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representações da sociabilidade feminina na imprensa do século xix

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Fênix – Revista de História e Estu<strong>do</strong>s CulturaisMaio/ Junho/ Julho/ Agosto de 2010 Vol. 7 Ano VII nº 2ISSN: 1807-6971Disponível em: www.revistafenix.pro.br6As ativi<strong>da</strong>des de impressão eram, contu<strong>do</strong>, fortemente censura<strong>da</strong>s. Eranecessário solicitar permissão para imprimir qualquer coisa: livros, elogios fúnebres,orações de ação de graça, trata<strong>do</strong>s de teologia, textos comerciais e até escritoscomemorativos de eventos históricos. Tentava-se evitar a propagação de ideiasconsidera<strong>da</strong>s perigosas e perturba<strong>do</strong>ras <strong>da</strong> ordem pública. O jor<strong>na</strong>l que i<strong>na</strong>ugura atradição de impressão periódica no Brasil é a Gazeta <strong>do</strong> Rio de Janeiro, a voz <strong>da</strong>Corte, com sua primeira edição publica<strong>da</strong> pela Impressão Régia em 10 de setembro de1808. Alguns meses antes, no entanto, já circulava clandesti<strong>na</strong>mente no Brasil oCorreio Braziliense. Publica<strong>do</strong> em Londres, era obra de Hipólito <strong>da</strong> Costa, considera<strong>do</strong>por alguns o pai <strong>do</strong> jor<strong>na</strong>lismo brasileiro, talvez pelo caráter independente <strong>do</strong> seujor<strong>na</strong>lismo. Era maçom, persegui<strong>do</strong> pela Inquisição, um mo<strong>na</strong>rquista constitucio<strong>na</strong>l.Os <strong>do</strong>is periódicos eram muito diferentes em vários outros aspectos. A Gazetatinha periodici<strong>da</strong>de curta e preço baixo. Volta<strong>da</strong> para a divulgação <strong>do</strong>s atos <strong>do</strong>sgover<strong>na</strong>ntes, veiculava notícias inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, informes sobre <strong>na</strong>vegação e relatos eboletins referentes às batalhas e situações vivi<strong>da</strong>s pelas tropas alia<strong>da</strong>s contra Napoleão.Na última pági<strong>na</strong>, uma seção trazia pequenos anúncios de interesse mais local, porintermédio <strong>do</strong>s quais é possível conhecer um pouco <strong>do</strong> cotidiano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>Rio de Janeiro, <strong>do</strong>s valores e <strong>da</strong>s expectativas <strong>da</strong> época. O Correio Braziliense, por suavez, em suas volumosas edições mensais, apresentava um jor<strong>na</strong>lismo opi<strong>na</strong>tivo, maisinterpretativo e a<strong>na</strong>lítico, comentan<strong>do</strong> atos oficiais e acontecimentos. O jor<strong>na</strong>l nãoretratava o cotidiano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.Tanto a Gazeta quanto o Correio foram veículos de divulgação deacontecimentos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is importantes <strong>na</strong> orientação <strong>do</strong> comércio exterior e também<strong>do</strong>s decretos régios, exercen<strong>do</strong> sua influência de formas diferentes. Enquanto a Gazeta,porta-voz <strong>do</strong> governo, foi aos poucos amplian<strong>do</strong> seus serviços e sua influência nocotidiano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, o Correio Braziliense exercia influência política sem censura,ten<strong>do</strong> ti<strong>do</strong> papel relevante <strong>na</strong> defesa <strong>da</strong> permanência de D. João no Brasil, após a derrotade Napoleão, e <strong>na</strong> campanha pela autonomia <strong>do</strong> Brasil em relação às Cortesportuguesas 11 .11BARBOSA LIMA SOBRINHO, Alexandre. Hipólito <strong>da</strong> Costa e o Correio Braziliense. In: COSTA,Hipólito José <strong>da</strong>. Correio Braziliense, ou Armazém Literário. São Paulo/Brasília: Imprensa Oficial<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>/ Correio Braziliense, 2001, p.ix-xvi.

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