/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

0 Conde da Cunha estava na verdade penhorado pela recep~bque tivera na visita a Jer~nimo, o conserto do caminho, o recebimento pelassenhoras no terreiro, a 0raqa"o religiosa no oratbrio brilhantemente ornado eiluminado, a riqueza do banquete, a alforria dos dois escravos que o serviramB mesa, a danqa e o canto das meninas, e tudo isso combinado e realizadoem cinco horas, tinham sido trabalhos e festas de improviso, e de cortesiadelicada, que obrigam 4Igratidzo.Mas fazend promessas de obsequies e de graqas na mesma ocasibe com evidente fa1 a de bom e melindroso gosto, o vice-rei talvez tivessea ideia de dominar pel vaidade e pela ambi~go de distin~6es os sentimentose a vontade do austero teimoso velho portugub.- Senhor J~rBnimo, disse ele; desde que me fiz seu hbspede, reconheci-meseu amigo.- Eis a( am nha ufania, e o meu maior galardb, senhor Vice-Rei.- Pois bem falemos, conversemos, como amigos que somos edevemos ser, e vamos di eto B questgo de que desejo ocup8-lo.Jer6nimo es erou silencioso que o vice-rei anunciasse a questb.IQue juizo faz do meu ajudante oficialde-sala?0 pior possivel, respondeu com seguranca o velho negociante.Por qu&?- Eu j6 tive a honra de dizer ao senhor Vice-Rei, que em casoalgum me farai denunciante.-:Aqui na"o est6 o vice-rei, est6 o amigo que interroga o amigopara oferecer-lhe ou nio oferecer-lhe uma proposicgo importante.JerBnimo adivinhou o pensamento e o empenho do Conde daCunha, e disse com ampla franqueza:- 0 dia mais glorioso da minha vida vai acabar desconsolado etriste; porque o senhor Vice-Rei veio distinguir-me altamente com a honra