refere às questões econômicas,sociais e ambientais, de forma a produzir um novo modeloagrícola nacional”. Diante dessa definição do Pronaf, o presente trabalhodestaca as dimensões <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de, utilizando-se doconceito destacado por Sachs (1993), e se propões a realizar algumasreflexões sobre o Pronaf, buscando identificar os impactos geradosna implementação desta política pública de fortalecimento <strong>da</strong> agriculturafamiliar brasileira. Como considerações finais destacam-seque nos primeiros cinco anos de implantação, o crescente númerode agricultores que passaram a ter acesso ao crédito é o mais significativoresultado do projeto. No entanto, a concentração por regiãoe por produto diminuem o alcance deste resultado, demonstrandoque os esforços não tem levado a uma melhor distribuição dos investimentospúblicos. A capaci<strong>da</strong>de de manutenção dos empregosé outro aspecto positivo, estando associado ao aumento de ren<strong>da</strong>à metade dos tomadores do crédito Por outro lado, a presença detração mecânica na maioria dos estabelecimentos e o uso generalizadode insumos típicos do padrão tecnológico convencional indicamuma tendência de liberação de mão-de-obra. O programa nãoapresenta avanços em termos de mu<strong>da</strong>nça de modelo agrícola, sugerindoapenas a complementação do modelo vigente com algumas112Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


dimensões de sustentabili<strong>da</strong>de, especialmente aquelas volta<strong>da</strong>s aaspectos sociais e econômicos.ANJOS, F. S.; CALDAS, N. V. Agricultura familiar e políticas públicas:o impacto do Pronaf no Rio Grande do Sul. In: Congresso Brasileirode Economia e Sociologia Rural, 41, Juiz de Fora, jul. 2003.RESUMO: A aparição do Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong>Agricultura Familiar marca um momento singular na trajetória doprocesso de intervenção estatal na agricultura e no mundo rural. Masapesar dos inúmeros avanços no aperfeiçoamento e ampliação douniverso de cobertura, o programa permanece ancorado numa ambigüi<strong>da</strong>debásica tanto em termos do público-alvo a ser beneficiado(agricultores perfeitamente integrados aos mercados ou produtoresmarginais?) quanto no que tange aos objetivos essenciais que persegue,onde, na retórica oficial, mesclam-se orientações tipicamenteprodutivistas com compromissos mais amplos, como a geração deempregos, a inclusão social e o desenvolvimento territorial. O artigoem questão desenvolve uma análise do Pronaf à luz de recente pesquisarealiza<strong>da</strong> no Estado do Rio Grande do Sul, a qual se insere nocontexto de um convênio firmado entre o PCT/IICA-Pronaf e a Fun<strong>da</strong>çãode Economia de Campinas (Fecamp) para montar um sistemade acompanhamento <strong>da</strong>s ações <strong>da</strong> Secretaria de Agricultura Familiar,no sentido de avaliar os impactos do Pronaf a partir de informaçõesobti<strong>da</strong>s junto aos próprios beneficiados. A pesquisa de campo envolveu“estudos de caso,” levados a cabo em 21 municípios de oitoestados brasileiros, havendo sido entrevistados 1.999 domicílios deagricultores familiares e 2.299 estabelecimentos agropecuários. Nocaso gaúcho o estudo envolveu a aplicação de 200 questionários estruturadosjunto a agricultores familiares de dois municípios previamenteescolhidos pela equipe <strong>da</strong> Fecamp. A metodologia emprega<strong>da</strong>consistiu em selecionar aleatoriamente 100 agricultores familiaresque em 2001 haviam contratado o Pronaf, a serem confrontados comoutros 100 produtores que não se houvessem servido deste programade crédito. Os <strong>da</strong>dos finais evidenciam a existência de uma certadiferenciação social entre os produtores “pronafianos”, bem comooutros elementos que expressam descontinui<strong>da</strong>des e contradições doprograma em termos do público-alvo atingido e dos objetivos quedeveriam nortear a atuação governamental.113


ASSIS, W. S.; SILVA, L. M. S. Pronaf e a agricultura familiar naAmazônia: uma questão de rever priori<strong>da</strong>des. In: SIMÕES, AquilesVasconcelos (Org.). Coleta amazônica: iniciativas em pesquisa, formaçãoe apoio ao desenvolvimento rural sustentável na Amazônia.Belém: UFPA/ NEAF/SBSP, 2003. 324 p.RESUMO: A política pública para o meio rural brasileiro tem sofridoprofun<strong>da</strong>s modificações nos últimos anos. Segundo o governo Federal,o atual programa de reforma agrária brasileira modificou suas basesconceituais, seus objetivos e suas práticas. Diante desta afirmativa,torna-se fun<strong>da</strong>mental saber o que está causa essas modificações. Estedocumento procura motivar uma reflexão junto à academia na formalizaçãode uma ver<strong>da</strong>deira avaliação dos resultados do Pronaf, no contextoregional, em especial no sul e sudeste do Pará. O enfoque principaldeste estudo restringir-se-á às seguintes questões: uma análisedos números do Pronaf; como está se <strong>da</strong>ndo a redefinição <strong>da</strong>s normastécnicas que nortearão os investimentos agrícolas nos assentamentos;qual o processo de definição dos projetos a serem financiados; qual oprocesso de intervenção <strong>da</strong>s prestadoras de serviços. O autor concluiuo mesmo dizendo que a contribuição do Pronaf junto à agricultura familiaramazônica ain<strong>da</strong> é muito limita<strong>da</strong> e que este não funcionou naregião por motivos como, falta de critérios de distribuição dos recursospor regiões, ficando a região Norte sem muito poder de barganhadevido ao mau funcionamento dos conselhos; a pouca visão local doprograma, perante as diversas experiências e avaliações de enti<strong>da</strong>des,instituições e ONG´s no tocante à busca de alternativas regionais parao desenvolvimento; a não valorização <strong>da</strong>s propostas alternativas <strong>da</strong>sorganizações no tocante às políticas de créditos para a Amazônia.BANCO DO BRASIL, Diretoria de Agronegócios. O atendimento àagricultura familiar. Revista de Política Agrícola, [S.l.] Ano XIII, n. 4,out./nov./dez. 2004.RESUMO: O texto trata do surgimento do Programa Nacional deFortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf). Com a crise noCrédito Rural, o governo Federal passou a repensar suas políticasde financiamento para a agricultura, num momento de abertura defronteiras agrícolas e a comprovação de um extrato significativo de114Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


agricultores que não se enquadravam na mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de tradicional <strong>da</strong>grande agricultura. Sendo assim, foi criado em 1994 o Programa deValorização <strong>da</strong> Pequena Produção Rural (Provape), que acabou <strong>da</strong>ndoorigem, no ano seguinte, ao Pronaf. O Programa representa umforte delo <strong>da</strong> estratégia tanto para a segurança alimentar como paraa política de inclusão social. É realiza<strong>da</strong> uma retrospectiva históricadesde a instituição do programa e suas principais mu<strong>da</strong>nças até osdias atuais, são apresenta<strong>da</strong>s suas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des, assim como a importanteatuação do Banco do Brasil no desenvolvimento do Pronaf.BARROS, M. H. C.; VITTI, A.; BOTEON, M. Avaliação <strong>da</strong> situaçãoatual do financiamento para o setor hortifrutícula. In: CongressoBrasileiro de Economia e Sociologia Rural, 41, Juiz de Fora, jul. 2003.RESUMO: Este trabalho traz um estudo sobre as linhas de financiamentomais utiliza<strong>da</strong>s no setor hortícola, a disponibili<strong>da</strong>de de créditooficial em comparação com outras culturas e como os produtores vêmse financiando diante <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des encontra<strong>da</strong>s para a obtençãodo crédito rural. Por meio de entrevistas com agentes financeiros eagricultores, pôde-se concluir que há dinheiro para financiamentosdo setor hortícola; porém, muitas vezes, é insuficiente e, quando disponível,pouco conhecido por parte dos produtores.BITTENCOURT, Gilson Alceu; MENEZES, Sergio. As políticas para aagricultura familiar. In: Seminário Internacional Políticas de SegurançaAlimentar, Combate à Fome e à Pobreza Rural, [S. l.], abr. 2002.RESUMO: O presente trabalho discute a importância do segmento<strong>da</strong> agricultura familiar. Os autores apresentam sua importânciasocioeconômica, marca<strong>da</strong> por diversi<strong>da</strong>des de naturezas como, regionais,de nível de desenvolvimento tecnológico, de ren<strong>da</strong>, dentreoutras. Nesse espaço variado, a pobreza é uma permanência, pauta<strong>da</strong>em grau, cujo caráter secular implica uma superação difícil, masnecessária, possível e imperiosa. Destaca o surgimento do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar e realiza uma caracterizaçãodo programa, fun<strong>da</strong>mentados em <strong>da</strong>dos concretos. Porfim destaca-se a contribuição desse programa para o desenvolvimento<strong>da</strong> agricultura familiar brasileira.115


BROCHI, Alberto Ercílio. Pronaf: fortalecendo a agricultura familiar.Boletim de Mercado de Trabalho: conjuntura e análise, [S. l.], v. 04,nº11, p.15-17, out. 1999.RESUMO: O presente artigo apresenta a visão do secretário <strong>da</strong> PolíticaAgrícola <strong>da</strong> Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura(Contag), sobre o papel estratégico <strong>da</strong> agricultura familiar nocontexto econômico brasileiro e de seu fortalecimento por intermédiodo Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar.Analisa alguns investimentos realizados pelo Programa, reconhecendoque, apesar dos inúmeros avanços alcançados, ain<strong>da</strong> há muitaslimitações a serem supera<strong>da</strong>s.BUSSONS, N. L.; PAULA, L. A. M. Análise socioeconômica do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf)no Ceará: o caso do município de Acaraú. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>deBrasileira de Economia e Sociologia Rural, 40, Passo Fundo, jul. 2002.RESUMO: A proposta deste trabalho foi realizar uma análise socioeconômicado Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar (Pronaf) no Município de Acaraú – CE. Para isto, trabalhouseinicialmente uma discussão teórica sobre a expressão agriculturafamiliar, no sentido de compreender o porquê desta temática ser aescolhi<strong>da</strong> pelo atual governo Federal como principal linha estratégicado desenvolvimento rural brasileiro. Na discussão conceitualrealiza<strong>da</strong> posteriormente, identificou-se a concepção que norteia asações do Programa. Para a viabilização <strong>da</strong> análise, realizou-se um trabalhoin loco nos assentamentos do Programa Reforma Agrária Solidária,responsável pelo beneficiamento de mais de 80% dos recursosdo Pronaf aplicados no município. No trabalho de campo, definiu-seuma amostra de 25% <strong>da</strong> população de ca<strong>da</strong> assentamento, exigindo aaplicação de 28 questionários. Outro recurso metodológico utilizadona pesquisa foi a realização de entrevistas com os principais atoresdo Programa. Recorreu-se, ain<strong>da</strong>, à técnica <strong>da</strong> observação participantenum trabalho específico com os conselheiros do Conselho Municipalde Desenvolvimento Sustentável (CMDS) do Município. Os resultadosmostram a ineficiência do Pronaf perante os seus objetivospropostos de melhorias <strong>da</strong>s condições para o aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>deprodutiva e de geração de ocupação e ren<strong>da</strong>.116Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


CARDOSO, A.; ORTEGA, A. C. Uma avaliação do Pronaf à luz <strong>da</strong>experiência européia de desenvolvimento rural, o programa Leader.In: Congresso Internacional de Sociologia Rural, 10, Rio de Janeiro,jul. 2000.RESUMO: O objetivo deste artigo é fazer uma avaliação do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar, como propostade desenvolvimento rural. Foi analisado o desenvolvimento rural europeu,a partir <strong>da</strong> experiência do Programa Leader, e como este podecontribuir para uma avaliação do Pronaf em um sentido mais amplo.Foi resgata<strong>da</strong> rapi<strong>da</strong>mente a proposta do Pronaf, assim como algumasavaliações dos seus resultados, para, depois, discutir o alcancedo Pronaf como um projeto de desenvolvimento rural, utilizando aexperiência européia. Os autores acreditam que a experiência do programaLeader serve como exemplo de reorientação do Pronaf, fomentandouma integração do desenvolvimento rural e <strong>da</strong> participaçãodos agricultores.CAZELLA, Ademir; MATTEI, Lauro; SCHNEIDER, S. Histórico, caracterizaçãoe dinâmica recente do Pronaf: Programa Nacional deFortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>deBrasileira de Economia e Sociologia Rural, 42, Cuiabá, jul. 2004.RESUMO: O trabalho apresenta a trajetória do Programa Nacionalde Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar, implantado no Brasil apartir de 1995, destacando três aspectos fun<strong>da</strong>mentais. O primeirodeles refere-se às principais reformulações sofri<strong>da</strong>s pelo programa,sobretudo aquelas ocorri<strong>da</strong>s após 1999, quando os beneficiários foramsegmentados em categorias distintas, o que elevou a capaci<strong>da</strong>dedo mesmo de estar presente em to<strong>da</strong>s as regiões do país. O segundoaspecto diz respeito ao desempenho <strong>da</strong>s mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de crédito decusteio e de investimentos, momento em que se enfatiza a expansãodos recursos alocados ao programa, bem como sua distribuiçãoregional e entre as referi<strong>da</strong>s categorias de agricultores. Finalmente,o terceiro aspecto trata <strong>da</strong> criação e <strong>da</strong>s reformulações recentes <strong>da</strong>linha Pronaf Infra-Estrutura e Serviços Municipais, destacando-se aimportância e a abrangência deste tipo de financiamento, principalmentepara aqueles municípios que têm sua dinâmica assenta<strong>da</strong> naeconomia rural.117


FAVERO, L. A.; SANTOS, F. J. A. M. Análise de desempenho do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar – Pronafem Pernambuco. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economiae Sociologia Rural, 40, Passo Fundo, jul. 2002.RESUMO: Este artigo apresenta uma síntese do resultado de umapesquisa cujo objetivo foi avaliar o desempenho do Pronaf no Estadode Pernambuco. Considerando-se as diferentes linhas de financiamentodeterminou-se inicialmente o total de recursos aplicados nopaís, na região Nordeste, no Estado de Pernambuco e em seus municípios,distinguindo-se ain<strong>da</strong> a distribuição nos municípios que possuemConselhos Municipais de Desenvolvimento Rural, tanto parao crédito quanto para a assistência técnica realiza<strong>da</strong>. A pesquisa decampo realiza<strong>da</strong> no estado com uma amostra <strong>da</strong>s famílias beneficia<strong>da</strong>spelo programa. Confirmou-se a consistência dos <strong>da</strong>dos parciais<strong>da</strong> pesquisa regional de avaliação do desempenho do Pronaf, promovi<strong>da</strong>pelo Fórum Nacional de Secretários de Agricultura, a qualserviu como parâmetro inicial para a definição do nosso objeto deestudo e formulação do problema <strong>da</strong> pesquisa, que foi identificar sehouve uma mu<strong>da</strong>nça qualitativa no padrão de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s famílias queforam beneficia<strong>da</strong>s com Pronaf. Os resultados indicam a ocorrênciade melhoria do padrão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e de reprodução dosagricultores familiares que utilizaram os recursos do Pronaf, estes resultadossão compartilhados por várias enti<strong>da</strong>des envolvi<strong>da</strong>s com oprograma que manifestaram a sua opinião através de questionários.A pesquisa identificou também certas lacunas como a insuficiência<strong>da</strong> assistência técnica e principalmente a dificul<strong>da</strong>des coloca<strong>da</strong>s pelosistema bancário para se obter financiamento, mesmo considerandoseque a inadimplência é muito baixa. Consideramos que os resultados<strong>da</strong> pesquisa constituem uma contribuição para a toma<strong>da</strong> dedecisões visando o aprimoramento do Pronaf e para a definição depolíticas públicas de desenvolvimento rural.FEIJÓ, Ricardo Luis Chaves. Avaliação Preliminar do Impacto doPronaf na produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> agricultura familiar. [S.l.], 2003.RESUMO: Este artigo representa essencialmente um estudo deimpacto que visa capturar as mu<strong>da</strong>nças na produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pequenaagricultura familiar no Brasil que podem ser atribuí<strong>da</strong>s ao118Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


acesso desse segmento às linhas de crédito do Pronaf. Tal avaliaçãoé feita pelo estudo <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças no crescimento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>decaptura<strong>da</strong>s pelo índice Tornqvist-Theil de produtivi<strong>da</strong>de multifator.A principal conclusão do estudo é a de que a produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>sculturas mais beneficia<strong>da</strong>s pelo Pronaf vem crescendo a taxas superioresàs taxas <strong>da</strong>s culturas familiares excluí<strong>da</strong>s do programa.FEIJÓ, R. L. C. Family farming and economic development: The case ofBrazil. Texto para discussão, São Paulo, v.4, nº 24, 2001.RESUMO: Este artigo começa com a descrição <strong>da</strong>s principais características<strong>da</strong>s políticas de crédito rural do Brasil e seu programa deapoio à agricultura familiar. Depois se examina os custos e benefíciosdesses programas, assim como sugere o uso de uma equação particularpara medir os subsídios dentro do programa de crédito e tambémpara calcular o índice de dependência desse subsídio. Os benefíciossão avaliados utilizando-se como critério o alcance dos mesmos. Porfim, os autores comparam as experiências <strong>da</strong>s instituições financeiras<strong>da</strong> área rural asiática com o caso brasileiro.FERREIRA, B.; SILVEIRA, F. G. A reforma agrária e o Pronaf nos anosFHC (1995 – 2002). In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economiae Sociologia Rural, 41, Juiz de Fora, jul. 2003.RESUMO: O texto avalia as políticas de reforma agrária e de apoio àagricultura familiar durante os oito anos do governo FHC, apresentandoindicadores <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong>s principais variáveis socioeconômicasrelativas às pessoas residentes no meio rural e aquelas ocupa<strong>da</strong>sna agricultura. Busca apontar os principais avanços conquistadoscom essas políticas, bem como os limites e obstáculos presentes a ummelhor desempenho e maior eficácia <strong>da</strong>s ações governamentais nocampo do desenvolvimento rural.FERREIRA, B.; SILVEIRA, F. G. Reforma Agrária e Pronaf: um balanço<strong>da</strong> implementação do “Novo Mundo Rural”. Brasília: Inesc,[s.d].RESUMO: As ações e medi<strong>da</strong>s governamentais para a promoção dodesenvolvimento rural vêm se orientando no sentido de ampliar e119


aprofun<strong>da</strong>r as alterações nas políticas de reforma agrária e de apoio àagricultura familiar, em conformi<strong>da</strong>de com as diretrizes expostas nodocumento Novo Mundo Rural, de março de 1999. Para tanto estãosendo introduzi<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças significativas dos procedimentos que,até então, norteavam as ações de reforma agrária e de apoio à agriculturafamiliar. Identificar, formatar e implementar essas mu<strong>da</strong>nças,inclusive aquelas relativas à estrutura organizacional requeri<strong>da</strong> pelonovo modelo de ação do MDA, não tem sido uma tarefa fácil, porrequererem a construção de um consenso mínimo em torno delas.Consenso que se encontra muito distante, com os movimentos sociaisrurais contestando e antepondo-se a muitos dos encaminhamentos emedi<strong>da</strong>s governamentais, em especial, as relaciona<strong>da</strong>s à terceirizaçãoe privatização dos serviços de reforma agrária. Somam-se a istoas dificul<strong>da</strong>des de se atingir as metas de assentamento de trabalhadoresrurais, a demora na criação <strong>da</strong>s condições necessárias para aemancipação dos projetos, especialmente <strong>da</strong>queles criados antes de1998, e do amparo – sempre avaliado como insuficiente – à agriculturafamiliar. Os acampamentos de sem-terra ain<strong>da</strong> subsistem emmuitas regiões. Baseando-se nessa discussão, o presente trabalho fazum balanço sobre os desempenhos do Programa de Reforma Agráriae do Pronaf.MAGALHÃES, André Matos; NETO, Raul Silveira; DIAS, Fernandode Mendonça; BARROS, Alexandre Rands. A experiência recente doPronaf em Pernambuco: uma análise através de propensity score. In:Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e Sociologia Rural,43, Ribeirão Preto, jul. 2005.RESUMO: O objetivo desse trabalho é avaliar a experiência do Pronafjunto aos agricultores do estado de Pernambuco. São utilizados<strong>da</strong>dos sobre aproxima<strong>da</strong>mente 4.500 agricultores familiares coletadosem 2001, divididos entre beneficiários do programa e um grupode controle. Os resultados são apresentados para a amostra total,excluídos os assentados, e por grupo do Pronaf (B, C e D). As estimativassão corrigi<strong>da</strong>s para a existência de viés de participação coma utilização do método de Propensity score. Os achados indicam queo Pronaf mostrou-se pouco eficaz em Pernambuco até este período.Quando as diferenças de características e probabili<strong>da</strong>des de participaçãodo programa são considera<strong>da</strong>s, os resultados indicam que o120Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


programa não tem gerado um impacto significativo para o públicoalvo em Pernambuco.MAGALHÃES, A. M.; FILIZZOLA, M. The family farm program inBrazil: the case of Paraná. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira deEconomia e Sociologia Rural, 43, Ribeirão Preto, jul. 2005.RESUMO: O objetivo deste artigo é avaliar o impacto do Pronaf naagricultura familiar no Estado do Paraná. Os <strong>da</strong>dos utilizados inclueminformação de mais de 6 mil agricultores do estado. Resultadossão apresentados para to<strong>da</strong> a amostra – excluindo agricultores<strong>da</strong> categoria A – e para os agricultores <strong>da</strong>s categorias B, C e D individualmente.As estimativas são corrigi<strong>da</strong>s para a existência de viés departicipação com a utilização do método de Propensity score. Quandoas diferenças de características e probabili<strong>da</strong>des de participação doprograma são considera<strong>da</strong>s, os resultados indicam que o programanão tem gerado um impacto significativo para o público-alvo nesseestado em particular.MATTEI, Lauro. Políticas públicas de fomento à produção familiarno Brasil: o caso recente do Pronaf. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileirade Economia e Sociologia Rural44, Fortaleza, jul. 2006.RESUMO: O trabalho faz uma análise <strong>da</strong> evolução do crédito destinadoaos agricultores familiares atendidos pelo Programa Nacionalde Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar no Brasil, resgatando aconcepção, objetivos, principais instrumentos operacionais e mu<strong>da</strong>nçasinstitucionais recentes do programa. A análise dos indicadores deexpansão do crédito é dividi<strong>da</strong> em duas fases distintas: a primeiradiz respeito ao período que vai do início do Pronaf até 1999. A partirdesse ano o público beneficiário passou a ser diferenciado pelo nívelde ren<strong>da</strong> bruta <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des familiares de produção. Assim, a segun<strong>da</strong>fase engloba as safras agrícolas subseqüentes a 1999 até 2005, últimoano com informações disponíveis. Dentre as principais conclusõesdo estudo, destaca-se que o programa continua concentrado naregião Sul do país e, em termos dos grupos beneficiários, prevaleceuma concentração dos recursos nos grupos C e D, que são consideradosos agricultores mais bem posicionados no sistema agropecuáriofamiliar brasileiro.121


MATTEI, Lauro. Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar (Pronaf): concepção, abrangência e limites observados. In:Encontro <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Sistemas de Produção, 4, Belém,mar. 2001.RESUMO: Para entender o processo de desenvolvimento do Pronaf,este estudo tratou de analisar a evolução do programa desde sua criaçãoaté o ano de 1999. Destacando a trajetória do Programa, enfocandosuas mais recentes alterações institucionais que colocaram uma novaperspectiva para essa mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de política pública. Dentro dessaperspectiva, o autor destacou em suas considerações finais algunsobstáculos que acabam se transformando em limitações práticas doprograma: os limites financeiros desse tipo de política; a persistênciados problemas com aos agentes financeiros que operam o Pronaf; adotação orçamentária do programa, além de sofrer cortes seqüenciais,está ca<strong>da</strong> vez mais dependente de uma única fonte de recursos.MATTEI, Lauro. Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar (Pronaf): Balanço e Perspectivas. Florianópolis (SC): UFSC/CSE/Departamento de Ciências Econômicas, 2001 (Texto para discussão).RESUMO: O desempenho recente <strong>da</strong>s duas principais mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>desdo programa, Pronaf crédito rural e o Pronaf infra-estrutura e serviços,tanto nacional como regionalmente faz parte <strong>da</strong> presente análise,destacando os aspectos dos contratos efetuados e o volume de recursosrepassados. Dentro dessa perspectiva, o autor destacou em suasconsiderações finais alguns obstáculos que acabam se transformandoem limitações práticas do programa: os limites financeiros desse tipode política; a persistência dos problemas com aos agentes financeirosque operam o Pronaf; a dotação orçamentária do programa, além desofrer cortes seqüenciais, está ca<strong>da</strong> vez mais dependente de uma únicafonte de recursos; é ca<strong>da</strong> vez menor a disponibili<strong>da</strong>de de recursosfinanceiros com origem no Tesouro Nacional; essa trajetória dos mecanismosde financiamento poderá acabar transformando o Pronafapenas em uma política de crédito seletivo e não em uma política dedesenvolvimento rural; e a operacionali<strong>da</strong>de do programa sofre comos vícios tradicionais <strong>da</strong> burocracia dos órgãos públicos que impedema legitimação desse processo junto à socie<strong>da</strong>de civil.122Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


MORAES, Jonildo Gilson Leite. Os aspectos <strong>da</strong> agricultura familiare o Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar– Pronaf: o caso <strong>da</strong> região cacaueira <strong>da</strong> Bahia. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>deBrasileira de Economia e Sociologia Rural, 37, Foz do Iguaçu,jul. 1999.RESUMO: O ensaio faz uma abor<strong>da</strong>gem sucinta do modo de produçãofamiliar e como se apresenta na região cacaueira <strong>da</strong> Bahia (quese inicia no Recôncavo e termina no extremo sul do Estado). A maiorênfase, porém, é <strong>da</strong><strong>da</strong> ao último programa destinado ao atendimento<strong>da</strong> agricultura familiar: o Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong>Agricultura Familiar – Pronaf, que foi criado pelo governo Federale implantado na região produtora de cacau <strong>da</strong> Bahia. Procura-se, aolongo deste trabalho, informar as bases constituintes do programa,suas características e particulari<strong>da</strong>des. O autor afirma que a forma deprodução familiar na região cacaueira para que seja realmente fortaleci<strong>da</strong>necessita <strong>da</strong> implementação do conjunto de ações que estruturamo Pronaf e não somente a participação do crédito rural. Conclui que osníveis educacionais dos produtores são de extrema importância porqueassim poderão tomar decisões mais acerta<strong>da</strong>s e revela que se nãohouver um apoio concreto a esta agricultura no final do seu processoprodutivo no momento <strong>da</strong> realização de sua produção, através desseprograma, ela assinou praticamente sua extinção.OLALDE, Alicia Ruiz. MATOS, Eloina Néri de. Pronaf, SistemasAgroflorestais e Desenvolvimento Sustentável no Baixo Sul <strong>da</strong> Bahia.In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e SociologiaRural, 43, Ribeirão Preto, jul. 2005.RESUMO: Este artigo trata <strong>da</strong> ação <strong>da</strong>s políticas públicas para consoli<strong>da</strong>ros Sistemas Agroflorestais (SAF’s) no baixo sul <strong>da</strong> Bahia.Os SAF’s estão de acordo com os objetivos do desenvolvimento sustentávelpor permitir a geração de ocupação e ren<strong>da</strong>, ao mesmo tempoem que favorecem a conservação dos recursos naturais. No casodessa região, que conta com significativos remanescentes <strong>da</strong> MataAtlântica, o emprego de SAFs é especialmente promissor, sendo queos agricultores familiares <strong>da</strong> região já vêm realizando uma grande diversi<strong>da</strong>dede cultivos e combinações dos mesmos. A pesquisa registrouas estratégias dos agricultores familiares em comuni<strong>da</strong>des que123


desenvolvem diversos tipos de SAFs. Discute-se o papel do Pronaf,constatando que o mesmo tem atendido a uma parcela restrita deagricultores e que o modelo empregado para a elaboração e avaliaçãode projetos é igual ao <strong>da</strong> agricultura convencional. Registram-se asdificul<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong>des que prestam assistência técnica para elaborare acompanhar os projetos e o limitado impacto <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>desfinancia<strong>da</strong>s para o fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar na região,sugerindo mu<strong>da</strong>nças para ajustar e potencializar a atuação do créditorural no marco de um projeto de desenvolvimento territorial.PEREIRA, L. G. T. C. Pronaf: política eficiente para resolver o problemados assentados? In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economiae Sociologia Rural, 40, Passo Fundo, jul. 2002.RESUMO: Em junho de 1999, juntamente com o lançamento doPlano Agrícola 1999/2000 o governo Federal divulgou o documentointitulado Agricultura Familiar, Reforma Agrária e DesenvolvimentoLocal para um Novo Mundo Rural. Uma <strong>da</strong>s principais medi<strong>da</strong>sadota<strong>da</strong>s na construção do Novo Mundo Rural foi a integração <strong>da</strong>sações desenvolvi<strong>da</strong>s no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar – Pronaf e do Programa de CréditoEspecial para a Reforma Agrária —(Procera). Nessa ação o governoextingue o Procera e estende o Pronaf para os agricultores assentados<strong>da</strong> reforma agrária considerando que esses agricultores têm amesma isonomia social e econômica que os já estruturados agricultoresfamiliares.Dessa forma, a unificação dos dois programas traria, segundo ogoverno Federal, maior eficácia na alocação dos escassos recursospúblicos. Com o intuito de contribuir para o debate <strong>da</strong>s políticasagrícolas volta<strong>da</strong>s para o fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar noBrasil, este trabalho analisa algumas <strong>da</strong>s conseqüências <strong>da</strong> extensãodo Pronaf para os agricultores assentados. A avaliação foi realiza<strong>da</strong>no Estado de São Paulo, com base na análise de documentos e dedepoimentos de agentes <strong>da</strong>s instituições envolvi<strong>da</strong>s e de agricultoresassentados.TONNEAU, Jean-Philippe; AQUINO, Joacir Rufino; TEIXEIRA,Olívio Alberto. Modernização <strong>da</strong> agricultura familiar e exclusão so-124Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


cial: o dilema <strong>da</strong>s políticas agrícolas. Cadernos de Ciência & Tecnologia,Brasília, v. 22, nº 1, p. 67-82, jan./abr. 2005.RESUMO: O processo tradicional de modernização <strong>da</strong> agriculturabrasileira, ao mesmo tempo em que permitiu um forte crescimento<strong>da</strong> produção, implicou a exclusão social e altos custos ambientais.A criação do Ministério do Desenvolvimento Agrário deu destaqueà agricultura familiar, cujas vias de desenvolvimento e fortalecimentosão varia<strong>da</strong>s. Com base na análise do impacto dos créditos distribuídospelo Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar (Pronaf), os autores concluem que é na própria lógica ena operacionalização do programa que estão implícitos os critériosde exclusão dos agricultores familiares mais pobres. O resultadoprático desse processo social é a configuração de uma “nova modernizaçãodesigual” no meio rural brasileiro, contribuindo paraaprofun<strong>da</strong>r ain<strong>da</strong> mais a exclusão social e as desigual<strong>da</strong>des regionaisno País. Em segui<strong>da</strong>, os autores propõem um modelo de desenvolvimentoe de conversão camponês baseado na intensificação <strong>da</strong>exploração <strong>da</strong> terra, e não do trabalho, e na autonomia <strong>da</strong> agriculturafamiliar. Para os autores, os primeiros resultados <strong>da</strong> experiênciasocial justificam as hipóteses previstas em estratégias especiais dedesenvolvimento rural, que refutam a fatali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> diminuição <strong>da</strong>população rural.VEIGA, J. E. Política agrícola diferencia<strong>da</strong>. Reforma <strong>da</strong> PolíticaAgrícola e Abertura Econômica, editado por Erly Cardoso Teixeira eWilson C. Vieira, Viçosa, MG: IFV-FAPEMIG, p. 31-47, 1996.RESUMO: O artigo está divido em três tópicos de forma que o autorchama a atenção para a opção pela agricultura familiar e para algunsfatos <strong>da</strong> experiência histórica dos países desenvolvidos. Em segui<strong>da</strong>,destacou alguns <strong>da</strong>dos estatísticos disponíveis sobre a estrutura <strong>da</strong>agropecuária brasileira e considerou que esta ocorrendo uma recentevalorização não só na política agrícola, mas também outras políticasgovernamentais que afetam a agropecuária. Depois discutiu a recentíssimaintrodução <strong>da</strong> agricultura familiar na agen<strong>da</strong> política nacional.VILELA, Sérgio Luiz de Oliveira. Qual política para o campo Brasileiro?Do Banco Mundial ao Pronaf: a trajetória de um novo mode-125


lo? In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e SociologiaRural, 35, Natal, ago. 1997.RESUMO: O objetivo do artigo é identificar a trajetória de concepçãodo Pronaf, que é considerado como a principal política para o setor<strong>da</strong> agricultura familiar <strong>da</strong> agricultura brasileira. Para tanto, utilizousecomo principal referência o relatório nº 11738-BR de 27 de maiode 1993, que faz um diagnóstico <strong>da</strong> agricultura. As indicações finaissão de que o Pronaf está profun<strong>da</strong>mente influenciado pela concepçãodo Banco Mundial do papel <strong>da</strong>s agriculturas do terceiro mundo naNova Divisão Internacional do Trabalho que vem sendo desenha<strong>da</strong>nos últimos anos. Embora não esteja explicitado nos documentosoficiais, a concepção de um novo modelo não parece supor a agriculturafamiliar como protagonista do desenvolvimento econômico,mas apenas uma política de desenvolvimento rural que se propõe areduzir os drásticos níveis de pobreza que caracteriza o novo cenário<strong>da</strong> acumulação de capital.6.1.7 – Pronaf assuntos geraisALBUQUERQUE, José Batista de; COELHO, Jorge Artur Peçanha deMiran<strong>da</strong>; NÓBREGA, Alex Figueiredo <strong>da</strong>; LACERDA, Ceci de Souza;MARIBONDONDO, Ovídio Ferreira. Integração entre assentadosagrários e comuni<strong>da</strong>des vizinhas. Psicologia em Estudo, Maringá, v.10, nº 3, p. 499-506, set./dez. 2005.RESUMO: O presente estudo objetivou avaliar o processo de integraçãoentre pequenos agricultores e assentados <strong>da</strong> reforma agráriade uma ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Zona <strong>da</strong> Mata paraibana, através de um levantamentode crenças desses grupos. Utilizou-se um roteiro de entrevistasemi-estruturado Participaram 232 pessoas, com i<strong>da</strong>des entre 14 e78 anos, sendo 116 homens e 116 mulheres. Dos participantes, 56,0%eram assentados e 44,0% eram moradores <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de. Verificou-seque as variáveis sociodemográficas (sexo, estado civil e origemdos assentados) não exercem influência sobre o processo de integraçãoentre os grupos. O fator determinante para esta integraçãoreside no modo como o governo central financia a produção, postoque, antes do Pronaf, era mais forte a presença de discursos conflituososentre assentados e seus vizinhos pequenos agricultores.126Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


ALBUQUERQUE, Francisco José Batista de; COELHO, Jorge ArturPeçanha de; VASCONCELOS, Tatiana Cristina. As políticas públicase os projetos de assentamento. Estudos de psicologia, Natal, v. 9, nº 1,p.81-88, jan./abr. 2004. ISSN 1413-294X.RESUMO: Para analisar a relação existente entre as políticas públicase os projetos de assentamento para a reforma agrária, investigaramseas crenças e as expectativas de assentados, bem como de técnicosdo Incra <strong>da</strong> Paraíba, sobre as políticas públicas direciona<strong>da</strong>s para odesenvolvimento rural, especificamente para os projetos de assentamento.Participaram deste estudo quatro agentes de desenvolvimentorural do Incra e 52 assentados, compondo um total de 56 participantes.Os resultados indicaram que assentados e técnicos apresentaramcrenças de que a organização do assentamento em forma de parcelaé mais adequa<strong>da</strong> para o seu bom funcionamento do que em forma deagrovila. Os assentados opinaram que mantêm pouca relação com ospequenos produtores seus vizinhos, descrevendo-os como preconceituosos.Os dois grupos de participantes crêem que o Pronaf trazpoucos benefícios, maior dificul<strong>da</strong>de na forma de pagamento, morosi<strong>da</strong>dena aprovação dos projetos e na liberação do fomento, em comparaçãocom o programa de crédito anterior, o Procera. Assentadose técnicos convergem no sentido de atribuir um papel de assistênciatécnica aos agentes de desenvolvimento rural do Incra, no que dizrespeito à organização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des agropecuárias, implementaçãode associação e cooperativa no assentamento, bem como na suaestrutura social. Não obstante, os participantes apresentam a crençade que o Estado deve assumir o papel de gerenciador <strong>da</strong>s condiçõesnecessárias para o bom funcionamento do assentamento.ALVES, Luiz B.; GOMES, Marília F. M.; LIMA, João E. de. Avaliaçãode um programa de garantia de ren<strong>da</strong> e crédito rural na agriculturafamiliar. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e SociologiaRural, 40, Rio de Janeiro, jul. 2000.RESUMO: Neste trabalho, sugere-se, como alternativa de aperfeiçoamentodo Pronaf, a implementação <strong>da</strong> Política de Garantia de Ren<strong>da</strong>(PGR), que seria um instrumento de capitalização do pequeno agricultorfamiliar, por meio de uma ren<strong>da</strong> garanti<strong>da</strong>. A transferência deren<strong>da</strong> aos agricultores <strong>da</strong>r-se-ia mediante pagamento, pelo governo,127


<strong>da</strong> diferença entre o preço-meta e o preço de mercado, ou preço mínimo.Objetiva-se, neste trabalho, determinar os impactos <strong>da</strong> utilizaçãode recursos do Pronaf, como crédito de custeio agrícola com e sem aPGR, na oferta, nos preços e na ren<strong>da</strong> auferi<strong>da</strong> pelos produtores desoja, arroz, milho, feijão e mandioca. Especificamente, pretende-se:a) determinar os benefícios e o prêmio de risco do Pronaf associadoà PGR; b) determinar os excedentes do produtor e do consumidorcom a PGR; e c) determinar os custos sociais e totais <strong>da</strong> PGR. A metodologiautiliza<strong>da</strong> segue o modelo de Newbery e Stiglitz (1981), quepermite analisar os riscos na implementação de recursos, por meiode uma política de intervenção que, a priori, forneça segurança aosagentes avessos ao risco. As conclusões apontam que a implementaçãodo Pronaf associado a uma PGR promoveria ganhos significativosde ren<strong>da</strong> para os produtores familiares, bem como melhoriano nível de bem-estar dos consumidores, em razão de redução dospreços no mercado.ANDREWS, Christina W. Anti-poverty policies in Brazil: reviewingthe past ten years. International Review of Administrative Sciences. SagePublications (London, Thousand Oaks, CA and New Delhi). 2004 IIAS.RESUMO: Este artigo revisa as principais políticas antipobreza implementa<strong>da</strong>sno Brasil desde o começo <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990 até o começodo século XXI. Isto inclui políticas específicas e abrangentes – comoeducação e saúde – bem como o desenvolvimento rural, uma política“intermediária.” O diagnóstico é que as políticas antipobreza tem passadopor dificul<strong>da</strong>des de implementação, sendo que a falta de coordenaçãoentre os diferentes programas, mesmo dentro <strong>da</strong> mesma área deatuação <strong>da</strong> política, tem prejudicado sua eficácia. Como conseqüência,programas compensatórios, baseados em transferências monetáriaspara as famílias pobres, que li<strong>da</strong>m com poucos problemas de implementaçãotêm se tornado o tipo dominante de políticas antipobrezano Brasil. Apesar dessas falhas, um pequeno estado brasileiro, SantaCatarina, foi capaz de reduzir em 46% o número de indivíduos vivendona pobreza em apenas dez anos. É um sinal que lutar contra a pobrezapode, acima de tudo, ser um empenho que garante resultados.BIANCHINI, Valter; PERACI, Adoniram Sanches; NUNES, SidemarPresoto. A relação entre as reformas de descentralização e o desem-128Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


penho dos serviços públicos no setor agropecuário – o caso do sul doBrasil. Departamento de Estudos Socioeconômicos Rurais (Deser).In: Latin American Studies Association, Dallas, Mar. 2003.RESUMO: As reformas de descentralização surgiram como estratégiapara tratar problemas de gestão pública de vários países <strong>da</strong> AméricaLatina. Com o propósito de enriquecer a discussão sobre o papel dogoverno local na gestão pública dos serviços agrícolas, num contextoca<strong>da</strong> vez mais descentralizado, desenvolveu-se um estudo regionalcomparando as experiências em reformas de descentralização nosetor agropecuário de quatro países <strong>da</strong> região: Brasil, Chile, Méxicoe Peru. O presente estudo faz algumas considerações sobre o processode descentralização no Brasil, fortalecido pela promulgação <strong>da</strong>Constituição Federal de 1988, e a sua relação com o desempenho dosserviços públicos no setor agropecuário no sul do Brasil. A pesquisabaseou-se em entrevistas com os representantes dos poderes públicosmunicipais (prefeitos) e representantes de duas organizações liga<strong>da</strong>sao meio rural em 50 municípios. Como resultados, verificou-seque está surgindo no Brasil um processo de aprendizado em relaçãoaos novos arranjos institucionais e o papel que ca<strong>da</strong> ator social podeassumir, reduzindo-se a expectativa anterior de eleva<strong>da</strong> esperança deresolução dos dilemas locais a partir do governo central.CARNEIRO, Maria José. Política pública e agricultura familiar: umaleitura do Pronaf. Estudos Socie<strong>da</strong>de e Agricultura, [S.l.], v.8, [s.n.],p.70-82, abr. 1997.RESUMO: A partir <strong>da</strong> perspectiva <strong>da</strong> reprodução social discute-sealgumas noções subjacentes aos princípios norteadores do Pronaf. Sea opção pela agricultura familiar como protagonista de um projetode desenvolvimento rural representa um avanço em relação às açõespúblicas no campo, noções como “aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de produtiva,”“ver<strong>da</strong>deiro agricultor” e “agricultura familiar em transição,”presentes no texto do Pronaf, alertam para riscos e possíveis efeitosnefastos desta política pública para a agricultura familiar.CONFERÊNCIA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR ENUTRICIONAL (CNSAN). Políticas de Apoio e Fortalecimento <strong>da</strong>Agricultura Familiar e do Agroextrativismo. 5 p, 2004.129


RESUMO: A agricultura familiar ocupa um papel muito importanteem uma estratégia de desenvolvimento que englobe o objetivo <strong>da</strong>Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), que seja economicamentesustentável, com crescente eqüi<strong>da</strong>de e inclusão social. O artigo tratadessas questões <strong>da</strong> agricultura familiar e destaca seu papel promotorde desenvolvimento sustentável (economicamente, socialmente eambientalmente). Aponta alguns mecanismos de promoção <strong>da</strong> agriculturafamiliar, dentre eles o Pronaf, e discute como esses programaspodem levar à constituição de arranjos socioeconômicos sustentáveis,com base na reorganização <strong>da</strong>s cadeias produtivas locais e naintegração sinérgica de processos de microcrédito, produção, comercializaçãoe consumo.COSTA, Anita Aline Albuquerque; RIBEIRO, Tereza Cristina Almei<strong>da</strong>.O associativismo no meio rural brasileiro: contradições e perspectivas.In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e SociologiaRural, 37, Foz do Iguaçu, julho de 1999.RESUMO: De um modo geral, pode-se afirmar, que no Brasil, o processode transformação <strong>da</strong> base técnica dos estabelecimentos rurais,sobretudo a partir de meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1960, caracterizou-sepela permanência do grau de concentração fundiária na agricultura.Por outro lado, a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1980 percebe-se que a ação doEstado na política de desenvolvimento rural passa a sofrer algumasalterações. Registraram-se mu<strong>da</strong>nças no plano institucional, nas estratégiasde políticas sociais e, ao mesmo tempo, a emergência de umnovo padrão organizacional dos pequenos produtores rurais, caracterizadopelo apelo à participação e a co-gestão. Configura-se assimuma prática organizativa com características próprias para garantiraos pequenos produtores o acesso aos benefícios dos programas dedesenvolvimento rural: a associação de pequenos produtores rurais.DENARDI, R. A. Agricultura familiar e políticas públicas : algunsdilemas e desafios para o desenvolvimento rural sustentável. Agroecologiae Desenvolvimento Rural Sustentável, Porto Alegre, v.2, nº.3,p. 56-62, jul./set.2001.RESUMO: O conceito de agricultura familiar e, principalmente, aspolíticas públicas específicas para este segmento majoritário e hetero-130Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


gêneo <strong>da</strong> agricultura são ain<strong>da</strong> bastante recentes no Brasil. Na ausênciade uma política agrária efetiva para o país, ganhou importância,sobretudo pelo seu alcance social junto aos agricultores familiares, aprevidência social rural e, mais recentemente, o Pronaf. Além de algumascaracterísticas destas duas políticas públicas, com suas virtudes elimitações, discutem-se aqui alguns desafios que devem ser enfrentadospara que os profissionais <strong>da</strong>s ciências agrárias possam contribuirno sentido de mu<strong>da</strong>r o paradigma agrícola, passando <strong>da</strong> agroquímicaconvencional para sistemas de produção alternativos e sustentáveis.FLORES, Murilo. Desenvolvimento local: o caminho para o novomundo rural. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia eSociologia Rural, 34, Poços de Cal<strong>da</strong>s, jul. 1999.RESUMO: O artigo tem como pretensão contribuir para uma ampliação<strong>da</strong> discussão em torno de um novo processo de desenvolvimentorural que o Brasil precisa seguir sob pena de não ser possível <strong>da</strong>rmosnovas perspectivas nem mesmo para os grandes centros urbanos, saturadosde migrantes do campo e <strong>da</strong>s pequenas ci<strong>da</strong>des do interior.O autor apontou e discorreu sobre questões que considerou de vitalimportância para discussão pela socie<strong>da</strong>de para que esta tome consciênciade que a superação do atual quadro de profun<strong>da</strong>s injustiçassociais passa por mu<strong>da</strong>nças na compreensão do que está ocorrendoe pelos programas do governo que precisam <strong>da</strong>r suporte a todo esteprocesso. Destacou também, a intervenção do Estado como meio de<strong>da</strong>r condições de apoio para que a transformação possa ocorrer demodo mais rápido, intenso e equânime, considerou também, que éum dos grandes desafios do Pronaf.GONÇALVES, José S.; SOUZA, Sueli A. M. Agricultura familiar: limitesdo conceito e evolução do crédito. Instituto de Economia Agrícola– Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br . Acesso em: 6 maio 2006.RESUMO: A temática do presente artigo refere-se à imensa dificul<strong>da</strong>dede fixar um padrão de universali<strong>da</strong>de para definição de agriculturafamiliar, que permita uniformi<strong>da</strong>de de critérios para todo territóriobrasileiro. Aponta que medi<strong>da</strong>s têm sido toma<strong>da</strong>s para flexibilizar oconceito de agricultura familiar inserido no Pronaf, conferindo-lhe131


maior abrangência. Para o autor, as políticas públicas para a agriculturadeveriam ter o seu foco na distribuição de incentivos creditíciose fiscais progressivos em relação à intensi<strong>da</strong>de do emprego, com oque o próprio conceito de agricultura familiar estaria resgatado nasua essência que não está na ren<strong>da</strong>.OLIVEIRA, Maria Teresa Apareci<strong>da</strong>; TEIXEIRA, Erly Cardoso. Políticade estabilização de ren<strong>da</strong> para a agricultura familiar: uma análisede risco. Revista de Economia e Sociologia Rural, Brasília, v.43, nº.1,p. 45-62, jan./mar. 2005.RESUMO: Os produtores familiares foram prejudicados pelas políticasde substituição de importações e de modernização <strong>da</strong> agricultura,sofrendo com eleva<strong>da</strong>s transferências de ren<strong>da</strong> para fora do setor.Uma forma de ressarci-los seria implementar uma política de estabilizaçãode ren<strong>da</strong> que asseguraria rentabili<strong>da</strong>de estável aos produtores.O objetivo deste artigo é determinar os benefícios de uma política deestabilização de ren<strong>da</strong> implementa<strong>da</strong> na agricultura familiar para agricultorese consumidores de arroz, feijão, milho e mandioca, e os custospara agricultores comerciais nesses mercados. Utilizou-se o modelo deNewbery e Stiglitz, que considera a redução do risco com a política deestabilização de ren<strong>da</strong>. A política implicaria aumento de receita paraprodutores familiares. Os benefícios de transferência superariam osde eficiência para produtores familiares e consumidores. Os benefíciospara a agricultura familiar superariam os custos <strong>da</strong> agricultura comercialcom a política nos mercados de feijão, mandioca e milho, e os benefíciostotais superariam os custos totais nos mercados de feijão e milho,ao contrário ocorreria nos mercados de arroz e mandioca, emboraneste fosse pequena a diferença. Conclui-se que a implementação <strong>da</strong>política seria viável nos mercados onde a participação <strong>da</strong> agriculturafamiliar fosse maior que a <strong>da</strong> comercial e naqueles importadores.PASSADOR, C. S. Políticas públicas, redes e agricultura familiar emdebate: a experiência do governo do Paraná. In: Congreso Internacionaldel CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, 8,Panamá, Oct. 2003.RESUMO: O presente trabalho analisa o programa do Estado doParaná de formação educacional fun<strong>da</strong>mental e supletiva do peque-132Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


no agricultor, chamado Projeto Escola do Campo, de 1990 a 2002, noque diz respeito à gestão de políticas sociais em geral e, em particular,no que tange à realização de capital social, via educação, considerandoas novas relações que aparecem entre diferentes atores einstituições. Para isso, realiza um estudo exploratório <strong>da</strong> emergênciae <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> escola do campo, tal como se desenvolve noParaná, destacando dois objetivos específicos: refletir sobre o ProjetoEscola do Campo enquanto política pública educacional fun<strong>da</strong>mentalpara jovens e adultos e analisar os impasses do projeto a partir doconceito de capital social e de redes.PERONDI, M. A.; KIYOTA, N. Políticas públicas e agricultura familiar:uma questão de singulari<strong>da</strong>de. In: Congresso Brasileiro de Economiae Sociologia Rural, 36, Poços de Cal<strong>da</strong>s, 1998. O agronegócio brasileiro:desafios e perspectivas. Poços de Cal<strong>da</strong>s – MG : Suprema Gráficae Editora Lt<strong>da</strong>, v. 2, p. 1047-1047, 1998.RESUMO: O trabalho apresenta argumentos em favor <strong>da</strong> singulari<strong>da</strong>de<strong>da</strong> produção familiar. Entre os diversos autores que retratamos problemas <strong>da</strong> agricultura familiar, são encontra<strong>da</strong>s seis questõesprioritárias, que são correlaciona<strong>da</strong>s com as soluções locais e com aspolíticas públicas deman<strong>da</strong><strong>da</strong>s. Finalmente, são observados algunspontos de acordo e clivagem entre o Estado e os movimentos sociaisorganizados e propostas novas linhas de ação.PESSOA, Zoraide Souza. A agricultura familiar como alternativade geração de emprego e ren<strong>da</strong> rural. In: GOMES, Aldenor (Org.).Da mobilização às mu<strong>da</strong>nças sociais: Dinâmica <strong>da</strong>s novas rurali<strong>da</strong>desdo Nordeste brasileiro. São Paulo: Polis Lt<strong>da</strong>.RESUMO: Este artigo tem como objeto de estudo a agricultura familiar,que, historicamente, foi excluí<strong>da</strong> <strong>da</strong> ação pública, mas na déca<strong>da</strong>de 1990, foi coloca<strong>da</strong> como alternativa de emprego e ren<strong>da</strong> no meiorural, ampara<strong>da</strong> por políticas públicas. Essa mu<strong>da</strong>nça ocorreu, principalmente,em função <strong>da</strong> criação do Pronaf, em 1996, que a tomacomo público alvo de suas ações. O presente artigo está estruturadoinicialmente, numa abor<strong>da</strong>gem contextual dos pressupostos teóricos<strong>da</strong> nova rurali<strong>da</strong>de inter-relaciona<strong>da</strong> à agricultura familiar, pensa<strong>da</strong>como ativi<strong>da</strong>de produtiva capaz de gerar emprego e ren<strong>da</strong>, especial-133


mente nos espaços rurais, a partir dos indicativos de potencializaçãoque a ativi<strong>da</strong>de vem recebendo do ponto de vista <strong>da</strong>s políticas públicas,de um grupo social historicamente considerado descapitalizadoe marginalizado no espaço rural brasileiro.SCHAPPO, Sirlândia. Seletivi<strong>da</strong>de, migração e políticas públicas nomeio rural. . In: Congresso <strong>da</strong> Associação Latino Americana de SociologiaRural, 6, Porto Alegre, nov. 2002.RESUMO: O artigo tem por objetivo observar as regras de exclusão,os critérios seletivos de acesso às políticas públicas para o meio rural.Tem-se como referencial analítico o conceito de seletivi<strong>da</strong>de em Offe(1984) e como foco de análise o Programa Nacional de fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar – Pronaf. Buscou-se averiguar o impacto detais políticas e <strong>da</strong> respectiva seletivi<strong>da</strong>de no processo de migração naMesorregião Oeste de Santa Catarina na déca<strong>da</strong> de 1990.SOUSA, Tanara Rosângela Vieira; ABDALLAH, Patrízia Raggi.Políticas públicas e ativi<strong>da</strong>des pesqueiras no Rio Grande do Sul. [S.l].RESUMO: O Rio Grande do Sul, principalmente o sul do Estadoesteve desde sua colonização ligado à ativi<strong>da</strong>de pesqueira. A ativi<strong>da</strong>de,que até a déca<strong>da</strong> de 1960foi explora<strong>da</strong> quase que totalmenteatravés <strong>da</strong> pesca artesanal, após a implementação de políticas públicasdesenvolvimentistas, ampliou sua produção através <strong>da</strong> pescaindustrial, chegando ao auge na primeira metade <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1970.No entanto, a partir <strong>da</strong>í, apesar do montante de recursos captadospelo setor, via incentivos fiscais e crédito rural (através do SistemaNacional de Crédito – SNCR), a produção pesqueira gaúcha mostrouuma tendência decrescente, apresentando nos dias de hoje produçãosemelhante a dos primeiros anos <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1960. As peculiari<strong>da</strong>desdesse setor, cuja produção não respondeu aos fomentos recebidos, sãomostra<strong>da</strong>s neste trabalho. Este estudo, por meio de uma metodologiadescritiva, caracteriza as políticas públicas atuantes na pesca no RioGrande do Sul e elabora uma relação entre essas políticas, a produçãopesqueira e o recurso natural em questão. Considera-se, nesta análise,a relevância do recurso natural renovável, mas passível de exaustãoe sobre exploração, e que por ser um recurso natural de proprie<strong>da</strong>de134Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


comum e de livre acesso (por ser bem público, não exclusivo), a exploraçãotende a ser realiza<strong>da</strong> sem a observância do equilíbrio entreas taxas de exploração e renovação dos estoques.TEIXEIRA, M. G.; HIGUCHI, A. K.; ROCHA, E. E. B.; VIEIRA, F. G. D.O Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar(Pronaf): um enfoque na perspectiva democrática de Alain Touraine.In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e SociologiaRural, 44, Fortaleza, jul. 2006.RESUMO: O pequeno produtor inserido num contexto de concentraçãofundiária e de ren<strong>da</strong>, em virtude <strong>da</strong> utilização crescente de tecnologiaou de insumos modernos na ativi<strong>da</strong>de agrícola e de sua exclusãodos processos de agregação de valor, realizados nas agroindústrias, situa-seem uma situação desfavorável. Foram diversas as políticas quevisaram conter esta condição que se colocava na agricultura para esteestrato produtivo e social. O presente estudo procura analisar o impactode uma política dirigi<strong>da</strong> para os agricultores familiares, o ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf), a partir<strong>da</strong> perspectiva democrática de Alain Touraine, cujo conceito de democraciase baseia não em uma noção procedural <strong>da</strong> participação, massim na ênfase de que os atores sociais sejam capazes de <strong>da</strong>r sentidoà sua ação, sendo essa participação o pressuposto de sua autonomiapolítica. O estudo realizou-se nas proprie<strong>da</strong>des familiares produtorasde uva fina de mesa <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Marialva, PR. Por meio de entrevistasdirigi<strong>da</strong>s a dois técnicos <strong>da</strong> Empresa de Assistência Técnica e ExtensãoRural (Emater), e junto a uma amostra de agricultores familiares <strong>da</strong>comuni<strong>da</strong>de do Iti, coletou-se <strong>da</strong>dos que, depois de analisados, levama inferir que o Pronaf, fomentando o associativismo, contribuiu paraatenuar as condições desfavoráveis que se apresentavam. Isto se deuquando <strong>da</strong> aquisição <strong>da</strong> consciência de sujeito, em que os agricultoresfamiliares passam a participar na formulação de reivindicações quealterem as condições a seu favor. No caso analisado, isso pode ser percebidoquando <strong>da</strong> concessão <strong>da</strong> anistia <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> para com a agênciafinanciadora o que proporcionou a continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des deseus negócios e, quando <strong>da</strong> obtenção <strong>da</strong> fiscalização, por parte do órgãomunicipal, <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de do produto comercializado, garantindoassim um fortalecimento de sua posição na cadeia produtiva.135


6.2 – Teses e dissertações6.2.1 – Pronaf InstituiçõesBASTOS, Fernando. Ambiente institucional no financiamento <strong>da</strong> agriculturafamiliar: avanços e retrocessos. Natal, RN: 2005, Tese (doutoradoem ciências sociais). Universi<strong>da</strong>de Federal do Rio Grande do Norte.O autor tem como objetivo ressaltar o problema <strong>da</strong> exclusão <strong>da</strong> maioria<strong>da</strong> população rural desse processo de mu<strong>da</strong>nça, as pressões dosmovimentos sociais e o surgimento do Pronaf como um esforço doEstado para retomar a regulação. No sentido de explicar essa exclusãopara as especifici<strong>da</strong>des do Nordeste, foi desenvolvido um tópicoretomando os diversos tipos de agricultura existentes, a partir de estudosrealizados. O surgimento <strong>da</strong> categoria do agricultor familiar ea apropriação desta pelo Estado, como um ente político, nesse esforçode inserção na dinâmica do meio rural, ensejou a necessi<strong>da</strong>de de discutirtambém as especifici<strong>da</strong>des dos diversos grupos que constituemessa categoria. Bastos faz uma revisão teórica a respeito <strong>da</strong> escolainstitucional e uma discussão sobre as instituições como mecanismosdefinidores <strong>da</strong>s escolhas individuais e coletivas, tendo como referênciaos velhos e os novos institucionalistas, vinculados à economia, àsociologia <strong>da</strong>s organizações e à ciência política. O propósito <strong>da</strong> recuperaçãodessa discussão foi construir uma concepção de ambienteinstitucional e de arranjo institucional mais apropria<strong>da</strong> para a leiturade cenários de mu<strong>da</strong>nças decorrentes <strong>da</strong> implementação de políticaspúblicas de crédito rural. O próximo passo do autor tem o propósitode testar as hipóteses deste trabalho, mormente quanto ao desempenhodo arranjo institucional no apoio a políticas de crédito. Para issofoi analisa<strong>da</strong> a ação do Pronaf B no Rio Grande do Norte e os resultados<strong>da</strong> aplicação do crédito em 2002. Essa pesquisa foi realiza<strong>da</strong>por meio <strong>da</strong> aplicação de questionários com agricultores familiaresde um grupo específico (Grupo B) beneficiados e não beneficiadoscom o financiamento, no sentido de se apreenderem percepçõese expectativas quanto ao programa e seus mediadores principais.Os trabalhos de investigação se estenderam também aos mediadoresprincipais do programa, com quem foram realiza<strong>da</strong>s entrevistasnos mesmos municípios em que foram inquiri<strong>da</strong>s as famílias rurais.O propósito dessa etapa <strong>da</strong> pesquisa foi analisar o desempenho des-136Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


ses organismos, a compreensão dos atores quanto às peculiari<strong>da</strong>desdo Pronaf B e do seu papel de mediação, as percepções dessas representaçõesquanto às possibili<strong>da</strong>des de sucesso dos seus beneficiáriose os problemas de parceira para a efetivação <strong>da</strong> intervenção. O fatode o Pronaf B ser aplicado no Rio Grande do Norte por intermédiodo Banco do Nordeste resultou na necessi<strong>da</strong>de de se compreenderum pouco mais a carreira dos agentes de desenvolvimento, fator determinantepara uma maior aproximação entre o banco e os agricultoresfamiliares, principalmente os do grupo B, que, pela dispersão,exigiram uma maior capilari<strong>da</strong>de na atuação do agente financeiro.A singulari<strong>da</strong>de dessa carreira ensejou a necessi<strong>da</strong>de de se estendera pesquisa a ex-dirigentes do banco e à sua atual direção, no sentidode compreender aspectos relevantes para sua atuação no campo.Os demais esclarecimentos quanto a essa pesquisa estão contidos emanexo. Os resultados <strong>da</strong> pesquisa realiza<strong>da</strong> com os agricultores e mediadoreslocais do Pronaf B confirmaram as hipóteses, ratificando aimportância <strong>da</strong>s percepções dos diversos agentes que atuam sobreela e, por conseqüência, do ambiente institucional onde essa políticaestá sendo posta em prática. O desempenho institucional tambémestá relacionado com a “quali<strong>da</strong>de” dos organismos que fazem partedo arranjo institucional, observando- se, nesse caso, deficiências relevantespara um indicador dessa ordem, como: falta de infra-estrutura,deficiência de pessoal, dificul<strong>da</strong>des em fazer parcerias, rotinasde trabalho inadequa<strong>da</strong>s, cristalização de procedimentos imprópriosàs regras e a imposição de interesses do poder local. Grande parte domaterial resultante <strong>da</strong> aplicação dos questionários exige a retoma<strong>da</strong><strong>da</strong>s entrevistas no campo, provavelmente ampliando-se o número deagentes de mediação, proposta que extrapola os objetivos deste trabalho,mas que abre um campo muito promissor de pesquisa para ofuturo, ensejando a oportuni<strong>da</strong>de de um aprofun<strong>da</strong>mento no campodo institucionalismo.OLIVEIRA, Rodolfo Osório de. Desenvolvimento e participação: o casodos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural do Estado deSão Paulo. Campinas, SP: [s.n.], 2004. Dissertação (Mestrado em Economia).Instituto de Economia. Universi<strong>da</strong>de Estadual de Campinas.RESUMO: A dissertação procura avaliar as limitações e potenciali<strong>da</strong>desdos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural (CMDR),137


instituições escolhi<strong>da</strong>s como gestoras no nível municipal do PronafInfra-estrutura e Serviços Municipais e do Sistema Integrado deAgricultura e Abastecimento (SEIAA), <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Agriculturae Abastecimento do Estado de São Paulo, como instrumentos para apromoção do desenvolvimento local no Estado. A motivação para oestudo vem <strong>da</strong> observação crescente do processo de descentralizaçãode políticas públicas em curso no Brasil e dos objetivos do Pronafde buscar o desenvolvimento sustentável dos espaços rurais e consideraros CMDR como instrumentos para esse desenvolvimento.A hipótese <strong>da</strong> dissertação, comprova<strong>da</strong> pela análise e avaliação desete CMDR, é de que os mesmos, na forma como vêm sendo operacionalizadosno âmbito dos dois programas, não conseguem instituir-secomo um instrumento para o desenvolvimento local, porfalharem em constituir-se como espaços legítimos de participação econcertação social, necessária à construção de pactos territoriais parao desenvolvimento. Esta falha é devi<strong>da</strong> à conformação institucionaldos CMDR, que tende a reproduzir os esquemas de dominação políticalocal. E a reprodução <strong>da</strong> dominação política local é fruto de umvício de origem dos Conselhos, particularmente devido à obrigatorie<strong>da</strong>de<strong>da</strong> sua constituição. Ficou mostrado ain<strong>da</strong> que a combinação<strong>da</strong> participação institucional dos CMDR em ambos os programas(SEIAA e Pronaf-I) reforça os sistemas de controle político locais, namedi<strong>da</strong> em que tende a burocratizar os conselhos e reforçar o controle<strong>da</strong>s administrações municipais sobre os mesmos.6.2.2 – Pronaf participação e gestão socialBATISTELA, Everton Marcos. Agricultura familiar e desenvolvimentorural: avaliação <strong>da</strong> implementação do Pronaf no município de SãoJorge d´Oeste – PR. Curitiba, PR: 2000, 213 p. Dissertação (Mestradoem Sociologia). Universi<strong>da</strong>de Federal do Paraná.RESUMO: Esta pesquisa delineia-se no sentido de avaliar os níveisde concordância existentes entre o funcionamento do Pronaf, tendopor base a reali<strong>da</strong>de do município de São Jorge D’Oeste, no sudoesteparanaense, e a proposta inicial do Programa, nota<strong>da</strong>mente caracteriza<strong>da</strong>por explícitas pretensões de construção de um modelo dedesenvolvimento rural sustentável. Enfatizou-se, ao mesmo tempo,a importância e os mecanismos de atuação do Sistema Cooperativo138Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


Cresol no processo de implementação do Pronaf. A investigação parte,inicialmente, do estabelecimento <strong>da</strong>s transformações transcorri<strong>da</strong>sno âmbito rural brasileiro, especialmente durante a déca<strong>da</strong> de1990, que condicionaram a necessi<strong>da</strong>de de proposição, por parte dogoverno, de um novo modelo de desenvolvimento rural, em superaçãoao modelo dito convencional. Destacam-se, posteriormente, asprincipais características <strong>da</strong> nova proposta de desenvolvimento rural,procurando situar a política do Pronaf no contexto <strong>da</strong>s novas tendênciasdesenvolvimentistas. Estabelecido esse contexto emergencial<strong>da</strong> proposta do Pronaf, procede-se a uma análise dos resultados <strong>da</strong>política governamental tendo por base o estudo de caso do municípiode São Jorge D'Oeste. Na análise <strong>da</strong> implementação do Pronaf nomunicípio de São Jorge D’Oeste, constata-se resultados consideravelmentepositivos, concernentes a aumentos na produtivi<strong>da</strong>de e rentabili<strong>da</strong>deagrícolas, decorrentes, em grande medi<strong>da</strong>, <strong>da</strong> incidência doPronaf Custeio Agrícola, uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de específica de crédito ruraldo Pronaf (Pronaf -C). Ademais, houve uma ampliação nas condiçõesde acesso dos agricultores familiares ao crédito rural, especialmenteos pequenos produtores (minifundistas), historicamente excluídos<strong>da</strong>s vias tradicionais do crédito rural e do desenvolvimento rural. Noentanto, se é observa<strong>da</strong> uma ampliação <strong>da</strong>s condições de acesso aocrédito rural e um aumento nos rendimentos físicos (produtivi<strong>da</strong>dee rentabili<strong>da</strong>de agrícola), decorrentes <strong>da</strong> acessibili<strong>da</strong>de ao PronafCusteio Agrícola, constata-se, por outro lado, uma notável restriçãodo campo de ação <strong>da</strong> política do Pronaf, exclusivamente volta<strong>da</strong> aocrédito rural; especialmente se considera<strong>da</strong> a ampla proposta do Programa.Ou seja, no caso estu<strong>da</strong>do o Pronaf configura-se, na prática,uma política governamental de crédito rural, caracteriza<strong>da</strong>, essencialmente,por uma ampla restrição de atuação, exclusivamente volta<strong>da</strong>ao custeio de culturas agrícolas tradicionais. Decorre disso umaampla discordância entre a proposta do Programa, pretensamentevolta<strong>da</strong> à construção de um novo modelo de desenvolvimento rural,tendo no fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar a estratégia fun<strong>da</strong>mental,e os delineamentos de sua execução; nota<strong>da</strong>mente ain<strong>da</strong>amplamente extensivos <strong>da</strong>s características tradicionais <strong>da</strong>s políticasde desenvolvimento rural, pela redundância ao viés essencialmenteagrícola (setorial) e economicista e mercadológico, visando o aumentolinear <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> rentabili<strong>da</strong>de agrícola. Como conclusãoo autor considera que no contexto <strong>da</strong> relação proposta/execução139


<strong>da</strong> política do Pronaf, impõe-se a tendência de organização social <strong>da</strong>agricultura familiar, principalmente, como a promotora de tentativasde adequação entre as linhas de ação do Pronaf e a reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>agricultura familiar. O Sistema Cresol representaria, assim, o aspectoprincipal <strong>da</strong> organização coletiva dos agricultores familiares, nosentido de uma adequação do atendimento pela deman<strong>da</strong> de créditorural e do real fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar como condiçãofun<strong>da</strong>mental do desenvolvimento rural sustentável.PESSOA, Zoraide Souza. Agricultura Familiar entre a reali<strong>da</strong>de e apossibili<strong>da</strong>de de geração de emprego e ren<strong>da</strong>. Natal, RN: 2003, 147p. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais). Universi<strong>da</strong>de Federaldo Rio Grande do Norte.RESUMO: Esta dissertação tem como objeto de estudo a agriculturafamiliar, que historicamente foi excluí<strong>da</strong> <strong>da</strong> ação pública, mas na déca<strong>da</strong>de 1990 se vê coloca<strong>da</strong> no patamar de alternativa de emprego eren<strong>da</strong> no meio rural. Condição que passa a ser requeri<strong>da</strong> com maisímpeto com a criação do Pronaf, em 1996, que a toma como público-alvode suas ações. O recorte empírico deste trabalho teve comoreferência os agricultores familiares beneficiários e não beneficiários,inseridos na linha de crédito – Grupo B do Programa, no período de2000-2001, e que estão localizados nos municípios de Palmeira dosÍndios (AL) e São Paulo do Potengi (RN). Sendo assim, o objetivo dotrabalho foi entender a agricultura familiar, a partir <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>deque a mesma representa para a geração de emprego e ren<strong>da</strong> do âmbitodo Pronaf, que a assegura pela concessão de crédito, não levandoem conta sua condição de categoria social diversifica<strong>da</strong>, que apresentacondições de reprodução social diferencia<strong>da</strong>, a depender do localem que se inserem.SILVA, Luciana Henrique <strong>da</strong>. Do Procera ao Pronaf: Impactos sociaisdos Programas de Crédito em Assentamentos Rurais. João Pessoa,PB: 2002, 150 p. Dissertação (Mestrado em Sociologia). Universi<strong>da</strong>deFederal <strong>da</strong> Paraíba.RESUMO: As mu<strong>da</strong>nças nas políticas de crédito para os assentamentosrurais com a extinção do Procera/Lumiar e a inclusão dos assentamentosno grupo A do Pronaf vêm ocorrendo em conjunto com uma140Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


série de mu<strong>da</strong>nças nas políticas para o campo brasileiro, que envolvemuma nova concepção de pequeno produtor rural, entendendo-seque este deveria se transformar, rapi<strong>da</strong>mente, em pequeno empresáriorural. Essas mu<strong>da</strong>nças vêm provocando impactos não apenaseconômicos, mas também, sociais e organizacionais e vêm influindonas relações de poder internas. Para avaliar as conseqüências dessaspolíticas, escolhemos dois assentamentos rurais: o Massangana III eo Chico Mendes, onde realizamos observação sistemática e entrevistascom os assentados. Também pesquisamos o Incra, que forneceufontes importantes e entrevistamos alguns técnicos envolvidos coma questão. Além disso, realizamos entrevistas com membros <strong>da</strong> comissãoestadual do Movimento dos Sem-Terra (MST). Pudemos concluirque, embora avaliado positivamente pelos assentados, o Proceraapresentou problemas no que se refere à assistência técnica e aburocracia na concessão dos créditos e levou muitos assentados aoendivi<strong>da</strong>mento. Com a vigência do Pronaf alguns problemas vêm seagravando, como a ausência de assistência técnica, um nível maiorde exigências para a concessão dos créditos, o distanciamento doassentado <strong>da</strong> fonte que concede o crédito, entre outros. Além disso,o Pronaf restringiu a participação dos movimentos sociais em organismosdecisórios. Em um dos assentamentos estu<strong>da</strong>dos, observou-seo aumento dos conflitos, o que vem dificultando o desenvolvimentodos assentados. Nota-se nos dois programas a ausência depreocupação com o processo organizativo dos assentamentos, numaperspectiva democratizante e autogestionária.6.2.3 – Pronaf crédito e fi nanciamentoALVES, Luiz Batista. Avaliação de um programa de garantia de ren<strong>da</strong>e crédito rural na agricultura. Viçosa, MG: 1999, 87 p. Dissertação(Mestrado em Economia Rural). Universi<strong>da</strong>de Federal de Viçosa.RESUMO: O trabalho sugere como alternativa de aperfeiçoamentodo Pronaf a implementação de uma Política de Garantia de Ren<strong>da</strong>(PGR), que seria um instrumento de capitalização do pequeno agricultorfamiliar, por meio de uma ren<strong>da</strong> garanti<strong>da</strong>. A transferência deren<strong>da</strong> aos agricultores <strong>da</strong>r-se-ia mediante pagamento, pelo governo,<strong>da</strong> diferença entre o preço-meta (determinado pela média dos últimos60 meses, excluídos os anos de média alta e mais baixa dos pre-141


ços reais recebidos na ativi<strong>da</strong>de considera<strong>da</strong>) e o preço de mercado,ou preço mínimo. Objetiva-se, portanto, determinar os impactos <strong>da</strong>utilização de recursos do Pronaf, como crédito de custeio agrícolacom e sem Política de Garantia de Ren<strong>da</strong> (PGR), na oferta, nos preçose na ren<strong>da</strong> auferi<strong>da</strong> pelos produtores de soja, arroz, milho, feijão emandioca. Especificamente, pretende-se: a) determinar os benefíciose o prêmio de risco do Pronaf associado à PGR; b) determinar os excedentesdo produtor e do consumidor com a PGR; e c) determinaros custos sociais e totais <strong>da</strong> PGR. A metodologia utiliza<strong>da</strong> foi desenvolvi<strong>da</strong>por Newbery e Stiglitz que considera o caráter de aversãoao risco e apresenta as vantagens de ser a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> à análise que envolvecontratações de operações financeiras de crédito e fornece oprêmio de risco. Desse modo, este método, baseia-se no fato de queo comportamento do agente seja modelado pela pressuposição quesua preferência entre bens possa ser representa<strong>da</strong> por uma função deutili<strong>da</strong>de ordinal defini<strong>da</strong> por esses bens. Essa função pode ser utiliza<strong>da</strong>tanto na descrição do comportamento ou na predição, como naanálise do bem-estar. Se isso for possível, o agente terá preferênciasestáveis e, se ele for racional, estará apto a fazer escolhas. Concluiu-seque a implementação do Pronaf, associa<strong>da</strong> a uma PGR, promoveriaganhos significativos de ren<strong>da</strong> para os produtores familiares, bemcomo melhoria no nível de bem-estar dos consumidores, em razãode redução dos preços no mercado. A associação dessas políticas estimulariaa produção agrícola familiar e também contribuiria para ageração de emprego e ren<strong>da</strong> nas áreas rurais e urbanas. No entanto,para se obter sucesso na implementação dessas medi<strong>da</strong>s políticas, essesprogramas deveriam destinar verbas coerentes com as propostasoriginais, bem como alterar o comportamento <strong>da</strong> sua máquina administrativa.No caso específico do Pronaf, alguns bancos, até mesmoos oficiais, ain<strong>da</strong> estão relutantes em participar do programa, umavez que este não gera lucrativi<strong>da</strong>de financeira significativa. Outroproblema de implementação é a pouca tradição que os bancos têmno atendimento à agricultura familiar. Dessa forma, o mecanismode repasse de recursos aos agricultores familiares, beneficiários doPronaf, precisa ser aperfeiçoado. Uma <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong>des seria o envolvimento<strong>da</strong>s Cooperativas de Crédito Rural (Credis), que, alémdo papel de agentes financeiros, podem se tornar importantes agenteslocais de desenvolvimento. Sugere-se, neste trabalho, a utilizaçãode recursos oriundos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias142Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


(ICMS) para o financiamento <strong>da</strong> política de garantia de ren<strong>da</strong>, <strong>da</strong><strong>da</strong> agrande transferência <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> agrícola aos cofres do Estado por meiodesse sistema de arreca<strong>da</strong>ção.CAMPOS, Rodrigo Ferrarini de. Pronaf: índices de financiamentoe características <strong>da</strong> distribuição de credito rural no Brasil de 1996a 2001. Campinas SP: 2004, 92 p. Dissertação (Mestrado em EngenhariaAgrícola) – Facul<strong>da</strong>de de Engenharia Agrícola. Universi<strong>da</strong>deEstadual de Campinas.RESUMO: O Pronaf, Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar, foi criado para promover o desenvolvimento sustentável<strong>da</strong> agricultura familiar, mediante o apoio financeiro <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>desagropecuárias e não agropecuárias. No entanto, desde a suacriação, em 1996, o grau de financiamento para custeio <strong>da</strong>s lavourasfamiliares, proporcionado pelo programa, apresentou grande variabili<strong>da</strong>deentre as uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federação, sobrepujando-se, principalmente,a região Sul do Brasil. O trabalho foi elaborado a partir de<strong>da</strong>dos dos Anuários Estatísticos do Crédito Rural, publicados peloBanco Central do Brasil, referentes a 1996, quando foi criado o Programa,até 2001 (último ano de <strong>da</strong>dos disponíveis quando <strong>da</strong> elaboraçãodo estudo). Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi analisaras características <strong>da</strong> participação dos recursos do Pronaf no SistemaNacional de Crédito Rural (SNCR). Além disso, foram analisa<strong>da</strong>s ascaracterísticas próprias <strong>da</strong> distribuição dos recursos financeiros doPrograma. Neste caso, foram calculados e analisados índices geraisque caracterizaram os valores médios dos contratos, os números decontratos e o grau de financiamento, no âmbito do Pronaf, por uni<strong>da</strong>de<strong>da</strong> federação. Para o cálculo dos índices gerais, foram utiliza<strong>da</strong>s asmetodologias de Laspeyres, Paasche e Fisher, aplica<strong>da</strong>s ao caso específicodo financiamento. Os resultados indicaram que, embora tenhaocorrido um substancial aumento no número de contratos realizadospara a agricultura familiar no Brasil, não houve uma contraparti<strong>da</strong>distributiva desse montante. Assim, verificou-se que a desconcentraçãodo crédito de custeio familiar, na região Sul, vem ocorrendode forma bastante lenta. Além disso, alguns estados <strong>da</strong> região Nortee Nordeste perderam grande parte dos recursos financeiros concedidospelo Programa em 2001, sendo que as culturas mais afeta<strong>da</strong>sforam as mais importantes na alimentação popular. Finalmente, es-143


pera-se que o Plano Safra para a Agricultura Familiar 2003-2004 contribuaain<strong>da</strong> mais para minimizar a falta de recursos enfrenta<strong>da</strong> peloPrograma, mas será fun<strong>da</strong>mental que a Secretaria de AgriculturaFamiliar concentre esforços na maior divulgação e distribuição dosrecursos financeiros entre as uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federação, sobretudo paraaquelas pertencentes às regiões Norte e Nordeste.FERREIRA, Paulinho Eduardo Ribeiro. O perfil dos agricultores familiaresbeneficiários do Pronaf investimento no município de Paraísodo Sul – RS. Santa Maria, RS: 2003, 136 p. Dissertação (Mestradoem Extensão Rural). Universi<strong>da</strong>de Federal de Santa Maria.RESUMO: Este trabalho tem como objetivos fazer uma revisão sobrea agricultura familiar, a origem e as concepções do Pronaf, e identificar,por meio do trabalho de campo, elementos sobre a reali<strong>da</strong>de socioeconômicados agricultores beneficiários desse programa. Ain<strong>da</strong>,para fazer uma análise qualitativa do mesmo, com base nas formasde crédito e os volumes de recursos que estão sendo aprovados peloPronaf para o município de Paraíso do Sul, identificar os sistemas deprodução mais financiados nesse município e com isso fazer discutirsobre os mesmos, nos aspectos históricos, atuais e perspectivas. Fazeruma análise sobre a reali<strong>da</strong>de e as interfaces que norteiam o Programano estudo de caso também se constitui em objetivo do trabalho. Paratal, considera-se no âmbito geral, o contexto em que os agricultores seencontravam em termos de política pública de crédito para a agriculturafamiliar, ou seja, sem acesso a este tipo de política até a criação doPronaf. Os esforços para levar a efeito um trabalho que pudesse contribuirpara o aperfeiçoamento dessa política têm o pressuposto quea mesma é necessária para a reprodução dos agricultores familiares.Para isso foi utilizado um estudo de caso exploratório para mostrar areali<strong>da</strong>de existente no município de Paraíso do Sul. Buscou-se, com otrabalho de campo, baseado na análise dos projetos de financiamentoe de um questionário socioeconômico, retratar esta reali<strong>da</strong>de. Identificamosno trabalho seis sistemas de produção típicos dos agricultoresfamiliares que acessam o Pronaf C no município de Paraíso, que sãoos seguintes: sistema arroz; fumo/arroz; fumo/meeiro > 1,5 ha; fumo< 1,5 ha e fumo > 1,5 ha. Na mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de Pronaf D, por se tratar deuma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de agricultores mais consoli<strong>da</strong>dos e possuírem maiscondições materiais de desenvolver os sistemas de produção identifi-144Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


camos quatro sistemas predominantes: Arroz; fumo/arroz; fumo/meeiro> 1,5 ha e fumo > 1,5 ha não ocorrendo nesta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de nenhumagricultor que plante menos de 1,5 ha de fumo. Os resultados mostramque o Pronaf, como política pública está beneficiando e sendo acessívelao conjunto dos agricultores <strong>da</strong>quele município, contemplando-osindependente <strong>da</strong> área <strong>da</strong> terra ou <strong>da</strong>s demais características de proprie<strong>da</strong>deque possuam ou explorem. No entanto, nos financiamentospersiste o predomínio de culturas tradicionais como o fumo e o arroz,sendo que para melhorar a estrutura produtiva dessas culturas são canalizadosquase todos os investimentos proporcionados pelo Pronaf.MORAES, Alberto Dias de. Crédito Rural, sustentabili<strong>da</strong>de e ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia:o caso Pronaf -Crédito na Agricultura Familiar do Semi-áridobaiano. Recife, PE: 2004, 115 p. Dissertação (Mestrado em Sociologia).Universi<strong>da</strong>de Federal de Pernambuco.RESUMO: O objetivo desta dissertação é analisar as relações existentesentre políticas de crédito rural, sustentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> agricultura e ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.Pretende-se, especialmente, analisar os resultados <strong>da</strong> implementaçãode uma política pública de crédito rural, o Pronaf Crédito,no semi-árido do Nordeste, no que diz respeito ao atendimento de suasdiretrizes e de seus objetivos vinculados à promoção do desenvolvimentosustentável e à formação de ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, pretensões defini<strong>da</strong>s noprojeto o no discurso oficial. A investigação parte <strong>da</strong>s transformaçõesocorri<strong>da</strong>s na agricultura brasileira, especialmente durante a déca<strong>da</strong>de 1990, quando surgiu o Pronaf, conseqüência de uma série de contingênciashistóricas favoráveis, entre as quais as pressões advin<strong>da</strong>sde organizações populares. A partir <strong>da</strong>í, comparando-se as pretensõesteóricas oficiais e os resultados <strong>da</strong> operacionalização dos empréstimossob amparo do Pronaf-Crédito, analisou-se de que modo a construção<strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> agricultura e <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, se apresenta nasexperiências vivencia<strong>da</strong>s por agricultores familiares de três municípiosde Estado <strong>da</strong> Bahia (Casa Nova, Curaçá e Juazeiro), consideradosrepresentativos <strong>da</strong> agricultura familiar de semi-árido nordestinoe que têm na caprino-ovinocultura sua principal ativi<strong>da</strong>de agroeconômica.A dissertação revela que os produtores desses municípiosrecebem créditos expressivos, liberados pelo Banco do Brasil e peloBanco do Nordeste, sendo suas experiências valiosas para a análise doPronaf Crédito quanto à sustentabili<strong>da</strong>de e a formação de ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia145


pretendi<strong>da</strong>s no discurso oficial. Evidências empíricas foram obti<strong>da</strong>spor meio de questionários, entrevistas com informantes-chave e documentosoficiais, num trabalho de pesquisa realizado no período defevereiro a dezembro de 2003. A análise dessas experiências revelouque existe descompasso entre os objetivos do Pronaf e os resultadospráticos alcançados; os indícios são de que o programa é apropriadopor agentes financeiros e empresas priva<strong>da</strong>s na viabilização de seusinteresses e de que suas ações serviam, também, como ferramentas demanutenção de relações sociais atrasa<strong>da</strong>s basea<strong>da</strong>s no clientelismo,para manipulação e controle dos agricultores beneficiados. Ao final,diante <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de reajuste aponta<strong>da</strong> pelas evidências empíricas,de forma que o programa venha contribuir para a sustentabili<strong>da</strong>de<strong>da</strong> agricultura e <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des e para a formação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia,o estudo sugere melhorias nas áreas <strong>da</strong> governança, democratizandoa concessão e o controle dos créditos e <strong>da</strong> responsabilização social,inibindo manipulações dos agricultores familiares.NETO, Martin Mundo. Crédito para a agricultura familiar: um estudono município de São Carlos. São Carlos, SP: 2004,167 p. Dissertação(Mestrado em Engenharia de Produção). Universi<strong>da</strong>de Federalde São Carlos.RESUMO: O modelo de desenvolvimento agrícola adotado noBrasil a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1960 favoreceu, especialmente, os grandesprodutores e aqueles que gra<strong>da</strong>tivamente se integraram aos complexosagroindustriais em formação. Em meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990,a criação do Pronaf teve o propósito de atender um grande númerode agricultores que, quase sempre, foram excluídos <strong>da</strong>s políticasagrícolas, principalmente o crédito subsidiado. Entretanto, mesmocom a criação do Pronaf, e de programas similares no âmbito dos estados,apenas uma pequena parcela dos agricultores familiares vemsendo beneficia<strong>da</strong>. Considerando o acesso ao crédito como fun<strong>da</strong>mentalpara o sucesso e desenvolvimento dos agricultores familiares,o objetivo desse trabalho é procurar compreender as razões que levamos agricultores familiares a terem dificul<strong>da</strong>des para acessá-lo eas alternativas adota<strong>da</strong>s pelos agricultores para o financiamento <strong>da</strong>ssuas ativi<strong>da</strong>des produtivas. O aporte teórico para o trabalho foi fornecidopelos conceitos <strong>da</strong> Nova Economia Institucional e pelos estudossobre a agricultura familiar e crédito rural. Os <strong>da</strong>dos empíricos146Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


elacionados aos agricultores familiares do município de São Carlosforam analisados a partir de três amostras distintas compreendendoinformações sobre um total de 132 agricultores familiares. Alémdisso, foram entrevistados agentes correlatos ao crédito rural, taiscomo extensionistas, gerentes de banco, sindicalistas, representantesde cooperativas e empresas priva<strong>da</strong>s. As hipóteses testa<strong>da</strong>s foramdividi<strong>da</strong>s em dois grupos. O primeiro está relacionado às dificul<strong>da</strong>despara acessar o crédito: exigências bancárias difíceis de serematendi<strong>da</strong>s pelos agricultores, assimetria de informação (agricultoresdesconhecem opções de crédito e agentes financeiros desconhecem opúblico-alvo), atitude passiva dos agentes financeiros e ausência deassistência técnica. O segundo grupo de hipóteses está relacionado àsalternativas adota<strong>da</strong>s pelos agricultores: utilização de fontes de ren<strong>da</strong>scomplementares, oriun<strong>da</strong>s de ativi<strong>da</strong>des produtivas desenvolvi<strong>da</strong>sfora <strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de de produção, e acesso ao mercado de créditoinformal. Apenas a hipótese relaciona<strong>da</strong> às condições de pagamentoinadequa<strong>da</strong>s não foi comprova<strong>da</strong>. Além de comprovar as demais hipóteses,os <strong>da</strong>dos empíricos possibilitaram a identificação de novosproblemas, destacando-se a visão equivoca<strong>da</strong> sobre o perfil <strong>da</strong> agriculturafamiliar do município, que prevalece entre os representantesdos principais operadores locais <strong>da</strong>s linhas de crédito subsidiado.A falta de informação sobre os programas de crédito rural tanto entreos agricultores como entre as organizações de representação e deextensão rural é um dos principais fatores responsáveis pelo baixonúmero de contratos de crédito rural realizados no município. A pesquisatambém constatou que os fornecedores de insumos são umaimportante fonte de crédito para os agricultores familiares.PRETTO, José Miguel. Amplitude e restrições ao acesso do Pronaf– Investimento no Rio Grande do Sul – um estudo de três operaçõesde financiamento envolvendo cooperativas de crédito rural,cooperativas de produção agropecuária e o Banco Regional de Desenvolvimentodo Extremo Sul (BRDE). Porto Alegre: 2005, 129 p.Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Rural) Programa dePós-Graduação em Desenvolvimento Rural. Universi<strong>da</strong>de Federaldo Rio Grande do Sul.RESUMO: Passados dez anos <strong>da</strong> sua criação, é inconteste a relevânciado Pronaf como fonte de recursos para o financiamento e para o147


fornecimento de liquidez para os agricultores familiares. Mas persistemdificul<strong>da</strong>des de acesso, particularmente ao Pronaf Investimento,justamente a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de que permite que estes agricultores realizeminvestimentos na sua estrutura produtiva, decisivos para a suareprodução social. Com o objetivo de contribuir com o debate acercado financiamento do desenvolvimento rural, este trabalho analisouo processo de intermediação financeira do Pronaf Investimento realizadopelo Sistema BNDES, envolvendo o BRDE, cooperativas decrédito rural como instituições financeiras repassadoras e cooperativasde produção agropecuária como avalistas <strong>da</strong>s operações definanciamento dos agricultores. Foi procedi<strong>da</strong> uma avaliação do desempenhodo Pronaf e em segui<strong>da</strong>, relata<strong>da</strong>s as restrições ao acessode Pronaf Investimento causa<strong>da</strong>s pela insuficiência de limites operacionaispor parte <strong>da</strong>s cooperativas de crédito rural e sua relaçãocom as regras do Sistema Financeiro Nacional, deriva<strong>da</strong>s do Acordode Capital <strong>da</strong> Basiléia. Por fim, foram relata<strong>da</strong>s três operações definanciamento envolvendo cooperativas de crédito rural, cooperativasde produção agropecuária e o BRDE. As hipóteses inicialmenteaventa<strong>da</strong>s foram confirma<strong>da</strong>s. Os dirigentes <strong>da</strong>s cooperativas decrédito rural apontaram a insuficiência de limites operacionais porparte <strong>da</strong>s suas respectivas cooperativas como a mais significativarestrição ao acesso de Pronaf Investimento e as operações analisa<strong>da</strong>spermitiram a superação desses limites, assim como a elevação domontante disponível de recursos de R$ 1,205 milhão para R$ 4,855milhões. Portanto, pode-se afirmar que é possível superar a principalrestrição ao acesso de Pronaf Investimento onde atuam cooperativasde crédito rural, quais sejam, o limite operacional estabelecidopelas regras deriva<strong>da</strong>s do Acordo de Capital <strong>da</strong> Basiléia, e que estasuperação propicia um aumento do repasse de Pronaf Investimento,fator decisivo para o financiamento <strong>da</strong> agricultura familiar.SPOLADOR, Humberto Francisco Silva. Reflexões sobre a experiênciabrasileira de financiamento <strong>da</strong> agricultura. Piracicaba, SP: 2001,102p. Dissertação (Mestrado em Ciências – área de concentração EconomiaAplica<strong>da</strong>). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.Universi<strong>da</strong>de de São Paulo.RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo estu<strong>da</strong>r a trajetóriado crédito rural dos anos 1960 até os dias de hoje, a fim de compre-148Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


ender a escassez de crédito do sistema atual e as novas propostasem questão sob o enfoque dos modelos de competição imperfeita eassimetria de informação nos mercados de crédito. A natureza destetrabalho é essencialmente analítica, de forma que não foi estabelecidonenhum modelo empírico de teste e análise dos <strong>da</strong>dos apresentados.Por outro lado, foi realiza<strong>da</strong> uma revisão de literatura do crédito ruralno Brasil e uma revisão de literatura de teoria econômica sobre mercadosde crédito ao longo dos últimos 20 anos. A falta de recursos dosistema tradicional de financiamento <strong>da</strong> agricultura é uma forte evidênciado esgotamento do modelo tradicional. São vários os entravespara um novo sistema de financiamento, entre eles, uma legislaçãopouco adequa<strong>da</strong> (que acaba por dificultar a concessão de empréstimos),o forte endivi<strong>da</strong>mento dos agricultores, os altos custos bancáriosde transação para concessão de empréstimos, as altas taxas dejuros pratica<strong>da</strong>s na economia brasileira. A CPR (Cédula do ProdutoRural), e o mecanismo de equalizações são importantes instrumentosem uma fase de transição de um sistema basicamente sustentadopelo Estado para um sistema cujos recursos sejam, em grande parte,gerados pelo mercado.6.2.4 – Pronaf infra-estrutura e serviçosBEDIN, Odete Lucheta. Participação dos agricultores familiares noPronaf mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de infra-estrutura: um estudo de caso no municípiode Tupãssi – PR. Florianópolis, SC: 2005. 75 p. Dissertação (Mestradoem Engenharia de Produção) – Curso de Pós-graduação em Engenhariade Produção. Universi<strong>da</strong>de Federal de Santa Catarina.RESUMO: O presente trabalho apresenta como objetivo avaliar a participaçãodos agricultores familiares no processo decisório no que serefere à aplicação dos recursos do Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf), na mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de infra-estrutura,uma <strong>da</strong>s principais fontes de financiamento <strong>da</strong> infra-estruturamunicipal. Este estudo pretende refletir também sobre a descentralizaçãopolítico-administrativa, tendo como cerne a participação dosagricultores familiares na toma<strong>da</strong> de decisão sobre a gestão dos recursospúblicos. Os principais fun<strong>da</strong>mentos teóricos utilizados nessaanálise incluem a teoria de Estado e suas variantes teóricas de centralizaçãoe descentralização, além do debate sobre democracia par-149


ticipativa e cultura política. A metodologia combinou análise qualitativa,incluindo entrevistas semi-estrutura<strong>da</strong>s e análise quantitativa,basea<strong>da</strong> em <strong>da</strong>dos secundários. O trabalho de campo constatou quea descentralização político-administrativa e a gestão democrática sãoprocessos em construção e que seria necessária a transformação <strong>da</strong>cultura existente por meio do aprimoramento dos mecanismos decomunicação e <strong>da</strong> formação dos agricultores familiares e outros participantesdos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural.CASTILHOS, Dino Sandro Borges de. Capital social e políticas públicas:um estudo <strong>da</strong> linha infra-estrutura e serviços aos municípiosdo Pronaf. Porto Alegre, RS: 2001, 174 p. Dissertação (Mestrado emDesenvolvimento Rural). Universi<strong>da</strong>de Federal do Rio Grande do Sul.RESUMO: O objetivo geral deste trabalho é analisar as relações existentesentre o capital social e as políticas públicas. Especificamente,buscou-se avaliar a capaci<strong>da</strong>de de uma política pública brasileiraem induzir a formação do capital social. Sendo esta política a“Linha Infra-estrutura e Serviços aos Municípios do Programa Nacionalde Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar” (Pronaf). Fun<strong>da</strong>ndo-senas concepções de WOOLCOCK (1998), avalia-se que o capitalsocial é uma noção teórica dinâmica e multidimensional, ocorrendo,portanto, vários tipos (institucional, extracomunitário e comunitário)e dimensões (“enraizamento” e “autonomia”) de capital social. Conclui-seque o capital social ain<strong>da</strong> não é um conceito definido. Masconsidera-se que é um arcabouço teórico emergente, com expressivapossibili<strong>da</strong>de de utilização nos estudos que procurem entender a importância<strong>da</strong>s relações sociais no processo de desenvolvimento. Parte-sede uma crítica à concepção de capital social presente na obra dePUTNAM (1996). Avalia-se que o capital social não é formado apenaspelos “atributos culturais,” determinados historicamente, de uma<strong>da</strong><strong>da</strong> população. O Estado também cumpre uma importante função“protetora” ou “coercitiva” que contribui para a formação do capitalsocial. Defende-se, inclusive (e de acordo com EVANS) que o Estadodeve ter uma forma de atuação que seja mais “ativa” para a induçãoa formação do capital social, principalmente entre populações maisempobreci<strong>da</strong>s. São apresenta<strong>da</strong>s experiências latino-americanas depolíticas públicas que conseguiram êxito na indução a formação docapital social. A análise destas experiências evidenciou que, em polí-150Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


ticas públicas que visem à descentralização, o governo central cumpreum papel primordial na proteção ao capital social emergente <strong>da</strong>spopulações pobres, em relação aos interesses dominantes <strong>da</strong>s eliteslocais. E foi a adequa<strong>da</strong> estratégia operacional destas políticas quepermitiu que elas alcançassem tais objetivos. Os principais mecanismosoperacionais que estas políticas utilizaram para o seu sucessoforam a publicização, a formação e a capacitação, a proteção aos conselhosgestores locais e a presença de funcionários públicos, ao nívellocal, que cumpriam a função <strong>da</strong> “autonomia inseri<strong>da</strong>.” A linha Infraestruturae Serviços aos Municípios do Pronaf, que é o objeto destainvestigação, é avalia<strong>da</strong> neste trabalho somente em relação à capaci<strong>da</strong>deque possui em induzir a formação dos vários tipos e dimensõesdo capital social. As fontes empíricas utiliza<strong>da</strong>s foram várias pesquisas,estudos e relatórios de campo já elaborados sobre este programa.A hipótese básica de pesquisa foi comprova<strong>da</strong> e permitiu concluirque essa política pública tem uma baixa capaci<strong>da</strong>de de formação docapital social, especialmente o tipo institucional. Propõe-se a adoçãode mecanismos operacionais em políticas públicas descentraliza<strong>da</strong>s,aos moldes <strong>da</strong> linha Infra-estrutura do Pronaf, com o objetivo de sebuscar induzir a formação do capital social. Por último, defende-se aimportância <strong>da</strong> utilização de políticas públicas descentraliza<strong>da</strong>s e <strong>da</strong>noção teórica sobre o capital social nas estratégias de desenvolvimentorural para o Brasil.LIMA, Ivamney Augusto. A extensão rural e a produção do conhecimento:a fun<strong>da</strong>mentação científica dos planos municipais de desenvolvimentorural do Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong>Agricultura Familiar (Pronaf) no Estado de São Paulo. Campinas, SP:2001,143 p. Dissertação (Mestrado em Economia Agrícola). Facul<strong>da</strong>dede Engenharia Agrícola. Universi<strong>da</strong>de Estadual de Campinas.RESUMO: Esta pesquisa relaciona-se à produção do conhecimentopelo Serviço Público de Extensão Rural do Estado de São Paulo,no Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar –Pronaf (linha de adequação <strong>da</strong> infra-estrutura municipal), a qualvem se desenvolvendo em 24 municípios-pilotos no Estado de SãoPaulo desde 1997. O principal objetivo é a analise dos procedimentosfilosófico-científicos na elaboração dos Planos Municipais de DesenvolvimentoRural (PMDR). O enfoque é epistemológico, o método é151


hermenêutico crítico, a metodologia é a análise de conteúdo e o esque<strong>mapa</strong>radigmático é o instrumento para construção de <strong>da</strong>dos, fun<strong>da</strong>mentadona teoria crítica. Os resultados indicam que as abor<strong>da</strong>gensutiliza<strong>da</strong>s nos planos foram marca<strong>da</strong>mente empírico-analíticas caracteriza<strong>da</strong>spela ênfase nos aspectos econômicos e tecnológicos e pelareprodução do modo capitalista. Neste contexto, há evidências <strong>da</strong>participação dos agricultores familiares na elaboração dos PMDR’s,representa<strong>da</strong> pela tendência de utilizar abor<strong>da</strong>gens fenomenológicohermenêuticascaracteriza<strong>da</strong>s pela busca do diálogo e do consenso.Entretanto, estas abor<strong>da</strong>gens não bastam para legitimar o Pronaf soba visão de uma abor<strong>da</strong>gem de gestão social do conhecimento, na qualo agricultor familiar é o principal agente do processo.MENEZES, Sílvio Thadeu de. Participação dos agricultores familiaresno programa Pronaf mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de infra-estrutura: um estudo de casoem Santa Catarina. Florianópolis, SC: 2001,85 p. Dissertação (Mestradoem Agroecossistemas). Universi<strong>da</strong>de Federal de Santa Catarina.RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo avaliar a participaçãodos agricultores familiares no processo decisório referente àaplicação de recursos do Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong>Agricultura Familiar (Pronaf), na mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de infra-estrutura, uma<strong>da</strong>s principais fontes de financiamento <strong>da</strong> infra-estrutura municipal.Este estudo visa refletir também sobre a descentralização políticoadministrativa,tendo como foco a participação dos agricultores familiaresna toma<strong>da</strong> de decisão sobre a gestão dos recursos públicos.A análise tomou por base uma pesquisa de campo realiza<strong>da</strong> comrepresentantes dos agricultores familiares que compõem os ConselhosMunicipais de Desenvolvimento Rural (CMDR), além de outrosatores (como agricultores, conselheiros estaduais do Pronaf, prefeitos,secretários municipais e técnicos), totalizando 88 entrevistadosem três municípios beneficiados pelo Programa em Santa Catarina.Os principais fun<strong>da</strong>mentos teóricos utilizados nesta análise incluema Teoria do Estado e suas variantes teóricas de centralização e descentralização,além do debate sobre democracia participativa e culturapolítica. A metodologia combinou análise qualitativa, incluindo entrevistassemi-estrutura<strong>da</strong>s e observação participante, e análise quantitativa,a qual se baseou em <strong>da</strong>dos secundários. O trabalho de campoconstatou que a descentralização político-administrativa e a gestão152Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


democrática são processos em construção, cujos avanços variam demunicípio para município. Há evidências de que, entre os três municípiosanalisados, existem diferenças significativas quanto à participaçãodos agricultores familiares no processo decisório relacionadoà aplicação de recursos do Pronaf. No final, este estudo resume osprincipais resultados e apresenta algumas sugestões para ampliação<strong>da</strong> participação dos agricultores familiares na gestão do programa.6.2.5 – Pronaf mais de uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>deGOMES, Sônia Maria de Castro. Análise <strong>da</strong> Implementação do PronafInfra-estrutura e crédito rural no Estado do Ceará – Sucessos e entraves.Fortaleza, CE: 2001, 97 p. Dissertação (Mestrado em EconomiaRural). Universi<strong>da</strong>de Federal do Ceará.RESUMO: O Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar – Pronaf se estabelece dentro de uma concepção de desenvolvimentorural e de atuação do setor público, onde as organizaçõese interessados passam a influenciar na identificação e definição dedeman<strong>da</strong>s, na formulação de projetos, no monitoramento e acompanhamentode sua execução e na avaliação dos seus resultados,buscando maior comprometimento dos atores sociais. Portanto, asua característica marcante, que difere dos programas anteriores <strong>da</strong>mesma espécie, é servir de apoio ao desenvolvimento rural a partirdo fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar, como segmento geradorde postos de trabalho e de ren<strong>da</strong>. Esta pesquisa consiste no estudo <strong>da</strong>análise <strong>da</strong> implementação do Pronaf, visando identificar os sucessose entraves mais precisamente nas linhas de crédito de infra-estruturae crédito rural, utilizando como uni<strong>da</strong>des de estudo os municípios deGeneral Sampaio e Santana do Acaraú, no Estado do Ceará. Mais especificamenteprocura-se entender como o programa contribui parao desenvolvimento do meio rural do Ceará, identificando entraves esugerindo medi<strong>da</strong>s capazes de melhorar as condições de produçãono campo. Para tanto, recorre-se à pesquisa qualitativa, que interpretaa reali<strong>da</strong>de a partir <strong>da</strong> apreensão de in<strong>da</strong>gações coleta<strong>da</strong>s juntoaos seus beneficiários. A pesquisa identificou, por meio de <strong>da</strong>dosprimários, mediante questionários aplicados e entrevistas realiza<strong>da</strong>s,situações concretas capazes de responder aos objetivos deste trabalho.Quanto aos <strong>da</strong>dos secundários, foram obtidos mediante análise153


documental, cedidos por instituições de planejamento e de pesquisasvincula<strong>da</strong>s ao desenvolvimento rural do Estado. Os principaisresultados encontrados referentes a sucessos na implementação doPronaf são: efetivo acesso ao crédito por parte dos pequenos produtores;flexibili<strong>da</strong>de e dinamismo do Pronaf, participação do agricultorna elaboração do inventário econômico e social do município eno financiamento de ativi<strong>da</strong>des rurais não agrícolas. Quanto aos entraves,observou-se o apego exagerado às culturas de subsistência;inexistência de assistência técnica e capacitação, baixa quali<strong>da</strong>de naorganização política dos agricultores; desvio na aplicação de recursos;falta de acompanhamento e fiscalização do programa e poucadivulgação <strong>da</strong>s obras de infra-estrutura financeira às prefeituras.Diante dos entraves aqui inventariados, são apresenta<strong>da</strong>s sugestõespara futuros ajustes no programa, tais como: criação de agências doBanco Nacional <strong>da</strong> Agricultura Familiar para acompanhar as açõesdos atores sociais envolvidos no programa; criação de um canal decomunicação direcionado para o agricultor familiar com informaçõesrelevantes sobre a agricultura, envolvendo produção, preços de produtos,taxas de financiamentos e esclarecimentos sobre o Pronaf; econdicionar o crédito à assistência técnica e capacitação. Dificul<strong>da</strong>desà parte, o grande mérito do Programa foi a capaci<strong>da</strong>de de promover avalorização do indivíduo como ci<strong>da</strong>dão, ao permitir-lhe experimentara construção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia por intermédio do acesso ao crédito,mais precisamente, do pequeno agricultor, antes nunca prestigiado.6.2.6 – Pronaf avaliações do programaBITTENCOURT, Gilson Alceu. Abrindo a caixa preta: o financiamento<strong>da</strong> agricultura familiar no Brasil. Campinas, SP: 2003, 243 p. Dissertação(Mestrado em Desenvolvimento Econômico, Espaço e MeioAmbiente) – Instituto de Economia. Universi<strong>da</strong>de Estadual de Campinas.RESUMO: A partir de ampla revisão <strong>da</strong> literatura e experiência internacional,o trabalho sustenta a tese que, embora o crédito agrícolaseja um componente relevante <strong>da</strong>s políticas públicas de apoio àagricultura familiar, a promoção do desenvolvimento rural requer amu<strong>da</strong>nça do modelo tradicional de financiamento. É preciso reforçarinstituições de finanças rurais que atuam em nível local e que agregamao crédito um conjunto de serviços essenciais para a construção154Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


de capital social, e a superação dos obstáculos que travam o desenvolvimentoe a inserção sustentável dos agricultores familiares nosmercados. Tendo como pano de fundo a análise do funcionamentodo Sistema Nacional de Crédito Rural, a dissertação avalia o ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar, apresentandoseus principais mecanismos, beneficiários, fontes de recursos,agentes financeiros, e destaca em particular os progressos e os limitesdesta iniciativa. Sustenta que o Pronaf, sendo um apêndice do SNCR,enfrenta dificul<strong>da</strong>des para operar com o público ao qual se destina,uma vez que as instituições que o operam não estão prepara<strong>da</strong>s paraesta função. Destaca também que o envolvimento destas instituiçõestem implicado em custos elevados para o Tesouro Nacional, o qualcobre os custos de transação e a equalização de juros, e que estescustos são, em última análise, responsáveis pela menor abrangênciado Programa. Finalmente, com base na análise do Pronaf, o trabalhoapresenta um conjunto de propostas para superar obstáculos observadose reduzir ineficiências no Programa.BUSSONS, Nicolau de Lima. Análise socioeconômica do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf) noCeará: um estudo de caso do município de Acaraú. Fortaleza, CE:2002,101 p. Dissertação (Mestrado em Economia Rural). Universi<strong>da</strong>deFederal do Ceará.RESUMO: A proposta deste trabalho foi realizar uma análise socioeconômicado Programa Nacional <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf) nomunicípio de Acaraú, CE. Para isto, trabalhou-se inicialmente umadiscussão teórica sobre a expressão agricultura familiar, no sentidode compreender o porquê desta temática ser a escolhi<strong>da</strong> pelo atualgoverno Federal como principal linha estratégica do desenvolvimentorural brasileiro. Na discussão conceitual realiza<strong>da</strong> posteriormente,identificou-se a concepção que norteia as ações do Programa. Para aviabilização <strong>da</strong> análise, realizou-se um trabalho in loco nos assentamentosdo Programa Reforma Agrária Solidária, responsáveis pelobeneficiamento de mais de 80% dos recursos do Pronaf aplicadosno município. No trabalho de campo, definiu-se uma amostra de25% <strong>da</strong> população de ca<strong>da</strong> assentamento, exigindo a aplicação de28 questionários. Outro recurso metodológico utilizado na pesquisafoi a realização de entrevistas com os principais atores do Progra-155


ma. Recorreu-se, ain<strong>da</strong>, à técnica <strong>da</strong> observação participante numtrabalho específico com os conselheiros do Conselho Municipal deDesenvolvimento Sustentável (CMDS) local. Os resultados mostrama ineficiência do Pronaf perante os seus objetivos propostos de melhorias<strong>da</strong>s condições para o aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de produtiva e degeração de ocupação e ren<strong>da</strong>. Constatou-se, também, que os conselheirosdo CMDS restringem-se a uma participação formal na elaboraçãoe acompanhamento <strong>da</strong>s ações do Programa. Em conclusão,tem-se que o Pronaf não possibilitou até o momento a inclusão socialdos agricultores familiares beneficiados por seus recursos principalmentepelo fato de a concepção que o norteia abdicar de uma análiseque aponte os efeitos nocivos <strong>da</strong> inserção dos trabalhadores ruraisno mercado competitivo <strong>da</strong> agricultura capitalista brasileira. Sugerem-sepesquisas que aprofundem teoricamente a dicção agriculturafamiliar e que abram horizontes para todo o Estado do Ceará no quese refere às ações do Pronaf.CABRAL, Mayra dos Santos. Pronaf – Sua operação e indicação dedistorções. Uberlândia, MG: 2001, 129 p. Dissertação (Mestrado emDesenvolvimento Econômico). Universi<strong>da</strong>de Federal de Uberlândia.RESUMO: Analisamos a questão <strong>da</strong> modernização <strong>da</strong> agricultura ea reforma do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) e a lógicaconservadora desses dois processos. O objetivo deste resgate foi mostrarque a questão <strong>da</strong> integração do produtor junto às agroindústriase à tecnologia foi, desde àquela época, fator preponderante para oacesso ao crédito rural. Mostramos a saí<strong>da</strong> paulatina do governo comrelação ao crédito rural, constatando-se a que<strong>da</strong> dos recursos oriundosde fontes tradicionais e a substituição parcial desses recursos pornovas fontes de financiamento. Dentro desse contexto, analisamos aquestão do produtor familiar como sendo um público sem acesso aocrédito rural e a indicação <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des monetárias no sentido deimplantar políticas específicas para este público. Para tanto, utilizamosos resultados obtidos mediante estudos efetuados pelo Incra emparceria com a FAO, em 1994 e 1996. Analisamos, então, a implantaçãodo Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar, bem como sua performance entre 1995 e 1999. Dentrodesta análise, procuramos salientar que a lógica permaneceu amesma <strong>da</strong> reforma do SNCR: os produtores familiares integrados às156Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


agroindústrias e que possuem tecnologia são aqueles que têm acessoao crédito rural e os que estão à margem <strong>da</strong> modernização agrícolacontinuam sem acesso ao crédito rural. Destacamos a concentração<strong>da</strong> liberação de recursos em algumas regiões do país e em produtosque se encontram dentro de um processo de integração industrial.Por fim, discorremos sobre as dificul<strong>da</strong>des encontra<strong>da</strong>s pelos produtoresfamiliares relaciona<strong>da</strong>s aos custos financeiros e às garantiasexigi<strong>da</strong>s no financiamento; a nova situação do produtor familiar noque diz respeito à pluriativi<strong>da</strong>de; e a situação dos assentados pelareforma agrária que, a partir de 1999, passou a ser enquadrado comobeneficiário do Pronaf.GUSMÃO, Denílson Mascarenhas. As possibili<strong>da</strong>des do fortalecimento<strong>da</strong> agricultura familiar: o Pronaf em Governador Vala<strong>da</strong>res– MG. Viçosa, MG: 2001, 105 p. Dissertação (Mestrado em ExtensãoRural). Programa de Pós-graduação em Extensão Rural. Universi<strong>da</strong>deFederal de Viçosa.RESUMO: O Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar (Pronaf) foi criado em 1994 pelo governo Federal. Caracteriza-sepor ser um programa voltado para o apoio ao desenvolvimentorural, a partir do fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar, como segmentogerador de postos de trabalho e ren<strong>da</strong>. O Programa prevê quesua execução deve ser de forma descentraliza<strong>da</strong>, tendo como protagonistasos agricultores familiares e suas organizações. Esta pesquisaanalisa as possibili<strong>da</strong>des e contradições do Pronaf na relaçãodo Estado com a socie<strong>da</strong>de civil e o setor agrícola brasileiro, diantedo contexto <strong>da</strong>s políticas públicas e do mercado globalizado. O objetode estudo refere-se à avaliação <strong>da</strong> implementação do Programaem proprie<strong>da</strong>des rurais de Governador Vala<strong>da</strong>res, MG. As evidênciasindicam que o Pronaf representa a continui<strong>da</strong>de de uma políticade crédito rural disfarça<strong>da</strong> de política agrícola e que a intenção defortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar, por meio de programas, fazparte do conjunto de políticas volta<strong>da</strong>s para a inclusão <strong>da</strong> economiabrasileira no processo de globalização econômica e financeira geral.Assim, a política para a agricultura familiar aparece como um créditocompensatório, com poucos resultados para os agricultores familiares,caracterizando-se como um modelo seletivo de políticas públicas.Neste trabalho, procurou-se apresentar pistas e evidências que157


apontam para esse modelo, ao demonstrar-se o processo de exclusãodos agricultores familiares com relação aos benefícios do Programa.Processo que se expressa na ausência de condições de reprodução <strong>da</strong>agricultura familiar e na impossibili<strong>da</strong>de de inserção <strong>da</strong> produçãofamiliar nos mercados globalizados.MONTES, Clayton Luiz. Impacto do Pronaf sobre a agricultura familiar.Brasília, DF: 2003, 43 p. Monografia (Especialização em GestãoPública). Curso de Pós-graduação. Escola Nacional de AdministraçãoPública.RESUMO: Este estudo busca explorar a questão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de dogasto e seus efeitos na agricultura familiar, por entender que é umsetor onde se pode encontrar uma relação positiva entre o que édespendido e a melhoria do bem-estar social. Neste contexto, buscar-se-áchamar a atenção para o fato de que a alocação de recursospúblicos para agricultura familiar traz um benefício social relativamentealto uma vez que é um segmento que carece de incentivopúblico <strong>da</strong><strong>da</strong> a sua composição pela população de baixa ren<strong>da</strong>.O presente estudo procura também desmistificar o conceito de quea agricultura familiar não é eficiente quando compara<strong>da</strong> à agriculturanão familiar ou patronal. Será apresentado um estudo comparativoentre uni<strong>da</strong>des familiares que utilizam e outras que nãoutilizam o Pronaf. O trabalho foi desenvolvido em duas partes: aprimeira abor<strong>da</strong> um estudo geral <strong>da</strong> agricultura familiar no Brasilbuscando delimitar o tema uma vez que este conceito ain<strong>da</strong> suscitadúvi<strong>da</strong>s conceituais. Além disso, faz-se uma exposição sobre oPrograma Nacional <strong>da</strong> Agricultura Familiar na qual define-se ascaracterísticas de ca<strong>da</strong> grupo de beneficiários do Programa. A segun<strong>da</strong>apresenta um estudo de caso envolvendo o tema agriculturafamiliar buscando fazer uma comparação no que se refere aosindicadores sociais e econômicos entre proprie<strong>da</strong>des que fazemparte do Pronaf e outras que não utilizam o Programa. Segundoo autor, o maior mérito do trabalho foi mostrar o enorme e poucoconhecido potencial de pujança <strong>da</strong> agricultura familiar brasileira.Apontando para um novo e poderoso eixo desenvolvimentistapara o país fun<strong>da</strong>do na agricultura familiar. O autor salientatambém, a importância de desenvolver a agricultura familiar nopaís como instrumento de otimização do gasto público. Ou seja, o158Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


atendimento <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> população passa pela construçãode programas governamentais efetivos. Sendo assim, reconhece oimportante papel que vem desempenhado o Pronaf no desenvolvimento<strong>da</strong> agricultura familiar, pois este programa tem permitido amassificação ou socialização do acesso ao crédito para considerávelnúmero de agricultores familiares. Observou-se que dentro dosegmento familiar os produtores que tiveram acesso ao Pronaf têmmelhor nível de vi<strong>da</strong> com maior escolari<strong>da</strong>de, menor proporçãode analfabetos, mais jovens na escola e maior média de anos deestudo. Apesar do baixo nível de ren<strong>da</strong> do segmento familiar, osprodutores que têm acesso ao Pronaf têm ren<strong>da</strong> média maior doque os produtores que não fazem parte do Programa.PEREIRA, Lucilia Gonçalves Travaglini C. Avaliação do Pronaf atravésdo comportamento dos atores municipais: estudo de caso em EspíritoSanto do Pinhal/SP. Campinas, SP: 2000,125 p. Dissertação (Mestradoem Engenharia Agrícola). Universi<strong>da</strong>de Estadual de Campinas.RESUMO: Em julho de 1996, o governo lançou o Pronaf elegendo oagricultor familiar como protagonista, pela primeira vez de uma políticaorienta<strong>da</strong> para o desenvolvimento rural. No contexto de dificul<strong>da</strong>desque se encontram os pequenos produtores familiares em reproduzirsuas ativi<strong>da</strong>des agrícolas e assegurar, ao mesmo tempo, condiçõesde vi<strong>da</strong> adequa<strong>da</strong>s para suas famílias, uma linha de crédito volta<strong>da</strong>para essa categoria só poderia ser encara<strong>da</strong> como positiva. Com o intuitode contribuir para o debate <strong>da</strong>s políticas agrícolas volta<strong>da</strong>s parao fortalecimento e desenvolvimento <strong>da</strong> agricultura familiar no Brasil,este trabalho analisou o comportamento dos atores municipais (agricultoresfamiliares, agentes financeiros e rede de extensão rural oficial)na implantação e operacionalização do Pronaf, mediante um estudode caso no município de Espírito Santo do Pinhal, SP. A avaliação foirealiza<strong>da</strong> com base na análise de depoimentos, entrevistas e aplicaçãode questionários, sem que houvesse uma preocupação amostral, emnível de um rigor estatístico, optando-se por uma análise qualitativaque fornecesse indicações precisas do caminho a desven<strong>da</strong>r. A análiserevelou alguns limitantes na implantação do Programa no municípiocomo: pouca divulgação, a não participação de todos os atores, insuficiênciade técnicos na Casa <strong>da</strong> Agricultura e nas agências financeiras.A principal conclusão obti<strong>da</strong> foi que o processo de implantação do Pronaf159


depende principalmente <strong>da</strong> efetiva participação de todos os atores municipais,com engajamento e integração entre eles.RAVERA, Célia Beatriz. Pronaf, Agricultura Familiar em mu<strong>da</strong>nça:desafio de um novo paradigma? Rio de Janeiro, RJ: 1998, 195 p. Dissertação(Mestrado em Desenvolvimento, Agricultura e Socie<strong>da</strong>de).Universi<strong>da</strong>de Federal Rural do Rio de Janeiro.RESUMO: Este trabalho analisa o Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar – Pronaf, programa do governo Federalcriado para promover o desenvolvimento sustentável do segmentorural constituído pelos agricultores familiares. Registra o contextoestrutural e conjuntural em que o programa está inserido, repensandoos últimos vinte anos de implementação de políticas públicas naárea rural e a emergência do atual modelo neoliberal, no contexto <strong>da</strong>globalização, analisando a tensão de objetivos entre as propostas doPronaf e os predicados deste modelo. Apresenta os conceitos teóricosque justificam a caracterização <strong>da</strong> agricultura familiar como fator dedesenvolvimento, se reportando também ao embasamento teórico<strong>da</strong>s teorias <strong>da</strong> vira<strong>da</strong> do século na Europa, que visualizam a pequenaproprie<strong>da</strong>de, como economia de subsistência. Examina as linhas deação do Programa de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar, e analisacriticamente sua implantação no Estado do Rio de Janeiro, onde seregistra – entre outras dificul<strong>da</strong>des – a fragili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s organizaçõesdos produtores familiares e finalmente, as pressões sociais são registra<strong>da</strong>scomo fator determinante <strong>da</strong> legitimação desta política públicapara a agricultura familiar.SANTOS, Almir Bispo dos. O Estado e a Organização do Espaço <strong>da</strong>Agricultura Familiar – o Pronaf em Sergipe. Aracaju, SE: 2000, 173p. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universi<strong>da</strong>de Federal deSergipe.RESUMO: Por seu caráter classista, o Estado brasileiro sempre relegouao segundo plano a agricultura familiar e os demais segmentossubalternos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. O Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar, lançado pelo governo Federal em 1996 – ain<strong>da</strong>em an<strong>da</strong>mento – foi uma iniciativa que se sucedeu por influênciade agentes externos, frente às necessi<strong>da</strong>des do país, mediante a con-160Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


juntura internacional, sobretudo nos aspectos econômicos e sociais, evisa fortalecer a agricultura familiar enquanto geradora de empregoe ren<strong>da</strong>, de modo que promova melhoria na quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> dospequenos produtores. Mas o volume de dinheiro aplicado no programaé parco, sobretudo se comparado ao aplicado no beneficiamentodo capital. No Brasil, o programa está presente em todos os estadospor meio de suas quatro linhas de ação – financiamento <strong>da</strong> produção,financiamento de infra-estrutura, negociação de políticas com órgãossetoriais e profissionalização e qualificação do agricultor familiar eagentes envolvidos -, sendo que alguns estados se sobressaem sobreoutros nos recursos envolvidos. No período analisado, a atuação doPronaf nos municípios sergipanos não foi uniforme. Os agricultoresde alguns municípios se beneficiaram, de maneira que os investimentosproporcionaram alterações importantes no espaço, o mesmonão ocorrendo em outros municípios em que outras linhas de açãoestiveram parcial ou completamente ausentes.SANTOS FILHO, João Mendes dos. Agricultura Familiar e Pronaf.Uberlândia, MG: 2003. Dissertação (Mestrado em DesenvolvimentoEconômico) Universi<strong>da</strong>de Federal de Uberlândia.RESUMO: O Pronaf foi instituído em 1994 no Brasil como um novoparadigma para o financiamento <strong>da</strong> agricultura familiar. No entanto,se verificarmos o público-alvo beneficiário, veremos que a maiorparte do volume do crédito para esse setor, representado pelo PronafCrédito, se destina principalmente para regiões mais ricas e integra<strong>da</strong>sao CAI, para agricultores mais capitalizados e/ou integrados aoCAI e para produtos integrados ao CAI. Em decorrência disso, nossaleitura é de que o Pronaf deve ser tido como uma extensão do modelode financiamento estatal vigente que beneficia o setor agroindustrialmais capitalizado.SOARES, Bárbara Cobo. Agricultura familiar no Brasil: Propostas eavaliação dos resultados do Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf). Niterói, RJ: 2003,112 p. Dissertação(Mestrado em Economia). Universi<strong>da</strong>de Federal Fluminense.RESUMO: Com a constatação histórica do papel que a agricultura familiarpode desempenhar como fonte de geração de ren<strong>da</strong>, emprego161


e quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, políticas públicas que visem seu fortalecimentopodem se tornar poderosos instrumentos de combate à pobreza e àexclusão social. Em paralelo, é fun<strong>da</strong>mental a avaliação <strong>da</strong>s políticaspúblicas em termos de sua eficácia e eficiência econômica, em virtudedo atual cenário de limitação dos recursos públicos. Assim a presentedissertação visa, a partir do referencial teórico sobre a agricultura familiar,verificar em que medi<strong>da</strong> o Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf) vem alcançando os objetivos e metasconstantes na sua formulação.SOUZA, Doraci Cabanilha de. Processos sociais, agricultura familiare a implementação do Pronaf infra-estrutura e serviços: a experiênciado município de Araci. Rio de Janeiro, RJ: 2000, 208 p. Dissertação(Mestrado em Desenvolvimento, Agricultura e Socie<strong>da</strong>de). Universi<strong>da</strong>deFederal Rural do Rio de Janeiro.RESUMO: Neste trabalho avalia-se a contribuição <strong>da</strong>s estruturas sociaisrepresentativas do segmento agricultura familiar para a eficácia<strong>da</strong> implementação do Pronaf infra-estrutura e serviços e a contribuiçãodeste Programa na formação ou ampliação <strong>da</strong> rede de relaçõesEstado e socie<strong>da</strong>de. Destaca-se a agricultura familiar e aponta-se indicativossobre a confluência entre programas/políticas públicas e oPronaf infra-estrutura e serviços na Bahia e em Araci especificamente.Abor<strong>da</strong>-se o papel <strong>da</strong>s organizações representativas do segmentoagricultura familiar na elaboração e formulação de proposta para odesenvolvimento rural local e especificamente para a implementaçãodo Pronaf. Discute-se a implementação do Pronaf no Estado <strong>da</strong> Bahiae a contribuição do Programa nas estratégias de desenvolvimentoadota<strong>da</strong>s no Plano Municipal e Desenvolvimento Rural de Araci.6.2.7 – Pronaf assuntos geraisALTAFIN, Iara Guimarães. Sustentabili<strong>da</strong>de, políticas públicas e agriculturafamiliar: uma apreciação sobre a trajetória brasileira. Brasília,DF: 2003, 225 p. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável).Universi<strong>da</strong>de de Brasília.RESUMO: Este trabalho tem como foco a discussão sobre a permeabili<strong>da</strong>deou transversali<strong>da</strong>de entre os princípios do desenvolvimento162Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


sustentável e as políticas públicas volta<strong>da</strong>s para a promoção <strong>da</strong> agriculturafamiliar no Brasil. Inicialmente, o conceito de agricultor familiaré discutido, pontuando sua diversi<strong>da</strong>de no contexto brasileiro, suarelevância para o desenvolvimento do país e o tratamento secundárioque historicamente esse segmento tem recebido do Estado. Comofun<strong>da</strong>mentos para a discussão do momento atual, foram reunidos oscompromissos assumidos pelo Estado brasileiro para com a construçãodo desenvolvimento sustentável, tendo como base a evolução <strong>da</strong>noção de sustentabili<strong>da</strong>de, as múltiplas funções <strong>da</strong> agricultura familiare o perfil <strong>da</strong> ação do Estado direciona<strong>da</strong> à produção para o mercadointerno, numa perspectiva histórica. Na análise sobre a políticaatual, centra<strong>da</strong> no Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar – Pronaf, identificamos incoerências desde o desenhodo programa, que não incorpora a noção de agroecossistemas, comobase para as dinâmicas <strong>da</strong>s ocupações agrícolas no território brasileiro.A análise do Pronaf em sua linha de apoio aos municípios apontaavanços alcançados na gestão pública compartilha<strong>da</strong> e demonstra queo programa tem conseguido chegar às locali<strong>da</strong>des periféricas. No entanto,o estudo do Pronaf Crédito mostra que os recursos direcionadosao financiamento <strong>da</strong> produção continuam concentrados nas regiõesmais dinâmicas e que, <strong>da</strong> mesma forma como nas políticas públicasconvencionais, o programa separa as ações sociais <strong>da</strong>s econômicase mantém como retórica a dimensão ambiental. Medi<strong>da</strong>s volta<strong>da</strong>sà promoção <strong>da</strong> agroecologia, <strong>da</strong> silvicultura, <strong>da</strong> maior participação<strong>da</strong>s agricultoras e jovens do meio rural e <strong>da</strong> inclusão de populaçõesindígenas e quilombolas são pontuais e submissas aos instrumentosque alimentam a mentali<strong>da</strong>de produtivista e modernizante. Os resultadosanalisados em sete anos de política específica de fortalecimento<strong>da</strong> agricultura familiar demonstram que não houve alteração nasalianças históricas entre o Estado e a grande agricultura, que continuagarantindo priori<strong>da</strong>de no conjunto <strong>da</strong>s políticas agrícolas nacionais.As medi<strong>da</strong>s direciona<strong>da</strong>s às uni<strong>da</strong>des familiares de produção têmpermitido acomo<strong>da</strong>r as pressões dos movimentos organizados docampo, sem alterar as relações de poder estabeleci<strong>da</strong>s. As conseqüênciasdo fracionamento <strong>da</strong>s ações e <strong>da</strong> inexistência de um projeto dedesenvolvimento para o setor e para o país são analisa<strong>da</strong>s no presentetrabalho, sendo sugeridos mecanismos para a internalização dos princípios<strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de nas políticas públicas brasileiras direciona<strong>da</strong>saos agricultores e agricultoras familiares.163


BATISTA, Mônica Lucchesi. Agricultura familiar no município de Jacuí-MG:Políticas públicas e sustentabili<strong>da</strong>de. Belo Horizonte, MG:2002, 120 p. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universi<strong>da</strong>de Federalde Minas Gerais.RESUMO: Este estudo analisa a organização do espaço rural do municípiode Jacuí-MG, onde predomina a produção de caráter familiar,tendo também como categorias de modernização desse setorna déca<strong>da</strong> de 1970 – e a agricultura sustentável – objetivo expressoatualmente no Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agriculturado Brasil – Pronaf – e operacionalizado no local. A modernização dosetor rural brasileiro contou com uma intervenção intensa do Estadona formulação de uma política de desenvolvimento para o setoragrícola. Todo esse processo de mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> agricultura do Brasil privilegiouos grandes produtores do setor rural, relegando aos produtoresde caráter familiar o papel de mão-de-obra para os primeiros,além de constituírem reserva de trabalho para as agroindústrias epara os subempregos nas ci<strong>da</strong>des. Mas alguns resistiram a todo esseprocesso, permanecendo ligados às suas proprie<strong>da</strong>des, praticandouma agricultura de subsistência, mas que foi absorvendo, paulatinamente,algumas <strong>da</strong>s práticas de manejo introduzi<strong>da</strong>s nas grandesproprie<strong>da</strong>des. A modernização no meio rural gerou, também, gravesproblemas sociais, já que houve uma redução significativa do nível deemprego nesse setor, sem um acompanhamento equivalente de umaabsorção, dessa mão-de-obra, pelo setor urbano-industrial. Somentena déca<strong>da</strong> de 1980 as políticas volta<strong>da</strong>s para o fortalecimento <strong>da</strong>agricultura familiar no Brasil começaram a tomar forma, objetivandoprincipalmente sua permanência no campo por meio de uma melhorquali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. O Pronaf é a atual política pública em operacionalizaçãono município, fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> nos conceitos de agriculturasustentável. O apoio de uma política pública a agricultura familiar éfun<strong>da</strong>mental para a sustentabili<strong>da</strong>de – social, ambiental e econômica-, já que, além dessa agricultura prever uma produção em escalamenor, tende à diversificação de culturas e a uma maior conservaçãodos recursos naturais. A participação dos agricultores familiares deJacuí-MG nesse Programa ain<strong>da</strong> não é significativa, embora grandeparte desses agricultores já o conheça. A não adesão ao Programapor aqueles que sabem de sua existência deve-se, principalmente, aodescrédito nas ações que geraram para alguns a per<strong>da</strong> de suas terras164Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


devido aos altos juros. Embora algumas práticas sustentáveis sejamdetecta<strong>da</strong>s na agricultura de Jacuí-MG, não há uma expansão generaliza<strong>da</strong>delas nas uni<strong>da</strong>des de agricultura familiar. A forma paradisseminar esses conhecimentos limita-se, no local, a ação individualde um extensionista que procura informar alguns agricultores, geralmentemembros de uma <strong>da</strong>s associações rurais do município, quepor sua vez, auxiliam na divulgação por meio de conversas entre vizinhosou amigos. A agricultura familiar de Jacuí-MG caracteriza-sepor uma diversi<strong>da</strong>de de culturas onde se pode detectar, ao mesmotempo, a utilização de práticas oriun<strong>da</strong>s do processo de modernizaçãobem como a existência de alguns pontos de sustentabili<strong>da</strong>de.Ambos os casos refletem momentos diferenciados <strong>da</strong> ação pública nolocal <strong>da</strong>ndo uma nova dinâmica a esse espaço.CERQUEIRA, Jean Fábio Borba. O Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar – Pronaf e o desenvolvimento sustentável:o caso do município de Propriá/SE. Aracajú, SE: 2004, 162p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente).Universi<strong>da</strong>de Federal de Sergipe.RESUMO: As potenciali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> agricultura familiar brasileira têmsido bastante discuti<strong>da</strong>s, principalmente diante <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de dealternativas de combate à pobreza rural. Vários estudos, livros eartigos, relacionam a modernização imposta à agricultura nacional– período de elevado crescimento <strong>da</strong> agricultura brasileira – ao descasodo Estado em relação aos pequenos produtores. Neste sentido, opresente trabalho propõe uma reflexão sobre a atuação do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar – Pronaf, políticadesenha<strong>da</strong> em 1996 para o segmento familiar, à promoção de umdesenvolvimento rural a partir desses produtores. Reflexão cuja pretensãonão se restringe apenas a uma abor<strong>da</strong>gem teórica de suas concepçõese de sua operacionalização, mas também através do examede <strong>da</strong>dos empíricos obtidos em pesquisa de campo realiza<strong>da</strong> no municípiode Propriá, com beneficiários contemplados pelo programano período de 2000 a 2002. Enfatizando a questão <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>dee suas possibili<strong>da</strong>des na agricultura, focalizando especificamente suaviabili<strong>da</strong>de junto aos produtores familiares, os quais correspondema uma considerável parcela do pessoal ocupado na agricultura, e querespondem por expressiva participação na produção de alimentos,165


mas que se encontram, em sua maioria, em condições precárias desobrevivência.COSTA, Sandra Barbosa <strong>da</strong>. Os novos rumos <strong>da</strong> política agrícola noBrasil nos anos 90. Curitiba, PR: 2002, 120 p. Dissertação (Mestradoem Desenvolvimento Econômico). Universi<strong>da</strong>de Federal do Paraná.RESUMO: A déca<strong>da</strong> de 1990 ilustra as principais transformações nosetor agrícola, além de indicar os possíveis cenários para a políticaagrícola brasileira nas próximas déca<strong>da</strong>s. As bases <strong>da</strong> agriculturamoderna e empresarial foram estrutura<strong>da</strong>s nos anos 1970, tendo oEstado como agente responsável por essa formação, por meio do créditofarto e fácil, foi nesta déca<strong>da</strong> que ocorreu a introdução de máquinasagrícolas, o incremento <strong>da</strong> quimificação, a mu<strong>da</strong>nça no trato deculturas, a interiorização <strong>da</strong> indústria, etc. transformando a produçãorural em uma agricultura intensiva e mecaniza<strong>da</strong>. Essa facili<strong>da</strong>depassa a aparentar sinais de desgaste nos anos 1980, por fatores diversosrelacionados à condução <strong>da</strong> política macroeconômica, à diminuiçãodo crédito externo resultante <strong>da</strong> crise do comércio mundial.Na déca<strong>da</strong> de 1990, o Estado passa a adotar instrumentos e programasde política agrícola em substituição aos tradicionais, como o créditorural e a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), devidobasicamente à impossibili<strong>da</strong>de de mantê-los. Ao setor resta a<strong>da</strong>ptar-seaos novos instrumentos e programas estabelecidos, como osContratos de Opção, o Programa de Escoamento do Produto (PEP), eprogramas específicos como o Programa de Apoio a Agricultura Familiar(Pronaf). Além disso, o setor encontra, no próprio mercado, alternativaspara a falta de crédito oficial, por meio de financiamentose parcerias, as últimas estabeleci<strong>da</strong>s em contratos pré-estabelecidosentre agricultores e indústria. Os novos rumos <strong>da</strong> política agrícolabrasileira estão sendo traçados nos anos 1990, com a implementaçãode instrumentos e programas, mais condizentes com o redesenho docomércio agrícola mundial. No primeiro capítulo se discute o sentido<strong>da</strong>s políticas agrícolas com ênfase ao caráter específico do setor, aquestão <strong>da</strong> segurança alimentar, as questões macroeconômicas e asidéias quanto ao liberalismo/protecionismo, razões que norteiam acriação e implementação de políticas agrícolas, tanto em países desenvolvidosquanto em desenvolvimento. No segundo capítulo ocenário internacional de mu<strong>da</strong>nças no modelo de política agrícola166Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


concedido no pós-guerra, com destaque para os Estados Unidos eUnião Européia (UE), e os resultados <strong>da</strong> Ro<strong>da</strong><strong>da</strong> Uruguai do AcordoGeral sobre Tarifas e Comércio (GATT) são discutidos. Este capítuloobjetiva verificar como o Brasil se estruturou diante <strong>da</strong>s transformaçõesocorri<strong>da</strong>s no cenário mundial e principalmente seus reflexos nasações governamentais para o setor agrícola. O terceiro capítulo discutea evolução do setor agrícola a partir de 1965, demonstrando queapesar <strong>da</strong> diminuição do crédito oficial o setor apresentou índicessignificativos de crescimento. Nesse capítulo destacam-se alguns indicadores,como o aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de, que explicam o crescimentodo setor frente à que<strong>da</strong> de crédito oficial. Finalmente no quartocapítulo se discute a evolução <strong>da</strong> política agrícola no país, com ênfasenos dois principais instrumentos de política agrícola: o crédito rural ea Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Também são destacadosos novos instrumentos e programas que surgiram na déca<strong>da</strong>de 1990, como a Cédula do Produto Rural (CPR), os Contratos deOpção, o Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) e o Programa deApoio à Agricultura Familiar (Pronaf). Além dos novos instrumentose programas, o mercado passa a revelar grande importância comouma nova instância de regulação tanto em termos do financiamentodo setor quanto <strong>da</strong>s relações de troca com o setor industrial.FILHO, João Matos. A descentralização <strong>da</strong>s políticas de desenvolvimentorural – uma análise <strong>da</strong> experiência do Rio Grande do Norte.Campinas, SP: 2002, 259 p. Tese (Doutorado em Ciências Econômicas).Universi<strong>da</strong>de Estadual de Campinas.RESUMO: Analisa as principais experiências de gestão descentraliza<strong>da</strong>de programas de desenvolvimento rural no Estado do Rio Grandedo Norte e procura avaliar em que medi<strong>da</strong> o Projeto de Combate àPobreza Rural (PCPR) e o Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong>Agricultura Familiar (Pronaf) estão contribuindo para o fortalecimentoeconômico e social <strong>da</strong>s organizações comunitárias e dos seusquadros de associados. Examinam-se os distintos significados e amultiplici<strong>da</strong>de de usos do processo de descentralização nas organizaçõespúblicas e na gestão dos programas de desenvolvimento rural.Reconstitui as características <strong>da</strong>s experiências de descentralização natrajetória dos principais programas de desenvolvimento rural no RioGrande do Norte. Examinam-se, ain<strong>da</strong>, as especifici<strong>da</strong>des do atual167


padrão de gestão descentraliza<strong>da</strong> de políticas de desenvolvimentorural segundo o discurso de lideranças políticas, sindicais, religiosase comunitárias e realiza uma análise compara<strong>da</strong> <strong>da</strong> gestão descentraliza<strong>da</strong>do PCPR e do Pronaf no Rio Grande do Norte. Registra que aexperiência com a implementação descentraliza<strong>da</strong> de programas dedesenvolvimento rural não é um fenômeno novo no Rio Grande doNorte; ao contrário, é um fenômeno antigo e recorrente que mais umavez se apresenta justificado pelo discurso <strong>da</strong> descentralização e <strong>da</strong> participaçãosocial. O que há de novo é o aprofun<strong>da</strong>mento do processode descentralização, materializado na transferência de recursos financeirose de poder decisório para as prefeituras municipais, conselhosmunicipais e organizações comunitárias, configurando distintos desenhosinstitucionais que ora descentralizam, ora recentralizam a gestãopública no âmbito local. A análise exploratória dos <strong>da</strong>dos evidencioua existência de desempenho diferenciado entre esses dois programasou dentro de um mesmo programa, denotando a importância relativade fatores como capaci<strong>da</strong>de de planejamento, capaci<strong>da</strong>de de assessoramentotécnico e número de organizações comunitárias executorasde projetos como fatores explicativos desse desempenho.GAZOLLA, Marcio. Agricultura familiar, segurança alimentar e políticaspúblicas: uma análise a partir <strong>da</strong> produção do autoconsumono território do Alto Uruguai-RS. Porto Alegre, RS: 2004, 306 p. Dissertação(Mestrado em Desenvolvimento Rural) Programa de Pósgraduaçãoem Desenvolvimento Rural. Universi<strong>da</strong>de Federal do RioGrande do Sul.RESUMO: Esta dissertação analisa o papel <strong>da</strong> produção para autoconsumona agricultura familiar e as políticas públicas e iniciativaslocais no território do Alto Uruguai do Rio Grande do Sul. Desde adéca<strong>da</strong> de 1970, a agricultura familiar deste território vem passandopor transformações profun<strong>da</strong>s a partir do início <strong>da</strong> modernização <strong>da</strong>agricultura devido a sua crescente inserção mercantil. A partir desseperíodo, a agricultura familiar se torna uma forma de produção etrabalho marca<strong>da</strong> pela mercantilização social, econômica e financeira.Neste contexto, a produção de alimentos para consumo que era umacaracterística típica destas uni<strong>da</strong>des de produção sofreu um processode mercantilização. Este estudo procura demonstrar que isso decorreu,em grande parte, devido aos processos de especialização produ-168Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


tiva via plantio de grãos e commodities agrícolas, do uso ca<strong>da</strong> vez maisintenso de tecnologias em larga escala e <strong>da</strong> per<strong>da</strong> do conhecimentoacumulado pelos agricultores. Com a mercantilização <strong>da</strong> produção dealimentos que se destinam ao consumo, as famílias se tornam vulneráveisem relação à produção de alimentos básicos e o abastecimentoalimentar passa a ocorrer mediante compras nos mercados locais. Esteprocesso de mercantilização e vulnerabilização do consumo fez comque no Alto Uruguai aparecessem situações de pobreza e de insegurançaalimentar entre os agricultores familiares. Em face <strong>da</strong> situação,a dissertação busca analisar em que medi<strong>da</strong> as políticas públicas destina<strong>da</strong>sao fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar estão contemplandoações de reforço <strong>da</strong> produção para autoconsumo. Através de pesquisade campo e entrevistas semidiretivas realiza<strong>da</strong>s no Alto Uruguai, estu<strong>da</strong>-seo Pronaf e um conjunto de iniciativas locais que operam com aagricultura familiar. A conclusão é que, em grande medi<strong>da</strong>, o Pronaf, eem menor escala, as iniciativas locais, não estão conseguindo intervire estimular os agricultores familiares a retomar a produção para autoconsumo.Neste sentido, o trabalho mostra que as políticas públicase as iniciativas locais acabam reforçando o padrão produtivista e nãopermitem que os agricultores familiares possam diversificar as suasestratégias de vivência e de desenvolvimento rural no Alto Uruguai.MELO, Lígia Albuquerque de. Relações de gênero na agriculturafamiliar: o caso do Pronaf em Afogados <strong>da</strong> Ingazeira – PE. Recife,PE:2003, 141 p. Tese (Doutorado em Sociologia). Universi<strong>da</strong>de Federalde Pernambuco.RESUMO: Analisar as desigual<strong>da</strong>des socialmente construí<strong>da</strong>s entrehomens e mulheres agricultores familiares a partir <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem analíticade gênero, é o objetivo <strong>da</strong> tese. As desigual<strong>da</strong>des de gênero sãoproduzi<strong>da</strong>s e reproduzi<strong>da</strong>s, sobretudo na família, por intermédio <strong>da</strong>socialização que determina papéis para homens e mulheres ancoradosem valores patriarcais. O modelo de família patriarcal é apropriadopelos programas de desenvolvimento rural como Programa Nacionalde Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar – Pronaf que não incorporaa perspectiva de gênero, pois foi desenhado no masculino, beneficiandoos agricultores, embora não proíba a participação <strong>da</strong>s mulheres. Oestudo foi desenvolvido no município de Afogados <strong>da</strong> Ingazeira, noEstado de Pernambuco junto a agricultoras beneficia<strong>da</strong>s pelo Pronaf.169


As informações básicas <strong>da</strong> tese foram obti<strong>da</strong>s com mulheres agricultoraspor meio de entrevistas semi-estrutura<strong>da</strong>s. O estudo aponta quevalores patriarcais, ain<strong>da</strong> presentes na socie<strong>da</strong>de, sofrem mu<strong>da</strong>nçasapresentando tendências que indicam para um estreitamento <strong>da</strong>s desigual<strong>da</strong>desentre homens e mulheres. As mu<strong>da</strong>nças refletem a dinâmicasocial expressa<strong>da</strong> pelos movimentos sociais feministas que na lutapela justiça para as mulheres, exigem, dentre outros, a incorporação degênero nos programas dirigidos à agricultura.OLIVEIRA, Francisco Alberto Bastos. Análise <strong>da</strong> contribuição do ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf)para a sustentabili<strong>da</strong>de do assentamento Lagoa <strong>da</strong> Serra, Caucaia-CE.Fortaleza, CE: 2004, 120 p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimentoe Meio Ambiente). Universi<strong>da</strong>de Federal do Ceará.RESUMO: Analisa a contribuição do Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf) para a sustentabili<strong>da</strong>de doassentamento Lagoa <strong>da</strong> Serra, Caucaia (CE). Fun<strong>da</strong>menta-se na concepçãode agricultura familiar e nos novos paradigmas de desenvolvimentosustentável. Descreve as dificul<strong>da</strong>des de pesquisadores emprecisar um conceito sobre agricultura familiar, possivelmente peladiversi<strong>da</strong>de de situações nela existentes, mas mostra alguns pontosconvergentes: a proprie<strong>da</strong>de, a gestão e a maior parte do trabalhoadvêm <strong>da</strong> família. Descreve as linhas de ação do Pronaf e sua operacionalização.Mostra o resultado do estudo de colaboração técnicaIncra/FAO sobre agricultura familiar. Apresenta as diversi<strong>da</strong>des conceptuaissobre desenvolvimento sustentável, fun<strong>da</strong>mentando-se noDesenvolvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS), que tem comobase a promoção do capital social e do capital humano. Caracterizaas condições de vi<strong>da</strong> dos beneficiários do programa pela ocupação eren<strong>da</strong> <strong>da</strong> família, saúde, educação, moradia, quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água. Investigaas ativi<strong>da</strong>des agropecuárias dos usuários do programa, o sistemade cultivo e sua relação com o meio ambiente, confrontando-se asituação dos beneficiários antes do programa e depois de sua implantação.Identifica o nível de conhecimento <strong>da</strong>s famílias sobre o Pronaf.Utiliza a pesquisa descritiva com a finali<strong>da</strong>de de conhecer o processode implementação do programa e os resultados do estudo, através <strong>da</strong>coleta de <strong>da</strong>dos. Utiliza <strong>da</strong>dos primários por meio de questionáriosaos beneficiários do programa e entrevistas com os principais atores170Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


sociais envolvidos, tais como os agentes financeiros, Sindicato dosTrabalhadores Rurais e Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável.Inclui <strong>da</strong>dos secundários como a pesquisa documental, pordocumentos oficiais do Pronaf e bibliografia especializa<strong>da</strong> sobre agriculturafamiliar e desenvolvimento sustentável. Realiza a codificação,tabulação e análise estatística por meio do programa Statistical Packagefor the Social Sciences (SPSS). Utiliza o método Kappa para a variávelbens de consumo duráveis. Apresenta os resultados obtidos a partir<strong>da</strong>s variáveis pesquisa<strong>da</strong>s, identificando que a sustentabili<strong>da</strong>de, noassentamento objeto do estudo, não foi integralmente alcança<strong>da</strong> coma implementação do Pronaf, como uma política agrícola diferencia<strong>da</strong>,com base no desenvolvimento sustentável.SCHAPPO, Sirlândia. Políticas Públicas no meio rural: o Pronaf e suasinter-relações com o fenômeno <strong>da</strong> migração na mesorregião Oeste deSC. Florianópolis, SC: 2003, 140 p. Dissertação (Mestrado em SociologiaPolítica). Universi<strong>da</strong>de Federal de Santa Catarina.RESUMO: O estudo apresentado nesta dissertação refere-se à análisedos possíveis impactos do Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong>Agricultura Familiar – Pronaf sobre o fenômeno migratório na mesorregiãooeste de Santa Catarina. Busca-se averiguar duas hipóteses:1) Se o acesso às políticas públicas, em especial a política de créditorural, permitiria a ampliação <strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong>des de escolha dos agricultoresfamiliares de permanecerem no meio rural. 2) A outra hipóteseé decorrente <strong>da</strong> análise <strong>da</strong>s políticas de crédito rural no Brasil, asquais expressam historicamente um caráter de acesso seletivo. Nestesentido, observa-se também se um acesso diferenciado aos recursosgeraria resultados também diferenciados do Programa sobre o fenômenomigratório. Por meio de um estudo comparativo entre os municípiosconsiderados “esvaentes” e aqueles denominados “atraentes,”apontam-se algumas características sociais, econômicas e políticasque podem resultar em acessos diferenciados aos recursos do Pronafnos dois conjuntos de municípios. Pode-se concluir que nos municípiosatraentes os quais apresentam condições mais favoráveis emtermos de ren<strong>da</strong>, assistência técnica, integração ao mercado, maior investimentopúblico municipal e presença expressiva de movimentossociais como o MST, a média de recursos por contrato do Pronaf poruni<strong>da</strong>de de trabalho familiar foi maior. Nos municípios esvaentes tais171


condições apresentam-se mais desfavoráveis o que podem ser fatoresque reduzem tanto a capaci<strong>da</strong>de de acesso aos recursos do Pronaf porparte dos agricultores familiares, como a possibili<strong>da</strong>de de um impactosignificativo sobre o processo migratório.6.3 – Relatórios de pesquisas6.3.1 – Pronaf InstituiçõesABRAMOVAY, R.; VEIGA, J.E.. Novas instituições para o desenvolvimentorural: o caso do Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong>Agricultura Familiar (Pronaf). Convênio Fipe/Ipea. Brasília: Ipea, 1999.RESUMO: O texto analisa o Pronaf Crédito Rural e o Pronaf Infraestruturae serviços municipais, sendo que nesta última linha definanciamento, os recursos são aplicados de acordo com um planode desenvolvimento rural que, teoricamente, deveria ser elaboradopor um conselho cuja maioria deveria ser composta por agricultoresfamiliares. Os planos de desenvolvimento rural deveriam aju<strong>da</strong>r naobtenção de recursos necessários à implementação de ações volta<strong>da</strong>sao fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar nos municípios, inclusiveaquelas ações não contempla<strong>da</strong>s no Pronaf. Para tanto, sua elaboraçãodeve contar com a participação efetiva dos agricultores familiarese de suas representações. O trabalho mostra que em muitaslocali<strong>da</strong>des, o CMDR é visto apenas como uma ativi<strong>da</strong>de burocráticapara obtenção de recursos do governo Federal, não havendo grandeenvolvimento dos distintos atores sociais. O estudo constatou umagrande heterogenei<strong>da</strong>de na montagem e funcionamento dos conselhos,com casos de “prefeiturização” dos mesmos, além de outroscom hegemonia <strong>da</strong>s equipes técnicas. Foram observados casos emque se desencadeou uma boa discussão municipal sobre os rumos dodesenvolvimento rural. O estudo coletou diversas afirmações relaciona<strong>da</strong>sà capacitação: falta de preparo dos agricultores; sindicatosnão estão preparados para este tipo de trabalho; as associações deagricultores não participam etc. Com isso, o técnico <strong>da</strong> Emater acabadefinindo as priori<strong>da</strong>des dos planos. O estudo mostrou que grandeparte dos PMDR’s analisados em SP e MG continha mais uma listade compras mal justifica<strong>da</strong>s do que propriamente planos de desenvolvimentorural, pois até compra de ambulâncias e construção de172Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


hospitais faziam parte dos primeiros PMDR’s. Dentre os principaisobstáculos, destacam-se: a) a maioria dos municípios selecionados écomposta por atores sociais rurais que não estão preparados para asnovas iniciativas (definição de PMDR’s e gestão social), sofrendo facilmentea ascendência dos demais atores presentes nos conselhos:representantes do poder público, outras enti<strong>da</strong>des empresariais; b)baixa participação dos agricultores familiares e de suas representantesna definição dos rumos do desenvolvimento rural. Já em termosde avanços são relacionados os seguintes aspectos: a) redução dosatritos institucionais entre diferentes esferas de órgãos públicos (federais,estaduais e municipais); b) início de um processo de co-gestão <strong>da</strong>política volta<strong>da</strong> ao fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar; c) Pronafdesencadeou um inédito e frutífero processo de discussão local sobreos rumos do desenvolvimento rural, apesar dos problemas iniciais desua implantação; d) O Pronaf está conseguindo produzir um ambienteinstitucional necessário à ampliação <strong>da</strong> base social <strong>da</strong> política nacional,embora com conseqüências práticas ain<strong>da</strong> tími<strong>da</strong>s e parciais.INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔ-MICO E SOCIAL – IPARDES. Caracterização dos Conselhos Municipaisde Desenvolvimento Rural do Paraná. Curitiba (PR): Pronaf –Ipardes 2001.RESUMO: Segundo o estudo, os conselhos municipais de desenvolvimentorural são fóruns de discussões e decisões sobre os rumos quepodem ser seguidos para melhorar as condições de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> populaçãorural porque são instrumentos de participação dos ci<strong>da</strong>dãos na defesade seus interesses e na partilha do poder de decidir. A maioria delestem cerca de cinco anos, sendo que nasceram de exigências dos governosfederal e estadual para participar de programas de políticas públicas,particularmente do Pronaf Infra-estrutura e Serviços Municipais.O estudo foi realizado durante o processo de capacitação dos conselheirosmunicipais do Pronaf Infra-estrutura, ativi<strong>da</strong>de realiza<strong>da</strong> emconjunto com Deser, Emater- PR e Ipardes, com o objetivo de qualificaralgumas observações empíricas <strong>da</strong> instituição (Ipardes) sobre a composiçãoe o funcionamento dos CMDR’s, bem como do próprio perfildos conselheiros. Assim as ativi<strong>da</strong>des de campo foram realiza<strong>da</strong>s noperíodo de junho a setembro de 2000, cobrindo 20, dos 57 municípiosparanaenses contemplados com o Pronaf. Em termos metodológicos173


foram realiza<strong>da</strong>s entrevistas com os presidentes e secretários executivosdos CMDR’s, além de técnicos <strong>da</strong> Emater- PR, representantes deagricultores familiares e demais conselheiros presentes nos referidoscursos de capacitação e gestão social. Com isso, o índice de entrevistascom conselheiros, em 13 dos 20 municípios selecionados, foi superiora 80%. Os resultados gerais do estudo são apresentados a seguir.Do ponto de vista <strong>da</strong> regulamentação dos conselhos, nota-se que dos 20CMDR’s pesquisados, 80% deles foram instituídos pela lei municipal;75% deles foram criados em 1997, período de implantação do Pronafnos municípios; apenas 55% dos municípios tinham um documentolegal de nomeação dos conselheiros pelos prefeitos. Quanto à composiçãoe organização dos conselhos, oito podem ser considerados comoconselhos pequenos – com nove a 13 membros -, outros oito como conselhosmédios – com 14 a 23 membros – e o restante como conselhosgrandes – com mais de 24 membros. O tempo de man<strong>da</strong>to dos conselheirosé de dois anos, para 90% dos conselheiros. A presidência dosconselhos é exerci<strong>da</strong>, em 50% dos casos, por secretários municipais deAgricultura. Já o caráter dos conselhos é bem definido, sendo que emapenas quatro municípios eles são deliberativos e nos demais são apenasconsultivos. Em termos de funcionamento dos conselhos, se constatouque não há uma periodici<strong>da</strong>de de reuniões, além do que os conselheirosnão são avisados antecipa<strong>da</strong>mente dos assuntos que serãotratados nas reuniões. Já a participação nas reuniões é muito diversa,uma vez que apenas 80% dos conselheiros disseram participar sempre<strong>da</strong>s reuniões, sendo que as faltas mais importantes são as dos representantesdo poder público. Já o perfil dos conselheiros mostra que, dos297 conselheiros entrevistados, apenas 26 eram mulheres; 33% delesestu<strong>da</strong>ram até a quarta série do ensino fun<strong>da</strong>mental e 72% se situavamna faixa etária de 28 a 52 anos de i<strong>da</strong>de. Dentre as conclusões do estudodestacam-se a questão <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de dos conselhos, uma vez queos mesmos estão ancorados no Pronaf; a questão deliberativa que nãopode ser confundi<strong>da</strong> com o bom relacionamento entre administraçõesmunicipais e conselheiros e o tamanho dos conselhos, pois não se temclareza dos limites deste crescimento e os respectivos critérios.6.3.2 – Pronaf participação e gestão socialINSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS(IBASE). Ministério do Desenvolvimento Agrário, Secretaria de Agri-174Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


cultura Familiar. AVALIAÇÃO DE PLANOS MUNICIPAIS DE DE-SENVOLVIMENTO RURAL – PMDRs EM QUATRO ESTADOS: ES,MS, PE, SC. Relatório Final <strong>da</strong> Avaliação – TOMO I – Conjunto dosquatro Estados. 2001.RESUMO: Neste documento o Instituto Brasileiro de Análise Sociaise Econômicas (Ibase) faz uma avaliação dos Planos Municipais de DesenvolvimentoRural (PMDR) em quatro estados do país (SC, ES, MSe PE), com o objetivo de subsidiar as ações <strong>da</strong> SAF/MDA. Na ver<strong>da</strong>de,o Ibase vinha acompanhando, desde meados de 2000, a formulaçãode planos operacionais para o fortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiarem cinco estados <strong>da</strong> Federação – Espírito Santo, Mato Grosso do Sul,Pernambuco, Rondônia e Santa Catarina – na quali<strong>da</strong>de de ouvidor.A partir de março de 2001, a então coordenação técnica do PCT manifestoua intenção de complementar o escopo do trabalho que vinhasendo realizado e dessa reorientação escreve-se um Termo Aditivo.O complemento ao Termo de Referência formalizado pelo PrimeiroTermo Aditivo, consagrou o objetivo de avaliar uma amostra representativados 185 Planos Municipais de Desenvolvimento Rural(PMDR’s) já existentes nos estados referidos, exceto no caso de Rondônia.Estabeleceu-se, ain<strong>da</strong>, que tal avaliação deveria ser realiza<strong>da</strong>observando parâmetros e critérios que permitissem conhecer o graude representativi<strong>da</strong>de, o nível técnico e a efetivi<strong>da</strong>de do uso do planona promoção <strong>da</strong>s ações de desenvolvimento rural do município.De acordo com a metodologia utiliza<strong>da</strong>, ficou estabelecido que a amostrade municípios seria feita em conformi<strong>da</strong>de com a tabela apresenta<strong>da</strong>a seguir. Foi considera<strong>da</strong> a alternativa de tamanho <strong>da</strong> amostra comerro projetado de 20 pontos percentuais.Estado Número total Número de Tamanhode municípios municípios <strong>da</strong> amostracom PMDRES 78 45 11MS 77 23 9PE 185 60 12SC 293 57 12Total 633 185 44175


Após a definição <strong>da</strong> amostragem, foram aplicados questionários emtodos os municípios selecionados, tomando-se por base um conjuntode informantes qualificados. Dentre estes, foram seleciona<strong>da</strong>s asseguintes categorias de entrevistados: secretários executivos dosCMDR; liderança local <strong>da</strong> agricultura familiar presente no CMDR;representantes dos STR’s; prefeitos municipais ou seus representanteslegais; lideranças <strong>da</strong>s mulheres trabalhadoras rurais; liderançaslocais do setor produtivo e representantes dos movimentos sociais.Foram realiza<strong>da</strong>s 250 entrevistas qualitativas em 44 municípios dosquatros estados. Essas informações foram tabula<strong>da</strong>s no Ibase e analisa<strong>da</strong>ssepara<strong>da</strong>mente em ca<strong>da</strong> um dos estados, sendo que posteriormentefoi elaborado o relatório conjunto, o qual trata dos três grandestemas <strong>da</strong> pesquisa (representativi<strong>da</strong>de dos PMDR’s; gestão social enível técnico desses planos; e efetivi<strong>da</strong>de dos mesmos). Em termos derepresentativi<strong>da</strong>de do processo de elaboração dos PMDR’s, a pesquisaconstatou que a implantação do Pronaf, particularmente <strong>da</strong> linhainfra-estrutura e serviços municipais, foi decisiva para estimular aelaboração dos PMDR’s. No entanto, na maioria dos municípios visitados,as ações propostas acabaram sendo apenas encaminhamentos<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des do próprio programa. Neste caso, constatou-se umpequeno envolvimento dos representantes dos trabalhadores ruraisno processo de elaboração dos planos, sendo que na maioria dos casosesses planos acabaram sendo elaborados pelas equipes técnicas<strong>da</strong>s administrações locais ou pelo corpo técnico dos órgãos de assistênciatécnica. Desta forma, a pesquisa constatou também que dentreos beneficiários dos planos, destacam-se os agricultores familiares<strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des organiza<strong>da</strong>s e aqueles agricultores considerados“consoli<strong>da</strong>dos” por alguns segmentos acadêmicos. Já do ponto devista <strong>da</strong> gestão observou-se que a mesma é exerci<strong>da</strong> pelos agentesgovernamentais, sendo baixíssima a presença de agricultores familiaresnesta função (gestão). Além disso, também é bastante frágil oprocesso de acompanhamento dos planos por parte dos membrosdos CMDR’s. Como a abrangência desses planos é bastante limita<strong>da</strong>e os mesmos têm uma baixa articulação com outras instâncias governamentais,os níveis técnicos dos PMDR’s deixaram muito a desejarem praticamente todos os locais pesquisados. Em outras palavras,a pesquisa constatou que a quali<strong>da</strong>de técnica dos planos é bastantebaixa, exigindo contínuos aperfeiçoamentos. Finalmente, do pontode vista <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong>de, a principal crítica dos atores sociais é que176Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


grande parte <strong>da</strong>s deman<strong>da</strong>s e priori<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des ruraisvisita<strong>da</strong>s acabaram não sendo incorpora<strong>da</strong>s aos planos aprovadospelos conselhos estaduais do Pronaf. Além disso, criticou-se tambéma execução de obras que, em muitos casos, não atendiam aos anseios<strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des, ou então não foram concluí<strong>da</strong>s e nem se encontravamem funcionamento. Diante de todos esses problemas levantadosnas visitas aos municípios dos estados acima referidos, o documentofinal faz diversas sugestões no sentido de aperfeiçoar e melhorar aquali<strong>da</strong>de dos PMDR’s, destacando-se a necessi<strong>da</strong>de de um maiorenvolvimento dos agricultores familiares em todo o processo; maiortransparência na gestão dos recursos financeiros; maior democratização<strong>da</strong>s instâncias deliberativas; capacitar os agricultores familiarese demais representantes sociais; melhorar a forma de definição depriori<strong>da</strong>des. Por fim, o relatório elenca um conjunto de questões quedeveriam ser leva<strong>da</strong>s em consideração no processo de formulação,implantação e acompanhamento dos PMDR’s.6.3.3 – Pronaf crédito e fi nanciamentoFROZZA, Ari; BIOLCHI, Marilza Apareci<strong>da</strong>; NUNES, SidemarPresotto; BIANCHINI, Valter. Operações de crédito do Pronaf no financiamento<strong>da</strong> produção do fumo em folha. Departamento de EstudosSócio-Econômicos Rurais (Deser). [S.l] [s.d]RESUMO: O trabalho teve como objetivo principal levantar informaçõese emitir parecer sobre a regulari<strong>da</strong>de de operações de crédito doPronaf na contratação de financiamentos para a produção de fumoem folha por parte dos agricultores familiares do Estado de SantaCatarina, em regime de integração com as indústrias fumageiras.Para alcançar o objetivo geral, considera-se necessário o cumprimentodo conjunto de objetivos específicos, os quais visam apurar se e deque forma as empresas fumageiras intermediam, articulam ou representamos agricultores integrados junto aos agentes financeiros paraa contratação de recursos do Pronaf, utilizando-se <strong>da</strong> condição deavalista ou de outro mecanismo qualquer; apresentam documentospara que os agricultores familiares integrados preencham e assinemsem <strong>da</strong>r conta aos mesmos de que são instrumentos para obtençãode recursos do Pronaf pelos quais estão autorizando a contrataçãodo financiamento; uma vez contratado o recurso em nome do agri-177


cultor integrado, participam, através do repasse dos financiamentosobtidos por estes, ou por alguma outra forma, <strong>da</strong> movimentação dodinheiro do crédito gerenciando na prática a aquisição de insumos,equipamentos ou serviços para o cultivo do fumo; fornecem, por estemecanismo, insumos, equipamentos e serviços por valores superioresaos praticados no mercado. No caso de constatação de procedimentoirregular, o trabalho visa também apurar a eventual participação deórgãos emissores <strong>da</strong> Declaração de Aptidão de Agricultor Familiare de agentes financeiros para viabilizar ou facilitar sua implementação.De acordo com as denúncias apresenta<strong>da</strong>s ao Tribunal de Contas<strong>da</strong> União (TCU), estariam ocorrendo irregulari<strong>da</strong>des no Estadode Santa Catarina em relação à contratação de recursos do Pronafcom intermediação de empresas fumageiras, que mantêm relação deintegração com os agricultores familiares. Os <strong>da</strong>dos utilizados paraa elaboração do presente relatório referem-se aos resultados <strong>da</strong> pesquisarealiza<strong>da</strong> no Estado de Santa Catarina com fumicultores, empresasfumageiras, entre outras enti<strong>da</strong>des envolvi<strong>da</strong>s, no período deagosto a outubro de 2002. De acordo com os resultados <strong>da</strong> pesquisa,rejeitou-se a hipótese inicial de que as empresas estariam repassandoinsumos aos produtores de fumo com valores superiores aos vigentesno mercado e observou-se que, embora os preços tenham tidoacréscimo em seu valor no período de 2001 a 2002, em média os valorescobrados pelas fumageiras mostraram-se inferiores aos valorespraticados em estabelecimentos comerciais em Santa Catarina. Umaoutra hipótese apresenta<strong>da</strong> pelo trabalho é de que o rebate <strong>da</strong>do aosagricultores é apropriado indevi<strong>da</strong>mente pelas empresas fumageirasnesse processo, o que não foi possível comprovar, já que para istoprecisariam ser feitas análises <strong>da</strong> conta gráfica (extratos) dos produtoresjunto às empresas e estas, no geral, são de difícil entendimentoe não deixam transparecer claramente o sistema de cobrança utilizadopelas empresas (equivalência de produto ou juros). Em relação àhipótese de possível participação de enti<strong>da</strong>des com responsabili<strong>da</strong>depela emissão de declarações de aptidão e agências bancárias, no sentidode facilitar as intermediações feitas pelas empresas em relaçãoaos contratos do Pronaf com seus integrados, pode-se fazer algumasconsiderações de acordo com os resultados <strong>da</strong> pesquisa. Nos municípiospesquisados, as declarações de aptidão de agricultor familiarsão emiti<strong>da</strong>s pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais ou pela Empresade Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina178Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


(Epagri), de forma que as duas enti<strong>da</strong>des assinam o documento, masmesmo assim a maior parte dos produtores não soube informar comoacontecia oprocedimento. No processo de financiamento, os bancosnão têm contato direto com os produtores, já que as empresas fumageirasse responsabilizam por to<strong>da</strong> a parte burocrática <strong>da</strong>s operaçõesrealiza<strong>da</strong>s. As empresas não confirmaram a hipótese de os bancosestarem facilitando os financiamentos pelo fato de terem as mesmascomo avalistas. No entanto, concor<strong>da</strong>m que é mais difícil para os produtoresconseguirem financiamento diretamente nos bancos.SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS ECONÔMICOS E SOCIAISDA BAHIA. Avaliação do Pronaf Crédito na Bahia. 2002.RESUMO: O presente relatório tem por objetivo realizar uma pesquisano Estado <strong>da</strong> Bahia sobre o Pronaf Crédito (grupos B, C e D).O relatório contém uma caracterização, principalmente nos aspectossocioeconômicos, respectivamente, do espaço rural <strong>da</strong> Bahia e dosmunicípios de Ituaçu, Monte Santo e Maragogipe. Os três municípiosescolhidos têm na agricultura a sua principal ativi<strong>da</strong>de econômica,fonte de ren<strong>da</strong> de parcela significativa <strong>da</strong> população e com base nelesfoi feita a pesquisa junto aos beneficiários do Pronaf. Utilizando-se <strong>da</strong>slistas forneci<strong>da</strong>s, principalmente, pela Empresa Baiana de DesenvolvimentoAgrícola (EBDA) com a relação dos “pronafianos”, foi feitoo sorteio dos nomes dos entrevistados, em ca<strong>da</strong> município. Segundorelato dos entrevistadores, alguns entrevistados, principalmente osagricultores com melhores condições de vi<strong>da</strong>, omitiram informaçõesou mentiram sobre sua ver<strong>da</strong>deira situação ou condição, por receio deeventuais complicações com o próprio Pronaf, com os bancos e com ogoverno. Inicialmente, vale ressaltar, que os resultados coletados nestapesquisa não são suficientes para se realizar, de modo consistente,uma avaliação de impacto do Pronaf Crédito na Bahia. Para tanto, serianecessário repetir a pesquisa em outros anos de forma a criar umasérie histórica, que permitisse verificar a evolução dos pronafianos ea dos não-pronafianos. Conclui-se, dessa maneira, que ain<strong>da</strong> que nãose possa afirmar que o Pronaf tem contribuído para melhorar a quali<strong>da</strong>dede vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s famílias, pode-se dizer que em 2001, o nível de vi<strong>da</strong><strong>da</strong>s famílias que tomaram crédito do Pronaf apresentou-se superiorao <strong>da</strong>s que não recorreram a esse instrumento; confirmou-se, maisuma vez, o que muitos estudos apontam: as ren<strong>da</strong>s oriun<strong>da</strong>s de apo-179


sentadoria e pensões têm grande importância para as famílias rurais,em especial para as mais pobres (grupo “B”); há um grande nível dedesconhecimento do Programa por parte dos agricultores familiares,inclusive <strong>da</strong>queles que obtiveram o crédito do Pronaf, em especial dosmais pobres. Não sabem que os recursos obtidos nos bancos são doPronaf, nem, tampouco, como funciona o Programa (requisitos, procedimentosburocráticos etc.); identificou-se que os pronafianos, emgeral, apresentam maior produtivi<strong>da</strong>de do que os não-pronafianos.Isso se deve, provavelmente, aos investimentos feitos em máquinas,equipamentos e insumos ditos modernos com recursos do Pronaf;destacou-se como grande problema para os agricultores familiares emgeral e para os pronafianos, em especial, a falta, a descontinui<strong>da</strong>deou, ain<strong>da</strong>, a má quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> assistência técnica. Esse fato prejudicaa boa aplicação dos recursos tomados junto ao Programa; são muitosos motivos levantados pelos não-pronafianos para não optarempelo Pronaf, mas destacam-se os seguintes: desconhecimento do Programa,pedido não aprovado no banco e receio quanto à capaci<strong>da</strong>dede honrar a dívi<strong>da</strong> assumi<strong>da</strong>; e praticamente não houve aplicação doPronaf Crédito em ativi<strong>da</strong>des não-agrícolas ou ativi<strong>da</strong>des agrícolasnão-tradicionais, indo de encontro ao defendido na concepção do próprioPrograma.6.3.4 – Pronaf Infra-estrutura e ServiçosCAMPOS, Carlos Alberto; NUNES, Sidemar Presotto. Políticas públicasdescentraliza<strong>da</strong>s como estratégia de gestão e monitoramentosocial: o caso do Pronaf Infra-estrutura [S.l].RESUMO: O objetivo desse artigo é analisar as ações desenvolvi<strong>da</strong>spelo Estado, no que se refere às políticas públicas descentraliza<strong>da</strong>sque visam garantir a gestão e o monitoramento social. Mais especificamente,busca-se analisar as ações desenvolvi<strong>da</strong>s pelo governo Federaldo Brasil, através do Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong>Agricultura Familiar (Pronaf), na linha de infra-estrutura e serviços eseus impactos nos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Ruralque, na sua maioria, originaram dessa linha do programa. A análiseconsidera que os conselhos são espaços de um jogo social em que asdisputas de poder e a reprodução deste estão presentes. A hipóteseque orientou o estudo e a coleta de <strong>da</strong>dos e informações necessárias180Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


para a construção deste trabalho é de que para criar e fortalecer osmecanismos de gestão e monitoramento social, através dos conselhos,é necessário que haja: a) transferência de informação, b) mobilizaçãodos atores sociais e do poder público local, c) condições jurídico-legaispara o funcionamento dos conselhos, d) mecanismos promotores deeqüi<strong>da</strong>de entre os conselheiros e e) publicização do papel, função eobrigação dos conselhos e conselheiros. O meio utilizado para desenvolvero presente trabalho ateve -se ao estudo de base conceitual naliteratura sobre o tema e à coleta de <strong>da</strong>dos e informações produzi<strong>da</strong>spor diversas pesquisas de campo, realiza<strong>da</strong>s junto aos Conselhos deDesenvolvimento Rural existentes. A fonte documental orientou-senas publicações <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des federais do Paraná (UFPR) e doRio Grande do Sul (UFRGS), do Centro Federal de Educação Tecnológicado Paraná (Cefet-PR), do MDA, do Deser e nos trabalhos deCASTILHOS (2001) e ABRAMOVAY (2001), que tratam especificamentede uma análise sobre a relação dos Conselhos de DesenvolvimentoRural e o Pronaf Infra-estrutura. Os resultados <strong>da</strong>s pesquisasque foram utilizados no presente artigo fazem parte dos estudos do:Ibase (2002), Assocene (2001), Plural/IICA/MDA (2002) e FAO/Deser(2002). Destaca-se que o estudo, por vezes, contou com a observação ea experiência prática dos autores deste, que vêm trabalhando com osconselhos municipais de desenvolvimento rural, através dos cursospara conselheiros (Deser) e <strong>da</strong> extensão rural (Emater). Tais observaçõesnão pretendem ter um caráter científico, pois não foram organiza<strong>da</strong>sde acordo com metodologia apropria<strong>da</strong>, mas como são relevantesàs experiências profissionais (envolvimento direto com, mais oumenos 20 Conselhos) não é possível assumir uma postura de neutrali<strong>da</strong>defrente à reali<strong>da</strong>de. A partir de resultados de trabalhos de pesquisa,foram analisados os processos de transferência de informação,os mecanismos para o comprometimento dos atores locais em relaçãoà política (mobilização, publicização e marco legal) e os mecanismosde promoção <strong>da</strong> eqüi<strong>da</strong>de. Conclui-se que o governo central tem umimportante papel no sentido de reforçar a gestão e o monitoramentosocial <strong>da</strong>s políticas públicas e que a linha do programa falhou ao nãoconsiderar o jogo social local. Por fim, apontam-se algumas sugestõespara que as políticas públicas descentraliza<strong>da</strong>s, que visam a gestão e omonitoramento social, ganhem em eficiência, dentre elas a criação <strong>da</strong>figura do assessor em gestão social de políticas públicas, contratadopelo governo central, cuja função seria a de acompanhar os diversos181


conselhos de políticas públicas descentraliza<strong>da</strong>s existentes em umconjunto de municípios rurais (microrregião).INSTITUTO CEPA/SC. Avaliação do Pronaf Infra-estrutura e ServiçosMunicipais. Florianópolis (SC): Icepa, 2002.RESUMO: O objetivo principal desse relatório é enriquecer a experiência,por meio de uma análise dos erros e dos acertos do processode planejamento, gerenciamento, acompanhamento e avaliação dosresultados obtidos, permitindo: a) recor<strong>da</strong>r o que foi feito, por quem,como, em quanto tempo e a que preço; b) compreender e clarear asrelações complexas, até mesmo as causas de alguns sucessos ou fracassos;c) aprender e tornar mais eficiente a execução de um projeto;d) aproveitar os ensinamentos dos projetos executados para aprimoraro processo de planejamento, execução e avaliação de novasiniciativas. A metodologia utiliza<strong>da</strong> nesta pesquisa foi aplicação dequestionários no grupo executor dos projetos e ativi<strong>da</strong>des (técnicos eadministrativos), outro aplicado ao CMDR. Posteriormente foi feitauma coleta de <strong>da</strong>dos via formulário (específico) e também, foram feitasvisitas aos projetos financiados com uma verificação in loco dosprocessos organizativos e de gestão dos projetos, através de conversasinformais com os beneficiários diretos. A partir dos resultadosdestas pesquisas, concluiu-se que a implementação do Pronaf Infraestruturae Serviços Municipais tem trazido uma série de questõespara ação e discussão na esfera municipal. Os gargalos identificadosnão podem e não serão eliminados isola<strong>da</strong>mente pelo município.É preciso intensificar as parcerias entre os agricultores, as organizações,os municípios, entre o município e as outras esferas de governo.Os municípios, os estados e a União, juntos, deverão desenvolveras ações para melhorar a quali<strong>da</strong>de do processo de planejamento,gerenciamento, participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de, monitoramento e avaliação.Entre as ações necessárias, destacam-se: a) criar condiçõese apoiar a elaboração de planos estratégicos regionais; b) capacitaros técnicos municipais na elaboração e gerenciamento de planos eprojetos; c) capacitar os gestores públicos e <strong>da</strong>s organizações sociaise outras lideranças municipais; d) desenvolver um sistema de coleta,tratamento, armazenamento e disseminação de informação paraser utilizado pelo e para o município; e) pesquisar formas de organização<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de, isto é, estu<strong>da</strong>r alternativas para aumentar182Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


a participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de na definição e execução <strong>da</strong>s políticasde desenvolvimento; f) criar espaços para incentivar uma reflexãocoletiva sobre os projetos, tanto no município como nas regiões e noestado. Os projetos que supõem um trabalho coletivo, como a implantaçãode uma agroindústria, oferecem uma oportuni<strong>da</strong>de parareflexão, cuja discussão transforma esses espaços em momentos deformação; g) criar espaços de encontro e intercâmbio de experiênciase feiras e exposições municipais, regionais e oportuni<strong>da</strong>des de participaçãoem feiras em outras regiões e países; h) incentivar eventos dereflexão, criando espaços de encontro e intercâmbio de experiências,valorizados pela presença dos responsáveis e pela materialização <strong>da</strong>sdecisões. A ação de reflexão tem o objetivo de capitalizar as competênciasadquiri<strong>da</strong>s pelos atores locais envolvidos, aju<strong>da</strong>ndo a tirarlições dos erros e acertos cometidos. As competências sociais adquiri<strong>da</strong>spodem, no futuro, transformar-se em recursos para o desenvolvimento.Finalmente, o Pronaf Infra-estrutura e Serviços Municipaisteve e terá uma função fun<strong>da</strong>mental na mu<strong>da</strong>nça do sistema de gestãodos recursos públicos, embora seja ain<strong>da</strong> pequena a quanti<strong>da</strong>dede recursos administrados por este programa. Os principais instrumentosutilizados pelo CMDR, pelo PMDR e os planos operacionaissão fatores de desenvolvimento. Os resultados dessa experiênciadevem ser avaliados com cui<strong>da</strong>do para se captar os impactos tantona área econômica, como social e política. Os avanços serão obtidosdegrau por degrau; não existem alternativas de atalho e o ritmo desubi<strong>da</strong> dependerá <strong>da</strong>s condições encontra<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> um dos municípiostrabalhados. O sucesso futuro dependerá <strong>da</strong> continui<strong>da</strong>de edo conhecimento profundo dos fatores sociais e políticos que aju<strong>da</strong>mou prejudicam o desempenho do programa.FAVARETO, Arilson; DEMARCO, Diogo. Políticas públicas, participaçãosocial e as instituições para o desenvolvimento rural sustentável– uma avaliação dos Conselhos Municipais de DesenvolvimentoRural. Relatório Final de Pesquisa. Convênio 201087/01 – Plural/IICA(SAF/MDA). São Paulo/Brasília, Abr. 2002.RESUMO: Este relatório é resultado de uma pesquisa realiza<strong>da</strong> entreagosto e dezembro de 2001 em municípios de cinco estados brasileiros,que teve como foco principal avaliar a estrutura, o funcionamentoe o alcance <strong>da</strong>s ações dos Conselhos Municipais de Desenvolvi-183


mento Rural (CMDR). A presente pesquisa busca testar a hipótese deAbramovay (2001), que afirma que as limitações dos conselhos se dão,em boa parte <strong>da</strong>s vezes em função de sua forma de criação, seus modosde funcionamento e o alcance de suas ações. Esses fatores nãoestimulam o preenchimento <strong>da</strong>s funções básicas para as quais foramorganizados. O objetivo geral <strong>da</strong> pesquisa consiste em realizar um estudode avaliação do desenho institucional do Pronaf/Infra-estruturae serviços, com ênfase para os CMDR, identificando os impactos alcançadoscom o modelo de funcionamento atual, os problemas parao seu aperfeiçoamento tendo em vista os objetivos a eles atribuídos esugestões de normas a serem adota<strong>da</strong>s nesse sentido. Os resultadosobtidos com a pesquisa se materializariam em cinco relatórios estaduais,e um relatório geral concernente ao conjunto dos municípiosvisitados, do qual constaria também o rol de recomen<strong>da</strong>ções deriva<strong>da</strong>sdo estudo. A pesquisa cobriu cinco estados considerados prioritáriospela Secretaria Nacional <strong>da</strong> Agricultura Familiar do Ministériodo Desenvolvimento Agrário, ca<strong>da</strong> qual situado em uma <strong>da</strong>s grandesregiões do país: Rondônia (Norte), Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste), Santa Catarina (Sul), Espírito Santo (Sudeste) e Pernambuco(Nordeste). Eram 212 os municípios contemplados com recursos doPronaf/Infra-estrutura nesses cinco estados em 2000 (ano de referênciaadotado): 27 municípios em Rondônia, 57 municípios em SantaCatarina, 23 municípios no Mato Grosso do Sul, 45 municípios no EspíritoSanto, 60 municípios em Pernambuco. Para a realização <strong>da</strong> pesquisaforam adotados instrumentos para coleta dos <strong>da</strong>dos e a partir<strong>da</strong>s informações obti<strong>da</strong>s foram sistematiza<strong>da</strong>s e analisa<strong>da</strong>s em doisníveis sendo que um deles deu origem a cinco relatórios estaduaise o outro, deu origem ao presente relatório. A hipótese central destapesquisa trata de avaliar o significado e as possibili<strong>da</strong>des dos CMDRna constituição de um ambiente institucional favorável à promoçãodo desenvolvimento rural. Pode-se dizer que os CMDR não têm conseguidoatuar como uma instituição para o desenvolvimento rural,tal qual se esperaria deles. Mas, se considerarmos que todo o aparatolegal-institucional que levou à sua criação e que rege seu funcionamentose limita à gestão do Pronaf/Infra-estrutura, é forçoso reconhecerque o êxito é considerável. Em outros termos, se em lugar <strong>da</strong>quiloque se espera dos conselhos a referência for estritamente o que lhes éestabelecido legalmente e institucionalmente como função, então nãohá dúvi<strong>da</strong> que a experiência dos conselhos traz resultados bastante184Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


significativos. Quando considera<strong>da</strong> a tradição brasileira de total apartaçãoentre as políticas públicas e as populações delas beneficiárias,vê-se que os conselhos conseguem se instituir como espaços sociaisde gestão dessas políticas, ain<strong>da</strong> que com todos os limites observados.O problema central não é, portanto, qualquer tipo de falha ou dificul<strong>da</strong>deinerente à forma de ser dos conselhos, mas sim uma falha institucionalque se estabelece quando não se dá aos CMDR competênciase instrumentos para que eles façam mais do que a gestão do Pronaf/Infra-estrutura, como já havia destacado Abramovay (2001). Corroborandoas conclusões <strong>da</strong>quele autor, é correto afirmar que muitosdos problemas residem na forma como são definidos os municípioscontemplados com o Pronaf/Infra-estrutura (escolha a priori e não porseleção de projetos, prazo extremamente curto entre a definição domunicípio como contemplado e o limite para a criação do Conselhoe a apresentação do Plano) e pelas fragili<strong>da</strong>des nas competências dosagentes. Esse diagnóstico poderia levar a dois tipos de saí<strong>da</strong>: i) quantoà forma de escolha – mu<strong>da</strong>r as regras de escolha dos municípios beneficiadoscom uma maior dilatação dos prazos e com uma inversãono critério de escolha, passando por exemplo a priorizar uma seleçãode melhores projetos; ii) quanto às competências – investir na capacitaçãodos agentes. Não se trata, portanto, de reclamar uma revoluçãono desenho institucional <strong>da</strong>s políticas que incidem sobre o desenvolvimentorural – como a fusão de inúmeros programas ou mesmo degrandes ministérios (algo que seria desejável, por certo, mas poucoprovável de se conseguir), e sim de procurar proceder a mu<strong>da</strong>nças nodesenho do programa de maneira a tentar contornar ou minimizar osconstrangimentos aqui destacados.6.3.5 – Pronaf avaliações do programaABRAMOVAY, Ricardo. Relatório institucional <strong>da</strong> Secretaria deAgricultura Familiar. Brasília: MDA/SAF, 2002, 42 p.RESUMO: O avanço do Pronaf até aqui se apoiou numa vasta redeque soube colocar o tema do desenvolvimento rural num patamarinédito para a socie<strong>da</strong>de brasileira. Trata-se hoje de uma questão estratégica,negocia<strong>da</strong> permanentemente por milhares de organizaçõesem todo o País e em diferentes planos políticos e administrativos.O fortalecimento dessa rede consolidou o Pronaf como conquista185


<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de brasileira, mas trouxe à tona um conjunto de obstáculosque hoje devem ser removidos para o seu avanço. Este relatórioprocurou expor com a maior clareza possível esses obstáculos, muitosdos quais criados como resultado dos próprios avanços que oPronaf conseguiu. A reflexão crítica conti<strong>da</strong> neste relatório apóia-sena convicção de que é do debate aberto e público entre os componentes<strong>da</strong> rede que forma o Pronaf, sobre a natureza de seus desafiose as soluções para enfrentá-los, que depende o desenvolvimentorural brasileiro. Exatamente para isso, as idéias deste relatório sãosintetiza<strong>da</strong>s em cinco proposições básicas: a) a ampliação <strong>da</strong>s basessociais do Pronaf exige que se fortaleçam sistemas de finanças deproximi<strong>da</strong>de que a relação quase exclusiva com os bancos estatais,até aqui, tem inibido. A experiência recente mostra que o interconhecimentodos atores econômicos reduz os custos de transação bancária,que são hoje um dos maiores obstáculos à expansão do créditopara a agricultura familiar. Ao mesmo tempo, é fun<strong>da</strong>mental que arica teia de organizações locais em que já se apóia a operação dosbancos que repassam créditos Pronaf permita ampliar a clientela ereduzir os custos administrativos <strong>da</strong> concessão dos empréstimos; b)as finanças de proximi<strong>da</strong>de têm a missão não só de repassar recursospúblicos, mas de captar poupança e atender a necessi<strong>da</strong>des varia<strong>da</strong>s<strong>da</strong> população, constituindo-se em um dos fatores importantes parao fortalecimento e a diversificação <strong>da</strong>s economias locais; c) o apoioa populações recentemente assenta<strong>da</strong>s ou àqueles que vivem em situaçãode muita pobreza (como o público do Pronaf B) não poderesponder aos mesmos requisitos que se exige de agricultores já instaladoshá muitos anos. Em muitos casos, o estímulo a organizaçõesde finanças de proximi<strong>da</strong>de, é mais eficiente e menos oneroso paraos cofres públicos do que empréstimos cuja cobertura integral peloTesouro estimula a inadimplência e desmoraliza a própria relaçãoentre os beneficiários e um vasto conjunto de atores locais (inclusiveos bancos) dos quais depende sua inserção social; d) é fun<strong>da</strong>mentalmu<strong>da</strong>r a relação entre o Estado e as forças sociais responsáveispelo desenvolvimento rural brasileiro em três direções. Em primeirolugar, a transferência de ren<strong>da</strong> para os municípios deve respeitarnão apenas aos critérios até aqui vigentes que enfatizam <strong>da</strong>dos objetivosde pobreza, mas sobretudo, à quali<strong>da</strong>de e ao potencial dosprojetos elaborados. Além disso, deve fazer parte destes critérios dequali<strong>da</strong>de a capaci<strong>da</strong>de de extrapolar o plano estritamente munici-186Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


pal a que se restringe a atuação dos Conselhos de DesenvolvimentoRural, para que possam ser mais que instrumentos de repasse derecursos, ver<strong>da</strong>deiras instâncias do planejamento territorial brasileiro.Por fim, o caráter quase estritamente agropecuário <strong>da</strong>s forçasque compõem os Conselhos não parece adequado para enfrentar odesafio do desenvolvimento rural que, por definição, envolve o conjuntodos atores sociais e econômicos de um território e não só osagricultores; e) a assistência técnica aos agricultores e as ativi<strong>da</strong>desliga<strong>da</strong>s a sua formação profissional devem igualmente basear-se emcompromissos contratualizados, e passíveis de avaliação independente,entre o Estado e um conjunto variado de organizações locais,que inclui, mas não se restringe às empresas estaduais de assistênciatécnica e extensão rural.FERREIRA, Brancolina. Desenvolvimento Rural: reforma agrária,Pronaf e PAA. Brasília: Ipea, 2005.RESUMO: As ações de governo com vistas ao desenvolvimento agrário,em 2004, ain<strong>da</strong> não encontraram um ponto de convergência capazde maximizar os resultados esperados. Três, dos principais programasdirecionados para esta finali<strong>da</strong>de estão aqui apresentados: reformaagrária, Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar (Pronaf) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Estesprogramas têm áreas de atuação comuns e, embora se busque umainteração entre eles, nem sempre isto tem sido conseguido. Apoia<strong>da</strong>em um referencial teórico, a autora considera que a reforma agráriacontinua tendo que enfrentar os mesmos obstáculos que em anos anteriores:restrições orçamentárias, insuficiência de técnicos, seja paraapoiar os projetos de assentamento, seja para assistência técnica aosassentados, um quadro fundiário que propicia a emergência de conflitos,atores sociais com interesses opostos, legislação desatualiza<strong>da</strong>e mais recentemente, a necessi<strong>da</strong>de de buscar a sustentabili<strong>da</strong>deambiental, condição essencial a qualquer empreendimento rural. Poroutro lado, o Pronaf tem apresentado avanços significativos. O PlanoSafra 2004-2005 que norteia as ações do programa a ca<strong>da</strong> ano, apresentou,em suas edições mais recentes, avanços importantes, sobretudoos expressos pelo aumento dos recursos disponibilizados parao crédito rural e pelo aumento dos empréstimos destinados a investimentos,que são os que têm maior potencial para a reestruturação187


produtiva dos estabelecimentos agrícolas. O PAA, por sua vez, é uminstrumento com grande potencial para o desenvolvimento <strong>da</strong> agriculturafamiliar. No momento, a restrição que se pode fazer a ele, éque ain<strong>da</strong> não alcançou uma dimensão significativa. Mas, sua importânciajá pode ser detecta<strong>da</strong> na melhoria <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> dos agricultoresbeneficiados, e mais, por recuperar a capaci<strong>da</strong>de do governo de atuarde modo pró-ativo em benefício <strong>da</strong> agricultura familiar. Neste contexto,concluiu-se que persistem dificul<strong>da</strong>des para se dispor de umaavaliação mais precisa do impacto <strong>da</strong>s ações de governo para o desenvolvimentorural; as pesquisas pontuais dão conta <strong>da</strong> situação em determina<strong>da</strong>sáreas, mas mesmo o levantamento geral <strong>da</strong>s condições socioeconômicasprevalecentes nos assentamentos, vis-à-vis os demaisestabelecimentos agrícolas, ain<strong>da</strong> carece de apuração. Não se discutese em termos relativos às condições de vi<strong>da</strong> dos assentados estejammelhores que na condição anterior de sem-terra, mas se as ações desencadea<strong>da</strong>sestão propiciando oportuni<strong>da</strong>des concretas de inclusãosocial e fortalecimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia; a postergação <strong>da</strong> realização deum novo censo agropecuário impede que se tenha uma avaliação objetivados resultados <strong>da</strong> reforma agrária e dos dez anos de existênciado Pronaf; no âmbito do Pronaf, têm sido feitos esforços no sentido deampliar sua atuação nas regiões Norte e Nordeste, pois este ain<strong>da</strong> seapresenta bastante concentrado no eixo sul-sudeste; uma dificul<strong>da</strong>deespecífica está na fragili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> articulação <strong>da</strong>s ações <strong>da</strong> SAF/MDAcom o Incra. A contratação de crédito do grupo A (assentados) temsido lenta, mesmo porque as pré-exigências para a liberação do crédito(instalação de infra-estrutura, plano de desenvolvimento, licenciamentoambiental, garantia de assistência técnica etc), nem sempresão cumpri<strong>da</strong>s em tempo hábil; o Plano Safra em execução aumentousubstancialmente os recursos disponibilizados para o crédito rural,que devem ser mantidos e mesmo aumentados para o próximo período.Já as perspectivas para a reforma agrária não são positivas. O contingenciamentoorçamentário diminuiu enormemente os recursos deto<strong>da</strong>s as ações, o que deve prejudicar ain<strong>da</strong> mais o alcance <strong>da</strong>s metasestabeleci<strong>da</strong>s no II PNRA; a insatisfação dos movimentos sociais deveresultar em aumentos <strong>da</strong>s ocupações de terras e próprios públicos (estra<strong>da</strong>s,agências bancárias, órgãos públicos) e dos conflitos.INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS(IBASE). Ministério do Trabalho, Secretaria de Políticas de Emprego.188Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


AVALIAÇÃO DO PROGER, PROGER RURAL E Pronaf DO FUN-DO DE AMPARO AO TRABALHADOR – FAT (Contrato MTb/SPES/CODEFAT N°002/98,de 09.04.98). RELATÓRIO FINAL – TOMO I– CONJUNTO DOS ESTADOS (BA, CE, GO, MG, PR, RJ, RS, RO,RMSP), Volume 1 – Resultados, conclusões e recomen<strong>da</strong>ções. Volume2 – Aspectos gerais <strong>da</strong> avaliação e anexos. Jun.1999.RESUMO: O relatório teve como objetivo elaborar uma metodologiade avaliação do Proger, Proger Rural e Pronaf; aplicar essa metodologiaem projeto-piloto no Estado do Espírito Santo; avaliar osresultados, e propor modelo a ser utilizado pelo MTb, para a avaliaçãonacional dos programas. Durante o segundo semestre de 1997, oIbase desenvolveu, naquele Estado, os estudos contratados e, no iníciode 1998, apresentou os resultados finais em seminário realizado emBrasília. Dando continui<strong>da</strong>de àquele trabalho, inclusive com a utilização<strong>da</strong> metodologia então desenvolvi<strong>da</strong> e aperfeiçoa<strong>da</strong>, o MTb contratounovamente o Ibase, agora para efetuar a avaliação do Proger,Proger Rural e Pronaf em outras oito uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> Federação: Bahia,Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande doSul e Rondônia. Os estudos incluíram, ain<strong>da</strong>, a avaliação do Progerna Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Os objetivos gerais<strong>da</strong> avaliação realiza<strong>da</strong> podem ser sintetizados nos seguintes tópicos:a) caracterização dos beneficiários, verificando os perfis dos "beneficiáriostípicos," em ca<strong>da</strong> um dos Programas, nos diversos estados; b)os empreendimentos apoiados e as formas de financiamento, levantandoas características atuais e as perspectivas dos empreendimentosfinanciados; o hábito de utilização de créditos/financiamentos e as respectivascondições; c) impactos dos Programas, este constituindo umdos objetivos essenciais <strong>da</strong> avaliação, identificando e quantificando osseus resultados no tocante a: geração e/ou manutenção de empregoe/ou ocupação, tanto no meio rural quanto em áreas urbanas. Buscou-seexplicitar a quanti<strong>da</strong>de, a quali<strong>da</strong>de e o custo de geração e/oude manutenção desses empregos; repercussões na ren<strong>da</strong> e na qualificaçãodos beneficiários; evolução dos empreendimentos e a criaçãode novas perspectivas para seu desenvolvimento sustentado; d) eficiência<strong>da</strong> operacionalização: outro aspecto essencial <strong>da</strong> avaliação,verificando: a adequação <strong>da</strong>s normas e critérios de operacionalizaçãodos Programas; a atuação dos agentes financeiros, sua eficiência epresteza na prestação do apoio financeiro deman<strong>da</strong>do; a atuação de189


outros atores, tais como conselhos, comissões municipais e estaduais;outros órgãos e enti<strong>da</strong>des que participam <strong>da</strong> operacionalização dosProgramas; e) aperfeiçoamentos recomen<strong>da</strong>dos, tanto nas normase critérios operacionais quanto na forma de atuação dos agentes financeirose de outros órgãos e enti<strong>da</strong>des que participam <strong>da</strong> operacionalizaçãodos Programas. O relatório dos estudos realizados estáorganizado em dez tomos. O Tomo I é este relatório geral que agregaos resultados obtidos para o conjunto dos estados e a RM São Paulo,onde o an<strong>da</strong>mento dos Programas foi avaliado. O relatório geral estáapresentado em dois volumes. O volume 1, além <strong>da</strong> introdução, tratados resultados obtidos na pesquisa de campo, dos impactos dos programas,<strong>da</strong> interpretação e relevância dos resultados para o atingiros objetivos dos programas, <strong>da</strong> avaliação do desempenho dos atoresque participam <strong>da</strong> operacionalização nos estados, especialmente dosagentes financeiros. Apresentam-se alguns casos e considerações especiaistais como: a participação/presença de cooperativas e associações;o caso <strong>da</strong> indústria fumageira no Paraná e no Rio Grande doSul; os efeitos <strong>da</strong> seca de 1997/98, na Bahia e no Ceará; a importânciados investimentos na área rural; o mercado de trabalho e o desempregonas regiões metropolitanas de São Paulo, Porto Alegre, Rio deJaneiro, Belo Horizonte, Recife e Salvador; e a institucionali<strong>da</strong>de paraapoio à agricultura familiar. Por fim, são apresenta<strong>da</strong>s as conclusõese recomen<strong>da</strong>ções que sintetizam os méritos e as fragili<strong>da</strong>des dos programas,e os ajustes e aperfeiçoamentos que são desejáveis. O volume2 contém, além <strong>da</strong> introdução, a descrição de ca<strong>da</strong> programa com aindicação dos antecedentes e motivações que os originaram, suas condiçõesoperacionais e as respectivas execuções financeiras, do início,em janeiro de 1995, a dezembro de 1998. Segue-se a descrição <strong>da</strong> organizaçãoadota<strong>da</strong> para realizar a pesquisa, com a indicação do planoamostral e o quadro <strong>da</strong>s amostras de beneficiários entrevistados, osinstrumentos de pesquisa (questionários e outros) utilizados, o an<strong>da</strong>mentodos trabalhos e o processamento dos <strong>da</strong>dos obtidos no campo.Completa esse volume as referências bibliográficas e o conjunto deanexos mencionados no texto. Os tomos (II a X) constituem os relatóriosfinais referentes aos oito estados e à RMSP, onde se realizou aavaliação. Nos relatórios finais são apresentados os resultados obtidosem ca<strong>da</strong> caso e as conclusões e recomen<strong>da</strong>ções específicas, relativas aca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> federação estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, bem como para a RM São Paulo.Todos os relatórios são versões revistas e atualiza<strong>da</strong>s dos documen-190Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


tos apresentados anteriormente ao MTb, em dezembro de 1998, emjaneiro e em abril de 1999, em cumprimento de dispositivos contratuais,e incorporam as sugestões e observações feitas pela CGEM/MTb.No último capítulo, procura-se sumarizar as conclusões principais efazer as recomen<strong>da</strong>ções que parecem pertinentes, visando o próprioaperfeiçoamento dos programas avaliados. Em função disso, ca<strong>da</strong>programa é apresentado separa<strong>da</strong>mente e no final arrolam-se as conclusõese recomen<strong>da</strong>ções referentes aos programas em seu conjunto,como concretização de uma política de geração de emprego e ren<strong>da</strong>.Especificamente em relação ao Pronaf foram aplicados 3.724 questionáriosnos oito estados (exceto a RMSP). Do ponto de vista dos financiamentosconstatou-se que o Banco do Brasil respondia por 88% docrédito do programa, sendo que esses recursos eram quase que integralmentedestinados às ativi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> agricultura. Quanto aos beneficiários,verificou-se que mais de 90% deles eram homens, com i<strong>da</strong>deentre 30 e 60 anos. Já os estabelecimentos agropecuários financiadoseram todos de caráter familiar, com área de até 50 hectares e aproxima<strong>da</strong>mente50% deles recebiam assistência técnica. Do ponto de vistados impactos do programa, a pesquisa mostrou que mais de 50% dosentrevistados, que antes não tinham acesso ao crédito, aumentaramseus níveis de ocupação. Com isso, concluiu-se que ca<strong>da</strong> operação doprograma gerou 0,6 novas ocupações. Isso correspondia a um volumemédio de R$ 6.470,00 por ocupação gera<strong>da</strong>. Além disso, a pesquisamostrou também que os agricultores familiares com áreas maiores(acima <strong>da</strong> média) foram aqueles que apresentaram as maiores tendênciasde ampliação <strong>da</strong>s ocupações. Este mesmo fato também se repetiuentre aqueles agricultores familiares que nunca haviam tido acesso aocrédito rural. Finalmente, a outra constatação importante diz respeitoaos impactos positivos do programa sobre o nível de produção e deven<strong>da</strong>s, o que indiretamente afeta positivamente a ren<strong>da</strong> familiar. Porisso, especificamente em relação ao Pronaf o estudo recomen<strong>da</strong> quedeveria ser <strong>da</strong><strong>da</strong> maior atenção aos segmentos mais fragilizados dosetor familiar, pois é no âmbito deste que o programa provocaria osmaiores efeitos econômicos e sociais.FUNDAÇÃO DE ECONOMIA DE CAMPINAS (FECAMP). Estudosde caso em campo para avaliação dos impactos do Pronaf. Campinas,SP: 2002, 132 p. Convênio PCT/IICA-Pronaf e Fun<strong>da</strong>ção de Economiade Campinas – Fecamp.191


RESUMO: O objetivo do presente trabalho foi desenvolver uma metodologiade monitoramento contínuo do impacto do Pronaf, a partirde informações obti<strong>da</strong>s junto aos seus usuários nos levantamentosde estudos de caso, que foram realizados de uma forma padroniza<strong>da</strong>em diversos estados do Brasil. Na seleção dos estabelecimentosrurais nos municípios que foram incluídos na pesquisa, utilizousea amostragem aleatória simples, o que garantiu uma boa representaçãodo universo pesquisado, reduzindo ao mínimo os erros ecustos <strong>da</strong> pesquisa. Foram aplicados questionários para mensurar oimpacto do crédito do Pronaf na ren<strong>da</strong> dos agricultores familiares,no seu nível de vi<strong>da</strong> e nas questões de meio ambiente. Informaçõessobre a percepção do agricultor sobre os mecanismos operacionaisdo Pronaf foram também coleta<strong>da</strong>s. A base para a coleta dos <strong>da</strong>dosfoi a seleção de um rol de locais para a condução dos estudos decaso, que pudessem representar as principais regiões e estados doBrasil e que contemplassem a diversi<strong>da</strong>de de agricultores atendidospelo Pronaf no ano de 2001. Em ca<strong>da</strong> município selecionado foramaplicados questionários em 50 domicílios, em média, que tiveramacesso ao Pronaf em 2001, assim como em 50 domicílios vizinhos aosprimeiros, que não tiveram acesso ao Pronaf. A pesquisa de campodos estudos de caso foi realiza<strong>da</strong> em 21 municípios de oito estadosbrasileiros (Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, MinasGerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina). Foram entrevistados1.999 domicílios de produtores agrícolas, envolvendo 2.299 estabelecimentosagropecuários. A amostra analisa<strong>da</strong> é constituí<strong>da</strong> por pequenosprodutores familiares, que exploram em média pouco menosde dez hectares e cujas famílias têm ren<strong>da</strong> total de 2,72 salários mínimospor mês, correspondendo a 0,75 S.M. per capita. Mais de metade<strong>da</strong> amostra (55,2%) é composta por domicílios pobres, com ren<strong>da</strong> percapita abaixo de 0,5 S.M. mensal. Essas famílias, no entanto, possuemum padrão de vi<strong>da</strong> razoável, <strong>da</strong>do que seu índice médio de “infraestruturadomiciliar”, que compreende quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> habitação,densi<strong>da</strong>de de moradores e utensílios domésticos, está perto de 0,7 (omáximo possível é 1,0). A extensão <strong>da</strong> pobreza entre os produtoresmostrou-se associa<strong>da</strong> fun<strong>da</strong>mentalmente à sua localização geográfica― região e situação urbano-rural ― e não a variáveis relativas àsocupações ou ao crédito do Pronaf. O crédito do Pronaf está fortementeassociado com o nível tecnológico e a produtivi<strong>da</strong>de agrícola,sugerindo que seu papel tem sido o de substituir o antigo sistema de192Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


crédito rural subsidiado. Constatou-se também, na amostra estu<strong>da</strong><strong>da</strong>,uma associação positiva entre a presença do Pronaf e o aumentode erosão e aumento <strong>da</strong> freqüência no uso de agrotóxicos, e não houveassociação significativa entre o Pronaf e ações de recuperação deáreas degra<strong>da</strong><strong>da</strong>s. Por isto, o Programa deverá, nos próximos anos,<strong>da</strong>r especial atenção ao risco de contribuir para difundir, entre ospequenos produtores familiares, o “pacote tecnológico produtivista,”sem um controle paralelo dos <strong>da</strong>nos ambientais. Os dois gruposde produtores, com e sem Pronaf, apresentam diferenças significativasquanto à maioria <strong>da</strong>s variáveis estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, como escolari<strong>da</strong>de,presença de idosos na família, presença de outras fontes de ren<strong>da</strong>e ren<strong>da</strong>s não-agrícolas, área explora<strong>da</strong>, produtivi<strong>da</strong>de, nível devi<strong>da</strong>. No entanto, a principal variável do estudo, ren<strong>da</strong> familiar, nãoapresentou diferenças significativas de média entre os dois grupos,quando testa<strong>da</strong> isola<strong>da</strong>mente. Mas quando em presença de outrasvariáveis, em modelos de regressão múltipla, o Pronaf mostrou umefeito negativo e significativo (de 20% a menos) na ren<strong>da</strong> média percapita. Assim, mantidos constantes todos os demais fatores, inclusiveaqueles que dependem fortemente do crédito do Pronaf, como atecnologia e a produtivi<strong>da</strong>de, aparece uma associação negativa entrePronaf e ren<strong>da</strong> familiar.Uma explicação seria que, para produtorescom “tudo o mais constante,” isto é, com o mesmo tipo de família,mesma produtivi<strong>da</strong>de, mesma tecnologia, etc. são os mais pobresque tendem a buscar e/ou receber crédito do Pronaf, <strong>da</strong>í a associaçãonegativa que aparece na regressão. Da mesma forma, no modelotendo por variável dependente a pobreza dos domicílios aparece umefeito positivo e significativo do Pronaf. Mas o mesmo não se verificoupara as variáveis dependentes relativas a bens domésticos: tantopara o nível de vi<strong>da</strong> (alto e baixo) como para o número absoluto deutensílios domésticos o efeito do Pronaf foi positivo e significativo.Para finalizar, vale reforçar que o período analisado, de um ano, nãopermite falar em “impactos” do Pronaf, mesmo porque algumas <strong>da</strong>svariáveis estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s precisariam de um longo período para se modificar,como por exemplo, escolari<strong>da</strong>de, pobreza e pluriativi<strong>da</strong>de.Não se pode, igualmente, atribuir sentidos claros de causali<strong>da</strong>de nosmodelos de regressão, a não ser em casos típicos como o efeito docrédito na compra de insumos e no aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de agrícola.A análise apontou, no entanto, vários elementos que podemser mais bem explorados (ou mesmo contestados) a partir de um193


acompanhamento em painel dessa amostra nos próximos anos, parapermitir, então, realizar um real estudo de impactos.MAGALHÃES, André Matos; NETO, Raul Silveira; DIAS, Fernandode Mendonça; BARROS, Alexandre Rands. A experiência recente doPronaf em Pernambuco: uma análise através de propensity score. In:Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Economia e Sociologia Rural,43, Ribeirão Preto, jul. 2005.RESUMO: O objetivo deste trabalho é o de avaliar a experiência doPronaf junto aos agricultores do Estado de Pernambuco. O ProgramaNacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf) é uma<strong>da</strong>s principais políticas do país na área social e na de agricultura desdea segun<strong>da</strong> metade <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990, tendo firmado, em um períodode quatro anos (entre 1998 e 2001), 2,543 milhões de contratosem todo o país e gasto mais de R$6,9 bilhões. Os gastos do programarepresentaram 0,94% do orçamento federal em 2000, ou, aproxima<strong>da</strong>mente,13,37% dos gastos sociais do governo Federal naquele ano.O Pronaf tem como um de seus principais objetivos a redução <strong>da</strong>pobreza que atinge os agricultores familiares no Brasil. O programabusca assegurar acesso ao crédito aos pequenos produtores de formabarata, além de integrá-lo a outras políticas de desenvolvimento rural,como suporte ao desenvolvimento de infra-estrutura e assistênciatécnica. Assim, este trabalho irá avaliar a experiência do Pronafno Estado de Pernambuco. Com um perfil distinto do encontrado nosul do País onde, segundo Cardoso e Ortega (2000) se verificam efeitospositivos para o Pronaf, os agricultores familiares neste Estadoestão sujeitos às mesmas regras para concessão de financiamentos.A região Sul concentrava no período <strong>da</strong> pesquisa a maior parcelados financiamentos, mas nesta região os agricultores familiares utilizavamos recursos em cadeias produtivas já existentes no fumo, nomilho e na soja. Nas demais regiões o nível de desenvolvimento <strong>da</strong>agricultura familiar não é o mesmo, particularmente no Norte e noNordeste, onde esta é tipicamente uma agricultura de subsistência.Sendo o objetivo do Pronaf reduzir os níveis de pobreza e desenvolvimentono campo, é em estados como Pernambuco que ele deve sermais efetivo. Para proceder nesta análise serão utilizados <strong>da</strong>dos sobreaproxima<strong>da</strong>mente 4.500 agricultores familiares de Pernambucoem 2001, divididos entre beneficiários e não beneficiários do progra-194Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


ma (grupo de controle). As entrevistas foram realiza<strong>da</strong>s em mais de60 municípios ao longo do Estado, permitindo incluir agricultoresde diversas microrregiões que produzem produtos financiados peloprograma. A efetivi<strong>da</strong>de do programa será analisa<strong>da</strong> pelos impactosdo mesmo sobre o valor <strong>da</strong> produção, o valor <strong>da</strong> produção por hectaree sobre o valor <strong>da</strong> produção por pessoa <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de ruralpara o total e para os três grupos considerados no Pronaf (gruposB, C e D) a partir dos três estimadores utilizados neste trabalho: adiferença <strong>da</strong>s médias sem controle, a diferença <strong>da</strong>s médias a partir<strong>da</strong>s regressões de Mínimos Quadrados e as estimativas são corrigi<strong>da</strong>spara a existência de viés de participação com a utilização do métodode Propensity score. Os resultados encontrados nesta avaliaçãosugerem que apesar de positivo, o impacto do Pronaf para a ren<strong>da</strong> ea produtivi<strong>da</strong>de dos beneficiários tem sido bastante reduzido. Nestesentido, este resultado é condizente com aqueles encontrados em outrosestudos sobre o programa, a exceção <strong>da</strong>queles realizados para osul do Brasil. Tais resultados contraditórios sugerem que possa haverum conflito enfrentado por um programa voltado para agricultoresfamiliares que têm, ou podem vir a ter participação nos mercados,mas que também objetivam políticas sociais sobre todo o grupo deagricultores familiares. O viés de seleção, os problemas de efetivi<strong>da</strong>dee os efeitos reduzidos na ren<strong>da</strong>/produtivi<strong>da</strong>de em estados onde aagricultura familiar não é integra<strong>da</strong> a agroindústria aqui verificados,vistos à luz de outras avaliações, sugerem que o programa obterá êxitosomente em locali<strong>da</strong>des onde esta integração esteja já estabeleci<strong>da</strong>,com resultados tímidos nas demais. Atualmente verifica-se que algumasmodificações em termos dos critérios de concessão de créditos,avaliação dos agricultores, mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des e tetos de financiamento foramaltera<strong>da</strong>s a partir de 2003. Tais modificações elevaram o númerode contratos e permitiram que, pela primeira vez, o orçamento fosseinteiramente utilizado. No entanto, ain<strong>da</strong> não é possível afirmar setais modificações levarão o programa a tornar-se efetivo.MAGALHÃES, André Matos; FILIZZOLA, M. The family farm programin Brazil: the case of Paraná. In: Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileirade Economia e Sociologia Rural, 43, Ribeirão Preto, jul. 2005.RESUMO: O objetivo deste trabalho é o de avaliar a experiênciado Pronaf junto aos agricultores do Estado de Paraná. O Programa195


Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar (Pronaf) é uma<strong>da</strong>s principais políticas do país na área social e na de agricultura destinadoà redução <strong>da</strong> pobreza nas áreas rurais do Brasil oferecendocrédito barato, suporte tecnológico e infra-estrutura para os pequenosprodutores. Entre 1998 e 2001, mais de 5,5 milhões de contratosforam firmados e mais de R$6,6 bilhões foram gastos. Em 1990, osgastos do programa representaram 0,94% do orçamento federal, ouseja, aproxima<strong>da</strong>mente, 13,37% dos gastos sociais do governo Federal.Este trabalho irá avaliar a experiência do Pronaf no Estado deParaná e para isto, serão utilizados <strong>da</strong>dos sobre aproxima<strong>da</strong>mente6.100 agricultores familiares divididos em cinco categorias de acordocom sua ren<strong>da</strong> e também, separados entre beneficiários e nãobeneficiários do programa (grupo de controle). Foi realizado umestudo econométrico em ordem de avaliar o impacto do programae para isto, três variáveis foram utiliza<strong>da</strong>s: (i) o valor <strong>da</strong> produção(como medi<strong>da</strong> de aumento <strong>da</strong> ren<strong>da</strong>), (ii) o valor <strong>da</strong> produção porhectare e (iii) o valor <strong>da</strong> produção per capita (como medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> melhoria<strong>da</strong>s habili<strong>da</strong>des rurais). Estes valores foram computados paratodos os participantes do Pronaf na amostra <strong>da</strong> pesquisa e para ostrês grupos considerados no Pronaf (grupos B, C e D) a partir dostrês estimadores utilizados neste trabalho: a diferença <strong>da</strong>s médiassem controle, a diferença <strong>da</strong>s médias a partir <strong>da</strong>s regressões de MínimosQuadrados e as estimativas são corrigi<strong>da</strong>s para a existência deviés de participação com a utilização do método de Propensity score.Os resultados apresentados para a amostra inteira indicam que oprograma não tem sido bem sucedido para atingir suas metas; elesparecem considerar a última ren<strong>da</strong> dos agricultores <strong>da</strong> categoria B.Na maior parte, os indivíduos que participam deste programa nestacategoria apresentam positivos e significantes crescimentos nas trêsvariáveis de interesse. O autor conclui que, baseado nos primeiros<strong>da</strong>dos obtidos, que foram retirados de uma larga pesquisa feita emindivíduos que participavam do programa no Paraná, este estudosugere que apesar de positivo, o impacto do Pronaf para a ren<strong>da</strong> ea produtivi<strong>da</strong>de dos beneficiários tem sido bastante modesto. Trêsevidências são consistentes com os resultados encontrados em outrosestudos sobre o programa como o relatório <strong>da</strong> Fecamp (2002)que considera significantemente negativos os efeitos, na ren<strong>da</strong> familiar,dos participantes do programa em outros estados do Brasil(Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Rio196Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


Grande do Sul e Santa Catarina). Como neste estudo, o relatório <strong>da</strong>Fecamp foi baseado em entrevistas feitas com 1994 famílias nosoitoestados. Utilizando uma segun<strong>da</strong> base de <strong>da</strong>dos e hipóteses não-padroniza<strong>da</strong>ssobre a diferença entre indivíduos do grupo de controlee do grupo tratado, Feijó (2003) mostra resultados similares relativosà produtivi<strong>da</strong>de, no entanto seu artigo mostra algumas evidênciasde crescimento de produtivi<strong>da</strong>de para indivíduos participantesdo Pronaf nos últimos anos. Baseado nos primeiros <strong>da</strong>dos para aBahia, em 2001, Couto Filho e Cerqueira (2002) também concluemque não existe uma diferença significante de ren<strong>da</strong> entre os indivíduos,com características similares, beneficiários e não-beneficiários.Assim, Couto Filho e Cerqueira (2002) confirmam as pesquisas deFeijó (2003) com relação ao crescimento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de nos últimosanos, associa<strong>da</strong>, principalmente, a créditos que permitem acompra de máquinas e equipamentos técnicos. Estes autores tambémcriticam o programa por não realizar uma de suas metas naBahia: fornecer crédito para colheitas que não são tradicionais. Poroutro lado, Ortega (2000) acredita ser significantemente positivosos efeitos do Pronaf em algumas áreas <strong>da</strong> região Sul, onde agricultoressão mais integrados ao tabaco, soja e milho. Definitivamente,questionamentos podem ser feitos apontando a contradição entre osresultados de Ortega (2000) e os resultados encontrados em outrosartigos decorrendo do fato que o Pronaf foi planejado para todos ostipos de agricultores. Por este motivo, os resultados insignificantesdo impacto do Pronaf nas variáveis de interesse mostrado em artigosutilizando base de <strong>da</strong>dos de lugares onde os agricultores não sãoassim tão integrados com o mercado podem sugerir que o programapode alcançar suas metas.MAGALHÃES, Reginaldo; ABRAMOVAY, Ricardo. Acesso, uso esustentabili<strong>da</strong>de do Pronaf B. 2006.RESUMO: O trabalho teve como objetivo estu<strong>da</strong>r o acesso ao créditoformal de populações que dele estavam historicamente afasta<strong>da</strong>s, ouso que fazem dos recursos obtidos e os efeitos deste uso sobre a organizaçãode suas vi<strong>da</strong>s. Este trabalho compõe-se de cinco relatóriosde pesquisa baseados em entrevistas com agricultores (beneficiáriosou não do programa), extensionistas (de empresas estaduais ou particulares),sindicalistas, prefeitos, vereadores, outros atores locais e197


os próprios responsáveis pela concepção e execução do programa emBrasília. Os pesquisadores, além <strong>da</strong>s entrevistas individuais, organizaram,em campo, com os agricultores, grupos focais sobre os trêstemas básicos <strong>da</strong> pesquisa: acesso, uso e impactos do crédito sobre aorganização <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> familiar. As regiões <strong>da</strong> pesquisa foram seleciona<strong>da</strong>spela sua importância em termos de número de financiamentosde Pronaf B contratados e do grau de adimplência ou de inadimplênciados pagamentos. Quatro regiões se destacam pela baixíssimainadimplência, média próxima de zero: Norte de Minas Gerais,Sertão Central do Ceará, sertão do Piauí e Agreste Pernambucano.A quinta região foi seleciona<strong>da</strong> por se destacar pelo elevado índicede inadimplência: o Médio Vale do Rio São Francisco, na Bahia. Jáexiste uma vasta literatura sobre o Pronaf Crédito e um conhecimentoconsiderável sobre seu alcance e alguns de seus principais problemas.Entretanto, a expansão do crédito a populações pobres doNordeste brasileiro (e <strong>da</strong>s regiões mais carentes de Minas Gerais) émuito recente e se deu de forma extremamente rápi<strong>da</strong>: em 2003 haviapouco mais de 80 mil contratos de Pronaf B no Nordeste. Em 2005,este total supera 400 mil. Os mais pobres que eram minoria entre osagricultores beneficiários do Pronaf no início do Programa formamhoje sua esmagadora maioria. Este trabalho procura mostrar que semo aprofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças que tiveram início com as novasmetodologias implanta<strong>da</strong>s a partir do Agroamigo, a distância entreo potencial representado pelo uso de crédito e a precarie<strong>da</strong>de <strong>da</strong>stransformações a que a chega<strong>da</strong> destes recursos tem levado não sereduzirá. Mais que uma técnica volta<strong>da</strong> a melhorar o desempenhode um banco, o Agroamigo sinaliza uma decisiva mu<strong>da</strong>nça institucional:ele cria um sistema de governança, passando a atribuir responsabili<strong>da</strong>desespecíficas a todos os atores envolvidos na cadeia deconcessão do crédito e o faz ampliando a própria rede de inserçãodos agricultores na vi<strong>da</strong> local. Para que esta mu<strong>da</strong>nça institucionalse consolide e não seja a parte virtuosa de um conjunto conservador,este trabalho elabora algumas propostas a serem discuti<strong>da</strong>s com todosos atores envolvidos no processo.SILVA, Enid Rocha Andrade <strong>da</strong>. Programa Nacional de Fortalecimento<strong>da</strong> Agricultura Familiar – relatório técnico <strong>da</strong>s ações desenvolvi<strong>da</strong>sno período 1995-1998. Brasília, DF: 1999, 48 p. Instituto de PesquisaEconômica Aplica<strong>da</strong> (Ipea).198Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


RESUMO: Este trabalho tem como objetivos: (i) apresentar asações governamentais do Programa Nacional de Fortalecimento <strong>da</strong>Agricultura Familiar (Pronaf) realiza<strong>da</strong>s no período de 1995 a 1998;(ii) subsidiar a preparação <strong>da</strong> prestação de contas <strong>da</strong> administraçãopública federal, como tarefa precípua do Ipea; e (iii) destacar os principaisresultados alcançados, as dificul<strong>da</strong>des para o cumprimento <strong>da</strong>smetas programa<strong>da</strong>s e propor medi<strong>da</strong>s para a melhoria do desempenhodo Programa. Sem perder de vista a concepção global do Pronaf,que inclui ações necessárias ao desenvolvimento rural (crédito àprodução, recursos para infra-estrutura, serviços e capacitação), sãoapresenta<strong>da</strong>s nesse relatório, como processo metodológico, as ativi<strong>da</strong>desrealiza<strong>da</strong>s e os resultados alcançados no período 1995/1998,para as linhas de crédito, infra-estrutura e capacitação. Como conclusõesdeste trabalho, foi apresentado segundo seus documentosprogramáticos, o objetivo geral do Pronaf é propiciar condições parao aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de produtiva, a geração de emprego e a melhoria<strong>da</strong> ren<strong>da</strong>, contribuindo para a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>e a ampliação do exercício <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia por parte dos agricultoresfamiliares e que de acordo com o ponto de vista do alcance dos objetivosdo programa, é necessário incorporar ao crédito um expressivosegmento de agricultores familiares, que se encontram fora dosesquemas de integração agroindustrial e pertencem às regiões maisafasta<strong>da</strong>s do país. Assim, os resultados deste trabalho indicam, emrelação ao crédito, que o Pronaf tem contribuído para o processo defortalecimento <strong>da</strong> agricultura familiar, ao reforçar sua inserção nascadeias agroalimentares. No entanto, o programa vem enfrentandodificul<strong>da</strong>des para incorporar um segmento expressivo de agricultoresfamiliares que se encontra fora dos esquemas de integraçãoagroindustrial. Em relação ao apoio à infra-estrutura municipal, asações começaram a ser desenvolvi<strong>da</strong>s apenas a partir de 1997 (PronafInfra-estrutura), mas demonstram ser de importância fun<strong>da</strong>mentalporque, pelas características demográficas, conclui-se que o universo<strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s é de caráter rural e microurbano. O Pronaf,por ser um programa de desenvolvimento, é portanto, de grande relevância,pois pode apoiar e alavancar as potenciali<strong>da</strong>des econômicasdos municípios de pequeno porte (até 25 mil habitantes), que estão,na maioria, liga<strong>da</strong>s ao desenvolvimento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des rurais. Soba ótica <strong>da</strong> racionalização e otimização <strong>da</strong>s ações governamentais édesejável que todos os municípios do Pronaf Infra-estrutura tenham199


amplo acesso aos recursos de crédito e recebam atenção especial deoutros programas governamentais nas áreas de saúde, educação egeração de emprego – setores que constavam <strong>da</strong> programação <strong>da</strong>estratégia <strong>da</strong> Comuni<strong>da</strong>de Solidária no período 1995/1998. Há, segundoos <strong>da</strong>dos, eleva<strong>da</strong> similitude entre o universo dos municípiosdo Pronaf Infra-estrutura e <strong>da</strong> Comuni<strong>da</strong>de Solidária. Um esforçogovernamental para integrar os dois programas poderia constituirimportante instrumento para o desenvolvimento desses municípios.200Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministériodo Desenvolvimento Agrário (Nead/MDA)O Nead/MDA é um espaço de reflexão, divulgação e articulação institucionalcom diversos centros de pesquisa, universi<strong>da</strong>des, organizações não-governamentais,movimentos sociais e agências de cooperação, nacionais e internacionais.As ações do Núcleo são orienta<strong>da</strong>s pelo desafio de contribuir para ampliar eaperfeiçoar as políticas públicas de reforma agrária, de fortalecimento <strong>da</strong> agriculturafamiliar, de promoção <strong>da</strong> igual<strong>da</strong>de e do etnodesenvolvimento <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>desrurais tradicionais, com destaque para a atuação junto às mulheresrurais, comuni<strong>da</strong>des quilombolas e juventude rural.Com o objetivo de democratizar o acesso às informações e estimular a participaçãosocial, a parceria entre o Nead/MDA e mais de 40 centros permite a produçãoe publicação de estudos, a disponibilização pública de bases de <strong>da</strong>dos, arealização de seminários e debates, dentre outras iniciativas.Algumas <strong>da</strong>s temáticas trata<strong>da</strong>s no âmbito <strong>da</strong>s cooperações institucionaissão Questão Agrária, Integração regional e negociações internacionais, Memóriae Cultura Popular, Gênero e Desenvolvimento Rural e Nova dinâmicado meio rural.Como forma de propiciar o debate e a troca de experiências com enti<strong>da</strong>desparceiras e demais segmentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, o Nead/MDA também disponibilizauma memória dinâmica relaciona<strong>da</strong> a desenvolvimento rural por meio doPortal Nead (http://www.nead.org.br/), onde podem ser acessados o boletimsemanal Nead Notícias Agrárias, as publicações edita<strong>da</strong>s pelo Núcleo e diversostextos digitais.Além dessas iniciativas, o Nead/MDA tem lançado, ao lado de várias instituições,concursos que buscam valorizar as pesquisas existentes e incentivar a produçãode estudos empíricos e acadêmicos sobre temas referentes ao desenvolvimentorural. A proposta é promover o desenvolvimento do pensamento crítico, subsidiandoa formulação, implementação, o monitoramento e a avaliação de políticaspúblicas para a área.Acesse www.nead.org.brMais informações: fale@nead.gov.br ou (61) 3328 8661SCN, Quadra 1, Bloco C, Ed. Brasília Trade Center, 5º an<strong>da</strong>r, sala 506CEP 70711-901 – Brasília, DF202Nead EstudosPronaf 10 Anos:Mapa <strong>da</strong> Produção Acadêmica


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