/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

Nos governos absolutos e opressores o desgosto pirblico, a quemfalta a vdlvula da imprensa, antes do chegar a revolta, manifesta-se nas zombariase nos insultos do pasquim, e rws versos e cantigas, de que na"o se conheceo autor, e se espalham e se decyam, e se repetem, a despeito da auto-?.ridade.No doming0 do entrudo, amanheceram nas portas da casa da CdmaraMunicipal, da Misericbrdia, do convent0 do Carmo, e em vinte outros,pasquins injuriosos, que antes de arrancados e despedacados, foram lidos etornados de cor, passando a correr em copias confidenciais pela cidade.Um deles dizia assim:0 vice-rei os leprososDa cidade desterrou;Mas a lepra mais horrlvelNa cidade conservou!Se a morfkia o apavora,E quer de n6s afasth-la,VA o vice-rei emboraCom o oficial-de-sala.Outro era o seguinte:A nau SebastiiSb estd no estaleiro ( *I,Hh obras novas e recrutamento,Para terqos geral alistamento,Povo a servir govern0 caloteiro;A explica~b quereis?. ..V6s todos o sabeis:Alexandre Cardoso quer dinheiro.Eis ainda outro:Senhor Conde da Cunha,De v6s muito se fala;Tem brio?. . . corte a unhaDo of icial-de-sala.Como estes, muitos outros pasquins que n50 chegaram ate n6s.0 furor de Alexandre Cardoso, que espalhou soldados e espiaespela cidade toda, a c6lera do vice-rei, que mandou proibir o entrudo, as pri-(* ) AlusBo ao navio desse nome, que entZo se estava construindo