/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

A cidade do Rio de Janeiro era naqueles tempos muito diferentedo que 6 hoje: o aspect0 ainda das melhores casas era triste e indicava aeducaqiio clausural das familias: abundavam as casas tbrreas e de um s6 pavimento,e essas reservavam as Portas e batentes das janelas para se trancarem Anoite, mas de dia tinham os viios das portas e janelas defendidos aos olhoscuriosos por peneiros ou tecidos de palha firmados em um quadrado de sarrafos,que.se penduravam, ou se podiam mover encaixilhados; as casas dedois ou mais pavirnentos, quase todas uniformemente de trbs portas eramde sacadas com grades de madeira mais ou menos completas e sombrias:mais ou menos porque essas grades ou eram da altura de meio corpo dohomem, ou tinham a altura do p6-direito do pavimento que sombreavam, demodo que simu_laram triste prisiio; em regra abriam-se pequenospostigos nesseengradamento, postigos maiores e cbmodos na altura em que deviam ser asjanelas, para que as senhoras deles se aproveitassem, olhando a rua, e pequenospostigos rentes ou quase rentes corn o assoalho para que as senhoras ouas escravas debruqando-se vissem menos expostas ao pliblico, o que se passavana rua, ou chamassem os pregoeiros vendedores de qbanto podiam preci-sar a mesa da familia.'No sbculo passado e ainda no principio do atual havia quitandeirosambulantes de todos os ggneros da alimenta~iio geral dos habitantesda cidade: os escravos vindos da Africa, negros e negras; corriarn as ruas dacidade que hoje se chama velha, apregoando alem do peixe e das verduras, ofeijiio, a farinha, o arroz, o guandu, o milho verde e seco, e tudo jh medidoem tabuleiros pirlmides, de que eram base a porqiio avultada e necessaria afamilia numerosa, e Apice o quinhgo de cinco ou dez reis que convinha aospobres.Tudo se vendia pelas ruas e at6 os refrescos utilissimos empaisde tanto calor; ninquem entgo se lembrava do gelo, ningubm desejava ossorvetes do nosso tempo; nb havia confeitarias; mas era certo o popular