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Smart grids – Redes Inteligentes - Revista O Setor Elétrico

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Apoio49Figura 1 <strong>–</strong> Diagrama esquemático unifilar, um sistema reticulado Grid Network (reticulado malha) e ilustração de uma câmara subterrânea com oprotetor de redes, o transformador e chave primária MT (da esquerda para a direita).interconectados em forma de malha na rede secundária. Oprotetor de rede inteligente fica ligado à jusante de cada umdos transformadores do sistema reticulado e oferece proteçãopor fluxo de potência reversa, religamento automático,monitoramento, localização de faltas e automação paraproteção de alimentadores.


50Apoio<strong>Smart</strong> <strong>grids</strong> <strong>–</strong> <strong>Redes</strong> <strong>Inteligentes</strong>Figura 2 <strong>–</strong> Diagrama esquemático unifilar de um sistema reticulado SpotNetwork (reticulado exclusivo) de distribuição.O papel crítico das tecnologias de automação einformação em sistemas smart grid com geraçãodistribuídaA importância das novas tecnologias de informação, automação,monitoramento e sistemas eletrônicos inteligentes têm aumentadosignificativamente nos últimos anos. Essas tecnologias desempenhamum papel fundamental nas sociedades modernas e contribuem de formadecisiva para a resolução de importantes desafios para uma sociedadeque quer ser mais próspera, internacionalmente competitiva, saudável,segura e sustentável.Como eixo de "inovação", essas tecnologias são fatores importantespara todos os setores produtivos da economia. O motor destastecnologias, entretanto, é a energia, particularmente a eletricidade.Assim, em uma sociedade cujo estilo de vida é fortemente dependentedela, desenvolver tecnologias que permitam não somente a geração,mas também a distribuição de energia de forma barata e limpa e quegarantam seu fornecimento ao longo do tempo com a máxima eficiênciaé uma questão prioritária.Os sistemas baseados em redes inteligentes ou smart grid vêm,justamente, atender a esses requisitos, representando o que há de maismoderno no setor elétrico, com aumento e diversificação de fontes degeração distribuída na forma de pequenos geradores, maior interaçãoconsumidor-distribuidor de energia, integração de diferentes fontes degeração renováveis (ex.: solar, eólica, etc.).O cenário energético nacional está avançando de forma muitorápida. Nas distribuidoras, o foco claramente está na redução deperdas comerciais e de custos operacionais, principalmente por meioda modernização dos ativos e da crescente instalação de dispositivoseletrônicos inteligentes (DEI) nos sistemas de alta e média tensão (melhorrelação custo-benefício). Nos clientes de baixa tensão, aplicam-se osmedidores eletrônicos para monitoramento de grandes consumidoresou controle de demanda nos de baixa renda.Em resposta a estas demandas tecnológicas, é de extremaimportância que soluções de automação ou de integração de sistemaselétricos passem a disponibilizar os benefícios do smart grid embarcadosem todos os tipos de equipamentos neles presentes, quer seja nadistribuição, na transmissão ou na geração.Exemplo recente de sucesso que se alinha ao conceito desmart grid é o desenvolvimento de protetores inteligentes de <strong>Redes</strong>Subterrâneas para as <strong>Redes</strong> de Distribuição Subterrânea Secundária(RDS), desenvolvidos dentro do parque tecnológico da Universidadede São Paulo (USP). Estes equipamentos <strong>–</strong> os protetores de rede <strong>–</strong> sãonecessários (atuam na proteção elétrica) e estratégicos (ficam ligadosjunto aos transformadores abaixadores de tensão) para estas redes, cujatopologia está presente nos centros de alta concentração de carga dasprincipais metrópoles do Brasil (São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Riode Janeiro, Curitiba). Soluções como esta desenvolvida na USP podemviabilizar técnica e economicamente a modernização da automaçãodas RDS, direcionando-as no sentido de redes inteligentes: proporcionaigualmente a incorporação dos avanços do smart grid e da geraçãodistribuída.Este enfoque de agregar funcionalidades adicionais à proteçãoe controle, tais como o monitoramento, gerenciamento inteligente,comunicação (TI), embarcando os conceitos de smart grid, tem obtidorespostas positivas dos investimentos das distribuidoras, as quais, porém,não têm tido motivação para investir em redes inteligentes na baixa tensãobasicamente por questões de volume de equipamentos a serem instalados(há muito mais equipamentos de baixa tensão do que de média ou altatensão, elevando os patamares dos investimentos necessários).Tecnologias com estes conceitos multifunção significam para asdistribuidoras de energia elétrica, entre outros:• Melhor controle do processo para melhor otimização da rede, desdea integração das intermitentes fontes renováveis presentes na geraçãodistribuída até a interação mais dinâmica com os consumidores;• Maior flexibilidade às concessionárias em relação ao uso das energiasalternativas para atingir o grande objetivo social de redução do efeitoestufa e otimização do consumo de energia reduzindo perdas edesperdícios;• No curto prazo: benefícios diretos da melhoria do gerenciamento daindisponibilidade, o gerenciamento otimizado dos ativos e do capital,melhoria no planejamento, processos e serviços de fornecimento e usosfinais de energia, aumento de eficiência de manutenção, redução deperdas técnicas e comerciais, otimização do investimento na comprade novos equipamentos de proteção das RDSs com menores custos,imediata modernização da RDS com todos os demais benefícios dosmart grid na fronteira da baixa tensão.A grande capacidade de expansão dos meios de comunicação emtecnologia da informação (TI) atendem tranquilamente às demandas dossistemas elétricos, permitindo até o lançamento de novos desafios. Ogrande entrave do consórcio entre TI e sistemas elétricos é e tem sido,desde sempre, a capacidade de conviver em ambientes hostis em queos limites são os materiais com que são fornecidos. Geralmente seencontram equipamentos de TI tradicionais para ambientes até 40 oC.Com o advento e popularização da filosofia de smart grid, permitiu-seprodução em escala e novos lançamentos têm sido feitos para ambientesmais agressivos como os dos sistemas elétricos e hoje são comuns


Apoio51Figura 3 <strong>–</strong> Infraestutura de comunicação por rádio mesh como uma das possibilidades para o modelo de automação híbrido nas RDS.equipamentos com temperatura de trabalho na faixa de 85 oC. Os maisutilizados (ver exemplo de aplicação na Figura 3) atendem a padrões deredundância requeridos em sistemas elétricos como:• Switches para redes de fibras óticas padrão Ethernet, com anel deredundância e dupla alimentação, que aumentaram a confiabilidadedos sistemas de comunicação, além de economias com cabeamentos;• Malhas de rádio (wireless mesh network <strong>–</strong> WMN) que operamdistribuídos ao longo de uma região, geralmente de difícil aplicabilidadede sistemas mais tradicionais como fibra ótica ou em redes temporárias,formando uma rede de comunicação que pode distribuir a informaçãopor vários caminhos.


Apoio53Com estas características do protetor de redes inteligentes épossível, por exemplo, observar equipamentos de determinadaregião que eventualmente fiquem subutilizados, com cargasmuito abaixo de sua capacidade nominal. Após tal constatação,será possível avaliar um uso mais racional destes recursos, comoa possibilidade de realocação do conjunto chave-primária/transformador/protetor de redes para outra subestação maiscarregada e de menor capacidade de potência instalada. Dessaforma, aliviam-se as unidades em utilização acima de suacapacidade nominal, prolonga-se a sua vida útil e retardam-seinvestimentos para a expansão, como consequência desta açãode otimização do parque já instalado.Isso demanda uma revisão destes conceitos de proteção.Tais aplicativos que possibilitam a análise da rede por meio domonitoramento facilitam esta tarefa.Desafios da tecnologia da informação naimplementação de um sistema smart grid em ambientesde redes subterrâneas com geração distribuídaApesar da grande evolução que as ferramentas de softwaregerencial alcançaram na análise dos dados e no melhor fluxode informações, existe ainda um “gap” entre as situações decampo e os centros de operação, a engenharia, a manutenção ea administração das empresas. Não existe ainda o fluxo onlineintegrado de informações do “campo” para a administração,o que permitiria saber, no instante desejado, qual o statusdos equipamentos, histórico e previsões. Mais ainda, asinformações pertinentes à manutenção dos ativos, muitasvezes, não chegam com a integridade necessária ao banco dedados. E, como todo usuário de informática já pode perceber,dados incompletos geram informações e decisões por vezesequivocadas.O maior desafio é anular (ou minimizar) o “gap” entreo “campo” e os níveis gerenciais das empresas, o que podeser conseguido por equipamentos que obtenham os dadosde campo (sinais digitais, analógicos, de comunicação) e ostransmita por meio da rede de informática TI (Tecnologia deInformação) da empresa. Soluções integradas otimizam osesforços técnicos e econômicos, pois podem utilizar váriasalternativas de TI aproximando-as ao que de mais avançadoexiste em TA (Tecnologia da Automação), diminuindo de formaefetiva o enorme “gap” existente nos sistema das RDS.Uma oportunidade de se ter um avanço em TA para asconcessionárias de distribuição pode advir do uso da automaçãocom topologia smart grid de suas RDS por meio de seus protetoresde redes, que integrariam proteção, controle, monitoramento,incorporando a topologia de smart grid em tempo real. O uso daspremissas do conceito de smart grid tornaria estes equipamentosum elemento imprescindível para alavancar e disseminar atopologia de redes inteligentes e para a própria evolução da


Apoio55Tabela 1 <strong>–</strong> Comparação entre diferentes topologias para sistemas de distribuição apontando os índices favoráveis da topologia de reticuladoexclusivo e/ou malha.ÍndicesTopologiasRadial simplesAuto-loop primárioResidencial subterrâneoPrimário seletivoSecundário seletivoInterrupçõespor ano0.3 a 1.30.4 a 0.70.4 a 0.70.1 a 0.50.1 a 0.5Tempo derestabelecimento(min)906560180180Tempo de interrupçãopor ano(min)27 a 11726 a 4624 a 4218 a 9018 a 90Interrupção momentâneapor ano(min)5 a 1010 a 154 a 84 a 82 a 4Spot Network(reticulado exclusivo)0.02 a 0.10.005 a 0.021801353.6 a 180.7 a 2.70 a 10Fonte: SETTEMBRINI, R. C.; FISHER, J. R.; HUDAK, N. E.Existe uma pressão muito grande impelindo à necessidade demudança devido à geração de energia limpa, ações de eficiênciaenergética, microgeração, carros elétricos, etc. Impulsionando asfontes alternativas com modernização dos sistemas de distribuição,coloca-se à frente dos responsáveis por atender às necessidades domercado nos próximos anos a grande demanda que o Brasil se impõecom as obras e eventos relacionados à Copa de 2014 e às Olimpíadade 2016, além das demandas do consumo interno do País que esperacrescer 5% ao ano nesta década.Seria a situação ideal para uma rede de energia com tecnologiacapaz de redirecionar ou readaptar-se em momentos de “apagões”com as fontes distribuídas alternativas de energia elétrica, em queestão conectados milhares de aparelhos de ar-condicionado dosprédios e centros comerciais, chuveiros elétricos, sistemas vitais dehospitais, aeroportos, sinais de trânsito. Imagine o próprio consumidorgerando, armazenando e injetando energia no sistema em momentosde desabastecimento. Tudo isso sem causar impacto na proteção defluxo reverso de energia destes sistemas de distribuição.Um sistema elétrico mais eficiente e confiável está além dosesforços de construção de usinas e ampliação da rede de transmissão.Nos Estados Unidos, a confiabilidade do sistema é de 99,97%. Noentanto, isso não impediu que 55 milhões de americanos ficassem àsescuras em 2003, quando houve um grande apagão na região Nordestedaquele país. A modernização dos sistemas para uma rede inteligente

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