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/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

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Ll<strong>rio</strong>, embarcando em suas ca<strong>de</strong>irinhas que eram levadas aos om<strong>br</strong>os <strong>de</strong> escravospossantes, trajando v6stia e cal~as <strong>br</strong>ancas, mas com os p6s <strong>de</strong>scal~os,<strong>de</strong>scia A porta da lgreja da Matriz da par6quia do Sacramento para assistir aosagrado sacriflcio da Missa, e al6m do cumprimento do preceito do <strong>de</strong>cilogo,JerBnimo concorria, com sua esposa e filhas, Bs gran<strong>de</strong>s solenida<strong>de</strong>s religiosas,e a todas as procissties, em que o culto cat6lico se ostentava nas ruas,nem sempre com proveito real da religiiio.E tambem, por obedikncia ao impb<strong>rio</strong> tradicional dos costumes, asduas meninas, sistematicamente clausuradas, eram no entanto vistas, olhadase admiradas atraves <strong>de</strong> seus v6us, que muitas vezes cediam ao lmpeto dacu<strong>rio</strong>sida<strong>de</strong>, em divertimentos profanos e pljblicos, como os presepes dafesta do Natal, a serra~zo da velha, as corridas <strong>de</strong> touros e outros, que, porheranqa do passado, se usavamno s6culo d6cimo-oitavo.Assim, pois, JerBnimo, contraditoriamente, escondia as filhas em casa,e as mostrava nas lgrejas e nos gran<strong>de</strong>s espeticulos pljblicos.0s v6us transparentes e <strong>de</strong> finissima renda, ma1 po<strong>de</strong>m eclipsar a beleza,e tanto mais que o sopro <strong>de</strong> uma aragem traiqoeira, aproveitando um <strong>de</strong>scuidofeliz, enrola ou levanta o v6u, e patenteia o rosto que se reserva eprocura ocultar-se na som<strong>br</strong>a.A lin<strong>de</strong>za e as graqas naturais das duas filhas <strong>de</strong> Jer6nimo Ll<strong>rio</strong> eram<strong>de</strong>s<strong>de</strong> algum tempo geralmente conhecidas e apregoadas no Rio <strong>de</strong> Janeiro,e, como ji dissemos, 0 POVO, ou antes primeiro os mancebos entusiastas e<strong>de</strong>pois todos adotaram a <strong>de</strong>nomina~zo dada por algum apaixonado ou sipplesadmirador do belo As duas meninas, que foram conhecidas pelo nomepo6tico - os dois Il<strong>rio</strong>s.lrene e lnbs nb eram <strong>br</strong>ancas, como o li<strong>rio</strong>; mas a <strong>de</strong>nomina~iioou amorosa alcunha fizera do nome da familia um nome <strong>de</strong> flores.No lar domestic0 eram outros impetos ou nomes familiares dadosi s meninas ou pelos pais ou pelas escravas: a lrene chamavam nhanha",diminutivo feminino que quer dizer filha do senhor, a Inks, que recebera nobatismo o nome <strong>de</strong> sua mk, a quem osescravos tratavam por sinhi, corrut$iodo nome senhora - chamavam sinhazinha, que, como se vk, 6 o diminutivo<strong>de</strong> sinhi.Tenho quase a certeza <strong>de</strong> que hoje haveri <strong>de</strong> so<strong>br</strong>a quem mecensure por estas explica~Bes do que todos sabem, visto como ainda atualmenteexiste o cancro da escravida"~, ainda hi populaq50 escrava, e portanto,ainda ha tambbm nas familias - nhanhb e sinhazinhas, hi senhores pais <strong>de</strong>- nhonh6s e sinhis, ou senhoras mzes <strong>de</strong> - sinhazinhas; mas no seculo vig6-simo os romancistas historiadores, que Go os professores da hist6ria do povo,ha"o <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer estes e outros esclarecimentos da vida intima das familiasdo nosso tempo.E uma vez que tocamos neste assunto, que parece mais que

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