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Carlos Humberto Carvalho Energias Renováveis Mil ... - CCDR-LVT

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conseguia perceber por onde era suposto ir. Viam-se transeuntesparados, a olhar em volta, hesitando, à procura da sinalização inexistente.Sendo impossível atravessar a Fontes Pereira de Melo aolongo de centenas de metros, tinha de se andar o triplo. NoSaldanha, a brutalidade de espaço (vazio em grande parte, semsinal de operários ou máquinas) ocupado pela obra do metroobrigou, durante pelo menos meio ano, a autênticas gincanas.Que departamento camarário autoriza estes abusos imperiais?Será que alguém na autarquia leva em conta as necessidades dequem anda a pé, ou só há preocupação com o chamado «escoamentode tráfego»? Será que é impossível pôr ordem nas obras?Claro que não. Basta percepcionar o problema, ter vontade de oresolver e usar os bastos instrumentos existentes na estruturacamarária para assegurar a resolução.Outra inadmissibilidade é a do claro abandono a que são votadostantos edifícios devolutos. Em todas as zonas da cidade há prédiosvazios de janelas escancaradas à chuva e aos bichos, .à espera da derrocada. Há até casos de imóveis que foram entaipadosnos primeiros tempos do reinado de Santana Lopes e, cincoanos depois, assim permanecem. Um dos exemplos mais extraordináriosé o de um edifício de esquina da rua da Madalena –fechada ao trânsito em 2002 «para ficar mais bonita» - que, estandoem risco de derrocada, foi escorado com vigas e entaipado,sendo feita uma passagem de madeira para peões. Em 2007, oedifício permanece assim, com a passagem de peões já completamentepodre e esburacada, obrigando quem o quer contornar acaminhar pela estrada ou a passar para o outro lado da rua. Comoexplicar este tipo de situação? Como perceber que o departamentocamarário responsável pelo processo do edifício permita isto?A limpeza da cidade é outra das prioridades óbvias de umaCâmara que queira realmente fazer a diferença e tornar claro queassim é. Devem ser efectivamente proibidos os sacos de lixo àporta de casa. Os ecopontos têm de deixar de ser um ponto denojo e mau cheiro (em tempos, os responsáveis pelo departamentode resíduos sólidos certificaram-me de que os receptáculos sósão limpos duas vezes por ano – o que explica a camada de porcariaque os cobre), quase sempre repletos e rodeados de todo .o género de detritos e assegurar uma cobertura efectiva da cidade– há zonas em que é preciso andar 500 metros para chegar aoecoponto mais próximo. A reciclagem é uma necessidade e umaobrigação – mas não pode ser um martírio. Se a Câmara de Lisboanão tem condições para dotar a cidade de uma rede de recolha derecicláveis digna e eficaz, talvez deva assumi-lo. Talvez deva passara responsabilidade dessa tarefa a outra ou outras entidades.Talvez haja empresas interessadas no negócio – se há negócio .na reciclagem.Muito há a fazer por uma cidade abandonada, desprezada, humilhada.As ideias de intervenção rápida não se esgotam decertonesta meia dúzia de desejos. Mas corresponder-lhes seria umbom princípio. O princípio da esperança.| 11

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