13.07.2015 Views

/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

0 Con<strong>de</strong> da Cunha encrespou as so<strong>br</strong>ancelhas.- Estava seguro que eu a ignorava?. . . Pesa bem, enten<strong>de</strong> bem o quepo<strong>de</strong> significar o que acaba <strong>de</strong> dizer?- Sim, senhor Vice-Rei.- Diga pois, diga franco e sem reservas don<strong>de</strong> Ihe vinha semelhanteseguranca, diga. . .- E que tenho a certeza <strong>de</strong> que o senhor Vice-Rei ignora muitas or<strong>de</strong>nsque seexecutam, e muitos atos que se praticam em seu nome!- Mas. . . entzo. . . essa minha ignorlncia 6 um <strong>de</strong>smazelo criminoso,indigno. . . uma prova <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong>. . .- Nb, senhor Vice-Rei; mas 6 uma cegueira fatal. . .0 Con<strong>de</strong> da Cunha <strong>de</strong>u um murro so<strong>br</strong>e a mesa, e exclamou:- Sei tudo quanto se faz!- NZo sabe, senhor Vice-Rei! N5o sabe, e ainda bem que o n3o sabe!0 Con<strong>de</strong> da Cunha agarrou com ambas as m3os o <strong>br</strong>aco direito <strong>de</strong>JerBnimo, e apertando-lho, disse:- Velho terrlvel! Quero dar-te o direito do insulto, fala! dize tudo! ...- N b sabe, senhor Vice-Rei, tornou Jerbnimo impavidamente; n3osabe; porque eu recebi <strong>de</strong> Portugal informa~ae so<strong>br</strong>e o carhter do senhorCon<strong>de</strong> da Cunha, e foram todas acor<strong>de</strong>s em lamentar a rispi<strong>de</strong>z do seu g6nio.' e em louvar o seu esplrito <strong>de</strong> justi~a severa, e a honestida<strong>de</strong> dos seus costumese do seu cariter.- E entzo?. . .JerBnimo hesitou pela primeira vez.- Fale! <strong>br</strong>adou-lhe o vice-rei.- E que, se o senhor Vice-Rei soubesse tudo quanto se faz em seu nomee os verda<strong>de</strong>iros motivos <strong>de</strong> atos que manda praticar, o senhor Con<strong>de</strong> daCunha nzo seria um homem honrado.0 velho, orgulhoso fidalgo e potente vice-rei, recuou alguns passosaturdido e como cambaleando pela violdncia do golpe que recebera; guardousilencio ameacador durante alguns minutos; <strong>de</strong>pois avancou para Jerbnimo edisse-lhe com voz cavernosa e trbmula:- Entendo: 6 inimigo <strong>de</strong> Alexandre Cardoso.Jerbnimo respon<strong>de</strong>u:- Sou, senhor Vice-Rei.- Deseja perdb-lo. . .-- Desejo.0 Con<strong>de</strong> da Cunha esperava negativas, e a franca <strong>de</strong>claraqiio <strong>de</strong> JerBnimoainda mais o impressionou.- A razb <strong>de</strong>ssa inimiza<strong>de</strong>?- 6 segredo meu que, se tiver conseqiibncias, correrzo todas porminha conta e risco.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!