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Carlos Humberto Carvalho Energias Renováveis Mil ... - CCDR-LVT

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(olha novamente para as turbinas ao longe) «deixa-nos um bocadoapreensivos... Eles fartam-se de andar por aí, é um sobe e desde degente que vem até cá acima ao monte, o povo diz que andam a verse põem aqui mais algumas ventoinhas».Turbinas no rio TejoAlguém tem visão capaz para imaginar que daqui a dez anos,dentro do Tejo, veremos turbinas gigantes como as que se vêm .ao longo da A8? Pois é o que irá acontecer, caso vingue o projectoda Lisboa E-Nova, Agência Municipal de Energia e AmbienteLisboa E-Nova. A proposta consiste na inslatalação de vinte aerogeradoresentre a Ponte Vasco da Gama e Vila Franca de Xira, umtrajecto que, segundo um estudo do INETI, tem duas mil horas devento por ano. «Propusemos vinte, mas se nos concederem autorizaçãopara instalar apenas duas, já não será mau, pois essaquantidade irá satisfazer as necessidades da população da EXPO».As vinte turbinas, imagine-se, dariam para abastecer «360 milhabitações, aproximadamente», garante a administradora delegadada Lisboa E-Nova, Livia Tirone.José ArmandoOs aerogeradores gigantes não são a única forma de aproveitar .o vento para produção de energia. No futuro, que tudo indica sermais próximo do que imaginamos, os aerogeradores em .tamanho mini serão parte integrante do telhado de um prédio. .E a cidade de Lisboa, pelos vistos, tem óptimas condições. A presidentedo departamento de energia eólica do INETI acreditamesmo que as pequenas turbinas eólicas para ambientes urbanos,construídos a par dos sistemas fotovoltaicos, «podem contribuircom uma percentagem não desprezável dos consumos de cidadescomo Lisboa». Para estas aplicações, Ana Estanqueiro adianta queo INETI está a desenvolver a turbina TURBan, «a primeira turbinaeólica de concepção, projecto e fabrico inteiramente nacional».Quem nada sabe dessa matemática é o pastor José ArmandoEsteves, 52 anos, que já ouviu falar «dessas coisas da eólica» masque prefere o nome que sempre utilizou: «Está a falar do vento,não está? Ele há cada uma que inventam. Eólica! Por que nãodizem vento? Isso toda a gente sabe o que é. Já ouvi, sim senhora,e não tenho nada contra. Se não fizerem mal à saúde da gente,não tenho perturbações com isso».Instalar eólicas urbanas exige, no entanto, cuidados ao nível .da segurança, pois, como alerta a arquitecta Livia Tirone, poderáhaver edifícios sem condições estruturais: «A força do vento nosmini-aerogeradores pode partir a estrutura que está por baixo .e, por isso, há que garantir, primeiro, que a estrutura do edifício .é resistente». Uma questão que, para Ana Estanqueiro, não seráproblema, pois Lisboa, sendo uma cidade aonde os sismos .se fazem sentir, tem construções à altura desses abalos.José Armando guarda um rebanho de 120 ovelhas com a ajuda.da pequena Canita, aparentemente inofensiva com estranhos,mas o dono garante estarmos «com sorte», pois o «diacho dacadela não é de confiança». Canita está de olho nos animais, .que pastam a erva quase seca, num monte de Sisandros, .em Sapataria (Loures). Uns metros acima, bem no cimo do monte,um moinho de vento muito bem recuperado e que hoje não temoutra função que não a de sevir de habitação de fim-de-semana.e de férias do actual proprietário. «Aquilo sim, era uma verdadeiramáquina que funcionava a vento. A menina não deve saber,que é muito nova, mas ali, quando eu era assim um cachopo destaaltura» (estende o braço e distancia-o do chão um metro) «moia-semuita farinha». Entusiasma-se: «Era a força do vento que faziarodar aquela roda grande, a roda accionava um engenho lá .dentro que fazia girar as mós. Umas mós de pedra, muito pesadas,que esmagavam os cereais e os transformavam em farinha.Aquilo sim, era uma máquina e a gente sabia para que servia .e tinhamos a certeza que não faziam mal à saúde. Aquilo acolá»Além de um país com muito vento, Portugal é também um paíscheio de sol, mas este enorme potencial ainda está muito subaproveitado,apesar de ser em Brinches, Serpa, que está instaladauma das maiores centrais fotovoltaicas do mundo. Foi inauguradaem Março deste ano e já produz electricidade para oito milcasas. Na região de Lisboa e Vale de Tejo, os exemplos do aproveitamentosolar são pouco expressivos e os que existem estão associadosa outra tecnologia: painéis ou colectores solares térmicos. Um doscasos mais relevantes situa-se na zona da EXPO, na Torre Verde. .O edifício, projectado pelo atelier de arquitectura de Livia Tirone,está equipado com 56 painéis solares térmicos que abastecem os41 apartamentos, onde vivem 150 pessoas. Livia vive no últimoandar, um 12º com vista desafogada para o rio e para as urbanizaçõesdo Parque das Nações. «Com a instalação dos painéis solares,conseguimos reduzir em 70% a necessidade energética para .o aquecimento das águas sanitárias». Nunca poderá ser 100% poruma razão muito simples: nos dias sem sol, que acontecem sobretudono Inverno, há necessidade de recorrer à fonte de energia convencional.| 25

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