/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

costumes do s6culo.N5o pensavam assim naquele tempo as senhoras arneaqadas pelascasas de seven, recolhimento e contrariadas pelas justasprovid2ncias que obstavama ficil turibulap-o A sua beleza nos atrios e as portas das igrejas, e nempensavam assim as mops estouvadas e alguns padres que viviam vida desregrada, que o venerando bispo corrigiu corn a rnais santa energia.0 Bispo D. Fr. AntGnio do Desterro nZo podia escapar aos go/,pes do epigrama e do ridiculo que eram as armas de oposiqzo dos desgosto-SOS.Esse sribio e honestlssimo prelado, zeloso da rnoralidade do seurebanho, fulminara urn dia corn os raios da sua reprovaflo as cantigas demasiadarnentelivres que eram cantadas em cornpanhias pouco discretas, e ate'recebidas e ouvidas corn repreensivel tolergncia em sociedades estirnaveis.Com efeito, o lundu, a cantiga folgazona, sarcistica, erdtica emuito popular, exagerava os seus direitos, e ia as vezes ate' a licenqa, ofendento,arranhando os ouvidos da decancia, e contribuindo insensivelmentepara a corruqiio dos costumes.0 Bispo D. Fr. Antdnio do Desterro fulrninou o lundu demasiadolivre, is vezes ate' quase obsceno.A oposiqgo popular reagiu, considerando condenado em absolutotodo e qualquer lundu, e desrespeitosa atacou o bispo corn a arma dolundu.Em toda parte cantou-se corn aplauso o seguinte lundu que secornpunha de muitas coplas, cada qua1 mais extravagante e zornbeteira:Ja n80 se canta o lunduQue o na"o quer o senhor bispo:Mas eu ja pedi licenqaDa Bahia ao arcebispo.E hei de cantar,E hei de dan~ar,Saracotear,Com as moqas brincar.E impunemente,Cantando o lundu,Ao bispo furenteDirei uh! uh! uh!Fr. Antdnio do DesterroQuer desterrar a alegria;Mas eu sou patusco velho,E teimarei na folia.