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/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

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seu reinado no coraqiio do po<strong>de</strong>roso secreti<strong>rio</strong> do <strong>gov</strong>ern0 da col6nia.Esta convicqb encheu <strong>de</strong> c6lera e <strong>de</strong> 6dio a alma da soberba eambiciosa Maria, que jurando a si vingar-se <strong>de</strong> Alexandre Cardoso, <strong>de</strong>struindoos fundamentos da sua inf lu6ncia oficial que em <strong>br</strong>eve nb mais a ela po<strong>de</strong>riaaproveitar, abafou seus furores, e f ingindo-se ora ciumenta, ora terna eapaixonada, e retendo ainda com prodfgios <strong>de</strong> lascivos la~os o amante arrefecidoe infiel, cercou-o <strong>de</strong> espionagem segura e vigilante que ela sabia alimentar,pagando-a a preqo <strong>de</strong> our0 e <strong>de</strong> favores <strong>de</strong> natureza diversa.AS onze horas da manha" Maria saltou do leito, como arrependida<strong>de</strong> haver dormido tanto; ap6s <strong>de</strong>morado e perfumado banho, entregou-seainda mais aos pr6p<strong>rio</strong>s cuidados, do que aos <strong>de</strong> duas habilissimas escravas,que por acordo com o espelho lisonjeavamporfia a formosa moqa, que Auma hora da tar<strong>de</strong> achando-se primorosamente vestida, toucada e fresca, ebela como a aurora, que ela tinha saudado antes <strong>de</strong> dormir, foi sentar-se nasala, tendo a i mesmo tomado por almwo meia chavena <strong>de</strong> chocolate.- 0 jantar?. . . perguntou ela.- Esti pronto.- As duas horas precisas <strong>de</strong>ve estar na mesa.AS escravas retiraram-se.Maria esperava sem duvida alguem. Meia hora <strong>de</strong>pois entrou nasala o tenente Gonwlo Pereira, aquele mesmo que na ceia da prece<strong>de</strong>nte madrugadafora objeto das zombarias e do ridfculo dar<strong>de</strong>jado pela formosamoGa pelos a<strong>br</strong>acos dados B velha <strong>de</strong> mantilha na la<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Santo Antenio.Gonqalo Pereira era um elegante oficial portugu6s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>zanos mandado para o Brasil com o posto <strong>de</strong> alferes e incorporado ao regimentonovo, entre este e o regimento velho havia ciOmes e pontos <strong>de</strong> vaido-so antagonismo, que cada vez mais acesos e irritados, contudo se concentraramtemerosos pela elevaqa"~ <strong>de</strong> Alexandre Cardoso, tenente-coronel doregimento velho, a oficial-<strong>de</strong>-sala do Vice-Rei Con<strong>de</strong> da Cunha.0s oficiais do regimento novo queixavam-se <strong>de</strong> que os do outropor mais protegidos os preteriam na escala dos postos, o que foi sempre e 6motivo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgosto no exercito; Gonqalo Pereira, apesar <strong>de</strong> exatoe ativo no cumprimento <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>veres militares, e <strong>de</strong> ser muito mais instruidodo que o eram entb em geral os oficiais das tropas portuguesas, conseguiraem <strong>de</strong>z anos apenas passar <strong>de</strong> alferes a tenente; no regimento novotodos o apresentavam como exemplo <strong>de</strong> injustas preteri~<strong>de</strong>s; entretantoo tenente niio se queixava, e o que mais 8, alegre e folgazb, <strong>de</strong>voto do belosexo, e dos prazeres da mesa, do amor e do jogo, era o rnais infallvel companheiro,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> alguns meses ao menos do ctiefe das orgias famosas, <strong>de</strong> AlexandreCardoso, a quem antes o supunham justificavelrnente adverso.No regimento novo todos lamentavam a indigna e aduladora li-

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