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Carlos Humberto Carvalho Energias Renováveis Mil ... - CCDR-LVT

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nuclear e hidrogénioo futuroAenergia nuclear continua a levantar desconfianças e aser alvo depolémica. Associações ambientalistas ecientistas da área têm posições opostas. O catedrático doInstituto Superior Técnico, <strong>Carlos</strong> Varandas, presidente doCentro de Fusão Nuclear, não esconde os riscos da energiaque tanto assusta, mas não é indiferente às vantagens económicase ambientais. Para este investigador, recentementeeleito presidente do Conselho de Administração doEuropean Joint Undertaking - Empresa Comum Europeiapara o projecto internacional ITER, que vai ser a maiorexperiência mundial de fusão nuclear e visa demonstrarcientífica e tecnicamente a viabilidade da energia de fusãoe testar a operação simultânea das tecnologias necessáriaspara a operação de um reator de fusão nuclear, agregandosete parceiros: EUA, China, Índia, Japão, Coreia .e Rússia - «trata-se de uma energia extremamente barata,limpa, potente e, actualmente,garante níveis de segurançaincomparavelmente maiores que os da primeira geração».Este é o processo que está hoje comercializado e que se encontraem alguns países da Europa, sendo responsável pela produção de12% da energia eléctrica mundial.Ou seja, enquanto crescem os protestos à construção de uma centralde fissão nuclear em Portugal, cá e noutros lados do mundo jáse anseia pela energia nuclear do futuro: a de fusão, que, se porenquanto é um sonho, não tarda a ser real. Segundo <strong>Carlos</strong>Varandas, a energia de fusão nuclear apresenta três grandes vantagensem relação à de fissão. «É inesgotável, é amiga do ambientee é ainda mais segura». Inesgotável, porque os combustíveis debase - o deutério e o trítio - existem em quantidades abundantesna Terra. Amiga do ambiente, na medida em que «não produzlixos radioactivos e não implica o transporte de elementos radioactivosfora da central» (a explicação está no facto de o único elementoque em toda a produção é radioactivo é o trítio, o qual éproduzido no interior do reactor). Segura, porque «o combustívelsó entra para o reactor à medida que vai sendo consumido».É barata, porque mesmo que se contabilizem os custos do desmantelamentodas centrais, o preço do quilowatt.hora geradonuma central nuclear é altamente competitivo se comparado aocusto das centrais térmicas que usam combustíveis fósseis». .É limpa, no sentido em que «não há queima de combustíveis fósseis;e, não havendo esta queima, não há libertação de gases deefeito de estufa para a atmosfera». Segura, porque, ao contráriodas centrais nucleares convencionais - infelizmente ainda operacionaisem alguns países de Leste, o que constitui um problemagrave, pois já passaram o prazo de validade e são uma fonte permanentede risco -, as novas centrais têm os chamados reactoresde segunda geração, construídos de maneira a que «as radiaçõese os resíduos radioactivos ficam circunscritos no interior do edifícioda central, impedindo a sua propagação para o exterior».Potente, porque «produz grandes quantidades de energia compequenas quantidades de massa (combustível)». Os cálculos jáforam feitos: para produzir um megawatt (MW) de energia eléctricadurante um ano são precisas 2500 toneladas de carvão, 1500toneladas de fuelóleo, 700 toneladas de gás natural, 25 quilos deurânio (isto no caso da energia nuclear de fissão) e apenas 250gramas de deutério (se for energia nuclear de fusão). Só para distinguirfissão e fusão, é importante saber que a energia nuclearpode materializar-se de duas formas: por fissão/cisão ou porfusão. A segunda é um sonho, a primeira é a que existe e consistena «desintegração de um átomo de um elemento pesado; aodesintegrar-se, os fragmentos vêm com energia que vai ser usadapara aquecer a água, transformá-la em vapor de água, que porsua vez vai fazer mover a turbina e assim produzir a energia eléctrica».Uma das questões que nos últimos meses tem estado na ordemdo dia é se é mesmo nuclear uma central em Portugal. E nesteaspecto, alguns investigadores têm dificuldade em responder tãoprontamente a favor ou contra. Para <strong>Carlos</strong> Varandas, para sepoder decidir a favor do Sim ou do Não, é preciso que se verifiquemalguns pressupostos. Primeiro, «um plano energético português,onde se demonstre a necessidade de construir uma centralem Portugal». E isto porque pode ser mais vantajoso e maisbarato para o país comprar energia nuclear a França ou a Espanha.Segundo, «um organismo regulador do nuclear, independentedos poderes económico e político». Esta é, de resto, uma das condiçõesexigidas pela Agência Internacional de Energia Atómica acada país no licenciamento de uma central nuclear. Terceiro, «técnicosportugueses especializados em energia nuclear». E por último,«um levantamento geológico do país», sem o qual não sesabe se o local onde se poderia construir a central apresenta fragilidadessísmicas.Quanto às energias renováveis, este especialista defende que opaís deve investir mais, mas avisa que «não podem ser o únicoveículo para obter energia, já que não conseguem responder àsnecessidades mundiais». Nos próximos 50 anos a populaçãomundial crescerá de 6 para cerca de 10 mil milhões de pessoas,sendo que, no mesmo período, a procura de energia duplicará oumesmo triplicará. A concentração do aumento da população nascidades fará aumentar a necessidade de sistemas de produção deelectricidade em grande escala. Este cientista crê que a fusãonuclear e o hidrogénio são as energias do futuro capazes de satisfazero aumento da necessidade energética mundial.| 29

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