/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

- Para vingar-me.- Muito amaste, ou ainda muito amas Alexandre Cardoso!- Nunca o amei, e hoje o detesto; mas cada qua1 tem suas rniseriasna vida. . .- Cuidemos antes dos prazeres da vida.- Alexandre Cardoso e o meu amante, passa por meu amante edono; se queres poupa-lo, como e que me amas?. . . se queres ser so, como eque o poupas?. . .Goncalo soltou um gemido profundo, que pareceu um rugidoferoz.Maria todara na corda sensivel de Goncalo Pereira.0 poder e o orgulho desse hornem irnoral e perverso devem serabatidos, continuou Maria.- Devem, disse Goncalo.- Como procede ele agora?- Como dantes: bebe, joga e seduz.- E o vice-rei?- Surdo e cego; surdo Bs queixas, cego pela confianca.- Pois que Alexandre Cardoso beba e jogue, e seduza em dobro.- Fa-10-8 sem esforco nosso.- Joga feliz?- Nem sempre.- Sobra-lhe dinheiro?. . .- Emprestei-lhe anteontem dois mil cruzados.- Ainda bem. Que premedita ele agora?. . .- Novo e numeroso recrutamento para duas ou trbs companhiasde cavalaria ligeira, que sirvam B guarda especial dos vice-reis e novas obrasde aquartelamento de tropas na ponta da Miseric6rdia.- E no recrutamento e nas obras novas, novo meio de batermoeda na forja do patronato.- da sua regra.- Quanto pior, melhor: tambem e de regra.- Talvez.- Que diz a esses projetos o Conde da Cunha?. . .- Hesita ainda, pretendendo que a populacb tem sido por dernaisonerada.- E Alexandre Cardoso?. . .- Sustenta que o povo vive feliz e satisfeito; mas que o nlimeroexcessivo dos vadios torna o servi~o militar uma providbncia salutar para asociedade amea~ada por eles, e que o comercio altanado e revoltoso tem sobrasde lucros que s b exageradas, e que podem aproveitar is obras do rei,entrando para elas como donativos voluntiirios.'