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representações da sociabilidade feminina na imprensa do século xix

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Fênix – Revista de História e Estu<strong>do</strong>s CulturaisMaio/ Junho/ Julho/ Agosto de 2010 Vol. 7 Ano VII nº 2ISSN: 1807-6971Disponível em: www.revistafenix.pro.br4de escravos, excluí<strong>do</strong>s de qualquer direito civil ou político. A relação estabeleci<strong>da</strong> coma palavra impressa era, então, frequentemente media<strong>da</strong> pela orali<strong>da</strong>de.As mensagens media<strong>da</strong>s são, portanto, transforma<strong>da</strong>s em um processo contínuode repetição, reinterpretação, comentário e crítica, fornecen<strong>do</strong>, nesse processo deelaboração discursiva, estruturas <strong>na</strong>rrativas a partir <strong>da</strong>s quais os sujeitos posicio<strong>na</strong>m-sediante <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> em que vivem. Tal constatação revela-se extremamente significativaquan<strong>do</strong> se pensa <strong>na</strong> memória social e no papel <strong>do</strong>s meios de comunicação em suaconstrução.Os meios de comunicação produzem “uma idéia de história” e, neste processo,legitimam-se como lugar social. Não se pode, to<strong>da</strong>via, perder de vista que, ao registraros fatos <strong>do</strong> cotidiano, os meios de comunicação engajam-se em operações discursivasde seleção e de atribuição de senti<strong>do</strong>s, orienta<strong>da</strong>s por uma economia discursiva e pormecanismos ideológicos que lhes são próprios 6 . Assim, as (re)interpretações podemprovocar efeitos de senti<strong>do</strong> distintos: <strong>do</strong> esquecimento, ou <strong>do</strong> retorno de algum senti<strong>do</strong>antes silencia<strong>do</strong>, e inclusive a irrupção de um novo senti<strong>do</strong>, que poderá até vir adesestabilizar as configurações de poder. Configura-se, portanto, um campo de disputasde senti<strong>do</strong>s. Se, por um la<strong>do</strong>, a memória pode ser vista como uma conquista, é precisoque a reconheçamos também como objeto e instrumento de poder 7 .É a partir <strong>da</strong> perspectiva acima esboça<strong>da</strong> que as práticas discursivas <strong>da</strong><strong>imprensa</strong> <strong>do</strong> século XIX são toma<strong>da</strong>s como espaço de enunciação em que se constroem(e deixam vestígios) processos de subjetivação <strong>da</strong> mulher. Exami<strong>na</strong>r estas marcasimplica compreendê-las em sua relação com as formações sociais históricas em queforam produzi<strong>da</strong>s e as redes de senti<strong>do</strong>s a que se filiam; dito de outra forma, implicaexami<strong>na</strong>r as posições ocupa<strong>da</strong>s pelos sujeitos e as formações discursivas <strong>na</strong>s quais ossenti<strong>do</strong>s se origi<strong>na</strong>m e com as quais mantêm relações mais ou menos tensas.Do ponto de vista <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> memória social, o que se pretende, a partir<strong>da</strong> análise de um corpus heterogêneo, construí<strong>do</strong> a partir de discursos publica<strong>do</strong>s emdiferentes periódicos, em momentos distintos <strong>da</strong> história, é perceber, em meio aos67RIBEIRO, A<strong>na</strong> Paula Goulart. A mídia e o lugar <strong>da</strong> história. In: HERSCHMANN, M.; PEREIRA, C.A. M. Mídia, memória e celebri<strong>da</strong>des. Rio de Janeiro: E-papers, 2005, p. 121.LE GOFF, Jacques. História e memória. Campi<strong>na</strong>s: Unicamp, 1996.

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