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0 Conde da Cunha era madrugador, e especialmente no verso,preferia trabalhar nas horas frescas que precedem ao intenso calor tropical.Sentado B mesa, o vice-rei examinava diversos paphis relativos Aadministraqa"~ da grande colbnia, e muito atentamente o alistamento doshabitantes da Capitania, a que mandara proceder, e que da cidade e de algumasvilas jii tinha chegado sem ddvida muito incornpletarnente executado;causava-lhe estranheza e pena o ndmero extraordinhrio de jovens solteiros dearnbos os sexos, e maldizia de urn fato que, embora aproveitasse bastante aoexbrcito, era evidentemente nocivo 6 moralidade e ao progress0 da col8nia.dependente do aumento da popula~Zo.0 vice-rei meditou por muito tempo sobre o assunto, e enfim,parecendo ter assentado em alguma provid6ncia, passou a ler o.utros paphis,encrespou a fronte, encontrando as nomeaqaes dos comandantes e oficiais donovo terco, propostas por Alexandre Cardoso, e tra~ando com a pena os nomesdos candidatos, escreveu em nota: "proponha outros".Interrompendo o trabalho para almoqar, voltava de novo aele, quando Germiano Ihe apareceu.0 Conde da Cunha olhou para o mudo, que estendendo o braqo,apontou corn o dedo para o lado da entrada do paliicio, e aproximando-se,entregou-lhe uma folha de papel.0 vice-rei leu: "a viuva de Clhlio hias".- Clhlio hias! 0 velho usurario que rnorreu?0 mudo fez sinal afirmativo.- Faze-a entrar para aqui.Germiano tinha regalias excepcionais no palicio, e todos respeitavamnele o ca"o fie1 e estimado do vice-rei.Dal a pouco Emiliana, trajando pesado luto, entrou conduzidapelo mudo, que imediatamente se refirou.A jovem e bela menina estava comovida e trgrnula; mas havia no
seu rosto alguma coisa de enhrgica decisb.- a vidva de ClBlio bias? perguntou o conde.- Sou, Sr. Vice-Rei; e sou tamb6m a filha do carpinteiro Marcos.Fulgbncio.Ouvindo esse nome, o vice-rei fez um movimento; mas conteveselogo, e disse friamente:- Pode falar.- 0 Sr. Vice-Rei mandou reconstruir B sua custa, a casa de meupai, devorada pelo incbndio, cuja origem at6 hoje nZo se explicou; ha, por6m,outra desgraqa muito maior, de que fomos vltimas nessa noite e que oSr. Vice-Rei n b pode reparar.- E qua1 B?. . .- 0 ultraje feito 4 minha honra, disse Emiliana, abaixando a voze a cabeca.- Se houve crime, nb faltar5 o castigo; mas, onde as provas docrime?- Sr. Vice-Rei, nb venho pedir a exposi~Zo pdblica da minhavergonha para alcanqar vinganqa, aviltando-me aos olhos de todos ...- EntZo que quer?- 0 Sr. Vice-Rei 6 juiz e B pai do povo que governa, eu nb re-queiro ao juiz, queixo-me ao pai.0 conde sentiu a delicadeza da observa~Zo e reconheceu que Ihefalava uma jovem, que recebera alguma educaqZo.- Ouem foi o seu ofensor? perguntou.- Um hornem que se cobre com o nome e com a proteqb doSr. Vice-Rei.- 0 seu nome?- Alexandre Cardoso.0 conde ja esperava ouvir esse nome, e por isso nb mostrouabalo, nem surpresa.- Conte-me a historia do seu infortdnio, disse ele.Emiliana fez um supremo esforqo para dominar o pejo que Ihepeava a lingua, e com os olhos no cHa"o, comecou a falar.0 vice-rei escutava a historia de que sabia metade; havia, porem,nela, um ponto obscuro e duvidoso que desejava esclarecer: erii i e Emilianafora vitima da violbncia, ou cdmplice seduzida, ou especuladora enganada.Pouco a pouco a inocbncia e a verdade de Emiliana foram entrandona alma do vice-rei.Mas, enquanto o Conde da Cunha ouvia com interesse animadora filha do carpinteiro, uma cena violenta se passava no sagub do palhcio.Alexandre Cardoso chegou; e, ao entrar no sagua"o, esbarroucom Marcos Fulgkncio, que, passeando, esperava Emiliana.
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SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURACons
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Jer6nimo Lirio sabia bem que a sua
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Llrio, embarcando em suas cadeirinh
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hospeda, porern corn certo constran
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Ouviu-se dai a pouco uma praga do v
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XXXMarcos Fulgdncio voltava do trab
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