/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

0 vigesimo dia da quaresma 6 em todo o rnundo catblico desuspensa"~ de penitgncia, e como de fbrias dadas pela lgreja aos jejuns e aosausteros preceitos de religib santa e irnica verdadeira, impostos aos fi6isnesse perlodo anual que recorda os quarenta dias de jejurn e da supremameditaflo de Jesus Cristo antes da sua sagrada paixb e morte, que deixouno sangue do Deus rnhrtir o Jordzo que lava todas as culpas, e na cruz santlssirnaa Arvore da liberdade que regenerou e nobilitou, que regenera e nobilita,que hh de regenerar e nobilitar para todo sempre a humanidade.Esse dia exceptional, que a lgreja concede aos fieis para descansodas penitgncias e dispensa das abstinencias dos jejuns e das prdticasausteras, dava no Brasil ocasia"~ a uma folganqa popular n b pouco burlesca.A folganqa tomava o norne de serraqiio da velha.Descreveremos em poucas palavras essa especie de mascarada dosantigos costumes, que s6 no presente s6culo foi proscrita pela novacivilizaflo.Nas cidades e at6 nos pequenos povoados ajuntavam-se mancebosfolgaz* para a festanp; dizia-se que pelo correr da noite se havia deserrar a rnulher mais velha da cidade ou povoac;a"o, e era tZo simples e cr6dulaa gente daqueles tempos, que havia velhas que, tremendo de medo, se escondiamdurante o dia fatal para n b serem apanhadas pelos serradores.A noite, sala a sociedade B rua: homens possantes, vestidos acarAter, Bs vezes representando lndios, ou negros africanos, ou mouros, puxaVamurn carro com imenso estrado, sobre o qua1 viam-se meia dirzia de figurantestrajando B fantasia e uma grande serra armada e pronta para serraruma pipa, dentro da qua1 se dizia ir encerrada a velha condenada ao sacrif fcio.Onde era possfvel obter-se mirsica, uma dirzia de tocadores deinstrurnentos bArbaros, ou capazes de produzir grande ruldo, nso exclula abanda de musica de verdadeiros professores que, durante a marcha da burlescaprocissb, alternavam com a orquestra infernal, tocando marchas alegres;