13.07.2015 Views

Carlos Humberto Carvalho Energias Renováveis Mil ... - CCDR-LVT

Carlos Humberto Carvalho Energias Renováveis Mil ... - CCDR-LVT

Carlos Humberto Carvalho Energias Renováveis Mil ... - CCDR-LVT

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

tema de um festival promovido pela Câmara Municipal. Diferentedo bairradino na forma (embora assado em forno, é aberto .e espalmado) e também no tempero, o leitão de Negrais encontraa maioria dos seus adeptos no seu lugar de nascimento e naGrande Lisboa. Nas secções de pronto-a-comer das grandes superfíciesencontra-se muito, em geral com mau aspecto. Característicacomum ao à moda da Bairrada. Por isso, seria avisado que, querem Negrais, quer na Bairrada, se tomassem as medidas necessáriasà defesa da genuinidade e qualidade dos seus leitões assados.A doçaria da região é abundante e conhecida, com destaque paraas queijadas, mais os travesseiros de noiva, os biscoitos vários,bem como os fofos, as broas e os fartos de Belas.Em Cascais, a sempre vila e bela, voltamos ao chorume marítimo.Ao caldo de peixe, ao mexilhão de caldeirada à fragateira, à caldeiradade robalo grande, às sardinhas assadas no forno, à salada .de lagosta e à lagosta à faroleiro, às sardas ou cavalas salgadascozidas em leite. Adoçaremos a boca com areias, nozes, pratas, .joaninhas e raivas.Colares do século xix aos nossos diaspor paliçadas de canas, foram sempre muito difíceis de beber .em novos, por serem muito taninosos, adstringentes, até acerbos,serem magros de corpo e de baixa graduação alcoólica. Tinha quese ter paciência para esperar por eles uma vintena de anos. .Esta questão técnica, aliada à pressão urbanística, fez com que osColares entrassem numa decadência, que quase os matou. .A Adega Regional de Colares, que detinha o monopólio da concessãoda denominação de origem, enredada numa teia burocráticadifícil de deslindar, também não ajudou à modificação .da situação, embora recentemente dê mostras de algum dinamismo.Neste quadro, a compra pela Fundação Oriente, de <strong>Carlos</strong>Monjardino, a pedido da Câmara Municipal de Sintra, da únicavinha contínua com uma dimensão razoável, plantada nos anos80 do século passado pela antiga firma <strong>Carvalho</strong>, Ribeiro .& Ferreira nas Azenhas do Mar, deu algum alento a Colares, mas .a Adega Regional de Colares defende posições de algum fundamentalismo,que não são bom augúrio. Da vinha original com acasta Ramisco plantada em chão de areia fez-se um tinto, em2004, agora colocado à venda. O seu perfil, porém, ainda temmuito do Colares à antiga, sendo necessário esperar algum tempopela evolução do vinho em garrafa para ver o que dá.Os admiradores de Eça de Queirós e dos seus romances sabemque os tintos de Colares são várias vezes referidos e elogiados.Estes vinhos, produzidos em terras situadas entre Sintra e o mar,na várzea de Colares e em terrenos de Azenhas do Mar, eram .comparados, na elegância e aroma delicado, aos Bordéus, famaque transitou para o século xx. Ainda na década de 70, o conhecidoespecialista e crítico de vinhos britânico Hugh Johnson assimos tratava no seu influente «The World Atlas of Wine». Foi no finaldessa época que bebi o único Colares Ramisco de chão de areia .de que me recordo com saudades: um tinto de um produtor .de Banzão da colheita de 1948. Foram duas garrafas e o vinhoestava perfeito: cor casca de cebola seca, aroma delicado comnotas salgadas de terra, bosque e cogumelos, aveludado e longona boca, acompanhou na maravilha um rosbife, caramelizado porfora e rosadíssimo no interior.Os vinhos tintos de Colares da casta Ramisco cultivada em chãode areia perto do mar, plantas protegidas dos ventos e da salsugemEntretanto, a Fundação Oriente, que contratou o enólogo PauloNigra para fazer os novos vinhos, decidiu arrancar a vinha velha,que tinha problemas sérios de ordem sanitária, e plantou, segundoas melhores regras, nova vinha com plantas sãs. Já há um tinto de2005 engarrafado e outro de 2006 ainda em barricas. São vinhosem que os taninos se mostram mais civilizados e têm um graualcoólico de 12º/12,5º, bem acima dos tradicionais 10º, .e podem ser bebidos mais cedo.Mas a grande novidade dos novos Colares é um branco da colheitade 2006, elaborado com uvas da casta Malvasia de Colares, que .só na região existe, a dominar o conjunto, que deu origem a umvinho de perfil exótico, com fruta e frescura no aroma, uma acidezexpressiva, corpo elegante e bem estruturado com notas minerais,que está mesmo a pedir uma dúzia de ostras de Setúbal ao naturalou um peixe grande daquela costa assado no forno. Quer dizer,nem tudo parece perdido em Colares.60 |

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!