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do a conversar, torcia levemente com os dedos a ponta do negro bigode doelegante militar.Dejanira cativava a H6rcules.Goncalo, abrasado em apaixonadas flamas, jurou dizer-lhe quantosabia, quando estivessem sos.- Por que nZo agora? perguntou Maria.0 tenente corou e disse tremendo e com os dentes cerrados:- Porque tu 6s escrava, e eu nZo sei se teu senhor te quereradeixar livre.Maria corou por sua vez, teve um impeto de colera; mas dominou-see tornou a falar.- E se eu o fizer sair ja?.- Ji?. . .- Em cinco minutos.- Dir-te-ei tudo imediatamente.Maria saiu da janela, dirigiu-se B sala do jogo, sentou-se junto deAlexandre Cardoso e disse-lhe ao ouvido:- HA meia hora que um soldado da guarda do vice-rei veio trazeruma carta dirigida a ti.- Onde est5 a carta?Maria mostrou; mas nZo entregou a carta.- DB-ma, disse Alexandre Cardoso; 6 talvez alguma ordem dovice-rei. . .- NZo 6 do Conde da Cunha.. .entrou.- Qu'importa? Seja de quem for; d8-ma.- Aqui ngo, respondeu Maria, retirando-se.Alexandre Cardoso seguiu a cortesa" at6 urn gabinete, onde elaMaria voltou-se e com voz alterada e os olhos em fogo, disse,mostrando a carta em sua rna"o:- Esta letra 6 de mulher!. . .Alexandre Cardoso riu-se do acesso de ci6me da amante.- Semelhante carta rnandada a minha casa 6 uma zombaria, umainj6ria a que na"o me resigno!- Maria, n b ha mulher que me escreva; tranqiiilira-te.- Oh!. . . tranqiiilizar-me!. . . exclamou a cortesa", misturando ofuror com as legrimas que dos olhos Ihe romperam.Alexandre Cardoso comoveu-se, ou quis p8r termo A questgo edisse:- Convence-te de que 6s louca: abre a carta, e I& o nome dequem me escreve.Maria, trhmula de irado ciirme, rasgou o sobrescrito, dobrou o
papel, e vendo a assinatura, sorriu-se e balbuciou um pouco confundida,entregando a carta, que na"o quis ler:- PerdZo, Alexandre.0 ajudande oficial-de-sala empalideceu, lendo o que Ihe cornunicavam,e visivelmente contrariado falou a Maria.- t forqoso que eu te deixe: um caso imprevisto reclama a minhapresenqa fora daqui; at6 amanha".E, beijando a ma"o da cortesa", foi a sala do jogo recolher o seudinheiro, e saiu apressado.Maria tinha aberto e lido a carta, em que urn dos pretegidos deAlexandre Cardoso, e encarregado de dar-lhe conta de quanto se passassecom o vice-rei, de quem era criado, the anunciava que Jer6nimo Lirio forarecebido em audidncia particular pelo Conde da Cunha, e estava corn esteem conversa~a"~ muito animada.0 ciOme da cortesa" fora um embuste para encobrir o repreensivelabuso do rompimento do selo da carta.Quando Maria voltou a sala, Alexandre Cardoso ja se tinha retirado;ela correu 3 janela, onde Gonqalo a esperava, e perguntou-lhe:- Que hB em relaqiio filha do carpinteiro?- f!uma bonita menina que nobremente resiste a toda especiede seduqa"~.- E ele? o sedutor?- A ele pr6prio nada ouvi; porque confess0 que desde algumassemanas me furto as confid6ncias e B intimidade de Alexandre Cardoso.Maria fgz um movimento de contrariedade.- Um dos seus amigos porem hB pouco me revelou urn planoatroz, a id6ia de um duplo crime. . .- Qual?- Aproveitando o isolamento da casa do carpinteiro, AlexandreCardoso a far6 incendiar, e a pretext0 de acudir ao incbndio, sera presente, econta poder violentar ou raptar a pobre donzela.- Quando se efetuara este projeto criminoso?- Amanhii ou qualquer dia.-A menina chama-se Emiliana. . . o pai Marcos Fulgbncio.- Niio sei; como o sabes tu, Maria?- I! que tu dormes, e eu velo, Gonqalo; nada sabes, e eu sei muitopor isso.- Oh! mas eu tambem sei muito, sei demais!. . .- 0 que, mentiroso?. . .- Adorar-te, feiticeira!. . .Maria beijou a fronte de Gon~alo, e fugia-lhe; ele, porkm, deteve-a,segurando-a pelo vestido e perguntou:
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SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURACons
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Jeranimo Lhio e sua esposa defendia
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- Ora. . . estas mentindo. . .- NZo
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