/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

Quatro ou cinco dias depois do carnaval, o Conde da Cunha,tendo recebido e lido o rnisterioso e anbnirno relat6rio da sernana, passoualgurnas horas em febril irritaqzo, fazendo gerner as salas do palhcio sob seuspassos pesados e acelerados.0s servos, as ordenanqas, os pr6prios ernpregados que trabalhavarnna Secretaria, trerniarn.- A ternpestade ronca; sobre quern caird o raio? dizia urn.- 0 Sr. Vice-Rei em idas e voltas, tern passeado hoje duas 16-guas, observava outro.- E a rnedida de sua c6lera, acrescentava urn terceiro.Mas a ternpestade serenava sern que caisse raio sobre algu6rn.0 vice-rei deixou de passear; a tarde correu tranqiiila, e ao anoitecer,Gerrniano foi charnado ao gabinete do Conde da Cunha.0s dois se achararn a s6s.- Escuta, disse o vice-rei.E tomando a carta ou relatorio que recebera das rnzos do pr6-prio Gemiano, leu-lhe urna pdgina, que continha a hist6ria de quanto se.passaraentre Alexandre Cardoso e Cl6lio hias, e do rnodo por que a este haviarnsido roubados os tr&s documentos falsos.Acabando de ler, o Conde da Cunha tornou, dizendo:- Quero saber se isso 6 verdade e precis0 sirnular ignordncia destesfatos, 6 indispensdvel interrogar o velho Cl6lio hias; eu me atraiqoaria, seo fosse procurar, e s6 tenho confianqa em ti; mas tu 6s mudo, e Cl6lio hiasest6 a rnorrer: que fards?. . .Gerrniano ficou irn6vel e refletindo; no firn de alguns rninutossorriu-se: tinha resolvido o problerna.0 rnudo dividiu urna folha de papel em oito peda~os, correucorn o dedo duas linhas do relat6rio e corn o rnesrno dedo fingiu escrever noprirneiro dos oito pedaqos de papel, e assirn foi igualrnente trazendo corn ossutros.