13.07.2015 Views

/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

0 vice-rei refletiu ainda alguns momentos, e enfim perguntou:- Quais sa"o os fatos mais escandalosos, os abusos mais violentos oucon<strong>de</strong>nheis, com que o ajudante oficial-<strong>de</strong>-sala tem comprometido o rneunome?Jer6nimo respon<strong>de</strong>u logo.- Eu tinha o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> avisar o senhor Con<strong>de</strong> da Cunha do perigo quecorre a sua reputaqa"~ jB rnuito caluniada pelas vitimas <strong>de</strong> mil abusos; masnb quero tomar o papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>nunciante <strong>de</strong> criminoso algum, <strong>de</strong>clinando oseu nome, e rnarcando os crimes.- 0 nome 6 Alexandre Cardoso. . .- o povo que o <strong>de</strong>nuncia.0 vice-rei tornou a refletir por algum tempo; respirava ansioso, e a c6-lera, a dhvida, o orgulho, o ressentimento, a dor atormentavam-lhe o cora-~a"o e o esplrito: voltava amiu<strong>de</strong> olhos ar<strong>de</strong>ntes para JerBnimo.Depois que muito pensou, disse pausada e gravemente:- JerBnimo Li<strong>rio</strong> tem fama <strong>de</strong> negociante consciencioso e <strong>de</strong> homempuro, cuja palavra 6 sagrada.JerBnimo curvou-se.0 Con<strong>de</strong> da Cunha continuou:- Tenho at6 hoje <strong>de</strong>sprezado quantas queixas e <strong>de</strong>nbncias contra AlexandreCardoso seus inimigos fo<strong>rj</strong>aram; <strong>de</strong>positei at6 hoje plena, e, se quise- .rem, cega confian~a no meu ajudante oficial-<strong>de</strong>-sala; sei bem como 6 f6rtilem calbnias o 6di0, e como aqueles que mais fielmente, e em rnais alta posi-~a"o servem ao <strong>gov</strong>erno, esta"o sujei'tos is setas do aleive e aos ernbustes daperfldia; mas JerBnimo Ll<strong>rio</strong>, o homem austero, sem refolhos nern mentira,o velho negociante portugu6s que nesta cida<strong>de</strong> 6 mais consi<strong>de</strong>rado e venerado,ou me ultrajou corn injdria <strong>de</strong>scornedida, ou me a<strong>br</strong>iu os olhos so<strong>br</strong>eum err0 que nodoa a minha vida: 6 isso ou na"o?. . .- I! isso, senhor Vice-Rei, respon<strong>de</strong>u JerBnimo.- Pois bem: juro que hei <strong>de</strong> castigar a inj<strong>br</strong>ia ao lavar a n6doa.E o Con<strong>de</strong> da Cunha fez a JerBnirno sinal para retirar-se.- E arnanha" ao rneio-dia?. . . perguntou este.-. Apresente-se ao oficial-<strong>de</strong>-sala.- Ele sabera que estive aqui hoje.0 vice-rei sorriu-se terrivelmente.- Nb 6 claro que o remeti para ele?. . . Se JerBnimo Li<strong>rio</strong> n k mente,o vice-rei B o oficial<strong>de</strong>-sala.E corn um novo aceno <strong>de</strong>spediu JerBnimo, que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> profunda reverenciaapenas correspondida por leve rnovirnento da cabeca do Con<strong>de</strong> daCunha, se retirou.0 vice-rei foi encerrar-se em seu gabinete; mas passados <strong>de</strong>z minutos,tocou corn forca a carnpanhia, a que acudiu. . . um criado:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!