/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

A casa de AntBnio Pires era na Rua Direita, a principal da cidade;no pavimento terreo, tinha ele o seu armaz6m comercial, com amplasproporcaes que se estendiam at6 em frente ao mar; no sobrado, preparadocom o maior luxo, morava ele, como em desmesurada solidb.Mais rico do que Jerbnimo, pois que na"o tinha mulher nemfilhos, expansivo, alegre e obsequiador. Ant8nio Pires cultivava nurnerosas eexcelentes rela$es na cidade do Rio de Janeiro, e naquela noite reuniraescolhida sociedade corn prop6sito tb evidente de festejar JerBnimo Llrio,que nb havia urn s6 convidadoj que nb fosse tamb6m negociante ou cava-Iheiro, que o seu amigo conhecesse, estimasse ou apreciasse.AntBnio Pires estava como adoidado pela alegria que Ihe causavaa presenca da famllia de Jer6nimo; a este dissera:- Tu 6s velho caloteiro arrependido, que comeCas hoje a pagarmeo que me deves.A Sr? Inks disse, com os olhos irmidos de lagrimas de inexprimlvelcontentamento:- Comadre, tome o govern0 da casa; todos aqui e eu na coma,somos seus h6spedes. . .E voltando-se para Irene e In6s, exclamou a rir, mostrandoJerBnimo:-- Meninas, aquele velho carrancudo e feio n b manda nada nestacasa; vocds hoje sa"o minhas filhas, toca a brincar!E, dirigindo-se a Isidora:- Devolvo-lhe a dita que estou gozando.. .- A mim? perguntou Isidora, admirada. . .- Na"o o sabe, nb o pensa; mas 6 assim; sou o devedor; porbm,em vez de pagar-lhe a minha dfvida, pedir-lhe-ei novos favores. . . ha de cantar-nosos seus lundus. . .E voltando-se ainda para Irene e Ink, gritou-lhes: