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/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

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apetite, e mais <strong>de</strong>socupadas que os outros B mesa, observavam a bela hospedaa quem niio conheciam, nem sabiam quem era; se fora um mancebo, nbousariam levantar para ele os olhos, sendo por6m do seu sexo, e moca comoelas, ousavam do inocente direito <strong>de</strong> estudar-lhe as feiq6es, os modos eos vestidos.lsidora era uma moqa alta, esbelta, porem nb bem feita <strong>de</strong> corpo;tinha o peito <strong>de</strong>masiadamente largo, e a cintura pouco <strong>de</strong>licada; mas emcompensa~a"~ sua cabeqa era magnlfica: seus cabelos castanho-claros, finos ecrespos, perdiam-se escondidos em uma touca <strong>de</strong> mau gosto; tinha a fronte<strong>br</strong>anca, alta e espaqosa, os supercllios bastos sem exageraqgo e separados, osolhos gran<strong>de</strong>s, claros e-<strong>br</strong>ilhantes; o nariz <strong>de</strong> proporcional feiqb, as faces coradas,os lhbios quase grossos, levemente curvos, o supe<strong>rio</strong>r com finissimo efranco buqo mr <strong>de</strong> cinza clara, e ambos formando pequena e graciosa bocaornada <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes iguais e lindissimos; a ponta <strong>de</strong> seu queixo terminava comsuavida<strong>de</strong> o belo oval do rosto; seu pescoqo era mais grosso que fino, e suasmks <strong>br</strong>ancas, pequenas e bonitas, como <strong>de</strong>viam ser seus pds.Em seu proce<strong>de</strong>r e em seus modos lsidora dava testemunho <strong>de</strong>educaqk domdstica <strong>de</strong>svelada, mas comprometida pelo mais confuso acanhamento<strong>de</strong> moCa, apenas chegada da roqa; em seu trajar mais infeliz ainda,aldm da touca severa e funestlssima para sua natural beleza, vestia-se comaquela exagerada e sinistra simplicida<strong>de</strong> que amesquinha as gracas, e torna ocorpo como um cabi<strong>de</strong> do vestido.Em uma palavra, lsidora era bela, mas <strong>de</strong>sajeitada; <strong>br</strong>ilhante <strong>br</strong>utoapanhado no leito da corrente do <strong>de</strong>serto, precisava que a moda, lapidando-o,fizesse ostentar o seu elevado e natural valor.lsidora era uma linda roceira com todas as confuso"es, acanhamentoe ru<strong>de</strong>zas das solidBes em que vivera, e que na vida da cida<strong>de</strong> receberiao lavor, que havia <strong>de</strong> tornh-la espldndida beleza.Foi este pelo menos o julzo que sem inveja e com espontaneida<strong>de</strong>inocente e conscienciosa fizeram so<strong>br</strong>e ela Irene e Inbs.provhvel que lsidora <strong>de</strong>sejasse tambem e muito apreciar os encantosfisicos e n50 menos os enfeites das duas meninas da cida<strong>de</strong>; mas apo<strong>br</strong>e roceira sem duvida por vexame apenas <strong>de</strong> relance e a furto olhara algumasvezes para elas: era em verda<strong>de</strong> moqa excessivamente acanhada; tinhaos olhos quase sempre fitos, pregados, ou no colo ou no prato, e se Ihefaziam alguma pergunta, respondia com discricb, mas com voz trlmula esem olhar para o interlocutor; d em um ponto ngo sabia acanhar-se; comiacomo Antbnio Pires ou Jerbnimo Ll<strong>rio</strong>, que eram bons gastrbnomos; niiobebia porem vinho, e unicamente pelo <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> saudar a companhia, fazendosucessivamente a sau<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um dos convivas, como era <strong>de</strong> uso, tocaracom os ldbios em um cdlice <strong>de</strong> vinho.Jer6nimo e a senhora Inbs ocupavam-se particularmente da sua

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