13.07.2015 Views

/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Germiano tracou com um l8pis que trazia, uma cruz no papelon<strong>de</strong> estava escrita a pergunta.No entanto Emiliana tinha vindo procurar Maria e encontrando-aa escutar B porta entreaberta do quarto, puxou-a com for~a pelo <strong>br</strong>acopara afast8-la daquele lugar, on<strong>de</strong> surpreendia um segredo; achando, porbm,teimosa resistlncia, hesitou, na"o sabendo o que <strong>de</strong>via fazer; porque, tolerandoaquele abuso, era cirmplice em uma traiqzo, e <strong>de</strong>nunciando-o, expunhatalvez a tremendo castigo a mulher audaciosa, e ia provocar perigoso abaloprovavelmente fatal ao velho doente.Ansiosa e tremula, Emiliana ouviu o nome <strong>de</strong> Alexandre Cardosomurmurado por Cl6lio has na pergunta que lera, e nb po<strong>de</strong>ndo arredardali a senhora <strong>de</strong> mantilha, <strong>de</strong>ixou-se tamb6m ficar, puxando sempre pelo<strong>br</strong>ae0 <strong>de</strong>sta,' mas talvez j8 niio menos cu<strong>rio</strong>sa que ela.0 mudo foi sucessivamente passando a Cl6lio os papbis <strong>de</strong> perguntas,e tracou uma cruz, quando a resposta foi - sim -, urn risco so<strong>br</strong>e asletras da pergunta, quando o velho respon<strong>de</strong>u - na"o -, e nSo fez sinal al-gum em uma pergunta, B qua1 o doente respon<strong>de</strong>u - nbsei.Cl6lio hias lia sempre em meia voz a pergunta que o mudo Iheapresentava e a que respondia imediatamente.Terminado esse interrogatb<strong>rio</strong> singular e impru<strong>de</strong>nte nas circunstlnciasem que se achava Cl6lio hias, Germiano apertou a m b do doente evoltou a dar conta da sua comissb ao vice-rei.Ao mesmo tempo Maria tornou B sala <strong>de</strong> jantar e, voltando-separa Emiliana disse:- Perdi o meu tempo; nada ouvi que fosse novo para mim.Emiliana n b podia dizer outro tanto, e estava espantada da perversbe dos crimes do homem que j4 era bastante criminoso para ela.' - Em que pensa, menina? perguntou Maria, pensa em. . .A moqa interrompeu-a corn viveza e respon<strong>de</strong>u:- Pensava naquele mudo. . .Maria sorriu-se fnaliciosamente; vendo, por6m, que Emilianacorava, disse-lhe:- A provi<strong>de</strong>ncia divina tamMm 6 muda: nb fala, mas n%odorme.0 facultative chegou, como prometeu; e Maria, per<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> todoa esperanp <strong>de</strong> falar a Cl6lio fiias, envolveu-se em sua mantilha, e, emboralevasse a promessa <strong>de</strong> que Ihe participariam, .quado o doente pu<strong>de</strong>sse recebbla,dada a hip6tese <strong>de</strong> escapar B morte, retirou-se contrariada.Dois egolsmos tinham, urn, tentado corn empenho sacrificar, eoutro, efetivamente sacrificado sua vonta<strong>de</strong> todas as consi<strong>de</strong>ra@es <strong>de</strong> respeitoe <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>, a que tinha direito um velho doente e em perigo <strong>de</strong> vida;o egolsmo da vingan~a e o egolsmo do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sp6tico. Emiliana soubera

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!