/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

Durante dois dias, que se passaram depois da noite da serraqbda velha, a populaqZo da cidade do Rio de Janeiro s6 se ocupou de dois assuntos:do atentado contra a famllia de Jer6nimo Llrio, e do encontro deAlexandre Cardoso com o carpinteiro Marcos Fulgdncio no saguzo do palhcio;a audidncia dada pelo vice-rei a Emiliana foi geralmente sabida, e os fatos,comentados e exagerados, tomaram proporq5es romanescas, mas em todasou em quase todas as diversas relaqBes, o ajudante oficial-de-sala era gravementecomprometido.Assim nas mil hist6rias do acontecimento do caminho da Gamboa,a parte que tomara na luta o jovem Isidoro, que trajava vestidos feminis,abria espaqo a contos de imaginaqzo; corria, porbm, como certo que oatentado tinha por exclusive fim o rapto da menina Inds, determinado porAlexandre Cardoso; relativamente 3 filha do carpinteiro, contavam-se diversosromances, a comeqar da noite do incdndio, e cujos irltimos capltulosse desenvolviam a custa do casamento do velho usurhrio Clblio hias com apobre Emiliana e da enbrgica resoluqb tomada por esta, de ir pessoalmentedar queixa ao vice-rei contra Alexandre Cardoso; al6m de outras invenqces,pretendiam uns que o Conde da Cunha maltratara e despedira corn desprezocruel a pobre moqa queixosa; queriam outros que o conde se dispunha a castigarseverarnente o seu ajudante oficialde-sala; mas que tendo na mesmaocasib Marcos Fulgdncio esbofeteado no saguzo do palhcio ao ofensor desua filha, o vice-rei dera este por suficientemente castigado, e mandara emboraa ofendida sem reparaqgo, e o esbofeteador com perfeita impunidade.Havia, enfim, quem assegurasse que esta questgo se resolvera, ajustando-se ocasamento de Alexandre Cardoso com a viirva de Cl6lio hias.0 Conde da Cunha tinha mandado chamar Jer6nimo Llrio, dequem ouviu por mihdo quanto Ihe acontecera, e o verdadeiro motivo dodisfarce de Isidoro; garantindo ao negociante a seguranqa pessoal desse jovem,ordenou-lhe que o trouxesse logo P sua presenqa.