/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

Depois de conversar algurn tempo corn a farnllia de JerBnirno, oconde foi ao terraqo e encareceu a feliz posiqlio da casa, e a esrnerada disposiclioe o cultivo da chicara, e tornando a sala, recebeu da senhora lnds opedido de aceitar uma colher de doce.Urn rnomento depois o vice-rei entrou na sala de jantar e viudiante de si o rnais espldndido e delicado banquete, e fazendo corn que assenhoras e JerBnirno se sentassern corn ele B mesa, disse sorrindo:- Eu nlio tinha conhecirnento da existdncia de urn palicio encantadona capital da colBnia!E honrou o banquete de rnodo a satisfazer os h6spedes que tbgalhardamente o recebiarn.Urn escravo'calqado e trajando libre nova e de luxo servia exclusivernenteo Conde da Cunha, rnudando-lhe os pratos e talheres.No fim de cerca de rneia hora o vice-rei levantou-se da mesa efez rnudarnente a oraqb de graqas.Urn outro escravo t5o ricarnente trajado, corno o outro, apresentou-se,finda a oraqiio, ao conde corn urn jarro e prato de our0 e finlssirnatoalha.Enquanto o vice-rei lavava os dedos, Jer6nirno tirou do bolso edeu ao prirneiro escravo uma folha de papel dobrada em quatro, e quandoo vice-rei acabou de enxugar os dedos, Jer6nirno tirou do bolso outra folhade papel sernelhante e a entregou ao segundo escravo.0 Conde da Cunha n5o cornpreendeu e teve curiosidade de sabero que significava aquela entrega de folhas de papel.- Que papbis slio esses? perguntou.- Senhor Vice-Rei, os escravos que tiverarn a honra de servirhoje irnediatarnente a V. EX.^, nunca rnais servirb corno escravos a outrapessoa.Erarn pois dois escravos que ficavarn libertos.0 vice-rei saiu cornovido da mesa do banquete.A guarda do vice-rei foi corn permiss50 deste introduzida na saladb jantar deixada pelo nobre senhor, que ao ver entrar os soldados, dissegracejando, o que rararnente fazia:- lnvejo aqueles estbrnagos de tarirnba! Mas eu tenho melhorlivro do que eles para perpetuar a nota desta visita: eles h5o de lernbri-la pelasdoze saudades de seu est6mag0, e eu pela rnernbia grata do coraq5o.A urn sinal de Jer6nirno a senhora In& foi sentar-se ao cravo, eas duas rneninas levantararn-se, e ao som da rnljsica danprarn corn explicavelacanharnento, mas corn graqa natural, rnerecendo ser abracadas de leve pelovice-rei.lsidora tornou em seguida urna guitarra, e cantou urna balada, eurn lundu que era gracioso sern ter a rnenor inconvenidncia.