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/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

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merosa reunido a falta <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tipos; a razz0 era simples: o Brasilcoldnia s6 se comunicava com a metropole; n30 se admitia com6rcio estrangeiroe por exce@o apenas alguma famllia espanhola se misturava com as famlliasportuguesas e <strong>br</strong>asileiras; mas ainda assim a raca era no fundo a mesma,e os caracteres f lsicos obe<strong>de</strong>ciam As leis da sua origem natural: umas senhoraseram mais engra~adas, mais esbeltas, mais bonitas do que outras somentepor aquele segredo, alias explicdvel, que faz corn que a mesma arvore,ou o mesmo arbusto, apresente flores mais ou menos <strong>de</strong>feituosas e mais oumenos perfeitas.Encantonado em urn dos Sngulosdo patio estava um grave ancibtrajando com a seria elegfrncia dos homens ricos, tendo a seu lado, mas umpouco para tras, urna senhora trazendo rica mantilha e que como ele observavazelosa duas belas meninas <strong>de</strong> <strong>de</strong>zoito a vinte anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, vestidascorn esmero, sem mantilhas, e unidas uma a outra e com as mdos dadas,como a medo <strong>de</strong> se separarem embora estivessem entre o ancido e a senhoraque as guardavam, sentinelas d vista, cuidando ainda mais <strong>de</strong>las do que dopresepe que ja tinham apreciado bastante, e das cantatas e dan~as que asduas donzelas aplaudiam com inocente encantamento.0 ancido era conhecido <strong>de</strong> todos e portanto sabiam muitos eadivinharam os outros que a senhora <strong>de</strong> mantilha era a esposa e as meninasas duas filhas <strong>de</strong> JerGnimo Ll<strong>rio</strong>, portugu6s e rico negociante da praCa doRio <strong>de</strong> Janeiro. Muito raramepte Jertlnimo Ll<strong>rio</strong> mostrava a famllia em phblico;mas a fama da beleza das filhas corria pela cida<strong>de</strong> ainda mais porquese ajuntava com a famada riqueza do pai, e as duas donzelas tinham recebido<strong>de</strong> um bem inspirado admirador, uma <strong>de</strong>nomina@o que foi adotada,e que niio podia chamar-se alcunha, porque em suma era o plural do so<strong>br</strong>enome<strong>de</strong> Jerbnimo, e tinha alguma coisa <strong>de</strong> po6tico; pois lem<strong>br</strong>ava duas floresirmis: chamavam As duas meninas - os dois If<strong>rio</strong>s.Muitos amigos tinham cumprimentado JerBnimo e sua famllia;os velhos gracejaram com as donzelas e lhes ofereceram doces; as mocas as saudaramrespeitosas, contentando-se com o direito geral <strong>de</strong> contempla-las a distancia,e sempre corn precau~iio para n3o ofen<strong>de</strong>r o exagerado melindre dospais.A <strong>de</strong>speito das duas <strong>de</strong>sconfiadas sentinelas, y;.pos <strong>de</strong> mancebose mancebos isolados aqui e ali, prestavam aos dois Il<strong>rio</strong>s o <strong>de</strong>vido cultoA beleza. Jerdnimo e sua esposa maldiziam em monossllabos que lhes escapavam,do que lhes parecia atrevida licenp <strong>de</strong> mocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>smoralizada; comopor6m suas filhas so tinharn olhos para as dancas, <strong>de</strong>ixavam-se ficar no patio.Mas <strong>de</strong> sdbito pai e m3e estremeceram: entrara no patio jB atopetado<strong>de</strong> povo um grupo <strong>de</strong> oficiais militares, B frente dos quais vinha ooficial-<strong>de</strong>-sala do Vice-Rei Con<strong>de</strong> da Cunha; JerUnimo Ll<strong>rio</strong> olhou para asduas filhas, como se um abutre se tivesse aproximado do ninho, on<strong>de</strong> se

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