/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

Alexandre Cardoso tinha errado em seus c8lculos: mandando a terrlvelcarta e o trai~oeiro bilhete hora vizinha da noite a JerBnimo Llrio, contavaque s6 no dia seguinte, e no prazo oficialmente rnarcado, se apresentaria estepara dar as explica~aes exigidas, e tanto mais que redigia a carta de modo aencher de terror o mais corajoso.Na segunda -feira desde as oito horas da manhl, o ajudante oficial-desalaestaria no seu posto, e sornente com ele Jer6nirno Llrio poderia entender-se,pois que para chegar ao vice-rei era precis0 passar por ele, que quandoIhe convinha, sabia ser indestrutlvel barreira, tendo em todos os empregadosda sala e da alta administra~go criaturas suas.Refletindo assim, Alexandre Cardoso foi procurar esquecer-se da belaInbs, mergulhando a lembran~a do seu amor ainda infeliz no Letes do jogo eda orgia.Al6m do jog0 e da orgia Alexandre Cardoso apetecera para um dosdias de entrudo o passatempo da seduqZo ou do rapto violento de urnabonita rapariga de cor, que tinha preten~6es a viver muito honestarnenteapesar de ser filha de um simples carpinteiro.Jeranimo Lirio tivera a mais feliz das inspira~ces.AS oito horas da noite, apresentou-se a p6 e s6 na antiga casa dosgovernadores,onde estava o vice-rei; a guarda disputou-lhe a entrada e ele insistiu,declarando que viera a chamado do pr6prio vice-rei.Um soldado subiu a dar parte ao Conde da Cunha do que se passava, evoltou em breve, dizendo que o vice-rei nb recebia pessoa alguma a taishoras.JerBnimo Lirio teimou; rasgando uma tira de papel da carteira, escreveuseu nome, e disse que havia questgo de honra, e caso de grande crimepirblico, obrigando-o a incomodar o chefe supremo da colBnia.0 soldado,, depois de longo hesitar, e convencido pela eloqiiencia deuma peca de ouro, tornou a subir, embora tremendo de medo.