13.07.2015 Views

/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

mancha pelo casamento; e imediatamente passou a ser preso para assentarpraca por or<strong>de</strong>m do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Boba<strong>de</strong>la, a quem o pai da seduzida dirigiraqueixa particular sob diversos fundamentos que dissimulavam a <strong>de</strong>sonra dafilha.Maria era ar<strong>de</strong>nte, colhrica, arrebatada; sabendo que <strong>de</strong>stino se.preparava ao amante, na"o verteu Idgrimas inirteis nem protestou em va"o notar dom6stico: encerrou-se em seu quarto, vestiu-se com apuro <strong>de</strong> elegdnciaque amava muito por vaidosa, e aproveitando hora oportuna, saiu da casasozinha, arrostando os costumes do tempo, e atrevidamente foi falar ao <strong>gov</strong>ernador,Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Boba<strong>de</strong>la, que a recebeu e ouviu-lhe a hist6ria da suapaixb e da sua .franqueza, e o formal pedido da sua intervenqa"~ para que etase casasse com o mancebo recrutado.0 Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Boba<strong>de</strong>la tinha todos os prejuizos da aristocraciapara nb ace<strong>de</strong>r ao empenho da jovem fidalga seduzida por mancebo <strong>de</strong> humil<strong>de</strong>e <strong>de</strong>sprezada condi~iio; mas admirado da afoiteza e da energia daquelamenina <strong>de</strong>licada, e ainda mais da sua peregrina beleza, assegurou-lhe <strong>de</strong>cididaprote~b atenuadora do ressentimento <strong>de</strong> seus pais.Dentro em pouco tempo o protetor se tornou amante: Maria,repelida pela familia honestissima, teve casa propria, vida reprovada, masluxo e riqueza que ostentava sem corar. Ou fosse que so um irnico amor, oprimeiro, tivesse ela verda<strong>de</strong>iramente sentido, e que pelo infortirnio <strong>de</strong>sseIhe houvesse ficado o coraqb endoi<strong>de</strong>cido, ou fosse que envenenado sangueIhe a<strong>br</strong>asasse a natureza com o fog0 da luxirria, Maria n b soube ser fie1 aamante algum, e a todos atrai~oava menos pela torpeza do interesse, do quepelos <strong>de</strong>li<strong>rio</strong>s do capricho, e pelas inconstincias da sensualida<strong>de</strong>.0 Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Boba<strong>de</strong>la apaixonado e cativo resistiu alguns anosaos <strong>de</strong>satinos da famosa moCa; mas por fim que<strong>br</strong>ou as ca<strong>de</strong>ias que o prendiam,<strong>de</strong>ixando-a por6m rica, e protegida sempre pelo seu favor at6 o dia emque morreu.No vice-reinado do Con<strong>de</strong> da Cunha, Maria foi amante <strong>de</strong> AlexandreCardoso: tinha tomado gosto ao amor do chefe do <strong>gov</strong>ern0 da co18-nia; em falta do vice-rei que era <strong>de</strong> austeros costumes, contentou-se com ooficial-<strong>de</strong>-sala que era quase vice-rei pelo po<strong>de</strong>r da sua influbncia.Na noite das cantatas dos Reis, Alexandre Cardoso e seus companheiros,retirando-se do patio do convent0 da Ajuda <strong>de</strong>pois da inirtil <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>mque haviam feito, tinham-se dirigido B Rua do Alecrim e entrado nacasa <strong>de</strong> Maria <strong>de</strong>. . .

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!