/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

A filha respondera com voz tremula:- Socorramo-lo; ele B meu irmb.A fraternidade de que Emiliana se lembrara, na'o era a do Evangelho:era a de duas vitirnas de um s6 e do mesmo algoz. Na'o ficava longe acasa de Cl6lio has; este porBm se achava ta'o tornado de dores, que as duassenhoras quase desanimaram em meio da empresa caridosa, tendo de carregB-loem seus bra~os.Arquejando de fadiga chegaram finalmente, e aberta a porta dacasa por um escravo ta'o velho como seu senhor, e o ljnico e a ljnica pessoaque cam ele habitava, depositararn na mais pobre cama o rico usur8rio. queardia j6 em febre, e soltava profundos gemidos.0 escravo foi chamar um licenciado que morava na mesma Ruado Parto e que, acudindo diligente, examinou ClBlio hias e declarou-o emperigo de vida'e precisando dos mais asslduos cuidados.0 velho tinha reconhecido Fernanda e Ihe beijara as ma'os.Fernanda chamou de parte a filha e disse-lhe:- Emiliana, este hornem emprestou dinheiro a teu pai, quandoconstrulmos a casinha que ontem se incendio~, e, usurBrio cruel para todos,lembrou-se que um dia Marcos o defendera contra um devedor que desatinadopor bBrbara penhora, o atacara na rua; e na'o quis receber juros da quantiaque Ihe devlamos e Ihe pagarnos.- Eu sabia tudo isso, minha m5e.- 0 velho hias estB is portas da morte e na"o tem quem o trate:eu na"o posso, e tu podes faze-lo. Teu pai aprovarB o nosso procedimento.No correr do dia achards uma hora menos atarefada para ir ver teu pai. Ficavelando por este homem sem amigos e sem parentes: B uma obra de misericbrdia,minha filha; e eu voltarei aqui muitas vezes.Fernanda afastou-se, e Emiliana murmurou lugubremente:- JB na"o corro perigo.E ainda teve duas grossas lagrimas para acompanhamento daironia terrivel com que se ferira.