Yoga Sob o Sol da Tradição Uma Realidade Sem ... - Yoga Culture

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<strong>Yoga</strong><strong>Sob</strong> o <strong>Sol</strong> <strong>da</strong> <strong>Tradição</strong><strong>Uma</strong> Reali<strong>da</strong>de <strong>Sem</strong> SombrasJayadvaita Dasculture freee-book


<strong>Yoga</strong> <strong>Sob</strong> o <strong>Sol</strong> <strong>da</strong> <strong>Tradição</strong> – <strong>Uma</strong> Reali<strong>da</strong>de <strong>Sem</strong> SombrasCopyright © 2008 by Jayadvaita DasTodos os direitos reservados.2ª edição eletrônica - 2010Capa:Editoração Eletrônica: Jayadvaita DasRevisão Gráfica: Jaya Devaki DasiVedyah Editora Virtual : 9841-0060Das, Jayadvaita, 1974 -<strong>Yoga</strong> <strong>Sob</strong> o <strong>Sol</strong> <strong>da</strong> <strong>Tradição</strong> – <strong>Uma</strong> Reali<strong>da</strong>de <strong>Sem</strong> Sombras- Rio Yatra Mandir - Rio de Janeiro - RJ: Vedyah Editora Virtual, 20081.<strong>Yoga</strong> - Filosofia 2. Sistemas de <strong>Yoga</strong> - Ciência do <strong>Yoga</strong> 3. Meditação - Espirituali<strong>da</strong>de 4.Astangayoga- Patanjali 5.Vaishnava - Hinduísmo. I. Das, Jayadvaita. II. Título.05Índices para catálogo sistemático:1. <strong>Yoga</strong> e Meditação : Filosofia do <strong>Yoga</strong> : Astanga-yoga e Patanjali2. Bhakti <strong>Yoga</strong> e Sistemas de <strong>Yoga</strong> : Ve<strong>da</strong>nta Vaishnava3. Meditação e Transcendência : Bhagavad-gita : Hinduísmo e Vaishnavismo


AtençãoEste livro está sendo disponibilizado dentro dos conceitos de umaCultura Livre. Divulgue-o, piratei-o e copie-o. Mas multiplique-omantendo os créditos em nome do autor.Mesmo que você não se interesse pelos temas presentes neste livro,leia-o, ele trará a você novos conceitos sobre a vi<strong>da</strong> e atransformação do mundo através do conhecimento milenarpreservado pelos antigos mestres e yoguis indianos e apresentados àsocie<strong>da</strong>de moderna por Sua Divina Graça Bhaktive<strong>da</strong>nta SwamiPrabhupa<strong>da</strong>.Este livro é uma compilação de textos publicados em blogs, fórunsde discussão e livros publicados pelo próprio autor.Os direitos autorais e a proprie<strong>da</strong>de intelectual são de JayadvaitaDas, porém ele distribui tais direitos para a propagação <strong>da</strong>consciência de transformação, a Consciência de Krishna.Leia sem preconceito, ou leia para desfazê-los.Boa leitura!O editor


DedicatóriaA todos que estiverem trilhando o caminho doautoconhecimento.A todos que estiverem buscando por um conhecimento autêntico.A todos que desejam encontrar uma Ver<strong>da</strong>de imperecível e nãodescartável.A todos que ambicionam um restabelecimento de sua naturezaespiritual integral, destituí<strong>da</strong> de dogmas religiosos e consciêncialimita<strong>da</strong> por conceitos sectários e ortodoxos.A todos que tem como objetivo alcançar a meta última <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.A todos que visam desenvolver seu real Amor por Deus.A todos aqueles que acreditam que estas metas menciona<strong>da</strong>spodem ser alcança<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>deira e pura prática doyoga.A todos aqueles que estão dedicando suas vi<strong>da</strong>s, energias,intelecto e desejos para desenvolver e espalhar a Consciência deKrishna por todo o mundo.A todos os praticantes e seguidores dos princípios de bhaktiyoga.Em especial ao meu mestre espiritual Hr<strong>da</strong>yanan<strong>da</strong> DasGoswami e a Srila Prabhupa<strong>da</strong>.


Sri Nrsinhadeva Bhagavan


SumárioA Necessi<strong>da</strong>de do Conhecimento Espiritual ................................... 14Asanas e seus Benefícios ................................................................ 17<strong>Yoga</strong> e Ayurve<strong>da</strong> ............................................................................ 17Asanas do <strong>Yoga</strong> ............................................................................. 21Matsyasana .................................................................................... 23Chakrasana .................................................................................... 23Surya-namaskara (sau<strong>da</strong>ção ao <strong>Sol</strong>) ................................................ 24Progresso no Caminho do <strong>Yoga</strong> .................................................... 26Ensaios <strong>Sob</strong>re a Filosofia e Teoria do <strong>Yoga</strong> <strong>Sob</strong> Prisma do Ve<strong>da</strong>ntaVaishnava ...................................................................................... 26Ansiamos por algo pleno e ilimitado. Não faz sentidopermanecermos nesta plataforma limita<strong>da</strong>. Então, qual é a plataformareal do <strong>Yoga</strong>? ................................................................................. 28O propósito do <strong>Yoga</strong> ..................................................................... 28Alcançando o Propósito do <strong>Yoga</strong> ................................................... 29Compreendendo o Propósito do <strong>Yoga</strong> ........................................... 30Executando o Propósito do <strong>Yoga</strong> ................................................... 31Os Dois Tipos de Almas Que Praticam <strong>Yoga</strong> ................................ 32<strong>Yoga</strong> na Prática.............................................................................. 35Reconhecendo Um Yogi Por Sua Atitude ...................................... 37Considerações Acerca <strong>da</strong> Espirituali<strong>da</strong>de na Prática do <strong>Yoga</strong> ......... 40Pequeno Conceito <strong>Sob</strong>re Meditação .............................................. 40Serie<strong>da</strong>de com a Filosofia do <strong>Yoga</strong>................................................. 43


Estabelecendo Bhakti-yoga no Ocidente: Quem é Srila Prabhupa<strong>da</strong>?...................................................................................................... 44Ateísmo como aversão ................................................................... 48<strong>Yoga</strong> não é Hedonismo!................................................................. 49Hatha-yoga e a Essência Completa................................................ 50Situe-se ......................................................................................... 50Conecte-se .................................................................................... 51Realize-se ...................................................................................... 54Três Peneiras - Para bons humanos ............................................... 55<strong>Yoga</strong>! ............................................................................................. 56Evolução do Teismo – A Ciência do <strong>Yoga</strong> Revela<strong>da</strong> na Bhagavadgita................................................................................................ 57Introdução ..................................................................................... 57Diferenças nas quatro Vaishnava-sampra<strong>da</strong>yas ............................... 67Asthanga-yoga Como Ele É .......................................................... 70Introdução ..................................................................................... 70Introdução ao Astanga-<strong>Yoga</strong> de Patanjali ...................................... 74Niyamas ........................................................................................ 90Asana .......................................................................................... 107Conceito Básico de Pranayama .................................................... 113Pranayama ................................................................................... 114Pranayama - Restabelecendo uma Visão <strong>Sob</strong>re o Campo ............. 121Pratyahara ................................................................................... 124Dharana ...................................................................................... 129


Dhyana ........................................................................................ 135Os três caminhos de Dhyana ....................................................... 139Pureza na Meditação: Srimate Radharani .................................... 141Samadhi ...................................................................................... 146Equívocos Filosóficos de Espirituali<strong>da</strong>de Aparente ...................... 157Introdução ................................................................................... 157Sankaracarya ................................................................................ 162Aspectos de Advaita-va<strong>da</strong> – Filosofia Não-dual de Sankara ......... 165Kumbh Mela Festival .................................................................. 171Estatística Mundial dos Praticante de Bhakti-yoga ...................... 171Paradoxo quântico: De onde vem a alma espiritual? ..................... 172Presos terão aula de <strong>Yoga</strong>............................................................. 174<strong>Yoga</strong> Fora de Forma .................................................................... 175Diário de um yogi ........................................................................ 180Diário de Um Yogi 2 ................................................................... 181Diário de Um Yogi 3 ................................................................... 181Diário de um Yogi 4 .................................................................... 182Diário de um Yogi 5 .................................................................... 182Diário de um Yogi 6 .................................................................... 183Diário de Um Yogi 7 ................................................................... 184Apêndice ..................................................................................... 185<strong>Yoga</strong> e Misericórdia ..................................................................... 185Boicote ao almíscar/musk - a essência do sofrimento! .................. 188Ontem foi meu aniversário... ....................................................... 191


Sahaja member vaishnava ............................................................ 193<strong>Yoga</strong>’s Stages ............................................................................... 224The origins of the Science of <strong>Yoga</strong> .............................................. 225The Vedic Conception of Sound in Four Features ....................... 229<strong>Yoga</strong> New World ........................................................................ 241


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“Aquele que Me vê em tudo e vê tudo em Mim jamais est’a perdidopara Mim, tão pouco estou Eu perdido para ele”(Bhagavad-gita 6.30)


Em to<strong>da</strong>s as circuntâncias, seja um yogi.


A Necessi<strong>da</strong>de do Conhecimento EspiritualHá uma necessi<strong>da</strong>de de buscarmos por compreensão espiritual, poissomos eternos, mas temos que conviver dentro de circunstânciasefêmeras; temos todo potencial de conhecimento ilimitado dentro denós, mas vivemos imersos numa reali<strong>da</strong>de que transbor<strong>da</strong> ilusão eignorância; somos plenos de bem-aventurança, mas estamos semprebuscando por alguma forma de prazer em coisas supérfluas e semgosto que, ao contrário do prazer, só nos traz ansie<strong>da</strong>de, lamentação esofrimento. Esta é a pior e mais profun<strong>da</strong> doença que ataca to<strong>da</strong>s asenti<strong>da</strong>des vivas condiciona<strong>da</strong>s. E todo sofrimento, ansie<strong>da</strong>de efrustração nasce desta doença. <strong>Sem</strong> um controle dos sentidos, adoença material que infecta a alma condiciona<strong>da</strong> a arrasta durantevi<strong>da</strong>s e vi<strong>da</strong>s em diferentes corpos dentro desta esfera de existênciamaterial.Do ponto de vista filosófico, esta doença tem sua origem muitoprofun<strong>da</strong> e se manifesta desde tempos imemoriais em to<strong>da</strong>s as almascondiciona<strong>da</strong>s. A falsa identificação que assumimos em relação a estecorpo temporário é a causa <strong>da</strong> doença material. Estando numacondição ilusória não podemos entender o que nos envolve. Passamosa pensar que somos um corpo que possui uma alma, e, tendovitali<strong>da</strong>de, força e saúde concedi<strong>da</strong> pela centelha espiritual dentro do


corpo, buscamos os prazeres e a felici<strong>da</strong>de, tendo como parâmetrosapenas nosso limitado corpo material. Esta busca de gratificação dossentidos através <strong>da</strong> exploração dos elementos <strong>da</strong> natureza material sedeve à luxúria. Isto é apresentado no Bhagavad-gita (3.40):indriyani mano buddhirasyadhisthanam ucyateetair vimohayaty esajñanam avrtya dehinam“Os sentidos, a mente e a inteligência são os lugares que servem deassento para a luxúria. Através deles, a luxúria confunde o ser vivo eobscurece o ver<strong>da</strong>deiro conhecimento que ele possui.”Luxúria é o insaciável desejo material. É desse incontrolável desejo desatisfazer materialmente os sentidos e a mente que surge o falso ego,ahamkara, a falsa identificação que nos faz pensar em função de eu emeu. É nesse momento que se inicia todo o problema <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>condiciona<strong>da</strong>. A causa de to<strong>da</strong> aflição material se origina dessa falsaidentificação corpórea que nos leva pensar que somos americanos,brasileiros, homens, mulheres, rico ou pobre. To<strong>da</strong>s as designaçõesreferentes ao corpo são temporárias e ilusórias. Mas, identificando-secom tais designações o ser vivo sofre ou desfruta limita<strong>da</strong>mente


dentro <strong>da</strong> plataforma material. Logo, é inútil manter expectativas quedependerão do desempenho e funções do corpo material falível.


Asanas e seus Benefícios<strong>Yoga</strong> e Ayurve<strong>da</strong><strong>Yoga</strong>O termo yoga provém <strong>da</strong> raiz yug (juntar, conectar). Essencialmente,a palavra yoga descreve um conceito de união transcendental com aDivina fonte última <strong>da</strong> existência, ou união do ser individual (atma)com o Ser Supremo (paramatma). Na clássica obra <strong>Yoga</strong> SutrasPatanjali define yoga como sendo "o controle <strong>da</strong>s funções mentais".Assim, yoga significa o método ideal para se encontrar o ver<strong>da</strong>deiroequilíbrio entre a reali<strong>da</strong>de interna que possuímos e reali<strong>da</strong>de externaem que vivemos.A essência <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> é justamente entrar em contato com a Ver<strong>da</strong>deAbsoluta, Deus. Este contato já existe desde tempos imemoriais,porém não nos lembramos ou experimentamos diretamente esteestado de consciência que se baseia no Amor. <strong>Yoga</strong> visa, portanto,


nos colocar de volta a esta consciência original na qual podemosrestabelecer nossa união com o Supremo sem perdermos nossaindividuali<strong>da</strong>de eterna e nossa personali<strong>da</strong>de original, pois tanto o serindividual quanto o Ser Supremo são eternamente seres individuais.Viver nesta consciência de uni<strong>da</strong>de e diferença simultânea é a grandearte de viver em meditação amorosa com o Supremo: a essência doyoga.No entanto, yoga tem sido praticado na Índia há milhares de anos, eé tradicionalmente usado pelos adeptos <strong>da</strong> espirituali<strong>da</strong>de como umsistema de desenvolvimento <strong>da</strong>s quali<strong>da</strong>des transcendentais, deautoconhecimento e purificação do corpo e <strong>da</strong> mente. Por estemotivo, yoga também se propõe ser um meio preventivo <strong>da</strong>s doençasdo corpo, mente e espírito. Desta forma, iniciamos nossas práticasain<strong>da</strong> ambicionando benefícios físicos ou corpóreos (anna-mayakosha), mas com o passar do tempo e com o acúmulo de experiênciase insights vamos desenvolvendo níveis de consciência mais refinados(prana-maya kosha).Por este motivo o yoga tem um laço muito intimo com o tradicionalsistema <strong>da</strong> medicina ayurvedica, pois ela visa manter o corpo saudávelpara que, com maior disposição e saúde, possa se aprofun<strong>da</strong>r mais nocaminho <strong>da</strong> autorealização espiritual.


Ayurve<strong>da</strong>Ayurve<strong>da</strong>, o termo sânscrito de "conhecimento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>” ou“conhecimento <strong>da</strong> longevi<strong>da</strong>de" é um extenso sistema <strong>da</strong> medicinatradicional, oficialmente reconhecido, que efatiza a consciência dorelacionamente entre o corpo, a mente e o espirito, acrescentando-seum equilíbrio do envolvimento interno e externo. Ayurve<strong>da</strong> visarestaurar a harmonia inata do ser vivo individual, sua saúde física,mental e espiritual. Portando com isto, um propósito especifico:auxiliar o ser individual na sua busca de perfeição espiritual.Isto justifica o fato do Ayurve<strong>da</strong> estar ao lado do yoga e se valer dele,pois yoga é a raiz, ou tradição espiritual <strong>da</strong> qual emerge a ciência doAyurve<strong>da</strong>. Através do yoga prepara-se o corpo e a mente para aautorealizacao ou união com o Ser Supremo. Com auxílio doAyurve<strong>da</strong> alivia-se o caminho do autoconhecimento por manter ocorpo e a mente em estado de equilíbrio e balanço integral do ser.<strong>Yoga</strong> e ayurve<strong>da</strong> estão fortemente relacionados a tal ponto de não serpossível imaginar um sem o outro. Usando o conhecimento doayurve<strong>da</strong>, um praticante de yoga pode executar seus asanas,pranayamas e mantras specíficos de acordo com sua própria e única


constituição para manter sua saúde e com sua saúde sob controle elefacilmente adquiri o controle mental.Tendo uma saúde física e mental estável o yogi desenvloverá umaatitude singular em sintonia com a vi<strong>da</strong>, e tanto sua posição diante<strong>da</strong>s situações quanto seu comportamento diante do mundo serámarca de sua maturi<strong>da</strong>de espiritual. Saberá como utilizar melhor suavitali<strong>da</strong>de, desempenhando-se com mais brilho em to<strong>da</strong>s asativi<strong>da</strong>des. Estará sempre em sintonia com a vibração sutil sem deixarsua mente ser influencia<strong>da</strong> pelas propostas externas dos sentidosmateriais.Unindo o aparato externo oferecido pelo ayurve<strong>da</strong> e a práticameditativa do yoga eleva-se gradualmente a consciência do serindividual e entra-se em numa plataforma onde o relacionamentoamoroso e íntimo com o Supremo (paramatma) se torna a únicaativi<strong>da</strong>de realiza<strong>da</strong> pela alma espiritual (atma). E está é a meta maiseleva<strong>da</strong> do processo de yoga e o objetivo último <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> humana.


Asanas do <strong>Yoga</strong>Os asanas do <strong>Yoga</strong> se dividem em dois grupos: as posições demeditação, em que o praticante apenas se senta no chão com aspernas cruza<strong>da</strong>s, e as culturais, que são to<strong>da</strong>s as demais.O primeiro grupo certamente é o mais antigo, pois temos váriossinetes do vale do Indo que atestam sua presença naquele tempo. Asprimeiras referências aos ásanas remontam às Upanishads tardias,posteriores ao aparecimento do Hatha <strong>Yoga</strong>.A primeira descrição de posturas de meditação aparece no Rig Ve<strong>da</strong>,no hino VII:103 onde os brahmánas, oficiantes dos sacrifícios, sãocomparados com um grupo de rãs: “Fazem eco umas às outras comsuas palavras, como se aprendessem a lição do seu mestre.” Ora, estacomparação com as rãs sugere uma posição senta<strong>da</strong>. Existem duaspalavras em sânscrito para rã: bhega e manduka. Coincidentemente,estes são os nomes de duas posições para sentar.O fato dos ásanas culturais não aparecerem representados emesculturas de cerâmica ou sinetes de esteatite <strong>da</strong> cultura do Indus-Saraswatí nem descritos no Rig Ve<strong>da</strong>, não significa necessariamenteque eles não existissem na época. Apenas achamos muito significativa


a ausência destes exercícios físicos nos mais de 4200 sinetes eesculturas desenterrados nos sítios arqueológicos <strong>da</strong> extensíssima áreaocupa<strong>da</strong> por esta civilização.Acreditamos que, se eles se usassem naquele tempo, os cronistasescultoresque deixaram a vi<strong>da</strong> inteira deste povo retrata<strong>da</strong> na pedranão teriam deixado passar a chance de representá-los, assim comofizeram com deuses, yogis meditando, <strong>da</strong>nçarinos, animais míticos oureais, e até mesmo cenas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> cotidiana. O que aparece no RigVe<strong>da</strong>, e que é muito mais importante que os próprios ásanas, são astécnicas de pranayama, meditação e mantra.Os textos posteriores à era védica (entre os quais se inclui o <strong>Yoga</strong>Sútra de Pátañjali), tampouco mencionam técnicas elabora<strong>da</strong>s queenvolvam trabalho físico. Será preciso que passem mais algunsmilênios <strong>da</strong> aventura espiritual hindu, até chegarmos, por volta doséculo IX <strong>da</strong> nossa era, à descoberta do corpo como instrumento detranscendência. Isso acontece com o surgimento do Hatha <strong>Yoga</strong>, cujahistória se confunde com o mito. Esta forma de <strong>Yoga</strong> se nutre <strong>da</strong>smesmas raízes ancestrais que propunham a “conquista <strong>da</strong>imortali<strong>da</strong>de”, como afirmavam as Upanishads milênios antes,perseguindo igual objetivo que as mais remotas experiências e práticasascéticas <strong>da</strong> Índia vêdica.


O Hatha <strong>Yoga</strong> é um método de <strong>Yoga</strong> tântrico surgido no períodomedieval (c. s. IX-XII), que almeja o despertamento <strong>da</strong> energiakun<strong>da</strong>liní usando a força física extrema. Constitui um ver<strong>da</strong>deiroatalho através do mais violento esforço que o corpo possa suportar.Dá muita importância à prática de ásana, as posições físicas, aopránáyáma, os respiratórios, e ao shat karma, as purificaçõescorporais.MatsyasanaAlonga os músculos abdominais e do intestinos, aliviando problemasnessa região. É muito útil para asma e bronquite, pois encoraja umarespiração profun<strong>da</strong>. Promove melhor circulação dorsal aliviandodores nas costas. Regula as funções <strong>da</strong>s glândulas tiróide e timo. Aprática de Sheetikari Pranayama nesta postura alivia problemas degarganta e melhora a voz. A vitali<strong>da</strong>de e joviali<strong>da</strong>de é aumenta<strong>da</strong>.ChakrasanaTonifica os músculos <strong>da</strong> cintura , <strong>da</strong>s costas e do quadril. Corrigerigidez nas costas e problemas posturais. O relaxamento e movimento


de balanço induz a um sentimento de leveza e pode ser usado paraaliviar tensões físicas e mentais a qualquer hora do dia.Surya-namaskara (sau<strong>da</strong>ção ao <strong>Sol</strong>)O surya-namaskara é geralmente executado no início <strong>da</strong>s práticas deHatha-yoga e está totalmente vinculado a este. Nele, o praticanteentra em harmonia com o aspecto mantenedor do Ser Supremo(Surya-narayana) e restabelece de maneira saudável seus centros deenergia (chakras). To<strong>da</strong> a seqüência do Surya-namaskara deve serfeita num estado de atenção interior, com consciência de ca<strong>da</strong>movimento do corpo e <strong>da</strong> respiração, numa atitude reverencial(namaskara).O Surya-namaskara desenvolve a musculatura do corpo e promove oalongamento não só <strong>da</strong> região periférica do corpo, mas também dotronco, o que permite manter a coluna vertebral saudável e com boamobili<strong>da</strong>de nas diferentes articulações. Também massageia os órgãosinternos e estimula o sistema respiratório, endócrino e circulatório.Sua prática atua também no corpo sutil, pois beneficia os chakras e acirculação <strong>da</strong> energia prânica. Ela também aquece o corpo e produzum estado de paz mental.


Deve-se <strong>da</strong>r preferência pela prática matinal, em jejum ou duas horasapós a refeição. Por ser uma série estimulante, o Surya-namaskaranão deve ser feito imediatamente antes de dormir.Podem-se encontrar diferentes variações na condução do Suryanamaskara,mas basicamente existe uma seqüência típica do Norte <strong>da</strong>Índia, e outra do Sul. Mesmo assim, os cui<strong>da</strong>dos com o corpodurante a postura são de suma importância. Deve-se adequar apostura ao corpo e não o contrario. É relevante dizer que to<strong>da</strong> práticade yoga tem como propósito trabalhar a consciência interior e,portanto, deve-se praticar com total consciência.


Progresso no Caminho do <strong>Yoga</strong>Ensaios <strong>Sob</strong>re a Filosofia e Teoria do <strong>Yoga</strong> <strong>Sob</strong> Prisma doVe<strong>da</strong>nta VaishnavaDiante de tantas varie<strong>da</strong>des que podemos encontrar hoje em diatorna-se difícil definir se há algum propósito ou não na prática do<strong>Yoga</strong>. Ca<strong>da</strong> escola <strong>da</strong>rá uma explicação que tenha haver com sualinha. Mas, então, há ou não há?Para tentar esclarecer este ponto levantado buscaremos apoio noBhagavad-gita. Nele encontramos to<strong>da</strong> a base do conhecimentoessencial a respeito <strong>da</strong> filosofia do <strong>Yoga</strong>. No capítulo sete, versoquatorze, encontramos que a energia material também é uma energiadivina, pois ela pertence ao Senhor Supremo. O verso todo diz: “EstaMinha energia divina, que consiste nos três modos <strong>da</strong> naturezamaterial, é muito difícil de ser supera<strong>da</strong>. Mas, aqueles que se rendema Mim podem facilmente superá-la.” (Bg 7.14)A idéia é justamente esta. Superar o enre<strong>da</strong>mento material e viver aplenitude de nossa ver<strong>da</strong>deira vi<strong>da</strong>, livre de todo o condicionamentocausado pela identificação com a energia material ilusória. Este é o


Ansiamos por algo pleno e ilimitado. Não faz sentidopermanecermos nesta plataforma limita<strong>da</strong>. Então, qual é a plataformareal do <strong>Yoga</strong>?O propósito do <strong>Yoga</strong>Podemos imaginar uma valiosa escultura de metal que com o passardo tempo fica oxi<strong>da</strong><strong>da</strong> e perde sua beleza e brilho. <strong>Uma</strong> pessoaprofissional na arte de restaurar obras preciosas pode, por meio depolimentos e limpeza, recuperar a escultura de metal <strong>da</strong>ndo de voltaseu brilho original.Isto se aplica ao ser vivo, à alma espiritual, que após ter passado pormilhões de nascimentos, em diferentes corpos, perde seu brilhooriginal, sua consciência pura. Devido à força <strong>da</strong> energia materialilusória, ninguém é capaz de recuperar sua natureza original sem oauxílio de um Guru, o restaurador <strong>da</strong> alma “oxi<strong>da</strong><strong>da</strong>”.Analogamente, o próprio antigo conhecimento sobre o processo de“polir” a alma espiritual pode, com o tempo, acabar se “oxi<strong>da</strong>ndo” eperder sua eficácia no processo de recuperação <strong>da</strong> alma espiritual.O processo de polimento é o <strong>Yoga</strong> e o método de como polir é oVe<strong>da</strong>nta. Ou seja, com o tempo o <strong>Yoga</strong> acabou perdendo sua essênciae tornou-se um processo que, ao invés de “polir” e auxiliar a alma


espiritual no seu trajeto em busca <strong>da</strong> auto-realização, “oxi<strong>da</strong>” ain<strong>da</strong>mais a mente e a consciência do ser vivo.A tentativa humilde deste trabalho não é a de recuperar a tradição do<strong>Yoga</strong>, mas mostrar que ela existe e que o <strong>Yoga</strong> que conhecemospopularmente está distante desta tradição. Se este aju<strong>da</strong>r ao menosdespertar a consciência de busca pela tradição, acreditamos que algode positivo já tenha sido alcançado.O mais importante não é tornar alguém um praticante de <strong>Yoga</strong>, mas,torná-lo um ver<strong>da</strong>deiro yogi.Alcançando o Propósito do <strong>Yoga</strong>Devoção Amorosa por DeusA devoção amorosa por Deus é considera<strong>da</strong> devoção superior. Ela édescrita como sendo totalmente livre de desejos materiais pessoais.Todos os desejos devem visar a satisfação do Ser Supremo. Isto édevoção pura. O yogi deve desenvolver este tipo de consciência.Tendo esta atitude, to<strong>da</strong>s as suas ativi<strong>da</strong>des tornam-se livres <strong>da</strong>cobertura material de ativi<strong>da</strong>des fruitivas e especulação mental inútil.Assim, no estágio avançado de yoga to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong>des do corpo, <strong>da</strong>fala e <strong>da</strong> mente são direciona<strong>da</strong>s para o prazer de Sri Krishna. Isto é


apenas uma pequena descrição dos sintomas que ocorrem quando sedesenvolve devoção pura por Deus.A plataforma real do yoga é a plataforma <strong>da</strong> devoção amorosa peloSenhor Supremo. E isto sem nenhuma relação religiosa limitadora oudogmática. <strong>Yoga</strong> significa conectar-se com o Supremo e esta conexãoé efetua<strong>da</strong> através do desenvolvimento gradual <strong>da</strong> devoção amorosapelo Senhor.Compreendendo o Propósito do <strong>Yoga</strong>Temor e AmorComo desenvolver devoção pura? Certamente não por meio deobrigações força<strong>da</strong>s. Tudo que se torna obrigatório gera temor. Tudoque é feito de maneira natural e espontânea gera amor.Então, a devoção é o fruto natural de um relacionamento que o yogideve passar a desenvolver com Deus e ele surge <strong>da</strong> atitude de servir aKrishna com mente, palavras e ativi<strong>da</strong>des.O temor nos limita e nos torna escravos <strong>da</strong> mente aflita. Mas, o amoré o que move, alimenta e nutre a determinação devocional do yogique deseja avançar no processo autêntico de yoga.


<strong>Yoga</strong> não é meramente aperfeiçoamento de posturas e respiração.<strong>Sem</strong> devoção qualquer processo de yoga torna-se mero exercíciofísico, que sem dúvi<strong>da</strong> nenhuma tem seus benefícios a nível de corpo.No entanto, yoga se refere ao nível mais profundo <strong>da</strong> consciência;yoga é a ciência que nos leva a restabelecer nosso eternorelacionamento com o Supremo. Este relacionamento na<strong>da</strong> mais é doque agir com a atitude de serviço devocional amoroso para asatisfação plena <strong>da</strong> Pessoa Suprema, Deus.Executando o Propósito do <strong>Yoga</strong>Usando as ativi<strong>da</strong>des como yogaNa visão do <strong>Yoga</strong> existem dois tipos de ativi<strong>da</strong>des: 1) pravritti –ativi<strong>da</strong>des movi<strong>da</strong>s pela própria natureza do executor, por suainclinação natural, tendência, inclinação, propensão e habili<strong>da</strong>de emexucutar certo tipo de ativi<strong>da</strong>de. Assim, ele pode utilizar suasativi<strong>da</strong>des como um meio para o <strong>Yoga</strong>; 2) nivritti – a cessação ourenúncia <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des. Neste caso as ativi<strong>da</strong>des não sãoabandona<strong>da</strong>s, mas internaliza<strong>da</strong>s e executa<strong>da</strong>s como uma oferen<strong>da</strong> aoSer Supremo. Desse modo o yogi não se apega aos resultados de suasativi<strong>da</strong>des, pois elas são realiza<strong>da</strong>s para o prazer do Senhor. Estaconexão interior com Deus é o mais elevado estágio de <strong>Yoga</strong>.


Num sentido nivritti envolve pravritti, pois usando to<strong>da</strong>s as suashabili<strong>da</strong>des para a satisfação <strong>da</strong> Personali<strong>da</strong>de de Deus alcança-se odesapego natural pelos resultados ou frutos <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des. Isto éservico devocional amoroso ao Supremo. Esta deve ser a consciênciado ver<strong>da</strong>deiro yogi – consciência de Bhakti.Os Dois Tipos de Almas Que Praticam <strong>Yoga</strong>No Srimad Bhagavatam, clássico <strong>da</strong> literatura Védica, tambémconhecido como Bhagavat Purana, encontramos duas definições dealmas espirituais que buscam pelo processo de <strong>Yoga</strong>. São eles:mahatma e duratma.O termo mahatma já é conhecido. Mahatma significa uma grandealma, alguém que possui uma consciência mais reflexiva e devota<strong>da</strong>.Podemos entender o mahatma através de sua atitude norelacionamento com outras pessoas. Ele é sempre misericordioso,pacífico, austero, vê todos os seres relacionados com a SupremaPersonali<strong>da</strong>de de Deus. Ele sempre se guia pelas escrituras Védicas epelo mestre espiritual. Mahatma é o ver<strong>da</strong>deiro yogi. Sua consciênciaestá sempre buscando por realização espiritual. Tal grande alma tem


to<strong>da</strong> chance de alcançar o objetivo último do <strong>Yoga</strong>, porém, peloBhagavad-gita sabe-se que tal grande alma é muito rara de serencontra<strong>da</strong>. Após muitas encarnações é que uma alma aceita sesubmeter a um processo sério e ver<strong>da</strong>deiro de auto-realização. Estaspoucas almas, com certeza, deixam seu falso ego de lado e dedicam-seinteiramente na busca pela perfeição espiritual: o amor puro porDeus.Por outro lado, o duratma, como o próprio termo ‘dura’ indica, éaquele que possui um coração duro, uma consciência agu<strong>da</strong>. Oduratma está sempre buscando por algum refúgio na matéria, pois suaprática de <strong>Yoga</strong> é apenas corpórea, sem nenhuma realizaçãoespiritual. To<strong>da</strong> sua meta no processo de <strong>Yoga</strong> é meramente ganharprestígio hedonista. Um duratma não consegue ver além do véuilusório <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de e, por este motivo, todos os seus esforços sãofeitos em busca de benefícios materiais, unicamente. Na mente deum duratma, <strong>Yoga</strong> e Espirituali<strong>da</strong>de são tópicos separados eincompatíveis. Este é um grande equivoco que já contaminou aolongo <strong>da</strong> História, a consciência de uma boa parte <strong>da</strong>s pessoas (atémesmo sinceras) que buscam pelo processo de <strong>Yoga</strong>.Temos assim, uma breve idéia de to<strong>da</strong> atmosfera que envolve o <strong>Yoga</strong>atualmente.Em essência, todos nós somos almas espirituais puras (nitya-siddhas),e, portanto, todos têm o potencial para realizar o mais elevado estágiodo <strong>Yoga</strong>. Independente de classe social, faixa etária, raça ou nível


intelectual o <strong>Yoga</strong> é para to<strong>da</strong> e qualquer pessoa que queira realmentesair do ciclo de sofrimento existente no mundo material.O problema todo se resume no falso ego, na falsa identificação comas designações corpóreas (sou brasileiro, homem, belo, rico,inteligente...). Enquanto não se vence estas restrições arraiga<strong>da</strong>s nointerior <strong>da</strong> consciência, o yogi não pode fazer muito progresso segurono caminho auspicioso do <strong>Yoga</strong>. Envolvido pelo falso ego, o pseudoyogi permanece um duratma por vi<strong>da</strong>s e vi<strong>da</strong>s e nuca aceita suarelação íntima com o Senhor Supremo. Tal pessoa egoísta nãorespeita outros seres vivos como seres dignos do direito de viver; nemrespeita outras pessoas que, por sua ignorância, julga serem menosimportantes do que ele.Com esta consciência limita<strong>da</strong>, o yogi duratma não encontrafelici<strong>da</strong>de em nenhuma circunstância, por mais que a procure. Isto sedeve ao fato de que por possuir uma consciência material, seu refúgioé sempre na plataforma material, a qual Krishna define no Bhagavadgitacomo sendo duratyaya, muito dura ou difícil de ser supera<strong>da</strong>.Observem que temos ai a mesma raiz gramatical, ‘dura’.A conclusão é que o yogi deve vencer sua identificação ilusória com ocorpo e ser um mahatma, vendo todos os seres em relação com aPessoa Suprema. Só assim pode-se alcançar a plenitude <strong>da</strong> comunhãodevocional amorosa com a Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus.


<strong>Yoga</strong> na PráticaPodemos entender que <strong>Yoga</strong> é uma prática que envolvendo o corpo, amente e as palavras. Isto é o que podemos chamar de cultivo ouaplicação do processo de <strong>Yoga</strong>. É um processo interno e concentrado.Como Krishna diz no Gita, o yogi deve ter uma inteligência fixa eindesviável; em outras palavras, uma inteligência determina<strong>da</strong> em seuobjetivo real. <strong>Sem</strong> o qual o processo de <strong>Yoga</strong> se torna difícil e lento.Quando é executado com conhecimento filosófico de Bhakti, o yogisegue o processo (anusilan) cultivando o conhecimento ou aplicandoona sua vi<strong>da</strong> diária. Esta é a maneira de se alcançar a perfeição <strong>da</strong><strong>Yoga</strong>, pois quando se aplica ou vivencia na prática o processo de <strong>Yoga</strong>(pravrttyatmak), em relação com Krishna, realiza-se perfeitamente oestágio mais elevado <strong>da</strong> devoção amorosa (Bhakti).Por este motivo seguir um caminho ou um processo (anusilan)adequa<strong>da</strong>mente requer uma clara definição dos objetivos que sedeseja através do <strong>Yoga</strong>.Por outro lado, a execução de qualquer processo de <strong>Yoga</strong> semconsciência spiritual, ou conhecimento de Bhakti, perde-se o ímpetoe o desejo de executar as ativi<strong>da</strong>des com cosnciência devocional, comconsciência espiritual. É necessário entender que tudo na reali<strong>da</strong>de


tem uma íntima relação com Deus, Krishna. Na<strong>da</strong> está sem relaçãocom Ele.Esta aceitação pode ser evidencia<strong>da</strong> quando o yogi aceita asinstruções autoriza<strong>da</strong>s de um mestre espiritual fidedigno.Na instância <strong>da</strong> realização interna, isto é, <strong>da</strong> contemplação atenta econsciente de sua reali<strong>da</strong>de espiritual, o yogi sente dentro de si umabem-aventurança transcendental permanente. É desta realizaçãointerna que se tem origem a ver<strong>da</strong>deira paz que, quando vivencia<strong>da</strong>com devoção, desenvolve a essência <strong>da</strong> fé.O ver<strong>da</strong>deiro yogi pode estar em qualquer ambiente, a qualquerharário, nas mais inespera<strong>da</strong>s situações que na<strong>da</strong> poderá abalá-lo. Istose deve à atitude interna que o yogi assume. <strong>Uma</strong> atitude interna deserviço devocional amoroso ao Senhor Krishna e aos Seus devotos. Apalavra ‘Krishna’ é usa<strong>da</strong> para se referir a ‘Suprema Personali<strong>da</strong>de deDeus’. <strong>Sem</strong> uma forma de Deus não há como meditar nEle. <strong>Sem</strong>uma forma pessoal para onde possamos direcionar nossa mente einteligência não há como manter-se concentrado no objetivo maiselevado do <strong>Yoga</strong>. É pura enganação. É tentar enganar a própriamente com convenções limita<strong>da</strong>s <strong>da</strong> razão. Deus em Sua formapessoal está além <strong>da</strong> razão limitadora. Mas Ele só pode sercompletamente compreendido através <strong>da</strong> simples razão natural doamor puro. E este amor é o que denominamos Bhakti.Portanto, quando o yogi sente seu coração inun<strong>da</strong>do de amor porDeus podemos considerar que ele alcançou o estágio mais elevado do


<strong>Yoga</strong> e que em to<strong>da</strong>s as suas ativi<strong>da</strong>des ele estará sempre conscientede Krishna, de Sua presença em tudo e em todos. Assim, na prática,o yogi pode realizar a Ver<strong>da</strong>de Absoluta.Reconhecendo Um Yogi Por Sua AtitudeMuito se tem ouvido falar sobre <strong>Yoga</strong>. Muitas publicações e debates;escolas, academias e até mesmo universi<strong>da</strong>des. Mas pouco - oupraticamente na<strong>da</strong> - se fala sobre como age um ver<strong>da</strong>deiro yogi.Primeiro como já foi definido: <strong>Yoga</strong> é um processo científico milenarque sendo praticado com serie<strong>da</strong>de e devoção, sob as orientações deum instrutor que segue as escrituras de filosofia do <strong>Yoga</strong>, podegarantir a liberação do praticante. Sabemos que não somos o corpo,mas uma alma espiritual eterna que habita o corpo. Sair deste cárcerecorpóreo é o desejo e a meta <strong>da</strong> alma espiritual. Mas o que motivou oenvolvimento desta alma espiritual na energia material e seuconseqüente aprisionamento? Muito simples: o desejo!Quando corporifica<strong>da</strong>, a alma – que possui desejos puros e espirituais– não deixa de desejar. Mas, por estar envolvi<strong>da</strong> e condiciona<strong>da</strong> pelamente e os sentidos do corpo, seus desejos se tornam desejosmateriais, isto é, impuros. Estando totalmente envolvi<strong>da</strong> por tais


desejos a alma utiliza o corpo e suas facili<strong>da</strong>des para tentar satisfazerseus desejos que, em última análise, são desejos de satisfação dopróprio ego, seu eu pessoal.Como encontramos nas escrituras, como o Bhagavad-gita, a atitudenatural <strong>da</strong> alma espiritual é servir ao Ser Supremo e não a si própria.Surge então, nossa primeira definição sobre a atitude de um yogi. Aprópria palavra ‘yogi’ significa ‘aquele que está conectado no serviçoao Supremo’. O yogi ocupa todo o seu tempo e ativi<strong>da</strong>de em <strong>da</strong>rprazer ao Ser Supremo. Dentro de si mesmo, ele medita no Senhor eoferece mentalmente tudo que está ao seu alcance ou tudo que estátendo alguma relação com ele. Por exemplo: alguém que preparouuma refeição saborosa, sem carne, peixes ou ovos pode oferecer estapreparação a Deus. Ou alguém que trabalhe durante todo o seu diapode dedicar todos os seus afazeres de negócios, ca<strong>da</strong> instante, aoSenhor Supremo meditando: ‘ó meu Senhor, tudo que posso Teoferecer neste momento são estas ativi<strong>da</strong>des que estou realizando,através <strong>da</strong>s quais, por Sua graça, me concedes a vitali<strong>da</strong>de necessáriapara trabalhar e meditar em Ti’.Isto é o mais importante: não nos esquecermos de Deus um minuto.Isto é um ver<strong>da</strong>deiro yogi. E sendo assim, tudo que ele faz é emconsciência espiritual, vendo que Deus está lhe acompanhando a todoo momento e que sua finali<strong>da</strong>de é servir com amor esta PessoaSuprema que habita nossos corações.


O contrário disto é chamado ‘bhogi’, ou ‘aquele que quer desfrutarsem Deus’, sem lembrar que Ele existe e que tudo pertence a Ele.<strong>Sem</strong> esta consciência, que é a consciência do yogi, a alma espiritualsegue pela escuridão do mundo material na tentativa de assumir aposição de Deus: querendo ser o desfrutador supremo. No Bhagavadgitaencontramos as características que tornam o yogi reconhecível. Éjustamente na maneira como se comporta, como fala e age que deixaclaro que tal pessoa é um yogi ver<strong>da</strong>deiro. Desse modo vemos que háduas atitudes que podem ser toma<strong>da</strong>s pela alma espiritual: servir(yogi) ou desfrutar (bhogi). Nos dois casos o que motiva a ação deservir ou a ação de explorar é o desejo.O mesmo desejo que prende pode libertar. Depende de nossa atitude.


Considerações Acerca <strong>da</strong> Espirituali<strong>da</strong>de na Prática do<strong>Yoga</strong>Estamos passando por um momento em que vemos niti<strong>da</strong>mente osrumos que ca<strong>da</strong> estilo de yoga conduz. A tendência será de que ca<strong>da</strong>instrutor qualificado <strong>da</strong>rá sua própria condução e criará seu estiloparticular.O resultado ain<strong>da</strong> é incerto, mas podemos aguar<strong>da</strong>r para contstatarque sem bases na tradição Ve<strong>da</strong>nta do yoga na<strong>da</strong> terá vi<strong>da</strong> longa. Seráo momento de ver quem realmente foi um yogi e não apenas umpraticante especializado e habilitado em exercícios físicos.Só podermos medir o avanço em yoga através <strong>da</strong> conduta integral dequem realmente pratica. Os traços são espirituais.Pequeno Conceito <strong>Sob</strong>re MeditaçãoMeditação é somente você ser a pessoa que você é. É estar emsintonia com a Suprema Personali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Divin<strong>da</strong>de, Krishna.


Você é dotado de um corpo, de sentidos e de uma mente, que temmemórias, emoções e conhecimentos, e é consciente de todos eles.Você é uma pessoa, na visão física e espiritual. <strong>Uma</strong> pessoa (física) setorna uma personali<strong>da</strong>de por causa dos medos, ansie<strong>da</strong>des e muitosoutros problemas. Raivas, invejas, inseguranças, tudo isso faz de umapessoa uma personali<strong>da</strong>de. Tudo isso é criado por você mesmo. Nameditação você reduz to<strong>da</strong>s as situações a simples fatos. Quando vocêaceita as situações, elas se tornam simples fatos para você. E a únicareali<strong>da</strong>de é sua reali<strong>da</strong>de pessoal como ser espiritual, com corpoespiritual e relacionando-se com o Ser Espiritual Supremo, a PessoaSuprema.Quando rejeita as situações, você se torna uma personali<strong>da</strong>de nosentido material e se esquece de sua natureza espiritual. O fato é quevocê é uma pessoa com um corpo, sentidos, uma mente e fora, comoobjeto de seus sentidos, está o mundo. Quando você apenas vê fatos,você é uma pessoa que não exige nem necessita de coisa alguma.Quando você é uma pessoa que exige ou necessita de alguma coisa,nesse momento está interagindo com o mundo. Quando apenasaprecia o mundo, você é somente você mesmo, e o mundo é como eleé. Você não está exercendo papéis. O problema é que ca<strong>da</strong> papelacumula resíduos. Portanto, você tem que neutralizar e remover essesresíduos, para você ser o que é e as coisas serem o que elas são. No


processo <strong>da</strong> meditação os resíduos devidos aos papéis sãoneutralizados. Meditação é ser independente de papéis. Esse estadode não fazer papéis não é desconhecido para você. Quando olha paraas estrelas de noite no céu, que tipo de pessoa você é? É uma pessoaque exige alguma coisa? É uma pessoa com raiva? “Que céu inútil!”.Você diz isso? Você é uma pessoa que quer que o céu seja diferente?Se for, seu problema é mais sério do que eu possa resolver (eu aceitominhas limitações...).A vi<strong>da</strong> material é feita de fatos. A vi<strong>da</strong> espiritual é feita de devoção àSuprema Personali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Divin<strong>da</strong>de. Dedicar-se a pensar nEleenquanto executa seus deveres diários é meditação.Se o céu e as estrelas não evocam em você uma pessoa exigente, entãovocê descobre que é uma pessoa não exigente e apreciativa. Vocêpode ser essa pessoa em relação a qualquer situação, porque qualquersituação é um fato tanto quanto o céu e as estrelas o são. Da mesmaforma como você vê o céu e as estrelas, deve ver as nuvens e a chuva,os vales e as montanhas, os rios e os riachos, os lagos e as lagoas, umaárvore, um inseto ou uma flor. Isso deve ser uma atitude muitonatural de sua parte. Se você aprecia essa bela pessoa, que é nãoexigente e apreciativa, você deve ser essa mesma pessoa em relação àspessoas e às coisas que lhe incomo<strong>da</strong>m.


Isso é o início <strong>da</strong> meditação. Isso põe as coisas como elas são e vocêcomo você é. Vamos fazer isso agora.Serie<strong>da</strong>de com a Filosofia do <strong>Yoga</strong>Do mesmo modo que tivemos um trabalho acadêmico desmontandotodo o quebra-cabeça falacioso a respeito <strong>da</strong> Arqueologia e <strong>da</strong>Origem Humana difundido pelos intelectuais dos últimos doisséculos, teremos que apresentar também um trabalho consistente epreciso sobre a ver<strong>da</strong>deira origem do <strong>Yoga</strong> e sua definitiva conclusãoVe<strong>da</strong>nta, pois ca<strong>da</strong> vez mais me assusto por estar sempreencontrando textos de todos os níveis apresentando disparates comosendo ver<strong>da</strong>de absoluta quanto ao <strong>Yoga</strong>.É uma loucura o que estão divulgando com relação ao Ve<strong>da</strong>nta,<strong>Yoga</strong>-sutra, Sankhya e demais temas relacionados com a filosofiaoriginal do <strong>Yoga</strong>.Estamos preparando o terreno literário para a defesa do patrimôniointelectual do <strong>Yoga</strong> para a Humani<strong>da</strong>de.


Estabelecendo Bhakti-yoga no Ocidente: Quem é SrilaPrabhupa<strong>da</strong>?Sua Divina Graça A.C Bhaktive<strong>da</strong>nta Swami Prabhupa<strong>da</strong> nasceu noano de 1896, em Calcutá, Índia. Ele encontrou-se pela primeira vezcom seu mestre espiritual, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati GoswamiMaharaj, em Calcutá, no ano de 1922. Bhaktisiddhanta Sarasvati,um preeminente erudito devocional e o fun<strong>da</strong>dor de sessenta e quatroGaudiya Mathas (institutos védicos), gostou desse jovem educado econvenceu-o a dedicar sua vi<strong>da</strong> a ensinar o conhecimento védico.Srila Prabhupa<strong>da</strong> tornou-se seu discípulo e onze anos mais tarde(1933) em Allahad tornou-se seu discípulo em caráter formal. Noprimeiro encontro que tiveram em 1922, Srila BhaktisiddhantaSarasvati Thakura pediu que Srila Prabhupa<strong>da</strong> difundisse oconhecimento védico em língua inglesa. Nos anos que se seguiram,Srila Prabhupa<strong>da</strong> escreveu um comentário sobre o Bhagavad-gita,ajudou a Gaudiya Matha em seu trabalho e em 1944, sem a aju<strong>da</strong> deninguém, deu início a uma revista quinzenal em inglês, redigindo-a,<strong>da</strong>tilografando os manuscritos e revisando as provas. Ele própriodistribuía individualmente os exemplares gratuitamente e lutava para


manter a publicação. Desde então, a revista chama<strong>da</strong> "Volta aoSupremo", continua sendo publica<strong>da</strong> ininterruptamente; agora noOcidente seus discípulos continuam a publica-lá em mais de trintalínguas. Reconhecendo a erudição filosófica e a devoção de SrilaPrabhupa<strong>da</strong>, a Socie<strong>da</strong>de Gaudiya Vaisnava honrou-o em 1947 como título "Bhaktive<strong>da</strong>nta". Em 1950, aos 54 anos de i<strong>da</strong>de, SrilaPrabhupa<strong>da</strong> retirou-se <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> de casado, adotando a ordem de vi<strong>da</strong>retira<strong>da</strong> (Vanaprastha), a fim de dedicar mais tempo a seus estudos eescritos. Srila Prabhupa<strong>da</strong> viajou para a ci<strong>da</strong>de santa de Vrin<strong>da</strong>vana,onde viveu de maneira humilde no templo medieval e histórico deRadha-Damo<strong>da</strong>ra. Dedicou-se ali durante vários anos a estu<strong>da</strong>rprofun<strong>da</strong>mente e a escrever. Aceitou a ordem de vi<strong>da</strong> renuncia<strong>da</strong>(Sannyasa) em 1959.Em Radha Damo<strong>da</strong>ra, Srila Prabhupa<strong>da</strong> começou a trabalhar na obraprima de sua vi<strong>da</strong>: uma tradução em muitos volumes, comcomentários, dos dezoito mil versos do Srimad-Bhagavatam(Bhagavata-Purana). Escreveu também "Fácil Viagem a OutrosPlanetas". Após publicar três volumes do Bhagavatam, SrilaPrabhupa<strong>da</strong> foi para os Estados Unidos em 1965, a fim de cumprir amissão de seu mestre espiritual. Desde essa época, Sua Divina Graçaescreveu mais de sessenta volumes de traduções, comentários eestudos sumários autorizados sobre os clássicos filosóficos-religiosos<strong>da</strong> Índia. Quando em 1965 chegou pela primeira vez à ci<strong>da</strong>de de


Nova Iorque num navio de carga, Srila Prabhupa<strong>da</strong> não tinhapraticamente um centavo. Foi só depois de quase um ano de muitadificul<strong>da</strong>de que ele fundou a Socie<strong>da</strong>de Internacional para aConsciência de Krishna em julho de 1966. Antes de seudesaparecimento no dia 14 de novembro de 1977, ele orientou aSocie<strong>da</strong>de e viu-a desenvolver-se numa confederação mundial commais de cem Asramas, escolas, templos, institutos e comuni<strong>da</strong>desrurais.Em 1968, Srila Prabhupa<strong>da</strong> criou Nova Vrn<strong>da</strong>vana, umacomuni<strong>da</strong>de védica experimental nas colinas <strong>da</strong> VirgíniaOcidental.Inspirados pelo êxito de Nova Vrn<strong>da</strong>vana, que se tornoupróspera comuni<strong>da</strong>de rural com mais de 168 alqueires, seus discípulosdesde então têm fun<strong>da</strong>do diversas comuni<strong>da</strong>des semelhantes em todomundo.Em 1972, Sua Divina Graça introduziu o sistema védico de educaçãoprimária e secundária no Ocidente, ao fun<strong>da</strong>r a primeira escolaGurukula nos Estados Unidos. Desde então, sob sua supervisão seusdiscípulos têm estabelecido escolas Gurukula no mundo inteiro, como principal centro educacional estabelecido em Vrn<strong>da</strong>vana,Índia.Srila Prabhupa<strong>da</strong> também inspirou a construção de várioscentros culturais internacionais na Índia. O Centro em SridhamaMayapura na Begala Ocidental é a área para uma ci<strong>da</strong>de espiritualplaneja<strong>da</strong>, um projeto ambicioso cuja construção vai se estabelecerpela próxima déca<strong>da</strong>. Em Vrn<strong>da</strong>vana, Índia, encontra-se o magnífico


templo de Krshna e Balarama, a Casa Internacional de Hóspedes e oMonumento a Srila Prabhupa<strong>da</strong>. Há também um grande centroeducacional em Bombaim. Há planos para se estabelecer outroscentros em uma dúzia de outros locais importantes do subcontinenteindiano. No entanto, a contribuição mais significativa de SrilaPrabhupa<strong>da</strong> são seus livros. Altamente respeitados pela comuni<strong>da</strong>deacadêmica, <strong>da</strong><strong>da</strong> a sua autori<strong>da</strong>de, profundi<strong>da</strong>de e clareza, esses livossão adotados como livros didáticos normativos em numerosos cursosuniversitários. Os escritos de Srila Prabhupa<strong>da</strong> têm sido traduzidospara trinta e cinco línguas. Estabeleci<strong>da</strong> em 1972 exclusivamente parapublicar as obras de Sua Divina Graça, a "Bhaktive<strong>da</strong>nta Book Trust"tornou-se assim a maior editora mundial de livros no campo <strong>da</strong>religião e <strong>da</strong> filosofia indiana. Em apenas doze anos, apesar de suai<strong>da</strong>de avança<strong>da</strong>, Srila Prabhupa<strong>da</strong> viajou pelo mundo quatorze vezes,<strong>da</strong>ndo conferências sobre a consciência de Krishna e aju<strong>da</strong>ndo seusdiscípulos na administração <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de e no fomento de novosprojetos.Apesar de suas constantes viagens, Srila Prabhupa<strong>da</strong> sempre escreveuprolificamente, e suas obras constituem ver<strong>da</strong>deira biblioteca defilosofia, religião e cultura védicas. " Srila Prabhupa<strong>da</strong> não foi apenasoutro erudito, guru, místico, professor de yoga ou instrutor demeditação oriental. Ele foi a corporificação de to<strong>da</strong> uma cultura, aqual implantou no Ocidente."


Ateísmo como aversãoS.S. Hr<strong>da</strong>yanan<strong>da</strong> Das Gosvami mostra em seu livro "A morte doAteísmo" que o ateísmo é uma forma de se aversionar a tudo e atodos. Ateísmo como base <strong>da</strong> aversão. Ser aversionado a algo oualaguem é estar aversionado a Deus.Identificar-se com a reali<strong>da</strong>de material é como identificar-se com opersonagem que assumimos num jogo dentro de uma reali<strong>da</strong>devirtual, ao tomar um tiro eu sofro <strong>da</strong> mesma forma sofremos com areali<strong>da</strong>de que se choca com este corpo virtual.Religião = religar - Experiência estética como uma experiênciareligiosa.A mesma essência está na estética e está em tudo o que nos dáalguma forma de satisfação. Qualquer fato externo pode nos <strong>da</strong>r umaidéia de religar com nosso intimo - isto no contexto pós-moderno dereligião.Hegel questiona o estar no mundo de uma maneira global,macrocósmica e impessoal. Kiekgard questiona reduzindo to<strong>da</strong>


análise ao indivíduo em particular, são dois conceitos que marcamain<strong>da</strong> hoje o que é religião dentro do cânone secular.A religião dentro do capitalismo. Tudo isto como dharma material etemporário, referente ao corpo e karma. Sanatana-dharma: areali<strong>da</strong>de intrínseca <strong>da</strong> alma com Deus.<strong>Yoga</strong> não é Hedonismo!<strong>Yoga</strong> sem filosofia é puro hedonismo. Recentemente estive numa emItaquatiaia e pude realizar que <strong>Yoga</strong> e surf não são em na<strong>da</strong>compativeis..., se estamos querendo praticar yoga deveremoscontrolar o gozo dos sentidos. E surf é total gozo dos sentidosbaseado no corpo. Fuja de tal propagan<strong>da</strong>!Não somos seres humanos buscando por experiências espirituais, masseres espirituais vivendo experiências humanas.


Hatha-yoga e a Essência CompletaSitue-seA palavra ‘yoga’ deriva <strong>da</strong> raiz sânscrita ‘yuj’ e significa conectar, unirou juntar (<strong>da</strong>í, resquícios fonéticos na Língua Portuguesa deramorigem às palavras ‘conjugar’, ‘conjugue’). Com este conceito,entendemos que yoga é o processo que conduz à compreensão denossa ver<strong>da</strong>deira essência e identi<strong>da</strong>de. Em outras palavras, conectarou unir a consciência individual externa à consciência individualoriginal. Esse processo está inserido numa tradição cultural efilosófica milenar e tem como objetivo conduzir o praticante à autorealização.Neste caminho incorpora-se e amplia-se a percepção domundo, do relacionamento sensível com este mundo e com todos osseres que o habitam. Ao chegar a um estágio mais avançado depercepção, elimina-se a sensação de estar incompleto no mundo, navi<strong>da</strong> ou dentro de si mesmo.Todos nós já tivemos alguma experiência pareci<strong>da</strong>: aquela sensaçãode vazio e deslocamento do mundo; parece que na<strong>da</strong> faz sentido pormais que tentemos nomear, sentir ou experimentar; to<strong>da</strong>s asreferências parecem ter se dissolvido no tempo e a ca<strong>da</strong> passo que<strong>da</strong>mos sentimos como se caíssemos num precipício.


Os mais otimistas dirão: “É só um momento, uma fase na vi<strong>da</strong>, tudovai passar, não se preocupe.” Mas se você não procurar fazer algo suavi<strong>da</strong> ganhará ca<strong>da</strong> vez mais um horizonte denso, sombrio e nebuloso.Neste momento, certifique-se de que você já está desenvolveu umaperspectiva negativa diante <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. É preciso tomar uma atitudeenérgica. Imediata.Em sânscrito o antônimo <strong>da</strong> palavra ‘yoga’ é ‘ayoga’ e seu significadoé claro: desconectado, desunido, incompleto. Neste estado perde-sequalquer referencial saudável ou seguro. A causa se deve à simplesfalta de consciência interior, consciência do Ser, e as conseqüênciassão drásticas: ansie<strong>da</strong>de, tensão, frustração, depressão, fobias e demaissintomas de um quadro progressivamente degra<strong>da</strong>nte. Entretanto, osantigos sábios e yogis sabiam como estabilizar internamente asinfluências sutis do mundo fenomenal e as sublimes experiênciasmísticas do mundo interior através do sistema de yoga.Conecte-seDentre os mais variados estilos e processos de yoga o Hatha-yoga é omais conhecido e popularizado no Ocidente, e isto o torna acessível aqualquer pessoa interessa<strong>da</strong> em conquistar seu equilíbrio físico emental. Hatha-yoga é um sistema introduzido por Swatmarama Yogiem meados do século XV, na Índia. No final do século XIX esta


Assim, o processo de Hatha-yoga faz um trabalho de conscientização<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de externa para a fonte interior do Ser.Quanto à prática, os asanas devem ser praticados com consciência econcentração. O mesmo se aplica aos pranayamas, sempre respeite oslimites do corpo e busque alcançar relaxamento e consciência domomento presente.Atualmente encontramos centenas de posturas, <strong>da</strong>s mais simples àsmais complexas. Porém, originalmente, o Hatha-yoga era constituídode poucas dezenas de asanas clássicos praticados por yogis emperíodos históricos remotos e registrados em escrituras como Srimad-Bhagavatam.Realize-seAtualmente o yoga já é aceito como uma arma eficaz contra osgrandes males que arriscam afetar este século, os males <strong>da</strong> mente.Após saber dos benefícios alcançados pela simples prática de posturase respiração controla<strong>da</strong>, procure um bom instrutor de yoga e inicieesta nova jorna<strong>da</strong> em sua vi<strong>da</strong>. Permita-se transformar-se e progredirrumo a um horizonte sempre em expansão. Viva a plenitude de seuSer.


Três Peneiras - Para bons humanosUm rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algosobre alguém. Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo eperguntou: - O que você vai me contar já passou pelas três peneiras? -Três peneiras? - in<strong>da</strong>gou o rapaz. - Sim! A primeira peneira é aVERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato? Casotenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamosque seja ver<strong>da</strong>de. Deve, então, passar pela segun<strong>da</strong> peneira: aBONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Aju<strong>da</strong> aconstruir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que vocêquer contar é ver<strong>da</strong>de e é coisa boa, deverá passar ain<strong>da</strong> pela terceirapeneira: a NECESSIDADE. Convém contar?Resolve alguma coisa?Aju<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong>de? Pode melhorar o planeta? Arremata Sócrates: -Se passou pelas três peneiras, conte! Tanto eu, como você e seu irmãoiremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Seráuma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar adiscórdia entre irmãos, colegas do planeta.


<strong>Yoga</strong>!<strong>Yoga</strong> é o eterno relacionamento amoroso com a Suprema Divin<strong>da</strong>deAbsoluta. Quando restabelecemos este relacionamente, entãoestamos em <strong>Yoga</strong>. Fora isto, seremos apenas praticantes de asanas epranayamas. Mas, onde fica o auto-controle, a austeri<strong>da</strong>de, o celibatoe a meditação?Não há yoga sem espirituali<strong>da</strong>de, introspecção ou Krishna.Por um lado é muito bom vermos escolas de yoga por todo lado. Aténo shooping. Por outro, vemos que agora há uma febre de instrutoresde yoga que mais se parecem com "top-yogi-model". Já viu algum?Não gosto deste tipo de texto, mas há necessi<strong>da</strong>de de brincar umpouco com a banali<strong>da</strong>de, pois niguém está muito interessado emfilosofia. Apenas uma pequena pose, quero dizer, postura.Vamos falar um pouco mais filosófico?


Evolução do Teismo – A Ciência do <strong>Yoga</strong> Revela<strong>da</strong> naBhagavad-gitaEste é um resumo do que foi estu<strong>da</strong>do no Módulo I do Curso,tratando sobre as principais filosofias do yoga.Introdução<strong>Yoga</strong>: caminho do auto-conhecimento; aham brahmasmi (eu souespírito) é essência do <strong>Yoga</strong>; sem filosofia o yoga é apenas exercíciofísico e ativi<strong>da</strong>de corpórea; yoga é o restabelecimento <strong>da</strong> eternarelação entre o ser vivo e o Ser Supremo; aspecto filosófico se fazrelevante na prática do yoga.Guru-parampara: Sucessão discipular que mantém genuíno oconhecimento transcendental. evam parampara-praptam imamrajarsayo viduh (Bhagavad-gita 4.2)1. Sri Krishna 17. Brahmanya Tirtha2. Brahma 18. Vyasa Tirtha


3. Nara<strong>da</strong> 19. Laksmipati4. Vyasa 20. Madhavendra Puri5. Madhvacarya 21. Isvara Puri6. Padmanabha 22. Lord Caitanya7. Nrhari 23. Rupa Goswami8. Madhava 24. Raghunatha, Jiva9. Aksobhya 25. Krsna<strong>da</strong>sa10. Jayatirtha 26. Narottama11. Jnanasindhu 27. Visvanatha12. Dayanidhi 28. (Baladeva Vidyabhusana) Jagannatha13. Vidyanidhi 29. Bhaktivino<strong>da</strong>14. Rajendra 30. Gaurakisora5. Jayadharma 31. Bhaktisiddhanta Sarasvati16. Purusottama 32. A. C. Bhaktive<strong>da</strong>nta Swami Prabhupa<strong>da</strong>(Guru-parampara Brahma-madhva sampra<strong>da</strong>ya vaishnava)Escrituras Revela<strong>da</strong>s (Srut-sastras / Smrti-sastras): os principaistextos <strong>da</strong> filosofia védica foram mantidos por milênios na tradiçãooral e são denominados sruti-sastra, ou escrituras de amplaprofundi<strong>da</strong>de filosófica dirigi<strong>da</strong> à classe intelectual <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>dehumana. Porém, o srut-sastra não inclui to<strong>da</strong> literatura védica, apenasos quatro ve<strong>da</strong>s originais. Além deste há os Puranas e Itihasas quecompõem o quinto ve<strong>da</strong> (smrti-sastra) e possuem o mesmo conteúdodo sruti-sastra, mas ilustrado com extensas narrativas históricas.


Cosmologia Védica: <strong>da</strong> Pessoa Suprema (param-purusha) semanifestam três expansões de Vishnu. O primeiro deles, MahaVishnu, antes de iniciar sua ativi<strong>da</strong>de de arquitetar o universo,recebeu todo o conhecimento transcendental diretamente do parampurusha,isto há mais de 155 quatrilhões de anos. Por isto, talconhecimento é definido como apaurusheya, não contaminado pelanatureza material e humana.Cinco Ver<strong>da</strong>des Essenciais <strong>da</strong> Filosofia Védica (panca-tattva)1) Isvara – Supremo Controlador, criador, mantenedor e destruidorde to<strong>da</strong> manifestação.2) Jivatma – ser vivo individual e parte integrante do Ser Supremo,Isvara.3) Prakrti – energia material criativa que compõe todo universo(terra, fogo, ar, água e éter).4) Kala – o tempo eterno e transcendental que tudo permeia.5) Karma – ações e reações de ativi<strong>da</strong>des fruitivasSeis Sistemas Filosóficos <strong>da</strong> <strong>Tradição</strong> Védica (Sad-<strong>da</strong>rshana)


1) Nyaya (lógica) de Gautama – Isvara e Prakrti são idênticos; ambossão criados pela mesma fonte; Isvara é matéria; to<strong>da</strong> análise éreducionista; visa a negação completa <strong>da</strong> existência espiritual.2) Vaisesika (teoria atomística) de Kana<strong>da</strong> – átomos são eternos eindivisíveis; tudo é gerado do átomo, a causa imediata; Isvara ésomente o destruidor; nunca são dissolvidos como a matéria; suasquali<strong>da</strong>des são temporárias; quali<strong>da</strong>des surgem <strong>da</strong> transformaçãoatômica <strong>da</strong> natureza; a jiva se realiza em sua eterni<strong>da</strong>de semidenti<strong>da</strong>de ou quali<strong>da</strong>des inerentes.3) Samkhya (discriminação e análise metafísica <strong>da</strong> matéria e espírito)de Kapila – prakrti é a causa primordial <strong>da</strong> matéria; a criação ocorresem a presença de Isvara; ateísmo; seu propósito é reintegrar a jiva aprakrti.4) <strong>Yoga</strong> (disciplinas <strong>da</strong> auto-realização) de Patañjali – tanto Isvaraquanto jivatma são onipenetrante; prakrti é a independente causaoriginal de to<strong>da</strong>s as causas; mukti ou liberação é a cessação <strong>da</strong> dor esofrimento; samkhya e yoga possuem a mesma conclusão filosóficasobre Isvara e Prakrti; ateísmo. Sua meta é a auto-realização do serindividual na energia impessoal (brahmajyoti) de Isvara.


5) Karma-mimamsa (ciência <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des fruitivas) de Jaimini -dharma e karma provêm de Isvara; as reações fruitivas provêm dokarma; visa benefícios materiais e elevação aos planos celestiais paradesfrute sensorial mais refinado.6) Ve<strong>da</strong>nta (ciência <strong>da</strong> auto-realização) de Vyasa. Isvara é a causaoriginal de to<strong>da</strong>s as causas; to<strong>da</strong>s as expansões e manifestações estãosubordina<strong>da</strong>s a Ele; há igual<strong>da</strong>de qualitativa entre jiva e Isvara; ambospossuem individuali<strong>da</strong>des eternas; conduz ao restabelecimento doeterno relacionamento <strong>da</strong> jiva com Isvara.Três Linhas do HinduismoO Hinduismo é uma manifestação cultural e religiosa que tem comobase a trin<strong>da</strong>de (trimurti) Vishnu, Brahma e Shiva. Da adoração aestas três dei<strong>da</strong>des é que surgiu o conceito hindu como conhecemosatualmente. Ca<strong>da</strong> adoração gerou sua própria linha de doutrinabasea<strong>da</strong> nos Ve<strong>da</strong>s. São elas:- Smarta-brahmanismo – adoração a Brahma, semideus <strong>da</strong> criaçãoque rege raja-guna (paixão).- Shiva-shaktaismo - adoração a Shiva, semideus <strong>da</strong> destruição querege tama-guna (ignorância).


- Sri Vaishnavismo – adoração a Vishnu, a Divin<strong>da</strong>de em suacategoria de mantenedor que Se expande <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de Absoluta e regesattva-guna (bon<strong>da</strong>de).Sampra<strong>da</strong>yas VaishnavasSampra<strong>da</strong>yas são escolas ou doutrinas filosóficas tradicionais. To<strong>da</strong>stêm como referência as escrituras védicas, principalmente o Ve<strong>da</strong>ntasutrae Upanisad, compostas por Ba<strong>da</strong>rayana Vyasa. Em to<strong>da</strong>s elastem-se a Ver<strong>da</strong>de Absoluta representa<strong>da</strong> em três aspectosontológicos: brahman (aspecto impessoal parcial <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de),paramatma (aspecto localizado e semi-parcial <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de) ebhagavam (aspecto pessoal e completo <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de Absoluta). Sãoconheci<strong>da</strong>s como Escolas Filosóficas do Ve<strong>da</strong>nta e são 5 as doutrinas:Visistadvaita-sampra<strong>da</strong>ya de Ramanuja (1017-1137 d.C.) - define aVer<strong>da</strong>de Absoluta como monismo qualificado.Dvaita-sampra<strong>da</strong>ya de Madhvacarya (1239-1319 d.C.) – define aVer<strong>da</strong>de Absoluta como dualismo.Dvaita-advaita-sampra<strong>da</strong>ya de Nimbarka – define a Ver<strong>da</strong>deAbsoluta como igualmente dual e monista.


Suddhadvaita-sampra<strong>da</strong>ya de Visnusvami – define a Ver<strong>da</strong>deAbsoluta como monismo puro.Advaita-sampra<strong>da</strong>ya de Sankara – define a Ver<strong>da</strong>de Absoluta comomonista.As quatro primeiras são aceitas pelas autori<strong>da</strong>des como sendoautoriza<strong>da</strong>s, pois apresentam Isvara dentro de conceitos pessoais deacordo com o Ve<strong>da</strong>nta original. A quinta escola, de Sankara não éconsidera<strong>da</strong> como sendo autêntica dentro <strong>da</strong> tradição védica.Precedentes HistóricosPredominância de filosofias materialistas (século III a.C.) Carvaka(sankalpa, ou aceitação) e Budismo (vikalpa ou rejeição) – muitossacerdotes hindus estavam se valendo <strong>da</strong>s injunções védicas parajustificar a matança indiscrimina<strong>da</strong> de vaca e outros animais, algo nãoaprovado para esta Era atual (kali-yuga). Tendo como fonte afilosofia Karma-mimansa desenvolve-se o budismo. Buddha surgepara restabelecer ahimsa, a não-violencia e estabelecer o conceitosunnyava<strong>da</strong> de niilismo, mas para isto teve que negar a autori<strong>da</strong>deescritural dos Ve<strong>da</strong>s. Criou-se uma grande crise nos valores


escriturais tradicionais e uma grande mu<strong>da</strong>nça no pensamentoreligioso oriental.Séculos mais tarde tais filosofias entrariam em decadência e <strong>da</strong>riamlugar à filosofia monista de Sankara (788 – 820 d.C.). Para atrair osintelectuais <strong>da</strong> época a única estratégia foi apresentar um aspectoparcial <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de Absoluta para que a vali<strong>da</strong>de dos Ve<strong>da</strong>s fosserestabeleci<strong>da</strong>. Surge a filosofia Advaita-ve<strong>da</strong>nta, monismo impessoal<strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de Absoluta. Ocorre com neste momento a maior crisehermenêutica <strong>da</strong> história <strong>da</strong> filosofia <strong>da</strong> Índia. Tal crise marcaprofun<strong>da</strong>mente os rumos <strong>da</strong> busca pela auto-realização espiritual.Advaita-sampra<strong>da</strong>yaSankara restabeleceu a vali<strong>da</strong>de védica escritural, porém criou conflitode interpretação do Ve<strong>da</strong>nta em seis tópicos <strong>da</strong> filosofia. (1) anatureza e a vali<strong>da</strong>de dos pramanas, (2) a natureza <strong>da</strong> consciência, (3)a natureza de Brahman, (4) a natureza <strong>da</strong> jiva, (5) a relação entreBrahman e jiva (6) a natureza <strong>da</strong> liberação última, moksa.1 - Existem 4 pramanas ou meios de aquisição de conhecimentoválido:


1) pratyaksa - percepção direta dos sentidos em contato com osobjetos dos sentidos. Ex: perceber uma cor<strong>da</strong> como sendo uma cobra.Fonte de conhecimento utilizado por Sankara.2) anumana – inferência ou dedução. Ex: João é mortal por que ele éum Homem e todo homem é mortal;3) upamana – comparação. Ex: comparar um carro vermelho comuma fruta vermelha. É usado como fonte de conhecimento doBudismo.4) sab<strong>da</strong> – testemunho oral ou escrito. Ex: documentos de diferentesáreas de conhecimento registrados e mantidos.2- Natureza <strong>da</strong> ConsciênciaÉ de natureza espiritual e não diferencia<strong>da</strong> <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de Absoluta.Uni<strong>da</strong>de absoluta. O Brahman em contato com a energia ilusória elase torna uma jiva e quando libera<strong>da</strong> volta ao estado de Brahman.3 – Natureza de BrahmanBrahman é a reali<strong>da</strong>de última. É a essência de todos os seres e,portanto, não diferenciado. <strong>Sem</strong> considerar os três aspectos de


Brahman: Vishnu como Alma Suprema (parabrhaman); jiva comoalma subordina<strong>da</strong> à Alma Suprema (jiva-brahman); Prakrti comonatureza criativa (mahad-brahman). Na visão Advaita-sampra<strong>da</strong>yaBrahman é a única existência que há. Tudo mais é ilusão.4 - Natureza <strong>da</strong> jivaVisão monista: jiva e Isvara não possuem diferenciação. Ambos sãoplenamente iguais, sem atributos, quali<strong>da</strong>des ou individuali<strong>da</strong>de.Através do conhecimento a jiva se torna Brahman.5 – Relação entre jiva e BrahmanJiva é Brahman quando está sob influência <strong>da</strong> ignorância ou ilusão.Jiva é Isvara iludi<strong>da</strong> por Sua prakrti. A jiva dentro <strong>da</strong> natureza é umreflexo do Braman, como o brilho <strong>da</strong> lua na água.6 – Natureza <strong>da</strong> LiberaçãoQuando sai <strong>da</strong> influência ilusória a jiva recobra sua eterna natureza deBrahman, ou Deus. Quando a ilusão e a ignorância desaparecem nãoresta mais na<strong>da</strong>; tudo é ilusão incluindo conhecimento e sabedoria, esó Brahman é real, logo tudo é Brahman. Tal uni<strong>da</strong>de plena é o


estado de liberação onde a jiva retorna ao seu estado original emuni<strong>da</strong>de com o Todo. A liberação só é alcança<strong>da</strong> após a morte docorpo. Liberação é a cessação eterna <strong>da</strong> individuali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> jiva.Diferenças nas quatro Vaishnava-sampra<strong>da</strong>yasAs 4 Vaishnava-sampra<strong>da</strong>yas alegam que Vishnu é a causa última,mas que Sua relação com a Criação é distinta.Visistadvaita-sampra<strong>da</strong>ya - Na Visistadvaita-sampra<strong>da</strong>ya, o mundomaterial é visto como o corpo de Vishnu, a Alma Suprema. Nela,Visnhu é a meta útlima <strong>da</strong> auto-realização espiritual.Dvaita-sampra<strong>da</strong>ya - Mas a escola Dvaita não credita que a matériaesteja relaciona<strong>da</strong> com Vishnu do mesmo modo que o corpo estárelacionado com a alma, por que Vishnu transcendental à matéria. Omundo material é pleno de misérias, mas o Ve<strong>da</strong>nta-sutra 1.1.12define Bhagavan como anan<strong>da</strong>maya (plenamente bem-aventurado),assim, como pode o mundo material ser Seu corpo sendo pleno demisérias? A ver<strong>da</strong>de, de acordo com a escola Dvaita é que a materialestá sempre separa<strong>da</strong> de Vishnu, mas ela é eternamente dependentedo Supremo. Por isto, veremos que na Dvaita-sampra<strong>da</strong>ya a matériase torna ingrediente <strong>da</strong> causa do mundo. A grande diferença é quanto


à meta <strong>da</strong> auto-realização, que com Madhva, se estabelece Radha-Krishna como a plenitude total <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de Absoluta, Bhagavan.Suddhadvaita-sampra<strong>da</strong>ya - A suddhadvaita-sampra<strong>da</strong>ya não apoia oconceito de matéria como ingrediente <strong>da</strong> criação, pois a matéria nãotem função independente de Vishnu. Na ver<strong>da</strong>de a material não édiferente de Vishnu e ao mesmo tempo seu efeito não é diferente <strong>da</strong>causa. Este é o motivo de uma aparente diferença, assim como não hádiferença entre o oceano (causa) e suas on<strong>da</strong>s (efeito).Dvaitadvaita-sampra<strong>da</strong>ya - A escola Dvaitadvaita estabelece queVishnu é a base <strong>da</strong> causa e efeito e que não há diferença entre Isvara eprakrti, ou seja, Vishnu não é nem uno nem diferente <strong>da</strong> matéria. Eleé a base de tudo.A linha de união entre as Vaishnava-sampra<strong>da</strong>yasCaitanya-sampra<strong>da</strong>ya – Conheci<strong>da</strong> como acintya-bhe<strong>da</strong>-abhe<strong>da</strong>tattva-sampra<strong>da</strong>yafoi apresenta<strong>da</strong> por Caitanya Mahaprabhu (1486 –1534). Caitanya estabelece a união entre as quatro sampra<strong>da</strong>yasdefinindo a Ver<strong>da</strong>de Absoluta como sendo igual e diferente de tudoao mesmo tempo. A jiva é qualitativamente igual, mas distintaquantitativamente do Supremo Isvara. Definiu que a meta máxima<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> o amor conjugal entre o Casal Divino Radha-Krishna. No


inicio do século XVIII Baladeva Vidyabhusana escreve umcomentário (Govin<strong>da</strong>-bhasya) ao Ve<strong>da</strong>nta-sutra baseado na filosofiade Caitanya e restabelece deste modo, a linhagem autêntica doVe<strong>da</strong>nta dentro <strong>da</strong> tradição inseri<strong>da</strong> na moderni<strong>da</strong>de.


Asthanga-yoga Como Ele ÉIntroduçãoHá milhares de anos, na antiga e avança<strong>da</strong> civilização Védica,tivemos a presença de um grande sábio chamado Kapiladeva. Ele foifilho do yogi Kar<strong>da</strong>ma Muni e Devahuti. Só encontramos referênciassobre esta grande personali<strong>da</strong>de na milenar escritura conheci<strong>da</strong> comoSrimad-Bhagavatam, ou Bhagavat-Purana. De acordo com estesdocumentos sagrados, que <strong>da</strong>tam de mais de cinco mil anos,Kapiladeva foi uma poderosa encarnação de Deus. Seu principalpropósito foi revelar à humani<strong>da</strong>de o conhecimento sobre o processode <strong>Yoga</strong>.Quando seu pai deixou o lar e foi viver na floresta – que para nossareali<strong>da</strong>de é algo muito distante, mas que naquele tempo fazia parte <strong>da</strong>cultura Védica - sua mãe, Devahuti, ficou muito pesarosa e sem sabero que fazer. Foi neste momento que Kapiladeva a instruiu sobre ameta última <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> que pode ser alcança<strong>da</strong> pela prática preliminar de<strong>Yoga</strong>, a original Asthanga-yoga, e pelo conhecimento <strong>da</strong> filosofiateísta de Sankhya.A Filosofia Sankhya oferece uma compreensão sobre a naturezamaterial em todos os seus elementos e culmina na compreensão entrematéria e transcendência, e na adoração e devoção ao Senhor


Supremo. Esta filosofia Sankhya tem total relação com a FilosofiaVe<strong>da</strong>nta e sua conclusão está em total concordância com osensinamentos do Ve<strong>da</strong>nta Vaishnava.Com o passar do tempo teve inicio a atual era em que vivemos,chama<strong>da</strong> Kali-yuga. Ela é uma era muito desfavorável aos princípioselevados <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de, por ser repleta de desavenças, hipocrisia edeturpação.Foi neste contexto que nasceu, aproxima<strong>da</strong>mente 500 a.C., um outroRshi Kapila. Este, no caso, fora um grande impostor. Criador de umafilosofia materialista e niilista ele mesmo acabou deturpando aautêntica Filosofia Sankhya. Conceitos elevados sobre a criação douniverso e dos seres vivos foram postos numa visão grosseiramentematerialista, através de argumentos contraditórios e equivocados.Porém, sua sombra foi maior que o brilho filosófico do ver<strong>da</strong>deiroKapiladeva, o filho de Devahuti, e se difundiu por muitas escolas.Um pouco depois, por volta do século 3 a.C., nasce um outroreconhecido filósofo e yogi, Patanjali. Alguns documentos dizem queele nasceu 3000 a.C., mas não há na<strong>da</strong> fidedigno nestas informações,pois sua principal obra, <strong>Yoga</strong>-sutra, só veio à luz 300 a.C. Ele foi, naver<strong>da</strong>de, o decodificador dos ensinamentos sobre <strong>Yoga</strong> deixados porKapiladeva, o filho de Devahuti, mas seus seguidores e comentadoresvaleram-se <strong>da</strong> Filosofia Sankhya deixa<strong>da</strong> pelo falso Kapila. Nestemomento as águas foram dividi<strong>da</strong>s e proliferou-se por todo planetaum processo de <strong>Yoga</strong> que não coincide com sua Filosofia.


Na ver<strong>da</strong>de, o <strong>Yoga</strong>-sutra, composto de 195 sutras ou aforismos, émais um tratado sobre a teoria do <strong>Yoga</strong> do que um tratado filosóficodo <strong>Yoga</strong>. Porém, mesmo no aspecto teórico há possibili<strong>da</strong>des deeluci<strong>da</strong>r o processo apresentado por Patanjali através <strong>da</strong> FilosofiaSankhya do ver<strong>da</strong>deiro Kapiladeva, filho de Devahuti, que está emtotal concordância com o Ve<strong>da</strong>nta.<strong>Uma</strong> abor<strong>da</strong>gem teórica do <strong>Yoga</strong>-sutra pela ótica do Ve<strong>da</strong>nta podeaju<strong>da</strong>r na compreensão do <strong>Yoga</strong> e favorecer o resgate <strong>da</strong> tradiçãoteórica e filosófica do <strong>Yoga</strong>.Já houve muitos comentadores do <strong>Yoga</strong>-sutra. Ca<strong>da</strong> qual em na<strong>da</strong>auxiliou na compreensão exata desta obra.A Filosofia Sankhya do filho de Devahuti e o processo de <strong>Yoga</strong> sãodois sistemas aliados. Mas a Sankhya niilista do falso Kapila parte doconceito de que o desfrutador (purusa) e natureza material (prakrti)são indistintos. Tendo como base a idéia de que a enti<strong>da</strong>de viva e anatureza material são iguais, tais filosofias caem num sério erroquanto à compreensão <strong>da</strong> origem do universo e do propósito último<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> humana.Através do emprego de termos como Sankhya e <strong>Yoga</strong> especuladoresfilosóficos, como o pseudo-Kapila e outros, assumiram uma posiçãode destaque nos tópicos sobre <strong>Yoga</strong>, deturpando Patanjali.De maneira bem simples, Sankhya significa conhecimento e <strong>Yoga</strong>,aplicação prática do conhecimento, ou seja, conhecimento a respeito<strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de Absoluta e meditação na forma transcendental desta


Ver<strong>da</strong>de Absoluta. Por este motivo, de acordo com o que realmente éapresentado no <strong>Yoga</strong>-sutra, é possível conciliar harmoniosamente<strong>Yoga</strong> e Ve<strong>da</strong>nta no que diz respeito à auto-realização espiritual. OVe<strong>da</strong>nta explana que a liberação não é atingi<strong>da</strong> apenas peladiscriminação entre matéria e espírito - como enfatiza a falsaFilosofia Sankhya - mas pelo conhecimento a respeito do SenhorSupremo e rendição a Ele.Recorrendo à Filosofia do ver<strong>da</strong>deiro Kapiladeva o yogi aspirantepode compreender adequa<strong>da</strong>mente o Asthanga-yoga. O próprioKapiladeva, a autori<strong>da</strong>de maior do <strong>Yoga</strong>, estabeleceu os oito estágiosiniciais do <strong>Yoga</strong>, a saber, yama, niyama, asana, pranayama,pratyahara, dharana, dhyana e samadhi. Através destas práticas devesebuscar pela Superalma, que é a meta de todo <strong>Yoga</strong>. Existempretensas práticas de <strong>Yoga</strong> nas quais se concentra a mente no vazioou no impessoal, mas isto não é aprovado pelo Ve<strong>da</strong>nta e nemmesmo pelo <strong>Yoga</strong>-sutra.Portanto, o sucesso no <strong>Yoga</strong> implica no libertar-se de to<strong>da</strong>s asdesignações materiais e situar-se na sua original posiçãoconstitucional.


Introdução ao Astanga-<strong>Yoga</strong> de PatanjaliEm seu <strong>Yoga</strong>-sutra (2.26-28), Patanjali apresenta oAstanga-yoga como fora apresentado por Devahuti-putraKapiladeva. Seu maior trabalho foi facilitar e aproximar o Astangapara a vi<strong>da</strong> real <strong>da</strong>s pessoas de sua época. Como está claro no Srimad-Bhagavatam (3.28.5), há total sintonia do <strong>Yoga</strong>-sutra com as palavrasde Kapiladeva:“Deve-se observar silêncio, adquirir equilíbrio, praticandodiversas posturas senta<strong>da</strong>s, controlar os ares vitais, afastar


os sentidos dos objetos dos sentidos e, deste modo,concentrar a mente no coração.”Nota-se que neste verso há os seis primeiros degraus doAstanga-yoga. Portanto, tendo como princípio os mesmos deixadospor Kapiladeva, Patanjali enfatiza várias vezes a questão maisimportante do <strong>Yoga</strong>: a rendição a Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus. Ecomo veremos, ele focou seu processo meditativo no aspecto pessoaldo Senhor, ao contrário do que pensam muitos dos seguidores ecomentadores de sua obra.Assim como Kapiladeva apresentou, Patanjali estruturouseu Astanga-yoga em oito (astha) partes (angas):1 - Yamas (regras); ahimsa (não violência) satya (veraci<strong>da</strong>de) asteya (não roubar) brahmacarya (controle dos sentidos) aparigraha (não possessivi<strong>da</strong>de)2 - Niyamas (regulações);


sauca (pureza) santosa (satisfação) tapas (austeri<strong>da</strong>de) svadhyaya (estudo <strong>da</strong>s escrituras) isvara-pranidhana (rendição ao Senhor)3 - Asana (posturas);4 - Prananyama (controle respiratório); puraka (inalação) kumbhaka (retenção) rechaka (exalação)5 - Pratyahara (restrição dos sentidos); brahman-pratyahara bhagavan-pratyahara6 - Dharana (concentração);


7 - Dhyana (meditação);8 - Samadhi (absorção espiritual) sabija- samadhi nibija- samadhiYamaDentro do sistema de Astanga-yoga to<strong>da</strong>s as oito etapasprogressivas visam levar o praticante ao objetivo final que é o


Samadhi. Para isto, é necessário desenvolver o controle dos sentidos.O processo de Astanga-yoga exige autocontrole do começo ao fim.Por isso mesmo o nome do primeiro degrau é Yama, que significacontrole, ou regras regulativas que aju<strong>da</strong>m o yogi a desenvolver oautocontrole. O Senhor Kapiladeva declara no Srimad-Bhagavatam(3.27.6):“É preciso tornar-se fiel, praticando o processocontrolador do sistema de <strong>Yoga</strong>, e elevar-se à plataformado serviço devocional amoroso puro, cantando e ouvindosobre Mim.”Neste sentido, Yama é composto de regras que auxiliam ocontrole <strong>da</strong> mente e dos sentidos. Entretanto, este controle deve serfeito com firme fé e devoção pura (sraddhayanvitah mayi bhavenasatyena). <strong>Sem</strong> este controle inicial, exercido pelo yogi que busca pelaperfeição espiritual ou auto-realização, não há como fazer o menorprogresso. E ele é facilitado através de Bhakti, ou bhavena. NoSrimad-Bhagavatam (3.8.4), Kapiladeva descreve Yama e já adiantaalgo sobre Niyama como se segue:“Deve-se praticar a não-violência e a veraci<strong>da</strong>de, evitarroubar e contentar-se com a posse de apenas o que sejanecessário para a manutenção. Deve-se abster-se <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>


sexual, praticar austeri<strong>da</strong>de, ser limpo, estu<strong>da</strong>r os Ve<strong>da</strong>s eadorar a forma <strong>da</strong> Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus.”Entre as oito etapas de Astanga-yoga Yama, juntamentecom Niyama, definem os primeiros passos do <strong>Yoga</strong>.Alguns degraus intermediários são de grande importância eformam o processo gradual de Yama. São eles:1 - AhimsaAhimsa literalmente significa não-violência. Tudo quepossa favorecer a futura felici<strong>da</strong>de espiritual dos seres vivos em geralchama-se ahimsa. <strong>Sem</strong> seguir este primeiro princípio não há comoelevar a consciência e, conseqüentemente, não dá para se falar de paz.Qualquer atitude que possa prejudicar ou interromper odesenvolvimento vital dos seres vivos é considerado violência.Esta não-violência não se restringe apenas ao aspecto físico<strong>da</strong> violência, mas à violência causa<strong>da</strong> pelos pensamentos, pelaspalavras e pelas ações. Qualquer pensamento que tenha algumresquício de inveja, luxúria, ira, cobiça, ilusão ou loucura é, emdiferentes graus, fonte de violência. To<strong>da</strong> a dificul<strong>da</strong>de para seencontrar a paz ou praticar a paz recai neste mesmo ponto: aviolência contra outras enti<strong>da</strong>des vivas.


Alguém que cultive pelo menos um destes inimigos dentrode si não pode ser um yogi. No <strong>Yoga</strong>-sutra (2.35), encontramos que:“Estabelecendo-se intensamente em não-violênciaabandona-se qualquer hostili<strong>da</strong>de.”Também na fala o yogi deve ser muito sóbrio. Ele deve serveraz, agradável e causar entusiasmo com sua fala, evitando palavrasagressivas.A violência mais grosseira é justamente a causa<strong>da</strong> pelamatança de animais. O yogi deve ver com igual<strong>da</strong>de todos os seresvivos como esclarece o Bhagavad-gita (6.10):“Considera-se um yogi mais avançado aquele que vê osbenquerentes honestos, os benfeitores afetuosos, osneutros, os mediadores, os invejosos, os amigos e osinimigos, os piedosos e os pecadores - todos com umamente equânime.”O ver<strong>da</strong>deiro yogi vê tudo em relação com a Ver<strong>da</strong>deAbsoluta e assim passa a respeitar a todos. Violência não é apenasaquela realiza<strong>da</strong> por um assassino ou psicopata, mas por qualquer umque seja conivente com a matança indiscrimina<strong>da</strong> de seres vivos paraa satisfação do pala<strong>da</strong>r. Qualquer ação que cause sofrimento a outro


ser vivo é uma ação violenta tanto para o executor quanto para avítima. Qualquer tipo de violência é sinal de um baixo nível deconsciência, que impede o desenvolvimento <strong>da</strong> misericórdia e <strong>da</strong>equanimi<strong>da</strong>de. Um yogi está sempre atento para não causar nenhumtipo de violência contra nenhuma espécie de enti<strong>da</strong>de viva. Não é poracaso que não-violência aparece em primeiro lugar nos degraus deYama. Ela é muito grosseira e está relaciona<strong>da</strong> com o que há de maisdegra<strong>da</strong>do. A forma humana destina-se à compreensão espiritual;logo, qualquer ação que não promova ou impeça este propósito nacerta comete violência contra os seres humanos e demais seres vivos.2 - SatyaA veraci<strong>da</strong>de é compulsória a todo ser humano. Nenhumasocie<strong>da</strong>de pode ser estabeleci<strong>da</strong> sem pelo menos um pequeno grau deveraci<strong>da</strong>de. Deve-se ser veraz com os outros e consigo mesmo. O yogisó deve falar o que pensa e fazer o que diz, e sua veraci<strong>da</strong>de tambémdeve estar presente nos pensamentos, falas e ações. Patanjali no <strong>Yoga</strong>sutra(2.36), diz que:“Estabelecendo-se em veraci<strong>da</strong>de as conseqüências <strong>da</strong>sações dependerão apenas <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des que serealizarem.”


O yogi dever ser transparente em suas ativi<strong>da</strong>des externas einternas. Dentro do sistema social Védico existe a classe social maiseleva<strong>da</strong> forma<strong>da</strong> por intelectuais, sacerdotes e professores(brahmanas) que são a cabeça <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de autêntica. Tais brahmanasapresentam em suas personali<strong>da</strong>des e caráter a exemplar quali<strong>da</strong>de deserem verazes. De acordo com a literatura Védica, na atual era emque vivemos (kali-yuga), por mais incrível que possa parecer, só restauma quali<strong>da</strong>de dos elevados valores religiosos: a veraci<strong>da</strong>de.Krishna diz no Bhagavad-gita (10.4-5), que bhavanti bhavabhutanam matta eva prthag-vidhah, ou seja, a veraci<strong>da</strong>de e to<strong>da</strong>s asboas quali<strong>da</strong>des dos seres vivos surgem dEle.A ver<strong>da</strong>de deve ser apresenta<strong>da</strong> independente de suasconseqüências. <strong>Sem</strong> veraci<strong>da</strong>de o yogi não pode fazer o menoravanço. Enganando aos outros ou a si mesmo, como um pretensoyogi, ele pode causar sua própria ruína por não ser transparente emseus relacionamentos. Transparência é sinônimo de simplici<strong>da</strong>de eum yogi vive de maneira simples. O yogi não deve complicar sua vi<strong>da</strong>e viver de maneira delirante sem saber em que nível está suaconsciência espiritual. E para se obter esta simplici<strong>da</strong>de é necessárioveraci<strong>da</strong>de.Outro ponto importante é que o yogi deve ser ver<strong>da</strong>deirocom seus desejos. Isto requer harmonia e sinceri<strong>da</strong>de na atitude com


o Senhor Supremo. Esta sinceri<strong>da</strong>de é defini<strong>da</strong> no Srimad-Bhagavatam (8.16.22), pela palavra satya-sankalpa :“Que o Senhor fique satisfeito comigo e satisfaça todos osmeus sinceros desejos.”É por isso que Krishna diz no Bhagavad-gita (7.16), queexistem quatro tipo de pessoas que se aproximam dEle: o aflito, odesejoso de riquezas, o inquisitivo e o que busca conhecer a Ver<strong>da</strong>deAbsoluta.3 - AsteyaNeste caso, o ver<strong>da</strong>deiro yogi também se destaca por nãoquerer para si a posse de outrem. Com perfeito conhecimento de queexiste um Supremo Controlador, Desfrutador e Proprietário eleentende que tudo pertence ao Paramatma, a Superalma. Quando oyogi compreende que na<strong>da</strong> pode ser realmente seu - já que tudo temuma existência temporária neste mundo -, mas que tudo pertence aoSenhor Supremo, ele pratica a ver<strong>da</strong>deira renúncia, utilizando tudoque possui para a satisfação do Senhor. Não é necessário abrir mão dena<strong>da</strong> além do falso ego.De acordo com a filosofia do <strong>Yoga</strong>, ca<strong>da</strong> qual tem sua cotadetermina<strong>da</strong>. Querer mais do que determina sua cota pode ser


considerado um crime, e um yogi não deve cair neste erro que gerainveja e cobiça. Por isso, está dito no Sri Isopanisad (1), que:“O Senhor controla e possui to<strong>da</strong>s as coisas anima<strong>da</strong>s einanima<strong>da</strong>s que estão dentro do Universo. Portanto,devem-se aceitar apenas as coisas que lhe são necessárias,que foram reserva<strong>da</strong>s como sua cota, e não se devemaceitar outras coisas, sabendo bem a quem pertence.”Por este motivo o yogi deve ser auto-satisfeito e nãoalimentar o desejo por objetos que possam desviá-lo <strong>da</strong> meta última<strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. Estando satisfeito por considerar suficiente o que possui oyogi nunca estará envolvido pela ira ou luxúria, e nem se tornaráescravo dos desejos insaciáveis <strong>da</strong> mente, fatores que podem atar aalma por muitas vi<strong>da</strong>s ain<strong>da</strong> no mundo material.Assim, o yogi deve desenvolver certo desapego de tudo quepossa atá-lo à vi<strong>da</strong> material. No Bhagavad-gita (15.4) vemos que énecessário deixar a associação <strong>da</strong>quilo que possa ser prejudicial à almaespiritual. Asanga-sastrena: é preciso deixar todo o apego a tudo quepertence à energia material. A melhor maneira de realizar estedesapego não é abandonando a associação com a energia material,mas usá-la no aprimoramento espiritual. Seria como trocar aassociação material pela espiritual. Sabendo que tudo pertence aoIsvara Supremo, o yogi naturalmente desenvolve uma relação


espiritual com a energia material utilizando-a para a satisfação doSupremo. Isto é Asanga-sastrena, que pode aju<strong>da</strong>r a desenvolver umaatitude livre <strong>da</strong> cobiça. Como se declara no <strong>Yoga</strong>-sutra (2.37):“Estabelecendo-se firmemente em honesti-<strong>da</strong>de to<strong>da</strong>s asopulências necessárias se afloram.”Porém, se não puder eliminar por completos estes desejoscorrosivos <strong>da</strong> mente por meio de Asanga-sastrena, o yogi deve aomenos evitá-los em seus pensamentos, fala e ações. Isto é facilitadoquando se busca levar uma vi<strong>da</strong> pura em todos os aspectos. Através<strong>da</strong> associação com aqueles que estão empenhados na prática doserviço devocional amoroso ao Senhor pode-se tornar a vi<strong>da</strong> maispura e espiritualiza<strong>da</strong>.4 - BrahmacaryaBrahmacarya significa aquele que atua no nível de brahman.Em to<strong>da</strong>s as circunstâncias o yogi deve ser um brahmacary e sempreagir com consciência de aham brahmasmi, ou seja, que “eu não soueste corpo”. A atitude do yogi que segue brahmacarya deve basear-seneste princípio e nunca no conceito corpóreo de desfrute dos sentidosmateriais do corpo.


O aspecto <strong>da</strong> abstinência sexual é apenas o aspecto externo<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> de brahmacarya. A meta não é meramente a vi<strong>da</strong> celibatária,mas o controle total dos sentidos. Para quem está seguindo asregulações necessárias à vi<strong>da</strong> espiritual sabe muito bem que o controledo impulso sexual é muito difícil, pois o prazer alcançado no atosexual é, do ponto de vista material, muito forte. Assim, controlar osimpulsos sexuais é conquistar todos os outros sentidos.Para o ver<strong>da</strong>deiro yogi, que se dedica com sinceri<strong>da</strong>de eoferece sua vi<strong>da</strong> a Alma Suprema conhece um prazer muito superiora qualquer prazer mun<strong>da</strong>no e, por isso, ele não se entrega aos desejossensuais dos sentidos materiais, mas os ocupa para servir aoParamatma.Na ordem religiosa do sistema social Védico, brahmacarya éa primeira fase e precede, sucessivamente, as fases de casado (grhasta),retirado (vanaprasta) e renunciado (sannyasi). Em todos eles apenasna fase de casado é que se tem acesso regulado à vi<strong>da</strong> sexual, porémapenas para a geração de filhos avançados em consciência espiritual, oque significa que mesmo na vi<strong>da</strong> de casado o yogi deve praticarcelibato.Tal restrição não deve ser vista como algo proibitivo ousofrido, mas como uma austeri<strong>da</strong>de que faz parte do processo de sebuscar pela meta última <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. A vi<strong>da</strong> sexual contrária aos


princípios religiosos acaba com to<strong>da</strong> a energia vital que poderia serusa<strong>da</strong> para elevar a consciência e destrói a potência espiritualacumula<strong>da</strong> pelas ativi<strong>da</strong>des espirituais diárias.Para se manter fortalecido o brahmacary deve manter-sejunto do Guru e servi-lo por um bom tempo. O Guru ensina ao yogidiscípulo a controlar os sentidos e concentrar-se no objeto de suabusca transcendental. Enfim, a prática de Brahmacarya capacita amemória a agir com mais rapidez e aumenta a duração de vi<strong>da</strong>, comose declara no <strong>Yoga</strong>-sutra (2.38):“Estabelecendo-se firmemente no controle dos órgãosgenitais facilmente desenvolve-se vigor.”Não há vantagem em desfrutar dos sentidos materiais.Qualquer animal vive nesta plataforma sensual, mas o ser humanotem a prerrogativa de escolher entre a vi<strong>da</strong> degra<strong>da</strong><strong>da</strong> ou civiliza<strong>da</strong>.<strong>Sem</strong> esta alternativa não faria sentido o livre arbítrio. Portanto, vi<strong>da</strong>espiritual é simples para as mentes simples, mas é difícil para asmentes complica<strong>da</strong>s. O melhor é descomplicar a vi<strong>da</strong> controlando ossentidos e usando-os para o avanço espiritual. Imaginem quantassituações conflitantes, frustrações e desperdício de tempo e energiaseriam evitados sem esta busca insólita por gozo sensual dos sentidos.


5 - AparigrahaAparigraha, ou não-possessivi<strong>da</strong>de, é compreendido comoalguém que seja despojado de posses materiais, não no sentido de nãopossuir o mínimo necessário a sua manutenção básica, mas de nãoacumular mais do que necessita. Aparigraha se assemelha um pouco aAsteya, embora nesse o que prevalece é a inveja e a necessi<strong>da</strong>de deassumir algo que não lhe pertença. Já em Aparigraha há o forteimpulso de acumular posses desnecessárias.Este sentimento de possessivi<strong>da</strong>de expressa a mais profun<strong>da</strong>insatisfação, insegurança, apego e cobiça. Por mais que alguémprocure satisfazer sua tendência de Aparigraha nunca estará satisfeito,pois o desejo nunca poderá ser saciado. Por isso, encontramos no<strong>Yoga</strong>-sutra (2.39):“Estando livre de possessivi<strong>da</strong>de material torna-se clara arazão <strong>da</strong> existência.”A razão <strong>da</strong> existência é justamente buscar pela autorealizaçãoespiritual, e na<strong>da</strong> mais (ve<strong>da</strong>is ca sarvair aham eva vedyah).Quem está envolvido com a ganância acaba sempre comendo a maisdo que a capaci<strong>da</strong>de do estômago, dormindo mais do que o corporequer e assume tamanho hedonismo que passa a dedicar to<strong>da</strong> suaenergia em saciar as mais fúteis deman<strong>da</strong>s corpóreas.


Devido à intensa identificação com o corpo material talpessoa acaba encontrando, em sua busca por desfrute, maissofrimento do que prazer.Diante de to<strong>da</strong>s estas anomalias, o yogi não perde seu tempoprocurando satisfazer-se com os produtos <strong>da</strong> ilusão, mas utiliza todoseu tempo e energia em expandir sua consciência espiritual.Aqui também se aplica a idéia de desapego, como citadopor Srila Rupa Gosvami em seu Bhakti-rasamrta-sindhu (2.255-256):“Quando a pessoa não se apega a na<strong>da</strong>, mas ao mesmotempo tudo o que aceita ou possui usa em relação comKrishna, ela está corretamente situa<strong>da</strong> acima do sentidode posse. Por outro lado, aquele que rejeita tudo sementender a relação destas coisas com Krishna, não écompleto em sua renúncia.”Se o yogi tiver que conseguir algo que seja muito difícil, eain<strong>da</strong> assim colocar em risco sua vi<strong>da</strong> diária de práticas espirituais,para difundir o conhecimento espiritual às outras pessoas, ele aceitacomo uma perfeita austeri<strong>da</strong>de e age com ver<strong>da</strong>deira renúncia; mas,se for para satisfazer a si próprio e seus anseios pessoais ele então abremão de tal esforço inútil. A idéia é que o yogi não fica em ansie<strong>da</strong>de esempre utiliza sua vi<strong>da</strong> no progresso espiritual. Ele sabe que tudo está


sob o controle do Paramatma e assim dedica-se e esforça-se paracumprir seus deveres em harmonia com o Senhor Supremo.NiyamasOs cinco subdegraus de Niyamas visam disciplinar os hábitos,definindo personali<strong>da</strong>de e caráter. A palavra Niyama refere-se aospreceitos concernentes às ativi<strong>da</strong>des que os seres humanos em geralnão estariam inclinados a executar. Ou seja, no início deve-se fazerum esforço, mas gradualmente estes preceitos tornam-se naturais. Nisignifica ausência. <strong>Sem</strong> esforço; algo que é natural para o ser vivocivilizado. Porém, devido ao contato contaminado com o mundomaterial é necessário começar com um pequeno esforço. Asdisciplinas de Niyama não são proibitivas, são reguladoras.Estas regulações tornam o yogi física, mental eespiritualmente fortalecido. É importante compreender que estasregulações visam o bem estar mental e espiritual do yogi. De acordocom as escrituras Védicas regras e regulações existem para que o yogipossa sempre pensar no Senhor Supremo dentro de seu coração enunca se esquecer dEle. Seguir tais prescrições de maneira mecânicaou desconsiderá-las está fora de cogitação para o yogi sincero.Também no Bhakti-rasamrta-sindhu (1.2.101), se declara que:


“Praticar serviço transcendental amoroso ao Senhor Hari,mas ignorar os textos védicos autorizados, tais como osUpanisads, Puranas e o Nara<strong>da</strong>-pancaratra, é simplesmenteuma perturbação desnecessária na socie<strong>da</strong>de.”Deve-se segui-las de maneira natural e com consciência dedesenvolver o autocontrole.Embora sejam ain<strong>da</strong> externas, e estejam liga<strong>da</strong>s ao âmbitode moral e ética, tanto Yama quanto Niyama são de grandeimportância dentro do Astanga-yoga. Todos os outros angasdependem de uma boa base nestes dois angas iniciais. <strong>Sem</strong> disciplinaninguém alcança seus objetivos.1 - SaucaNo contexto <strong>da</strong> ciência do <strong>Yoga</strong>, Sauca refere-se à purezafísica e mental já que ambas aju<strong>da</strong>m a evitar doenças no corpo e namente, respectivamente. É muito simples aceitar o fato de que o yoginão é aquele que deixa o cabelo crescer, não toma banho, não sealimenta ou não dorme. O yogi cui<strong>da</strong> melhor do seu corpo do queuma pessoa comum, pois ele sabe a quem pertence seu corpo. Devidoa um conceito errado sobre yoga, muitas pessoas acham que para setornar um yogi ela terá que abandonar todos os seus cui<strong>da</strong>dos com a


saúde e simplesmente viver ao acaso. Esta não é a idéia. Vi<strong>da</strong>espiritual requer maiores responsabili<strong>da</strong>des.A pureza mental, por sua vez, auxilia no avanço espiritual aopossibilitar uma inteligência mais aguça<strong>da</strong> e dinamicamente fixa. Oyogi mantém sua mente tranqüila e livre de apego, medo e ira, devidoà execução de ativi<strong>da</strong>des que a purificam. Com a mente estável elimpa de to<strong>da</strong> poeira material ele pode ver constantemente areali<strong>da</strong>de do mundo numa perspectiva positiva.A pureza, ou limpeza física é fácil de entender e realizar,porém a limpeza <strong>da</strong> mente requer algo mais intenso e profundo. Apureza <strong>da</strong> mente depende de pensamentos espirituais, absorçãomental em tópicos transcendentais e discernimento apurado. <strong>Sem</strong>estes pré-requisitos, que devem ser desenvolvidos ain<strong>da</strong> nos doisangas iniciais (Yama e Niyama), não há como fazer progresso na autorealização.A mente precisa de ocupação constante e, ao contrário doque se pensa, o correto é ocupar a mente e não tirar suas ocupações,ou, melhor dizendo, ocupar a mente em ativi<strong>da</strong>des transcendentais etirá-la <strong>da</strong>s ocupações materiais. Este é o grande segredo do sucessono processo de <strong>Yoga</strong>. Patanjali diz no <strong>Yoga</strong>-sutra (2.40):“A pureza do próprio corpo e <strong>da</strong> mente é superior aocontato indesejado - com outros corpos ou objetosmateriais.”


E é por este motivo que se enfatiza muito o autocontrole.Ocupando os sentidos, a mente e a inteligência no transcendentalserviço devocional amoroso ao Senhor Supremo pode-se purificá-lose, com a mente pura, pode-se concentrar e meditar na formatranscendental do Paramatma. E como podemos ocupar a mente e ossentidos no transcendental serviço devocional amoroso ao Senhor? Opróprio Senhor Kapila explica no Srimad-Bhagavatam (3.28.33):“Com devoção embebi<strong>da</strong> em amor e afeição, o yogi devemeditar no âmago de seu coração, na risa<strong>da</strong> do SenhorVishnu. A risa<strong>da</strong> dEle é tão cativante que se pode meditarnela facilmente. Quando o Senhor Supremo ri, pode-sever Seus pequenos dentes, que parecem botões de jasmimmatizados de rosa pelo esplendor de Seus lábios. <strong>Uma</strong> vezque tenha devotado sua mente a isto, o yogi já nem desejaver qualquer outra coisa.”Este é o processo de meditação mais correto que é praticadopelos ver<strong>da</strong>deiros yogis e que leva ao desenvolvimento natural doamor por Deus. <strong>Sem</strong> chegar ao ponto de desenvolver amor puro peloSenhor Supremo, qualquer processo de <strong>Yoga</strong> que descarte o trabalhode purificação do praticante é mera per<strong>da</strong> de tempo, pois não o levaao desenvolvimento de amor puro pelo Senhor Supremo. O yogi nãodesperdiça sua valiosa vi<strong>da</strong> em algo que não lhe <strong>da</strong>rá a fonte última


de prazer, que só poderá ser alcança<strong>da</strong> após ter desenvolvido purezano coração. Tudo isto dependerá de Sauca que o yogi devedesenvolver dentro de si mesmo.2 - SantosaSantosa pode ser entendi<strong>da</strong> como contentamento, satisfaçãoou entusiasmo. Com a mente limpa e calma pode-se encontrarsatisfação em to<strong>da</strong>s as situações, e assim atua o yogi, sempre extraindoouro do lixo. Em tal estado de mente, mesmo um mendigo podeviver com a satisfação de um grande rei.Porém, o yogi mantém seu equilíbrio sem se exaltar e sem selamentar. Na ver<strong>da</strong>de, sua satisfação não depende de fatores externos.Ele vive este estado dentro de si, compreendendo que este é o seuver<strong>da</strong>deiro tesouro. E é este tesouro que alimenta sua firme convicçãode investir na vi<strong>da</strong> espiritual.Podemos perceber que mesmo uma experiência do passadoque tenha nos <strong>da</strong>do alguma sensação de prazer ou satisfação já nãoexiste mais como fator externo, mas a sensação ain<strong>da</strong> pode estar vivaem nossa memória. Aquela reali<strong>da</strong>de já não tem mais existência físicano contato com nossos sentidos embora a satisfação possa ain<strong>da</strong> sersenti<strong>da</strong> como uma lembrança do passado. Isto mostra que a satisfaçãoé interior. Ela nunca depende de algo externo. Quando


experimentamos uma situação compatível com algum desejo <strong>da</strong>mente sentimos internamente algo que nos dê prazer. Mas quando oestímulo externo se esvai a satisfação, que dependia de fator externo,também se acaba. Porém, esta satisfação está constantementepresente dentro de ca<strong>da</strong> um. Quando o yogi entra em contato comsua essência espiritual real ele pode sentir plenamente esta constantesatisfação e prazer dentro de si. Isto é Santosa, a satisfação quealimenta o desejo de querer vi<strong>da</strong> espiritual.Para isto é necessário provar o sabor sublime <strong>da</strong>transcendência, como é apresentado no Bhagavad-gita (2.59):“Interrompendo as ocupações materiais ao experimentarum gosto superior, o yogi se fixa em consciênciaespiritual.”Provando um nível superior de consciência, qualquer umque esteja desejoso por vi<strong>da</strong> espiritual abandona naturalmente suaafeição pelos objetos dos sentidos materiais. Isto se deve à rasa ousabor espiritual que nutre a alma, <strong>da</strong>ndo-lhe prazer e satisfação. Estarasa, ou sabor é que dá o prazer interior que o Senhor Krishnadescreve no Bhagavad-gita (5.21):“Tal pessoa libera<strong>da</strong> não se deixa atrair pelo prazer dossentidos materiais, mas está sempre em transe, gozando o


prazer interior. Desse modo, a pessoa auto-realiza<strong>da</strong> sentefelici<strong>da</strong>de ilimita<strong>da</strong>, pois se concentra no eu.”Esto verso confirma que a satisfação está dentro <strong>da</strong> almaespiritual, em associação com o Senhor Supremo, e não fora, nosobjetos materiais que só geram apego e sofrimento.3 - TapasTapas, ou a ver<strong>da</strong>deira austeri<strong>da</strong>de, significa deixar de fazero que a mente gosta e deseja fazer para realizar aquilo que se devefazer, mesmo que seja contrário ao prazer <strong>da</strong> mente. Em outraspalavras, austeri<strong>da</strong>de significa vencer os obstáculos e dificul<strong>da</strong>despelas quais nossos sentidos, mente e inteligência tem que passar.De acordo com o Bhagavad-gita, existe austeri<strong>da</strong>de docorpo, <strong>da</strong> fala e <strong>da</strong> mente e to<strong>da</strong>s devem visar à satisfação doParamatma. Qualquer tipo de austeri<strong>da</strong>de que cause dor ousofrimento nunca deve ser praticado pelo yogi erudito. Praticar Tapaspara engrandecimento pessoal ou político (jejuns, mortificações,autoflagelação), não tem nenhum valor espiritual e são contrárias àsbases <strong>da</strong> filosofia Védica do <strong>Yoga</strong>.A austeri<strong>da</strong>de tem como objetivo auxiliar no avanço <strong>da</strong>consciência espiritual do yogi, trabalhando seu desapego e


fortalecendo sua determinação espiritual. To<strong>da</strong> austeri<strong>da</strong>de pratica<strong>da</strong>com base nas escrituras favorece a vi<strong>da</strong> espiritual e não há vi<strong>da</strong>espiritual sem austeri<strong>da</strong>de.Muitas vezes, devido à influência ilusória de ter passado pormilhões de vi<strong>da</strong>s em diferentes corpos, a alma condiciona<strong>da</strong> sentemais facili<strong>da</strong>de em ocupar-se nas ativi<strong>da</strong>des prejudiciais à sua vi<strong>da</strong>espiritual e vê a auto-entrega do yogi como algo muito penoso. Naver<strong>da</strong>de, fazer <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> diária uma ativi<strong>da</strong>de sagra<strong>da</strong> nos leva à idéia deexecutarmos ofícios sagrados - <strong>da</strong>í, sacro ofício. E de acordo com oBhagavad-gita (17.14), dedicar a vi<strong>da</strong> integralmente à satisfação doSupremo é a austeri<strong>da</strong>de mais eleva<strong>da</strong>.E ain<strong>da</strong> neste verso encontramos que Sauca, Asteya,Brahmacarya e Ahimsa constituem austeri<strong>da</strong>des do corpo; Satyam,Svadhyaya e ser agradável nas palavras constituem austeri<strong>da</strong>de <strong>da</strong> fala(Bg 17.15); Santosa, gravi<strong>da</strong>de, autocontrole, simplici<strong>da</strong>de epurificação <strong>da</strong> existência são austeri<strong>da</strong>des <strong>da</strong> mente (Bg 17.16).Somente reconquistando estas quali<strong>da</strong>des divinas é que podemosrecuperar nossa consciência original. E fixo na busca desta elevaçãoespiritual é que o yogi sente a satisfação que resulta <strong>da</strong> própriaausteri<strong>da</strong>de. Rasa-varjam raso ‘py asya param drst va nivartate.


4 - SvadhyayaSvadyaya pode ser entendi<strong>da</strong> como o estudo profundo sobrea essência do ser vivo. Todos estão buscando por algo e muitas vezesnão se sabe nem mesmo o que é. Assim, uma pessoa comum passato<strong>da</strong> a sua vi<strong>da</strong> sem inquirir sobre a Ver<strong>da</strong>de Absoluta, que é aessência de to<strong>da</strong> a busca e, assim, desperdiça to<strong>da</strong> a chance de podercompreender a si próprio, compreender o mundo, compreender oSenhor Supremo e a relação existente entre todos eles.Entretanto, esta busca deve ser basea<strong>da</strong> em três fontes deconhecimento autêntico. <strong>Sem</strong> estas fontes autoriza<strong>da</strong>s qualquerestudo sobre tópicos elevados não leva ao propósito último ever<strong>da</strong>deiro.As três fontes são:- Pessoas santas ou seguidores <strong>da</strong>s escrituras sagra<strong>da</strong>s (sadhu)- Mestre espiritual (guru)- Escrituras sagra<strong>da</strong>s (sastras)As pessoas santas passam o conhecimento através deexemplos práticos. Apenas o contato manso e humilde, com serviçosincero, prestado a estas almas eleva<strong>da</strong>s já é suficiente para beneficiar


o yogi sério. Eles podem passar o conhecimento e, pelo próprioexemplo, estimular e ensinar sobre a essência <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.O mestre espiritual também é uma pessoa santa e umrepresentante autêntico do Senhor Supremo. Ele aceita discípulos einstrui sobre a vi<strong>da</strong> espiritual. Todo estudo feito sobre o tematranscendental deve ser seguido por um Guru. Somente o Guru podeiluminar a inteligência do discípulo ou yogi. Para isto ele deve seaproximar do mestre espiritual com atitude correta, comoapresenta<strong>da</strong> no Bhagavad-gita (4.34):“Tente aprender a ver<strong>da</strong>de aproximando-se de um mestreespiritual. Faça-lhe perguntas com submissão e preste-lheserviço. As almas auto-realiza<strong>da</strong>s podem lhe transmitirconhecimento porque são videntes <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de.”Todo exemplo <strong>da</strong>do pelo Guru é baseado nos mestresanteriores (acaryas), e totalmente respal<strong>da</strong>do nas escrituras revela<strong>da</strong>s.Por fim, as escrituras são as bases de todo conhecimentoque conduz aos estudos mais profundos <strong>da</strong> essência do ser individual(Jivatma) e do Ser Supremo (Paramatma). Dentro <strong>da</strong> tradição do<strong>Yoga</strong> a forma humana é ti<strong>da</strong> como a mais adequa<strong>da</strong> para se atravessara existência no mundo material e todo estudo (Svadhyaya) doVe<strong>da</strong>nta e prática do <strong>Yoga</strong> tem como propósito seguir e satisfazer os


desejos do Paramatma, a Pessoa Suprema. Isto é confirmado tambémno Srimad-Bhagavatam (10.47.24):“Também através de japa, estudo dos textos védicos eobservância dos princípios reguladores alcança-se otranscendental serviço devocional amoroso por Krishna, aSuprema Personali<strong>da</strong>de de Deus.”Nesta citação pode-se notar que tanto o cantar <strong>da</strong> japa(recitação individual do Maha-mantra Hare Krishna, Hare Krishna,Krishna Krishna, Hare Hare / Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama,Hare Hare), quanto seguir os princípios reguladores - entre outros(votos, cari<strong>da</strong>de, austeri<strong>da</strong>de e sacrifícios), são estabelecidos peloGuru, pelas pessoas santas e pelas escrituras revela<strong>da</strong>s. E todos estesauxiliam no progresso espiritual do yogi a sua meta suprema, krsnebhaktir, devoção amorosa pela Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus.5 - Isvara PranidhanaJá nesta etapa do Astanga <strong>Yoga</strong> o praticante deve estarpreparado para abandonar sua ilusória identificação corpórea. Deixaro falso ego e aceitar um Ser Supremo a quem temos que aceitar comosuperior ao nosso insignificante ego grosseiro é algo muito difícil,mas extremamente necessário para quem quer avançar no caminho


do <strong>Yoga</strong> como ele realmente é. Patanjali em seu <strong>Yoga</strong>-sutra (1.23),enfatiza que:“Entregar-se por completo à Suprema Personali<strong>da</strong>de deDeus.”Também é enfatizado o mesmo ponto no sutra 2.45:“A perfeição do Samadhi é a rendição completa àSuprema Personali<strong>da</strong>de de Deus.”Entregar-se numa atitude de rendição ao Senhor Supremo émuito difícil para quem ain<strong>da</strong> não tenha desenvolvido pelo menosuma pequena centelha de amor pela Pessoa Suprema. Porém, paraamá-Lo é necessário conhecê-Lo, e para conhecê-Lo dependerámuito do estágio anterior, Svadhyaya. Estu<strong>da</strong>r as escrituras com umapessoa autoriza<strong>da</strong> e conhecedora profun<strong>da</strong> <strong>da</strong>s escrituras autoriza<strong>da</strong>s,um Guru, será de fun<strong>da</strong>mental importância para se chegar a esteúltimo estágio de Niyama.Assim, este é o ultimo estágio para o yogi que desejaabandonar os apegos materiais e proteger-se dos perigos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>humana. Por este motivo o Senhor Krishna instrui Arjuna já no finaldo Bhagavad-gita (18.65):


“Abandone to<strong>da</strong>s as suas ocupações materiais esimplesmente ren<strong>da</strong>-se a Mim. Eu o libertarei de to<strong>da</strong>s asreações pecaminosas. Não tema.”A ver<strong>da</strong>deira rendição depende de abandonarmoscompletamente a falsa identificação corpórea e as ativi<strong>da</strong>des do egomaterial. Para isto, utiliza-se tudo para o prazer do Supremo, comuma visão espiritual. Desse modo, isvara pranidhana não significaalgo externo ou mecânico, mas um sentimento e atitude interna deentrega completa. Caso contrário o yogi corre o risco de se refugiar,ou se render, à energia material ilusória. Como Krishna declara noBhagavad-gita (9.12):“Aqueles que estão perplexos deixam-se atrair poropiniões demoníacas e ateístas. Estando mergulhadosnessa ilusão, suas esperanças de liberação, suas ativi<strong>da</strong>desfruitivas e seu cultivo de conhecimento são todosdestroçados.”Portanto, o yogi deve render-se ao Supremo refugiando-sena potência espiritual do Senhor. Após esta rendição o yogi dedicato<strong>da</strong>s as suas ativi<strong>da</strong>des, pensamentos, sentimentos, desejos einteligência ao Senhor Supremo, e isto é a perfeição <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. Apóseste teste o yogi pode realmente ser considerado um ver<strong>da</strong>deiro yogi.


Embora já em Yama se faça necessário o cultivo de Bhakti, éjustamente neste momento do processo que o yogi desenvolve suadevoção natural pela Superalma. A partir deste ponto, sem devoção,nenhum progresso mais é possível. O que nos leva a concluir queYama e Niyama são disciplinas que aju<strong>da</strong>m a modelar o caráter doyogi para que ele possa naturalmente sentir atração amorosa porDeus.Nos próximos angas o yogi mantém e desenvolvegradualmente sua devoção até o estágio último de Bhakti,culminando em prema-bhakti, o transcendental amor puro peloSenhor Supremo. A semente que foi planta<strong>da</strong> em Yama e Niyamacresce nos próximos degraus até que a consciência do yogi se absorvana forma pessoal <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de Suprema - a meta de todos os grandesyogis. Este é o objetivo mais elevado, como confirma o Bhagavad-gita(12.6-7):“Mas aqueles que Me adoram, abandonando to<strong>da</strong>s asativi<strong>da</strong>des por Mim e não se afastando de sua devoção porMim, ocupando-se em serviço devocional e sempremeditando em Mim, tendo fixado suas mentes em Mim,ó filho de Prtha - a eles Eu sou o pronto salvador dooceano de nascimentos e mortes.”E também (Bg. 9.34):


“Ocupe sua mente em pensar sempre em Mim, torne-seMeu devoto, ofereça-Me reverências e Me adore.Estando absorto por completo em Mim, com certeza vocêvirá a Mim.”Esta atitude de rendição é o que há de mais sublime para aJivatma, a alma espiritual individual, pois após milhões denascimentos ela pode reaver esta conexão esqueci<strong>da</strong> por parte dela. Eesta tendência de se render é natural à alma espiritual. Portanto, oyogi rende-se a Pessoa Suprema e não à Sua energia ilusória, Maya.A própria Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus se autodefine noBhagavad-gita (15.18):“Porque Sou transcendental, situado além do falível e doinfalível, e porque Sou o maior, Sou celebrado tanto nomundo quanto nos Ve<strong>da</strong>s como a Pessoa Suprema.”Uttamah significa aquele que está situado acima de qualquercondicionamento material (Paramatma). Conectar-se ou render-se aesta Pessoa Suprema significa restabelecer sua eterna relação com oSenhor (<strong>Yoga</strong>), e ao mesmo tempo tornar-se também transcendentalà influência do condicionamento material, alcançando a perfeição(nitya-siddha). Mas, o que vem a ser rendição?


Rendição significa que em lugar de trabalhar para asatisfação dos próprios desejos pessoais o yogi se ocupa por completoem agra<strong>da</strong>r ao Senhor diretamente, segundo Seus próprios desejosíntimos. Tendo os mesmos interesses que o Senhor o yogi se situa emver<strong>da</strong>deira rendição. Não é difícil nem antinatural. É apenas umaquestão de desejo. Isto é confirmado no Srimad-Bhagavatam(3.29.33): akartuh sama-<strong>da</strong>rsanat. Os interesses do yogi são idênticosaos interesses <strong>da</strong> Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus. Entretanto, estaigual<strong>da</strong>de de desejos não significa que o yogi se torna uno com oSupremo, ou se torne Deus. A palavra akartuh indica sem sentido deproprie<strong>da</strong>de. Isto implica reciproci<strong>da</strong>de amorosa, Bhakti;reciproci<strong>da</strong>de implica em individuali<strong>da</strong>des separa<strong>da</strong>s. Logo, akartuhsama-<strong>da</strong>rsanat indica que o yogi quer satisfazer os desejos do Senhor.Como, por exemplo, a mãe que quer servir seu amado filho.No mesmo verso citado há o termo: mayi sannyastakarmanah,indicando que to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong>des que o yogi realiza sãodedica<strong>da</strong>s ao Senhor. O Srimad-Bhagavatam (10.2.32), declara:aruhya krcchrena param pa<strong>da</strong>m tatah patanty adho ‘nadrta-yusma<strong>da</strong>nghrayah.Isto significa que se o yogi abandona seu refúgio aos pésde lótus do Senhor Supremo e tenta avançar espiritualmente, atravésde sua própria determinação, certamente acabará caindo novamentena plataforma de ativi<strong>da</strong>des materiais, mantendo-se fiel a sua própriaforça falível.


Anadrta-yusmad-anghrayah indica aquele que abandonou orefúgio Supremo. Ver<strong>da</strong>deira rendição nunca resulta em abandono.Render-se só tem significado quando ocorre inteiramente. Por isso,Krishna afirma no Bhagavad-gita que Bhakti e fácil e agradável de serpratica<strong>da</strong>. Não é na<strong>da</strong> complicado e não se necessita de muitoesforço. Tudo que é realizado de maneira força<strong>da</strong> acaba sendosuperficial. Crer num refúgio material e render-se a ele requer muitoesforço desnecessário, como enfatiza os termos aruhya krcchrena.Portanto, mesmo que pareça ser muito difícil render-se aoSenhor Supremo, ain<strong>da</strong> assim, o yogi deve dedicar-se com afinco emdepender por completo <strong>da</strong> proteção <strong>da</strong> Superalma. Tentar viver demaneira independente dentro do mundo material é uma atitude cegado falso ego. Nesta etapa do Astanga-yoga, o que há de mais difícil éjustamente abandonar o falso ego que, embora seja a causa de todotipo de sofrimento, faz a enti<strong>da</strong>de viva condiciona<strong>da</strong> pensar queconseguirá em algum momento ser feliz sem se dedicar em satisfazero Supremo. Renunciar ao falso ego é na ver<strong>da</strong>de a única renúncia.<strong>Sem</strong> deixar o falso ego ninguém consegue progredir seguramente nocaminho do <strong>Yoga</strong>.


AsanaOs Asanas, que são considerados posturas físicas oumecânicas, necessitam de Yama e Niyama. Sentar-se em postura semYama e Niyama não passa de exercícios físicos e, portanto, não <strong>da</strong>ráos benefícios desejados. Além disso, o real significado de Asana é“assento”. Mas que tipo de assento seria este?


A alma espiritual está presa dentro do corpo material,porém, em essência, ela possui uma natureza eterna e original que éprestar serviço transcendental amoroso ao Senhor. Assim, o Asanavisa facilitar a alma espiritual de restabelecer sua eterna relaçãodevocional com a Pessoa Suprema. Desse modo, o conceito maisamplo e específico de Asana é a alma espiritual posicionar-se, ouassentar-se, em sua posição constitucional eterna, sua natureza real.Em outras palavras, Asana é a atitude que o yogi desenvolve diante <strong>da</strong>vi<strong>da</strong> e <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de Absoluta. Ocupar-se em ativi<strong>da</strong>des ilícitas - nãoseguindo Yama e Niyama - não permitem o yogi situar-se emver<strong>da</strong>deiro Asana (no sentido mais profundo <strong>da</strong> palavra); mas, se eleestá ocupando-se em <strong>da</strong>r prazer ao Senhor compreende-se que eleestá situado em Asana.Arjuna pergunta para o Senhor Krishna kim asita vrajeta kim (Bg.2.54), “qual é a atitude de um sábio que está fixo na transcendência?”.O Senhor Krishna responde (Bg. 2.61):“Aquele que restringe seus sentidos, mantendo-os sobcompleto controle, e fixa sua consciência em Mim, éconhecido como um homem de inteligência estável.”Em qualquer situação, o ver<strong>da</strong>deiro yogi pode manter-seautocontrolado simplesmente por estar com sua consciência fixa eocupa<strong>da</strong> em glorificar e satisfazer o Supremo. Esta é a perfeição do


Asana, que está além do conceito físico ou externo que conhecemos,como meras posturas. Inicialmente têm-se as práticas físicas dosAsanas que, juntamente com os angas anteriores, auxiliam naconquista dos sentidos e <strong>da</strong> mente. Somente após assumir totalcontrole <strong>da</strong> mente é que se entra realmente no Asana. Podemosdefinir o primeiro como Asana externo, enquanto que a meta é oAsana interno, pois sem desenvolver-se no Asana não há comointeriorizar a consciência para os próximos degraus até Samadhi.Um yogi avançado pode estar realizando diferentes tipos deativi<strong>da</strong>des aparentemente materiais, mas internamente ele estáconectado com o Supremo e estabelecido em sua natureza original.


Meramente manter posturas mecânicas, por mais difíceisque sejam – sem consciência de sua posição constitucional original -,não levará o yogi ao Samadhi, a meta do Astanga <strong>Yoga</strong>. Por estemotivo, é extremamente necessário o estágio de Isvara-pranidhana,pois, sem ele torna-se impossível para o yogi situar-se em sua posiçãoconstitucional eterna, que é executar o transcendental serviçoamoroso puro ao Senhor, ou seja, estar em seu Asana. Do ponto devista externo Asana é meramente postura, mas internamente ele éassento ou posição constitucional <strong>da</strong> alma eterna, ou atitude deserviço devocional amoroso ao Senhor Supremo.No <strong>Yoga</strong>-sutra (2.46), Patanjali diz:“O Asana deve ser firme e confortável.”Aquele que consegue manter sua mente sob controle éconsiderado um sábio de mente estável, sthita-dhir munir ucyate(Bg.2.56). Assim ele se mantém fixo em sua posição como servo doSenhor. Da mesma forma, su-sukham kartum avyayam (Bg. 9.2): oconhecimento a respeito do serviço transcendental amoroso aoSenhor “é eterno e agradável de ser praticado”.É um fato que os Asanas trazem uma infini<strong>da</strong>de debenefícios físicos, o que pode auxiliar no processo de meditação, masnão leva diretamente à auto-realização espiritual. Estando com o


corpo saudável e com vitali<strong>da</strong>de (o que é oferecido como benefíciofísico pelos Asanas), a pessoa pode ficar com a mente mais tranqüilae, com a mente calma e controla<strong>da</strong>, pode dedicar-se mais facilmenteà meditação. Por isso, muitos Asanas estão relacionados commeditação.Quando se fala em meditação logo se pensa em posturas evice-versa. Mas, o ver<strong>da</strong>deiro yogi tem em consciência o conceito realdo Asana: situar-se em sua posição original como servo eterno doParamatma.No Srimad-Bhagavatam (10.87.42), encontramos a seguintepassagem: asrutyatma-anusasanam. Segundo Srila Jiva Gosvami, otermo atmanusasanam significa tanto instruções que beneficiam asenti<strong>da</strong>des viva, quanto instruções que revelam a relação <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>deviva com o Senhor Supremo. Anusasanam se refere às instruções (SB11.3.44), e atma à alma. Logo, do ponto de vista filosófico, o Asanaestá intimamente relacionado com a alma em sua constituição eterna.O oposto de sua posição constitucional é nirasana, umaposição artificial. Esta é a situação material <strong>da</strong> alma condiciona<strong>da</strong>.Por exemplo, se considerarmos o ser vivo como o corpo material,então, sua posição condicional é servir às ilusões; mas, seconsiderarmos o ser vivo como alma espiritual individual sua posiçãoserá a de servir ao Supremo Senhor Hari. Desse modo, se,


contrariando a natureza, o ser vivo como alma espiritual, se ocupa emservir suas ilusões mentais, diremos que ele não está em seu Asana,mas em nirasana - sem posição estável. Nessa condição o ser vivosofre os resultados <strong>da</strong> instabili<strong>da</strong>de mental e é arrastado pelas reaçõesde suas ativi<strong>da</strong>des.A conclusão é que o Asana deve levar o yogi <strong>da</strong> concepção corpórea àsrefina<strong>da</strong>s realizações sobre seu próprio eu e a Suprema Personali<strong>da</strong>dede Deus. Para tanto, fica evidente a necessi<strong>da</strong>de de uma profun<strong>da</strong>base filosófica sobre o assunto. Porém, sem esta compreensão arespeito do Asana, corre-se o perigo de permanecer apenas noconceito corpóreo do Astanga-yoga. A idéia, como já foi várias vezesressalta<strong>da</strong>, é chegar à plataforma do incondicional amor puro peloSenhor.


Conceito Básico de PranayamaPrimeiramente, se faz necessário esclarecer um ponto importanteantes de iniciarmos a prática de Pranayama: fazer de nossas ativi<strong>da</strong>des- incluindo o Pranayama - um ofício sagrado, ou sacrifício a SupremaPersonali<strong>da</strong>de de Deus.Isto porque to<strong>da</strong>s as variações de Pranayama que existem possuemuma única raiz que foi apresenta<strong>da</strong> pelo Senhor Krishna noBhagavad-gita (4.29), e por Kapiladeva no Srimad-Bhagavatam(3.28.9). No Bhagavad-gita (4.29), Krishna diz que estas ativi<strong>da</strong>des


de <strong>Yoga</strong> fazem parte dos processos de sacrifício que aju<strong>da</strong>m apurificar os seres vivos <strong>da</strong>s reações kármicas. É necessário ter estaconsciência. Não estamos apenas fazendo alguns exercícios derespiração, estamos tentando avançar espiritualmente através de umrígido e prazeroso controle de nossa energia vital, que pode serfacilmente controla<strong>da</strong> através de Bhakti-yoga. Mas, como a mente e aconsciência <strong>da</strong>s pessoas em geral estão muito envolvi<strong>da</strong>s com aenergia material, é muito útil e valioso o processo de Asthanga-yoga,ou Pranayama. Entende-se que nem todos estão preparados para oprocesso de Mantra-yoga (o cantar do Maha-mantra), por isso, oPranayama vem para facilitar e preparar o candi<strong>da</strong>to à elevaçãoespiritual.Portanto, simplesmente tendo consciência de que durante esta práticaentramos em contato com nossa essência já estaremos fazendo umgrande avanço rumo à consciência original.PranayamaA palavra prana é deriva<strong>da</strong> <strong>da</strong> raiz sânscrita -ana, animar ouvibrar, e pra-, primeira uni<strong>da</strong>de. Então, literalmente, prana significa aprimeira uni<strong>da</strong>de de energia vital. Tudo que se move ou que viveexpressa a presença do prana.Após praticar os Asanas o yogi capacita-se a adentrar osprofundos níveis <strong>da</strong> consciência, compreendendo o funcionamento


do prana nas funções do corpo material através do controle dos aresvitais; e elevando a consciência interior à essência do próprio eu. Estátécnica é conheci<strong>da</strong> como Pranayama.Pranayama não é apenas o controle <strong>da</strong> respiração, é o controle dosares vitais internos. E ain<strong>da</strong>, numa compreensão mais deti<strong>da</strong>,Pranayama significa usar to<strong>da</strong> a vitali<strong>da</strong>de para o prazer do SenhorSupremo. To<strong>da</strong> a vitali<strong>da</strong>de proveniente do Paramatma e manifestaatravés <strong>da</strong> Jivatma deve ser utiliza<strong>da</strong> para a satisfação do Supremo,


por meio <strong>da</strong> prática do transcendental serviço amoroso. Desperdiçar avi<strong>da</strong> em ilusões e futili<strong>da</strong>des é sinônimo de insani<strong>da</strong>de. Há uma metaúnica na vi<strong>da</strong> humana. Ve<strong>da</strong>is ca sarvair eva vedyo. A meta últimaapresenta<strong>da</strong> nos Ve<strong>da</strong>s é compreender a Ver<strong>da</strong>de Absoluta. O SenhorKrishna declara no Bhagavad-gita (8.8):“Aquele que, meditando em Mim como a SupremaPersonali<strong>da</strong>de de Deus, sempre ocupa sua mente emlembrar-se de Mim e não se desvia do caminho, ó Partha,com certeza Me alcança.”O ar vital não deve ser desperdiçado de forma animalesca.Qualquer ativi<strong>da</strong>de sem consciência espiritual apenas absorve os aresvitais deixando a enti<strong>da</strong>de viva sem força ou determinação para aauto-realização. O yogi deve usar to<strong>da</strong> sua vitali<strong>da</strong>de para seconcentrar, meditar e servir ao Senhor, dentro de si. Assim,Pranayama é mais do que controle dos ares vitais, é controle <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>em to<strong>da</strong> a sua amplitude e em to<strong>da</strong>s as circunstâncias. O Paramatmaé o ar vital no corpo de to<strong>da</strong>s as enti<strong>da</strong>des vivas (bhutva praninamdeham asritah, Bg. 15.14), a Alma de to<strong>da</strong>s as almas. Após ver ecompreender a ver<strong>da</strong>deira identi<strong>da</strong>de do Senhor Krishna, Arjunaoferece reverências (pranamya sirasa devam, Bg. 11.14), dedicandoto<strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong> ao Senhor.


Por isso, todo yogi que, ao chegar à hora de abandonar oatual corpo, estiver com a mente resoluta devido à sua ocupaçãodevocional e pelo poder do yoga (yoga-balena), concentra seu ar vitalentre as sobrancelhas e alcança a Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus(bhruvor madhye pranam avesya samyak, Bg 8.10).Por outro lado, segundo o conhecimento milenar <strong>da</strong> antigacultura Védica, todos os conflitos e problemas existentes são criadospela própria mente. A respiração e a mente estão intimamenterelaciona<strong>da</strong>s. A situação de uma determina a outra. <strong>Uma</strong> respiraçãoagita<strong>da</strong> ou acelera<strong>da</strong> tornará a mente intranqüila ao passo que umarespiração suave, pausa<strong>da</strong> e consciente resultará numa menteapazigua<strong>da</strong>. Nisto se baseia tanto nossa saúde física quanto mental.A técnica original do Pranayama é basea<strong>da</strong> em puraka,kumbhaka e rechaka, ou seja, inalação, retenção do ar inalado,exalação, retenção do ar exalado e novamente repetindo a seqüência.Esta mesma técnica é apresenta<strong>da</strong> no Bhagavad-gita (4.28; 8.19;8.12) e no Srimad-Bhagavatam (3.28.6; 3.28.9; 11.14.33).A prática correta do Pranayama nos fornece a energianecessária para que o corpo, a mente e a alma possam manter-seligados até os últimos degraus do Astanga-yoga. Através <strong>da</strong>respiração correta e conscientemente controla<strong>da</strong> pode-se passar <strong>da</strong>primeira fase dos oito degraus <strong>da</strong> <strong>Yoga</strong> externa (bahiranga), e ir direto


para os três últimos degraus <strong>da</strong> <strong>Yoga</strong> interna (antaranga). Por estemotivo, Pranayama é muito importante na visão de Patanjali, emesmo para a maior autori<strong>da</strong>de do <strong>Yoga</strong>, Devahuti-putraKapiladeva, como Ele expõe no Srimad-Bhagavatam (3.28.12), opropósito específico do Pranayama:“Aquele que pratica o processo de Pranayama podeerradicar a contaminação de sua condição fisiológica e,concentrando a mente, pode livrar-se de to<strong>da</strong>s asativi<strong>da</strong>des pecaminosas. Controlando os sentidos, elepode livrar-se do contato com a matéria e, meditando naSuprema Personali<strong>da</strong>de de Deus, pode livrar-se dos trêsmodos do apego material.”Neste verso as palavras pratyaharena samsargan sãosignificativas. Elas definem a importância do Pranayama dentro doAstanga. Assim, pratyaharena samsargan se refere a interiorização dossentidos e a retira<strong>da</strong> dos mesmos do contato com a matéria. Outrapalavra importante é dhyanenanisvaran gunan, que significa “meditarna Pessoa Suprema que é o controlador dos três modos <strong>da</strong> naturezamaterial”, e não em qualquer objeto criado pela mente. Nota-se,portanto, que no degrau de Pranayama já se encontram Pratyahara eDhyana, além de Dharana. (dharanabhis). Então, conclui-se que ocontrole dos ares vitais tem um propósito muito mais elevado: trazer


os sentidos para dentro (Bg 2.58), concentrar-se (Bg 2.61) e meditar(Bg 10.9).Depois, no verso seguinte do Srimad-Bhagavatam(3.28.13), Kapiladeva esclarece que, após ter purificado a mente poreste processo de <strong>Yoga</strong> (ya<strong>da</strong> manah svam virajam yogena), deve-semeditar na forma <strong>da</strong> Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus (bhagavatodhyayet).Com a devota<strong>da</strong> prática de Pranayama pode-se livrar o eudo maior problema <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de viva: nascer e morrer. E, como a metaé alcançar a mora<strong>da</strong> suprema, o Senhor Krishna garante noBhagavad-gita (8.10):“Aquele que, ao chegar à hora <strong>da</strong> morte, fixar seu ar vitalentre as sobrancelhas e, pela força do <strong>Yoga</strong>, com a menteindesviável, ocupar-se em lembrar de Mim com devoçãoplena, com certeza Me alcançará.”A perfeição <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> humana pode ser alcança<strong>da</strong> quando semantém a mente indesviável no transcendental serviço amoroso aoSenhor (manasacalena bhaktya yukto), ocupando-a completamente emlembrar <strong>da</strong> Pessoa Suprema (pranam avesya samyak as tam parampurusam upaiti divyam). Utilizando a vi<strong>da</strong> de forma natural econsciente para a satisfação do Senhor (bhaktya yukto), o yogi alcança


o sucesso na prática do Pranayama, que é reconquistar suaconsciência original (param purusam upaiti divyam). A energia vital ea própria vi<strong>da</strong> é uma dádiva divina <strong>da</strong><strong>da</strong> para o benefício dos seresvivos. É completamente ilógico utilizar esta mesma energia para finsegoístas ou até mesmo animalescos. Assim, o propósito doPranayama é controlar a vi<strong>da</strong> direcionando-a para o amor à SupremaPersonali<strong>da</strong>de de Deus, Krishna.Superar e liberar-se do aprisionamento material é um dosobjetivos do <strong>Yoga</strong>. A sessão mais técnica do Pranayama descreve umasérie de canais sutis por onde circula to<strong>da</strong> energia vital do ser vivocorporificado. Estes canais são chamados nadis e o principal deles ésusumna. Tendo como meta superar nascimentos e mortes, oChandogya Upanisad (8.6.6), diz:“Há cento e um canais prânicos sutis que emanam docoração. Um destes, o susumna, estende-se até o topo <strong>da</strong>cabeça. Elevando-se através deste canal, a pessoatranscende o nascimento e a morte”.No mesmo Chandogya Upanisad (8.6.9), se diz:“Aqueles cuja visão ain<strong>da</strong> permanece obscureci<strong>da</strong>compreendem apenas o Brahman impessoal, ao passo queoutros compreendem o Senhor no coração. Mas quem de


fato compreendeu o Brahman Supremo segue do coraçãoao topo <strong>da</strong> cabeça onde se refugia no Senhor que ali semanifesta”.Esta é a mais eleva<strong>da</strong> realização alcança<strong>da</strong> pela meditaçãodo Pranayama. Viver intensamente a plenitude <strong>da</strong> alma é o objetivodo <strong>Yoga</strong>, e tal plenitude leva ao êxtase do amor mais puro e elevado.E viver intensamente significa aplicar todo o tempo e energia nabusca <strong>da</strong> auto-realização através do transcendental serviço devocionalao Senhor. Com esta consciência pode-se fazer progresso em direçãoà meta do Pranayama.Pranayama - Restabelecendo uma Visão <strong>Sob</strong>re o CampoNo clássico tratado <strong>Yoga</strong>-sutra, Patanjali define yoga como sendo oprocesso de cessar (nirodha) a identificação com as alterações (vrtti)que ocorrem na mente (citta). Alterações estas que não cessam tãofacilmente. Estas alterações geram as polari<strong>da</strong>des extremas queafetam as ativi<strong>da</strong>des mentais, as quais refletirão no coportamento eatitude do indivíduo. Vemos isto com freqüência. Por exemplo: nummomento podemos estar bem favoráveis as situações externas e aosfatos que ocorrem. Sentimos tranqüili<strong>da</strong>de e certa sensação de paz -podemos estar de bem com a vi<strong>da</strong> -, mas de repente, por na<strong>da</strong>,


perdemos a paciência por qualquer banali<strong>da</strong>de. Ou, num momentoestamos com a mente em paz e sereni<strong>da</strong>de, com pensamentos linearese saudáveis, mas no momento seguinte estamos irados ou movidospela cegueira <strong>da</strong> razão. Mas o que está acontecendo? Que fatoresestão causando estas variações de temperamento e comportamento?Serão apenas fatores externos ou algo que está dentro de nós sem quesaibamos? É por este motivo que Arjuna, na Bhagavad-gita, diz sermais fácil controlar o vento do que controlar os impulsos mentais.Mas o que é cessar as alterações <strong>da</strong> mente? Será que implica numaabor<strong>da</strong>gem epstemológica, psicológica, ontológica ouética?Certamente que esta cessação se refere a eliminar os altos ebaixos gerados pela mente, mas não eliminar a mente.Portanto, do ponto de vista epstemológico, o que Patanjali apresentaé a necessi<strong>da</strong>de de se controlar ou transcender a mente e seus implsosnaturais. Temo então que a mente é o ponto de parti<strong>da</strong> para a práticade yoga. O controle mental é fun<strong>da</strong>mental para se conquistar opropósito do yoga.Na Bhagavad-gita (2.48) yoga é defini<strong>da</strong> comoequanimi<strong>da</strong>de (samatvam). Sama indica equilíbrio. Logo, deve-semanter o equilíbrio em to<strong>da</strong>s as circunstâncias <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e isto é yoga(yoga-sthah). Desse modo, podemos entender que não se faznecessária a negação <strong>da</strong> mente e suas ativi<strong>da</strong>des. <strong>Uma</strong> vez que amente tem três funções básicas de sentir, pensar e desejar é inviávelquerer parar a mente ou anulá-la. O meio é ocupar ou direcionar amente para ativi<strong>da</strong>des que possam mantê-la sob equilíbrio e


satisfação. Tal método é o yoga. Retornamos ao mesmo ponto. <strong>Yoga</strong>é a cessação <strong>da</strong>s alterações mentais e a mente só pode permanecerequilibra<strong>da</strong> através <strong>da</strong> ciência do yoga. Então, como cessar asativi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> mente se é por meio dela que se chega a realizaçãoíntima do eu interior? Como já dissemos não é cessando a mente,mas as ativi<strong>da</strong>des mentais que possam causar ou estimular os registrose impressões que se alojaram nos arquivos de experiências e vivências<strong>da</strong> mente. Voltando a definição de Patanjali devemos procurarentender o que expressa o termo sânscrito cittah. Esta palavra tementre outros o significado de consciência ou força viva do ser. Cittahpode ser entendido como a consciência que mantém o corpo vivo oua própria vi<strong>da</strong> dos corpos dos seres vivos em to<strong>da</strong>s as espécies. Estamesma consciência (cittah) será explana<strong>da</strong> neste trabalho sob o termojivatma, alma espiritual individual ou a consciência individual <strong>da</strong>enti<strong>da</strong>de viva. Assim ficará mais fácil exportmos o por que <strong>da</strong>salterações <strong>da</strong> mente.


PratyaharaA maneira de proteger a mente, repelindo os objetos dossentidos, é chama<strong>da</strong> Pratyahara. Este processo pode ser entendidocomo um direcionamento dos sentidos <strong>da</strong> periferia externa para ointerior, direcionando os sentidos para o serviço amoroso ao Senhore, assim, espiritualizando-os.Por meio de firme convicção e refina<strong>da</strong> inteligência, deve-selentamente cessar as ativi<strong>da</strong>des externas dos sentidos. Como éapresentado no Bhagavad-gita (6.24):


“É necessário ocupar-se na prática de <strong>Yoga</strong> com fé edeterminação, e não se desviar do caminho. Deve-se, semexceção, abandonar todos os desejos materiais nascidos <strong>da</strong>especulação mental, e desse modo controlar todos ossentidos por completo, através <strong>da</strong> mente.”Este verso confirma o conceito de Pratyahara nas palavraskamams tyaktva sarvan asesatah. Kama são os desejos materiais quesurgem do contato dos sentidos com os objetos dos sentidos. Mas,tyaktva sarvan significa retirar todos os sentidos destes objetossensoriais. De acordo com o dicionário Monier-Williams, o termosamkalpa significa aceitar uma convicção mental. Então, sankalpaprabhavankamams se refere à determinação que a mente assumediante dos desejos materiais que se manifestam. Podemos dizer que<strong>Yoga</strong> significa espiritualizar este samkalpa; isto é, a mente sendomaterial tem atração pelo material e, desse modo, sua convicção serácontrária ao Pratyahara.Por outro lado, se este mesmo samkalpa é espiritualmentedirecionado, com auxílio de uma inteligência resoluta, as convicçõesmentais tornam-se espirituais. Este é o método autêntico do <strong>Yoga</strong>:espiritualizar as tendências materiais <strong>da</strong> mente e dos sentidos.Mas, como direcionar internamente os sentidos para queeles sejam espiritualizados? A resposta é Bhakti. Krishna diz que


“sempre que a mente divague devido à sua natureza inconstante,deve-se coibi-la e trazê-la sob o controle do eu.” O meio de seefetivar isto é manter a mente fixa no Senhor e, desse modo,“manter-se constantemente ocupado na prática de <strong>Yoga</strong>”, observandoa presença do Senhor em to<strong>da</strong>s as enti<strong>da</strong>des vivas, em to<strong>da</strong>s assituações e a todo o momento. Espiritualizar os sentidos significapurifica-los <strong>da</strong> contaminação material por meio do serviçodevocional.O ponto é que além destes sentidos materiais quepertencem ao corpo material, há os sentidos espirituais quepertencem à alma. A idéia é que com a prática constante do <strong>Yoga</strong>(mesmo em seu aspecto mecânico), adquiri-se controle mental epassa-se a desenvolver as ativi<strong>da</strong>des internas <strong>da</strong> alma com seussentidos transcendentais. Estas ativi<strong>da</strong>des são realiza<strong>da</strong>s internamentepara o prazer <strong>da</strong> Pessoa Suprema; e, como se declara no Bhagavadgita(6.27), o yogi alcança a perfeição <strong>da</strong> felici<strong>da</strong>de transcendental(yoginam sukham uttamam). E sem dúvi<strong>da</strong> alguma este conhecimentoautorizado auxilia a prática de Pratyahara.Por este motivo, Pratyahara é considerado como o degrauque serve de ponte entre a prática externa e interna do <strong>Yoga</strong>. É apartir dele que o yogi trabalhará profun<strong>da</strong>mente dentro de si mesmosua busca particular pela Ver<strong>da</strong>de Absoluta.


De acordo com a filosofia Ve<strong>da</strong>nta, ou Sankhya, o mundomaterial é formado de oito elementos: cinco grosseiros (terra, água,fogo, ar e éter) e três sutis (mente, inteligência e falso ego). A mentese relaciona com o mundo externo através dos cinco sentidosmateriais (audição, visão, tato, pala<strong>da</strong>r e olfato). Dependendo <strong>da</strong>maneira como são usados os sentidos no contato com os objetos dossentidos podem-se enre<strong>da</strong>r ain<strong>da</strong> mais nos grilhões <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>desmateriais que resultam em apego, sofrimento e lamentação.No entanto, o yogi age como a tartaruga, que se escondedentro do casco quando percebe a presença de perigo (Bg. 2.58):“Aquele que é capaz de retirar seus sentidos dos objetosdos sentidos, assim como a tartaruga recolhe seusmembros para dentro do casco, está firmemente fixo emconsciência perfeita.”O yogi está sempre muito esperto e é hábil em li<strong>da</strong>r com aenergia material sem se envolver ilusoriamente com ela. Diante dequalquer situação desfavorável o yogi interioriza sua consciência eaguar<strong>da</strong> a tempestade ilusória diminuir sua força torrencial.Pratyahara é também um divisor de águas, pois neste degrauo yogi irá decidir que tipo de liberação ele buscará - impessoal oupessoal.


O processo de interiorizar os sentidos ocupando-os notranscendental serviço devocional amoroso ao Senhor é superior aqualquer outro. É muito mais fácil controlar algo enquanto o ocupa.Por exemplo, uma criança hiperativa que não pára nenhum instantepode ser acalma<strong>da</strong> quando alguém lhe dá uma ocupação qualquerpara distrair sua mente: um brinquedo atrativo. Assim mesmo, émuito mais fácil interiorizar os sentidos <strong>da</strong>ndo-lhes uma ocupaçãotranscendental que também é atrativa. Porém, para ocupar-seinternamente deve haver alguém que receba os resultados destasativi<strong>da</strong>des. Mas, agir internamente para quem? Para onde devemosdirecionar tais ativi<strong>da</strong>des internas?Não há como agir para uma energia impessoal. Dizer “euamo o céu, o vento e a noite” é um pouco estranho. Amar implicanuma reciproci<strong>da</strong>de pessoal. Então, agir internamente implica emagir para alguém, e este alguém é a Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus,Paramatma. Agora, querer interiorizar os sentidos em ativi<strong>da</strong>desimpessoais ou inativi<strong>da</strong>de é muito mais difícil e frustrante. Esta é adiferença entre Bhagavan-Pratyahara e Brahman-Pratyahara; servir àPessoa Suprema ou fundir-se na refulgência impessoal de Seu corpotranscendental.No entanto, a filosofia Sankhya e o Ve<strong>da</strong>nta nos instruemna primeira alternativa, pois facilitará inclusive os últimos três


degraus. É neste momento que o yogi fará a escolha que definirá todoo seu percurso espiritual. Ou manterá sua individuali<strong>da</strong>de espiritualou se fundirá na refulgência espiritual do Senhor, perdendo suapersonali<strong>da</strong>de e liber<strong>da</strong>de. <strong>Sem</strong> devoção não há <strong>Yoga</strong>.DharanaEm seu <strong>Yoga</strong>-sutra (2.53), Patanjali define Dharana como aetapa de preparação <strong>da</strong> mente para a meditação. Esta concentraçãodeve ser realiza<strong>da</strong> internamente (dharanasu ca yogyata manasah).Assim, Dharana significa concentração <strong>da</strong> mente num determinadoobjeto. Do mesmo modo, no sutra 3.1 Patanjali define:“Concentração é manter a mente num objetodeterminado.”Entretanto, a concentração requer alguns fatores: interesse,atenção, prática e calma mental.A força inicial que leva à concentração é <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo interesse oudesejo, e este está ligado à atenção, ou à determinação de manter amente foca<strong>da</strong> em algo. Estando determinado em chegar ao estágio demeditação o yogi volta to<strong>da</strong> a sua atenção ao objeto de concentração.Neste ponto, após constante prática, o yogi consegue manter aconcentração fixa em algum objeto. Segundo Patanjali, este objeto de


meditação deverá ser mantido até a fase final do Samadhi, alcançandoa auto-realização (kaivalya), sem abandonar o objeto deconcentração. Da mesma forma, dentro <strong>da</strong> visão do Ve<strong>da</strong>nta, apósalcançar o estágio último <strong>da</strong> liberação é que o yogi realmenteintensifica seu relacionamento com o objeto de meditação. Istoporque, o Ve<strong>da</strong>nta apresenta três estágios de progresso espiritual parao yogi. Na primeira, ele entra em contato com o processo que o levaráà Ver<strong>da</strong>de Absoluta (sambandha), depois ele passa a executar oprocesso para restabelecer seu eterno relacionamento com estaVer<strong>da</strong>de Absoluta (abhideya) e por fim ele intensifica seu intercâmbioamoroso com o Senhor Supremo (prayojana).


Em nenhum momento o Ve<strong>da</strong>nta apresenta a idéia de quese deve abandonar o objeto de concentração. Isto corrobora o que éapresentado no <strong>Yoga</strong>-sutra de Patanjali, embora seguidores ecomentadores de sua obra apresentem o contrário. Se o próprio autormanteve-se de acordo com o Ve<strong>da</strong>nta não há o que discutir.Para o yogi determinado, a meta é restabelecer seurelacionamento com o Paramatma, ou, em outras palavras,desenvolver seu amor pela Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus. Se opropósito <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> humana é o amor puro pelo Senhor, logo Ele é oobjeto de concentração e meditação do yogi e este amor deve sereternamente direcionado ao objeto amado.Deixando de focar o objeto deixamos de direcionar o amorao objeto, e assim perde o sentido a busca pela liberação.Num sentido, abandonar o objeto de meditação apósalcançar a liberação é um tipo de ilusão material e não ver<strong>da</strong>deiraliberação. Pode-se argumentar o fato de que continuamos a manter o“amor puro por Deus” mesmo sem um foco, sem uma direção, ou“direcionar” este amor para algo impessoal. Tudo bem, mas,analisando melhor o fato concluiremos que não há lógica em talargumento. Ninguém é capaz de direcionar sua concentração, suameditação ou seu amor para algo impessoal. No Bhagavad-gita(12.5), encontramos que:


“Para aqueles cujas mentes estão apega<strong>da</strong>s ao aspectoimpessoal e imanifesto do Supremo, o progresso é muitoproblemático. Progredir nesta disciplina é sempre difícilpara aqueles que estão em corpos materiais.”Por este motivo, podemos dizer que não existe discordânciaentre o original <strong>Yoga</strong>-sutra de Patanjali e a tradição filosófica doVe<strong>da</strong>nta. O Ve<strong>da</strong>nta explica claramente que o objeto <strong>da</strong> busca deveser mantido enquanto que a versão de muitos seguidores de Patanjalidiz que deve ser abandonado.


To<strong>da</strong> concentração deve ser dirigi<strong>da</strong> para o interior dopróprio eu individual (Jivatma), e não para algo externo. O que éexterno pode e deve ser abandonado no processo de concentração <strong>da</strong>mente na consciência interior. Conclui-se que não há vazio dentro <strong>da</strong>alma espiritual individual. Há dentro do ser vivo individual umailimita<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de espiritual que não pode ser nega<strong>da</strong>. O yogi deve seconcentrar dentro de si e visualizar mentalmente os pés de lótus e aforma <strong>da</strong> Pessoa Suprema.Resumi<strong>da</strong>mente, Dharana significa abandonar aconcentração nos objetos externos dos sentidos e concentrar-se nasatisfação do Senhor através do serviço amoroso a Ele. O resultado éconfirmado por Kapiladeva no Srimad-Bhagavatam (3.33.8), quandoEle diz que concentrando a mente no objeto de meditação (pratyaksrotasyatmani samvibhavyam), que é a Suprema Personali<strong>da</strong>de deDeus (brahma param pumamsam), supera-se os três modos <strong>da</strong>natureza material (dhvasta-guna-pravaham), pela misericórdia dEle(sva-tejasa). O Brhad-aranayaka Upanisad (4.5.6), descreve comosituar-se em Dharana:“É a Alma Suprema que se deve observar, é sobre Ele quese deve ouvir, pensar e meditar com firme concentração.”


Em muitas escrituras autoriza<strong>da</strong>s enfatiza-se o processo deBhakti para alcançar os últimos degraus de Astanga-yoga, como éapresentado no Gopala-tapani Upanisad (Purva 15):“Transcendental serviço devocional amoroso é o processode adorar o Senhor, e consiste em fixar a mente nEle edesinteressar-se pelas designações materiais porcompleto.”Para tanto, há três fatores importantes em Dharana: énecessário o auxílio de um mestre espiritual que dê instruções; énecessário acatar suas instruções e aplicá-las na vi<strong>da</strong> com o objetivode dissipar dúvi<strong>da</strong>s e falsas concepções; e finalmente, é necessáriodetermina<strong>da</strong>mente concentrar-se na forma pessoal <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>deAbsoluta com total convicção. Um mestre espiritual fidedignoinstruirá seu discípulo a concentrar-se na transcendental forma doSenhor Supremo e não em qualquer objeto criado pela mente.Qualquer objeto criado para concentrar a mente deverá serabandonado no final. Porém, a concentração na forma <strong>da</strong> Superalmanão será abandona<strong>da</strong> em momento algum. Isto facilita a evoluçãonatural para o sétimo degrau.


DhyanaQuando o yogi se mantém por longo período num estadomental de concentração na Superalma, compreende-se que alcançoua meditação. Meditação significa concentrar a mente e focar aconsciência no aspecto pessoal do Senhor. Não há possibili<strong>da</strong>de demeditação no vazio ou no aspecto impessoal <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de Absoluta.Segundo as escrituras, Dhyana está entre os processosnecessários para a auto-realização. É a etapa final do Astanga-yoga.Nela se prepara a maior realização interior do yogi. Purusah purusamvrajet. A enti<strong>da</strong>de viva se encontrará com a Pessoa Suprema (SB3.29.35) face a face.O Senhor Krishna diz no último capítulo do Bhagavad-gita(18.51-53), que “tendo controlado a fala, o corpo e a mente,mantendo-se sempre absorto em transe espiritual e abrigando-se nodesapego” (yata-vak-kaya-manasa dhyana-yoga nityam vairagyamsamupasritah) - entre outros fatores - “capacita-se para a autorealização”(brahma-bhuyaya kalpate).Os três últimos degraus – Pratyahara, Dharana e Dhyana -estão intimamente ligados. A meditação depende <strong>da</strong> concentração eesta <strong>da</strong> restrição dos sentidos. Os três caminham juntos e dependem,conseqüentemente, dos degraus anteriores. Ain<strong>da</strong> assim, não seria


demais dizer que elas precedem à absorção completa <strong>da</strong> consciênciaindividual (Jivatma), na Superconsciência (Paramatma). Patanjali dizno <strong>Yoga</strong>-sutra (3.2), que:tatra pratyayaikatanata dhyanam“A contínua contemplação (do objeto de concentração) émeditação.”O Ve<strong>da</strong>nta apresenta o método de meditação de maneirabem clara. Brahmeti paramatmeti bhagavan iti sabdyate. A meta é aVer<strong>da</strong>de Absoluta (ve<strong>da</strong>is ca sarvair aham eva vedyah), que possui trêsaspectos: impessoal (brahman), localizado (paramatma) e pessoal(bhagavan). Assim, meditar no aspecto impessoal <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>deAbsoluta é muito difícil e pouco garantido. Nele, podemos correr orisco de dispersar a concentração e sair <strong>da</strong> meditação.Mesmo no Bhagavad-gita, como já foi visto, encontramosinformações sobre as dificul<strong>da</strong>des de meditar no aspecto impessoal,na energia do Senhor Supremo. Portanto, os hábeis yogis meditam noaspecto localizado <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de Absoluta que se encontra no coraçãodo yogi e de todos os demais seres vivos. Este é o motivo deinteriorizar os sentidos e concentrar-se no objeto <strong>da</strong> busca. E é nesteobjeto, agora presente de maneira intensa dentro de seu coração, que


o yogi irá colocar sua consciência e manter-se em meditação. Isto éDhyana, ou Bhakti.Não é um processo simples, mas não deixa de ser fácil.Ain<strong>da</strong> em Dhyana está presente o controle <strong>da</strong> mente, que agora éfacilitado pela própria meditação, como esclarece o <strong>Yoga</strong>-sutra (3.7):tatra dhyana-jam anasayam“Esta mente livre de impressões materiais resulta <strong>da</strong>meditação.”No Srimad-Bhagavatam (3.27.6), Kapiladeva diz que a metamáxima do <strong>Yoga</strong> se aproxima quando o yogi fielmente executadevoção amorosa pura (abhyasan sraddhayanvitah mayi bhavenasatyena). E esta execução é simplesmente ouvir e cantar as glórias <strong>da</strong>Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus (mat-katha-sravanena ca). Por secantar e ouvir as glórias <strong>da</strong> Pessoa Suprema Dhyana se torna muitosimples e prática até mesmo para uma criança que absorta por ouvirsobre o Senhor Hari medita nEle.Kapiladeva define Dhyana (SB 3.28.19), quando diz que,imerso em serviço amoroso, o yogi visualiza o Senhor dentro de si(dhyayec chuddha-bhavena cetasa). Em ambas as citações temospresente a palavra bhavena que significa manter-se absortomeditando o amor ao Senhor Supremo (Bg 10.8). Bhavena ain<strong>da</strong> nãoé a fase de amor puro pelo Senhor, é a fase preliminar para este amor.


Entretanto, para se desenvolver este amor preliminar é necessáriainabalável fé no processo de devoção do <strong>Yoga</strong>.O Bhagavad-gita (4.10), também confirma que semantendo refugiado no conhecimento a respeito <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>deAbsoluta alcança-se o transcendental amor pelo Senhor (madbhavamagatah). E este sentimento puro de amor é intrínseco ao servivo (hari-bhavanaya dhvasta). Bhavena vem <strong>da</strong> mesma raiz bhavahque significa natureza <strong>da</strong> alma espiritual. Então, é <strong>da</strong> natureza do servivo servir ao Supremo com devoção amorosa e isto confirma opropósito espiritual do <strong>Yoga</strong>.O Srimad-Bhagavatam dispõe de um conhecimentoprofundo sobre a Ver<strong>da</strong>de Absoluta. Ele oferece informações precisassobre os aspectos <strong>da</strong> Pessoa Suprema. Tais informações sãofun<strong>da</strong>mentais para o yogi que almeja sucesso no processo de <strong>Yoga</strong>.Por exemplo, no terceiro canto, capítulo vinte e oito, do verso doze atrinta e quatro, Kapiladeva descreve a forma pessoal do Senhor paraque Sua mãe, Devahuti, possa meditar com devoção amorosa. Foraestas existem muitas outras descrições que não se encontram emnenhuma outra escritura autoriza<strong>da</strong>. Por isso, o Srimad-Bhagavatamtambém é conhecido como Bhagavat-Purana. Ele é um comentáriosobre o Ve<strong>da</strong>nta-sutra feito pelo próprio autor do Ve<strong>da</strong>nta-sutra, SrilaVyasadeva.


Assim, munido deste conhecimento sobre o Senhor ededicando-se a serví-Lo, o yogi pode chegar ao estágio último doAstanga-yoga e, superando a mente, conectar-se com a Superalma.Kapiladeva diz no Srimad-Bhagavatam (3.28.11):dhyanenanisvaran gunan“Meditando na Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus, livra-sedos três modos do apego material.”De qualquer maneira, meditação não é simplesmente fecharos olhos. Para o ver<strong>da</strong>deiro yogi, meditação pura é aquela que envolvetodos os sentidos, ações, pensamentos, mente e inteligência. E isto setorna fácil quando se fixa a consciência no transcendental serviçoamoroso ao Senhor Supremo, que é a fonte última de tudo (ahamsavasya prabhavah), como se confirma no Ve<strong>da</strong>nta-sutra (1.2):janmady asya yatah. A Ver<strong>da</strong>de Absoluta é a fonte última de tudo.Esta compreensão leva ao ver<strong>da</strong>deiro propósito do <strong>Yoga</strong>.Os três caminhos de DhyanaDe acordo com as principais escrituras sobre yoga existem trêscaminhos para se conduzir a prática <strong>da</strong> meditação. São eles: Karma-


dhyana, Jñana-dhyana e Bhakti-dhyana. Iremos neste trabalhoapresentar ca<strong>da</strong> uma destas doutrinas clássicas que se ramificaram e sedifundiram numa varie<strong>da</strong>de de escolas e estilos, mas que possui suaorigem ain<strong>da</strong> presente.As três linhas pertencem à mesma tradição literária do Ve<strong>da</strong>nta.


Pureza na Meditação: Srimate RadharaniO esplendor corpóreo Dela, que zomba do relâmpago, florescampaka, ouro e kunkuma, deve ser descrito. O néctar de Seu nomedeve ser ouvido.Amarrado de forma perita, com uma lin<strong>da</strong> flor na ponta, e a glória desuas flores ali fazendo com que pareça uma nuvem escura de monçãobor<strong>da</strong><strong>da</strong> pela brilhante luz do luar, reluz com grande esplendor ocabelo trançado de Radha, dos olhos de corça.


Ela porta uma jóia real inavaliável. Ela tem a marca de Kamadeva.<strong>Uma</strong> linha graciosamente marca o repartido de Seu cabelo. Seu colarde pérolas é esplêndido como uma linha de estrelas. Isso é umatorrente de néctar jorrando <strong>da</strong> lua de Seu rosto?


Sua lin<strong>da</strong> testa é como uma lua crescente e está decora<strong>da</strong> por mechasde cabelo graciosamente encaracolado, desenhos coloridos, emaravilhosas pinturas desenha<strong>da</strong>s com almíscar. A riqueza de Seusolhos sempre deixa Krishna insaciado.


Ela é muito bela. Suas sobrancelhas curvas derrotam o arco semcor<strong>da</strong> de Kamadeva. Isso é uma linha de abelhões imobilizados porterem bebido o néctar que desejavam destes olhos de lótus?


Seus belos olhos reluzentes maquiados de khajal säo como dois peixessaphari brilhando com o desejo de se divertir no oceano <strong>da</strong> beleza deSeu amado. Ela encontra a marca de noz-de-betel de Seu amado.


Se um raio estacionário de relâmpago fosse decorado com estrelas,duas bolhas de néctar coloca<strong>da</strong>s abaixo dele, e tudo isso fossecolocado dentro de uma flor de lótus, isto seria derrotado peloesplêndido nariz de Radha dos olhos de corça.SamadhiSamadhi é a absorção completa <strong>da</strong> consciência individual naSuperconsciência, ou a fase em que a mente absorve-se virtualmenteem pensamentos relacionados com a Pessoa Suprema. O termo


Samadhi está relacionado com a palavra samahitam, que significa“estado no qual to<strong>da</strong>s as questões são respondi<strong>da</strong>s”, ou “estabelecidona posição original”. Além disso, a raiz [dhi] significa “inteligênciaespiritual”; ou seja, neste estado de Samadhi a mente atua fora docampo conceitual <strong>da</strong> linguagem e, portanto, fica livre <strong>da</strong>s alteraçõesconstantes que ocorrem no campo mun<strong>da</strong>no <strong>da</strong> mente – sentir,pensar e desejar materialmente.Kapiladeva define Samadhi como sendo uma profun<strong>da</strong>concentração <strong>da</strong> mente nas ativi<strong>da</strong>des transcendentais <strong>da</strong> SupremaPersonali<strong>da</strong>de de Deus (vaikuntha-lilabhidhyanam samadhanamtathatmanah, SB 3.28.6). Isto quer dizer que simples meditação ain<strong>da</strong>não é a fase perfeita do Astanga-yoga. Em meditação ain<strong>da</strong> ocorreatuação <strong>da</strong> mente para se pensar nas glórias do Senhor, porém, tendorealmente se concentrado já não se faz mais necessário a plataformamental. A mente é útil na meditação até o ponto de ter desenvolvidoa afeição espontânea pelo transcendental serviço devocional amorosoao Senhor. Quando se desenvolve esta espontanei<strong>da</strong>de ou apegoespiritual por tópicos relacionados com o Senhor, naturalmentetorna-se desnecessário um lugar ou horário específico para meditar,pois as vinte e quatro horas do dia são utiliza<strong>da</strong>s para se meditar. Estaconstante ocupação meditativa prática é o Samadhi.Na ver<strong>da</strong>de, o estágio de Samadhi está além dos conceitosde sentir, pensar e desejar. Nele, o yogi mantém-se numrelacionamento recíproco muito intimo e elevado com a Ver<strong>da</strong>de


Absoluta. Em Samadhi apenas a consciência original é que atuasentindo, pensando e desejando espiritualmente. Antes de se alcançareste estágio de relacionamento com o Paramatma, a Jivatmapermanece completamente sem ativi<strong>da</strong>des reais. Mas, para isto, todosos sentimentos, pensamentos e desejos que se manifestam nesteestágio devem ser necessariamente puros. Qualquer mácula materialtira imediatamente o yogi do Samadhi. Srila Prabhupa<strong>da</strong> defineSamadhi como a situação em que o yogi vê a Superalma dentro de siconstantemente. Encontramos no Bhagavad-gita (2.44):bhogaisvarya-prasaktanamtayapahrta-cetasamvyavasayatmika buddhihsamadhau na vidhiyate“Nas mentes <strong>da</strong>queles que estão muito apegados àgratificação dos sentidos e à opulência material, e que sedeixam confundir por estas coisas, não ocorre adeterminação resoluta de prestar serviço devocional aoSenhor Supremo.”As palavras samadhau na vidhiyate significam que não épossível situar-se em Samadhi quem é bhogaisvarya-prasaktanam, ouseja, apegado ao gozo dos sentidos e opulência material. Entretanto,


o Samadhi também promove a limpeza dos desejos materiais querestaram ain<strong>da</strong> que sutis no coração do yogi, como confirma Patanjalino <strong>Yoga</strong>-sutra (2.2):samadhi-bhavanarthah klesa-tanukara-narthas ca“A intensa absorção <strong>da</strong> consciência na Pessoa Supremacessará to<strong>da</strong> atração, identificação e ativi<strong>da</strong>des materiais.”Porém, este Samadhi ain<strong>da</strong> não é o ver<strong>da</strong>deiro, poissomente com o coração e a consciência pura é possível estabelecer-seem ver<strong>da</strong>deiro Samadhi. Enquanto há desejos materiais não hápossibili<strong>da</strong>des de absorção completa nas ativi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> PessoaSuprema. Somente livre de qualquer desejo material e especulaçãomental é que se penetra no nectário prazer do Samadhi, em contatodireto com a Personali<strong>da</strong>de de Deus. Isto é confirmado no Ve<strong>da</strong>ntasutra(1.12), onde se estabelece que anan<strong>da</strong>mayo-‘bhyasat: “a Ver<strong>da</strong>deAbsoluta é a fonte de todo prazer e bem aventurança”. Assim, todoprazer que as enti<strong>da</strong>des vivas estão procurando encontra-se naVer<strong>da</strong>de Absoluta, e somente fixando-se nEla é que se alcança over<strong>da</strong>deiro Samadhi.A palavra abhyasat significa “devido à repetição”, ou seja, oprazer que se sente no contato com a Ver<strong>da</strong>de Absoluta é ilimitado.Desse modo, o yogi sente esta fonte de prazer emanando


ilimita<strong>da</strong>mente e se afasta por completo dos desejos de satisfaçãomaterial pelo fato de eles já não mais causarem prazer. O prazerreferente ao contato com o Paramatma é absoluto e inigualável e,portanto, sobrepuja qualquer prazer material.O Paramatma, ou a Ver<strong>da</strong>de Absoluta, que é bemaventurançatranscendental, está presente nos corações de to<strong>da</strong>s asalmas condiciona<strong>da</strong>s que buscam por algum prazer e, desse modo, émais sensato buscar por este prazer em contato com o Senhor do queem contato com a matéria.No Taittiriya Upanisad há a seguinte descrição verídica arespeito <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de Absoluta:etam anan<strong>da</strong>mayam atmanamupasankramya iman lokankamani kama-rupy anusancarannetat sama gayann aste“Após deixar seu corpo material, aquele que compreendea Pessoa Suprema (anan<strong>da</strong>maya) deixa este mundomaterial e entra no mundo espiritual. Então, todos seusdesejos se tornam realizados, recebe uma forma espiritualde acordo com seu próprio desejo, e dedica-se a glorificarao Senhor.”


Este fato é corroborado pelo Bhagavad-gita (5.21):bahya-sparsesv asaktatmavin<strong>da</strong>ty atmani yat sukhamas brahma-yoga-yuktatmasukham aksayam asnute“Tal pessoa libera<strong>da</strong> não se deixa atrair pelo prazer dossentidos materiais, mas está sempre em transe, gozando oprazer interior. Desse modo, a pessoa auto-realiza<strong>da</strong> sentefelici<strong>da</strong>de ilimita<strong>da</strong>, pois se concentra no Supremo.”Neste verso, Samadhi é descrito nos termos sa brahma-yogayuktatma.E naturalmente esta absorção dentro de si mesmo, fixo naforma pessoal do Senhor, leva à felici<strong>da</strong>de ilimita<strong>da</strong> (sukhamaksayam). Assim, não há dúvi<strong>da</strong> de que esta Pessoa Suprema sejaanan<strong>da</strong>maya, pois Ele também é descrito na seguinte declaração doSrimad-Bhagavatam (10.87.17): “Ó Senhor, de to<strong>da</strong>s as pessoas, Tués o Supremo.” (purusha-vidho ‘nvayo ‘tra).Com relação a isso podemos observar que não écontraditório ou ilógico dizer que o Senhor Supremo tem uma formapessoal absoluta, pois Ela é descrita pelas literaturas védicas. NoSrimad-Bhagavatam (12.13.1), se diz que a Suprema Personali<strong>da</strong>dede Deus (devaya tasmai) é em quem (yam) os yogis perfeitos se


absorvem em transe dentro de si mesmo (dhyanavasthita-tad-gatenamanasa pasyanti yam yogino). E a conclusão do Samadhi será rendersea esta Pessoa Suprema sem perder sua identi<strong>da</strong>de eterna. Patanjalidiz no <strong>Yoga</strong>-sutra (2.45):samadhi-siddhir isvara-pranidhanat“A perfeição do Samadhi é a rendição completa à PessoaSuprema.”Rendição significa absorver-se por completo na Ver<strong>da</strong>deAbsoluta numa atitude de serviço amoroso, ocupando-seinteiramente na satisfação do Senhor. Portanto, a absorção, muni<strong>da</strong>de conhecimento, nesta forma suprema leva o yogi à liberação, comoconfirma o Bhagavad-gita (4.9):janma karma ca me divyamevam yo vetti tattvatahtyaktva deham punar janmanaiti mam eti so ‘rjuna“Aquele que conhece a natureza transcendental do Meuaparecimento e ativi<strong>da</strong>des, ao deixar o corpo não volta a


nascer neste mundo material, mas alcança Minha mora<strong>da</strong>eterna.”Isto significa que não ocorre em nenhum momento, comoerroneamente se pensa, a dissolução <strong>da</strong> alma individual. O yogientende que o Samadhi é a promessa de sua ver<strong>da</strong>deiraindividuali<strong>da</strong>de eterna. E esta individuali<strong>da</strong>de é manti<strong>da</strong> no eternorelacionamento restabelecido em Samadhi com o Supremo. Tambémno Bhagavad-gita (2.53):sruti-vipratianna teya<strong>da</strong> sthasyati niscalasamadhav acala buddhista<strong>da</strong> yogam avapsyasi“Quando sua mente deixar de perturbar-se pelalinguagem flori<strong>da</strong> dos Ve<strong>da</strong>s, e quando se fixar no transe<strong>da</strong> auto-realização (Samadhi), você então terá atingido aconsciência divina.”A ver<strong>da</strong>deira reciproci<strong>da</strong>de é eterna, assim como o prazer ea felici<strong>da</strong>de experimenta<strong>da</strong> neste estado também é. Logo, entrar emver<strong>da</strong>deiro Samadhi é manter-se constantemente nele. Kapiladeva dizno Srimad-Bhagavatam (3.28.36):


so 'py etaya caramaya manaso nivrttyatasmin mahimny avasitah sukha-duhkha-bahyehetutvam apy asati kartari duhkhayor yatsvatman vidhatta upalabdha-paratma-kasthah“Assim situa<strong>da</strong> na fase transcendental mais eleva<strong>da</strong>, amente pára com to<strong>da</strong> a reação material e situa-se em suaprópria glória, transcendental a to<strong>da</strong>s as concepçõesmateriais de felici<strong>da</strong>de e aflição. Nessa altura, o yogicompreende a ver<strong>da</strong>de de sua relação com a Ver<strong>da</strong>deAbsoluta, a Pessoa Suprema. Ele descobre que o prazer ea dor - bem como suas interações - os quais ele atribuía aseu próprio eu, são, de fato, devidos ao falso ego, que éproduto <strong>da</strong> ignorância.”Ter apenas uma leve sensação ou insight não é ver<strong>da</strong>deiroSamadhi. <strong>Sem</strong> manter a consciência ocupa<strong>da</strong> no transcendentalserviço amoroso à Alma Suprema, em seu eterno relacionamento, nãohá como permanecer em Samadhi. Ain<strong>da</strong> no Bhagavad-gita (12.2):mayy avesya mano ye mamnitya-yukta upasatesraddhaya parayopetaste me yuktatama matah


“Aqueles que fixam suas mentes na Minha forma pessoale sempre se ocupam em Me adorar com fétranscendental, são considerados por Mim como os maisperfeitos.”Ver<strong>da</strong>deiro Samadhi não é a fusão impessoal na energiadivina do Senhor, mas manter sua individuali<strong>da</strong>de espiritual eterna,podendo assim executar o transcendental serviço devocional amorosoao Senhor Supremo. Isto também é corroborado pelo Bhagavad-gita(6.47):yoginam api sarvesammad-gatenantar-atmanasraddhavan bhajate yo mamas me yuktatamo matah“E de todos os yogis, aquele que tem muita fé e sempre serefugia em Mim, pensa em Mim dentro de si mesmo eMe presta transcendental serviço devocional amoroso - éo mais intimamente unido a Mim em <strong>Yoga</strong> e é o maiselevado de todos. Esta é a Minha opinião.”


Ver<strong>da</strong>deira união com o Supremo não é fundir-se nEle, masestar em harmonia com Seus desejos, pronto para realizar Seus planospara o benefício de todos os seres vivos. Ver<strong>da</strong>deiro <strong>Yoga</strong> é Samadhi eSamadhi é Bhakti-yoga. Em Samadhi o yogi pode compreenderperfeitamente a si próprio e ao Supremo percebendo comprofundi<strong>da</strong>de a relação eterna que ambos possuem. Em Samadhi oyogi dirige todo o seu amor e sentimento a Suprema Personali<strong>da</strong>de deDeus numa atitude de rendição devocional completa. Em Samadhialcança-se a perfeição <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> humana, pois se recobra a sua originalativi<strong>da</strong>de no relacionamento puro com a Ver<strong>da</strong>de Absoluta.


Equívocos Filosóficos de Espirituali<strong>da</strong>de AparenteIntroduçãoA palavra ve<strong>da</strong> vem <strong>da</strong> raiz vidya que significa conhecimentocompleto. Anta significa último, final ou meta. Ve<strong>da</strong>nta, portanto,significa a meta última do conhecimento transcendental. Tal meta éapresenta<strong>da</strong> no Ve<strong>da</strong>nta-sutra, a escritura compila<strong>da</strong> pelo próprioautor de todos os Ve<strong>da</strong>s – Srila Dvaipayana Vyasadeva - como osummun bonun <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> humana, ou seja, compreender a SupremaPersonali<strong>da</strong>de de Deus, Bhagavan.Após ter escrito o Ve<strong>da</strong>nta-sutra, Srila Vyasadeva compilou o SrimadBhagavatam, o comentário autorizado do Ve<strong>da</strong>nta-sutra. Quase doismil anos depois, Sankaracarya apresentou um comentário pessoal aoVe<strong>da</strong>nta-sutra conhecido como Sariraka-bhasya, que apresenta afilosofia Advaita-va<strong>da</strong>. Para isto, Sankara argumentou que havianecessi<strong>da</strong>de de um comentário atual para o Ve<strong>da</strong>nta-sutra. Durantemuitos séculos este seu comentário Sariraka-bhasya foi aceito comoum comentário autêntico do Ve<strong>da</strong>nta-sutra. Mas, o mesmocomentário apresentou algumas discrepâncias filosóficas em relação


ao Ve<strong>da</strong>nta-sutra original. Primeiro que já havia o comentárioautorizado escrito pelo próprio autor do Ve<strong>da</strong>nta-sutra. Segundo quesua exposição filosófica vai de encontro com a filosofia Vaishnava.Mesmo considerando fatores de atualização histórica do textooriginal – o que é comum em comentários de textos históricosanteriores -, não podemos garantir a autentici<strong>da</strong>de filosófica <strong>da</strong>linhagem discipular inicia<strong>da</strong> com o Ve<strong>da</strong>nta-sutra, no comentárioapresentado pela escola de Sankara.A filosofia Vaishnava se fun<strong>da</strong>menta no dualismo personalístico,onde o atman é diferente do Supremo, e o qual possui umapersonali<strong>da</strong>de própria e individual. A duali<strong>da</strong>de na filosofiaVaishnava é a de que existem duali<strong>da</strong>de e individuali<strong>da</strong>de própriastanto para a enti<strong>da</strong>de viva (atma) quanto para a Ver<strong>da</strong>de Absoluta,Paramatma ou Parambrahman. Esta duali<strong>da</strong>de mostra a varie<strong>da</strong>de derelações que ca<strong>da</strong> ser vivo possui com o Supremo. Enquanto que afilosofia Advaita-va<strong>da</strong> é uma filosofia não-dual, indicando que não hádiferença entre o Supremo, o ser vivo e a reali<strong>da</strong>de. Em outraspalavras, tudo é uno.Tal monismo não é apoiado em nenhum momento pelo textooriginal do Ve<strong>da</strong>nta-sutra. Para a filosofia Advaita-va<strong>da</strong> de Sankaratudo é Brahman e desse modo nem a enti<strong>da</strong>de viva nem a Ver<strong>da</strong>de


Absolta possuem personali<strong>da</strong>de ou individuali<strong>da</strong>de, pois ambos sefundem numa reali<strong>da</strong>de amorfa e destituí<strong>da</strong> de qualquer varie<strong>da</strong>de,mesmo espiritual. Ora, temos que esclarecer que estas definições deidenti<strong>da</strong>de e individuali<strong>da</strong>de não têm ralação com as categoriasmateriais destes mesmos aspectos. Estamos nos referindo àscategorias transcendentais <strong>da</strong> forma, do corpo e <strong>da</strong>s quali<strong>da</strong>desindividuais <strong>da</strong> Pessoa Suprema.Por isto, para a filosofia Advaita-va<strong>da</strong>, o Ser Supremo é um Ser emtodos, o que é contraditório, pois se o Ser Supremo fosse ca<strong>da</strong> uma<strong>da</strong>s enti<strong>da</strong>des vivas, certamente não haveria diversi<strong>da</strong>de e Ele nãoficaria iludido pela energia material em circunstância alguma. Agora,é um fato que Ele está presente em todos os seres vivos,indistintamente. Mas isto não justifica que todos são o mesmo ser, ouque somos o Ser Supremo. Somos, sim, partes integrantes dEle.Somos divinos, não deuses.Para muitas pessoas, estas duas escolas servem como referências parase colocarem diante <strong>da</strong> própria existência. Assim sendo, é de sumaimportância pensar a respeito do dualismo e do monismo para quetenhamos condições de elaborar novas interpretações. TomamosCaitanya Mahaprabhu como representante <strong>da</strong> escola Ve<strong>da</strong>ntaVaishnava e Sankara <strong>da</strong> escola Advaita-va<strong>da</strong>.


Os seguidores de Caitanya Mahaprabhu dizem que na linha depensamento de Sankara não há nenhuma varie<strong>da</strong>de, individuali<strong>da</strong>deou personali<strong>da</strong>de no Ser Supremo, divergindo de to<strong>da</strong>s as escolasvédicas autênticas. Afirmam que Sankara reinterpretou ou rejeitou amaior parte do smrti védico. Considerando atman e Brahman iguaise no mesmo nível, contradisse enfaticamente os ensinamentos doBhagavad-gita, Upanishads e dos Purunas.Para os seguidores de Sankara os Vaishnavas estão em ilusão, ouestão interpretando o Supremo com o auxílio do ego. Para eles, opersonalismo de Bhagavan é fruto <strong>da</strong> jiva ou atma, que é o euinferior, transitório e relativo. Mas, o fato é que Bhagavan nãonecessita <strong>da</strong> imaginação produtiva <strong>da</strong> mente de uma almacondiciona<strong>da</strong> para existir. Isto é enfaticamente comprovado noVe<strong>da</strong>nta de maneira lógica.Para tentar esclarecer e considerar fatos escriturais que comprovemou neguem tais contradições existentes, <strong>da</strong>remos uma breve descriçãobiográfica de Sankaracarya e dos principais filósofos VaishnavasMadhva, Ramanuja e Caitanya Mahaprabhu. Em segui<strong>da</strong>,fun<strong>da</strong>mentado em ampla bibliografia, apresentaremos os pontosfilosóficos <strong>da</strong>s duas escolas. Terminamos o trabalho com anecessi<strong>da</strong>de de novas interpretações basea<strong>da</strong>s nos pré-conceitos queadquirimos.


Nota. É importante destacar que durante nossas pesquisas, basea<strong>da</strong>sem teses e textos acadêmicos, escrituras de diferentes escolas orientaise estudos de intelectuais renomados foram encontrados as maisvaria<strong>da</strong>s especulações quanto às origens, autor e <strong>da</strong>tas cronológicas <strong>da</strong>presumível compilação do Ve<strong>da</strong>nta-sutra ou Brahma-sutra.Garantimos a autentici<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s exposições e conclusões apresenta<strong>da</strong>sneste trabalho. Além de valermo-nos de vasta documentaçãoacadêmica, livros, artigos, conferências, etc, baseamo-nos emtrabalhos que são considerados autênticos como documentos de umatradição milenar manti<strong>da</strong> viva por uma linhagem de mestres ediscípulos (guru-parampara). Portanto, com objetivo de <strong>da</strong>r asreferências seguras para futuras pesquisas ou evidências, fazemosquestão de citar, antecipa<strong>da</strong>mente, as obras de Srila Bhaktive<strong>da</strong>ntaSwami Prabhupa<strong>da</strong> como sendo bases autoriza<strong>da</strong>s para estudosaprofun<strong>da</strong>dos. Afora qualquer discrepância especulativa que acontradiga, a referência exata do autor e <strong>da</strong> compilação do Ve<strong>da</strong>ntasutrae demais obras:Sri Krishna Dvaipayana Vyasadeva, considerado a encarnaçãoliterária do Supremo.Suas obras: os quatro Ve<strong>da</strong>s, 108 Upanishads (incluindo Bhagavadgita,embora esteja entre os Puranas), Bhagavat-purana e Ve<strong>da</strong>ntasutrasão do século XXX a.C.


SankaracaryaSankara (788-820 d.C.) nasceu numa família sul-indiana debrahmanas ortodoxos em Kaladi, vilarejo do Malabar Ocidental, noSul <strong>da</strong> Índia. Seu nascimento ocorreu logo após o período em queviveu Bu<strong>da</strong>. Na essência, sua filosofia era um complementometafísico para a ética budista, ou seja, ambas não aceitam aexistência pessoal de Deus. O filosofo Vaishnava Satsvarupa DasaGosvami no livro ‘Introdução à Filosofia Védica’ afirma que Sankarafoi um Shivaísta, seguidor de Shiva.Desde criança sentiu-se frustrado com o vazio proveniente dos livrose resolveu fazer de sua vi<strong>da</strong> um exemplo que pudesse reconduzir oshomens à sen<strong>da</strong> <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de. Aos dez anos já tinha lido e decoradoto<strong>da</strong>s as escrituras e também escrevera comentários sobre muitasdelas. Quando ain<strong>da</strong> era jovem, tornou-se um asceta e ao negar aplurali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> alma espiritual individual (atman), divergiufilosoficamente de to<strong>da</strong>s as escolas védicas ortodoxas. Travaradiscussões com renomados eruditos <strong>da</strong> época. Por essa época, seu paifaleceu e o menino se viu às voltas com enigma <strong>da</strong> morte, o que olevou a tentar decifrá-la. Renunciou tudo para buscar os significados<strong>da</strong> existência e, então, partiu em busca de um mestre.


Chegando ás margens do rio Narman<strong>da</strong>, encontrou Gau<strong>da</strong>pa<strong>da</strong>,célebre filósofo e vidente que, segundo consta, havia alcançado aplataforma de conhecimento. Sankara pediu ao velho sábio que seencarregasse de sua iniciação, mas Gau<strong>da</strong>pa<strong>da</strong> recusou-se a atendêlo,pois, tinha voto de permanecer absorto na ‘união’ com Brahman.Enviou Sankara ao seu principal discípulo, Govin<strong>da</strong>pa. Foi ele queminiciou e instruiu o menino na meditação e no processo do yoga. Empouco tempo, Sankara alcançou a completa realização mística ecomeçou ele próprio a transmitir os ensinamentos.Em um determinado dia, encontrou-se com um chan<strong>da</strong>la (membro<strong>da</strong> mais baixa <strong>da</strong>s castas, a dos intocáveis). O homem trazia consigoquatro cachorros, que bloquearam o caminho de Sankara. Obrahmana Sankara ordenou ao chan<strong>da</strong>la que saísse do seu caminho.O chan<strong>da</strong>la retrucou dizendo: "Se há um só Deus, como pode havermuitas espécies de homens?" Sankara encheu-se de vergonha ereverência, e prostrou-se diante do chan<strong>da</strong>la. Esse incidente inspirouum dos mais belos poemas de Sankara, O Manisha-panchak.A partir <strong>da</strong>í, Sankara começou a ensinar entre os eruditos,convertendo primeiro os professores, depois os alunos destes. Umdeles era o famoso filósofo Man<strong>da</strong>n Misra que afirmava que a vi<strong>da</strong> dochefe de família era superior à do monge. Sankara resolveu discutircom ele e dirigiu-se à sua casa. Ali chegando, encontrou as portas


fecha<strong>da</strong>s. Misra estava celebrando uma cerimônia religiosa e nãoqueria ser incomo<strong>da</strong>do. Sankara, com o espírito de adolescente, subiunuma árvore próxima e <strong>da</strong>li saltou para dentro do pátio. Misrapercebeu-o no meio <strong>da</strong> multidão. Ele não gostava de monges eperguntou sarcasticamente: "De onde vem essa cabeça raspa<strong>da</strong>?” “Osenhor tem olhos para ver", retrucou Sankara. "A cabeça raspa<strong>da</strong> vemdo pescoço". Misra ficou irritado, mas Sankara continuou a provocálo,até que os dois concor<strong>da</strong>ram em travar um debate a respeito dosméritos relacionados à vi<strong>da</strong> do monge e do chefe de família. SeSankara perdesse teria aceitar tornar-se chefe de família. Se Misraperdesse teria que aceitar a vi<strong>da</strong> monástica. O debate durou algunsdias. Bharati, a culta esposa de Misra, serviu de árbitro. Então,Sankara conseguiu convencer Misra <strong>da</strong> superiori<strong>da</strong>de <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>monástica e Misra tornou-se seu discípulo. Foi ele quem anotou oscomentários de Sankara sobre o Ve<strong>da</strong>nta-sutra.Sankara terminou seus dias em Ke<strong>da</strong>rnath, no Himalaia. Nos últimosmeses de vi<strong>da</strong> ele compilou sua principal, mas menos difundi<strong>da</strong> obra:Bhaja Govin<strong>da</strong>n, onde ele deixa claro sua realização final sobre aVer<strong>da</strong>de Absoluta, Bhagavan. Porém, muitos de seus seguidoresprocuraram não <strong>da</strong>r importância a esta obra pelo fato de estarcontradizendo muitas <strong>da</strong>s explanações apresenta<strong>da</strong>s por Sankaraanteriormente. O fato é que nesta obra, Sankara diz para todosadorarem Govin<strong>da</strong>, a Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus e não mais


fundir-se em Brahman. Ao morrer, tinha apenas 32 anos. Duranteesse breve período, fundou vários mosteiros e criou uma dezena deordens monásticas.A produção literária de Sankara foi enorme. Além do Ve<strong>da</strong>nta-sutra,teceu comentários sobre os principais Upanishads e o Bhagavad-gita.Produziu duas importantes obras filosóficas, o Upadeshasahasri e oVivekachu<strong>da</strong>mani. Deixou vários poemas, hinos, orações e obrasmenores sobre o Ve<strong>da</strong>nta.Aspectos de Advaita-va<strong>da</strong> – Filosofia Não-dual de SankaraA especulação filosófica de Sankara sobre o Ve<strong>da</strong>nta denota umconceito ontológico não-dual ou monista, segundo a qual tudo éBrahman. Isto leva a entender que a alma individual, o jivatma, étambém Brahman. Para Sankara, Brahman é uma essência absolutaimutável. To<strong>da</strong> a diversi<strong>da</strong>de ou plurali<strong>da</strong>de é mera aparência semfun<strong>da</strong>mento real. Entretanto, a plurali<strong>da</strong>de do mundo empírico não éabsolutamente irreal ou não-existente. É uma reali<strong>da</strong>de aparente outemporária e é somente por ser temporária que ela é irreal ouinexistente. No Bhagavad-gita (2.16) Krishna diz que o real é eternoe que o irreal é temporário. O real é a alma – potência espiritual tantojivatma como Brahman – enquanto que o irreal é a matéria


temporária – potência inferior <strong>da</strong> energia. A premissa não é negar aexistência <strong>da</strong> matéria firmando apenas a existência <strong>da</strong> alma, mascompreender a existência <strong>da</strong> alma envolvi<strong>da</strong> temporariamente pelaenergia material. To<strong>da</strong>via, Sankara procura negar a existência deplurali<strong>da</strong>de no Ser Absoluto, o que limita a averiguação maisdetalha<strong>da</strong> desta relação entre espírito e matéria. Deve-se haver umestudo minucioso <strong>da</strong> natureza de ambos para se concluir algo apoiadopelo Ve<strong>da</strong>nta. Mesmo Immanuel Kant que sendo um idealistatranscendental, era um realista empírico que não negava a reali<strong>da</strong>dedo mundo material. Em última análise a não-duali<strong>da</strong>de é evidente,porém deve ser considera<strong>da</strong> a distinção de individuali<strong>da</strong>de,personali<strong>da</strong>de e identi<strong>da</strong>de espirituais entre a alma individual e aalma Suprema. Aham brahmasmi. Somos todos Brahman enquantocentelhas espirituais, mas não somos Parambrahman. Brahman é aenergia do Supremo em Seu aspecto impessoal e Parambrahman é afonte desta energia, a Suprema Personali<strong>da</strong>de de Deus.A existência de Brahman está presente em ca<strong>da</strong> jivatma. Pois ca<strong>da</strong>um é consciente de sua existência própria. Segundo Sankara, o pelofato deste jivatma ser o Brahman a não-existência do ser está fora decogitação. Acaso o ser espiritual individual deixa de existir oBrahman também deixaria de existir. Mas, para Sankara existirsignifica ser o Brahman, o que sob a ótica do Ve<strong>da</strong>nta é o mesmo queestar destituído de individuali<strong>da</strong>de, personali<strong>da</strong>de ou quali<strong>da</strong>des de


jivatma. De acordo com o Ve<strong>da</strong>nta estes atributos são intrínsecos àalma espiritual (jivatma). Em outras palavras, a alma nunca deixa deexistir nem deixa de possuir tais atributos como apregoa a filosofia deSankara.Agora, se aceitamos o fato de que este Brahman é impessoallogicamente não haverá nenhuma condição aberta à investigaçãosobre Ele, pois como se pode analisar uma fonte última de to<strong>da</strong>criação se Ela se apresenta amorfa? Inicia-se o conflito contradiz ente<strong>da</strong> filosofia Advaita-va<strong>da</strong>. Os seguidores desta filosofia argumentamque “este supremo Bahman constitui a ver<strong>da</strong>deira natureza do Ser,enquanto a sua segun<strong>da</strong> natureza, isto é, aquele aspecto de que ascondições limitativas fictícias dependem não é a sua natureza real – ocorpo.” É esta duali<strong>da</strong>de que a filosofia de Sankara quer anular, poisconsidera ela a causa de to<strong>da</strong> ignorância (avidya) – o corpo material.Porém, é esta duali<strong>da</strong>de que difere a filosofia Advaita-va<strong>da</strong> <strong>da</strong>interpretação original do Ve<strong>da</strong>nta que será apresenta<strong>da</strong> pelos filósofosque irão combater as conclusões de Sankara.Na ver<strong>da</strong>de, a duali<strong>da</strong>de existe em to<strong>da</strong>s as conclusões filosóficas, masa abor<strong>da</strong>gem ontológica desta duali<strong>da</strong>de não é analisa<strong>da</strong> pela filosofiade Sankara. Tendo “excluído” a existência de atributos à Ver<strong>da</strong>deAbsoluta, Sankara comete o primeiro equívoco filosóficocontrariando a exposição categórica do Ve<strong>da</strong>nta. Realmente há uma


igual<strong>da</strong>de entre Brahman e jivatma, entretanto esta igual<strong>da</strong>de não éabsoluta. Ora, negando a existência de atributos ao Ser Supremonega-se a existência de Suas potências e energias <strong>da</strong>ndo a Ele apenasa infinitesimal característica de Se iludir com Sua própria energiamaterial e identificar-se como sendo um homem, um cão, umpássaro. Há uma diferença fun<strong>da</strong>mental entre jivatma e a Ver<strong>da</strong>deAbsoluta, mas a análise de Sankara não é profun<strong>da</strong> a ponto de nãoconsiderar pertinente o aspecto mais elevado desta mesma Ver<strong>da</strong>deAbsoluta. Daremos mais adiante os diferentes aspectos destaVer<strong>da</strong>de. No momento esclareceremos apenas que a igual<strong>da</strong>de entre ajivatma e Brahman se encontra nas quali<strong>da</strong>des espirituais. A jivatma éBrahman, divina (divyam) mas não é Bhagavan, Deus.Desse modo, ain<strong>da</strong> algumas questões ficam em aberto sem que afilosofia de Sankara possa responder. Ele mesmo aceitou estalimitação em poder responder às perguntas: como é que o mundoilusório surge e se revela? Como é que o perfeito imanifesto (o SerSupremo) pode <strong>da</strong>r origem ao imperfeito manifesto (naturezamaterial)? Para ele, este continua a ser um problema totalmente porresolver. Além disso, muitos dos seus pontos de vista apresentamconclusões opostas. Num extremo, Brahman permanece constante einalterável enquanto que o mundo dos objetos dos sentidos nasce edeclina graças a um poder que lhe é inerente. No fundo soa comouma filosofia infantil, que quer se rebelar contra a Ver<strong>da</strong>de. Tal


condição argumentativa tem como referência a Leibniz, para quemexiste um domínio de potenciali<strong>da</strong>des que, pelo seu próprio poderinerente, impele à existência. Seria uma manifestação sem controle,ao acaso e desprovido de inteligência superior? Qualquer visãomecanicista certamente está fora desta categoria. Não há na<strong>da</strong> queesteja fora do controle supremo ou que esteja atuando independentedEle.Outro serio equívoco presente em Sankara é o de aceitar a existênciade um Deus pessoal que deva ser adorado, mas, segundo ele, melhordo que aceitar este Deus pessoal é o conhecimento de Deus semforma, que surge apenas quando todos os desejos, mesmo o desejo dealcançar ou compreender o Supremo. Por este motivo, seusseguidores dizem que “não seria correto pensar que se trata de umpanteísmo que considera Deus e o mundo como a mesma coisa”. Istoé contraditório, pois mesmo não aceitando a idéia panteísta de Deusaceitam um monismo que leva ao mesmo fim. Tudo é Um, logomesmo a natureza material deveria ser <strong>Uma</strong> com o Supremo. Ounão? Conveniências à parte, concluem dizendo que, “para Sankara,seria um erro esboçar que não existe nenhum Deus pessoal esoberano do Universo, um criador inteligente do mundo, onipotentee onisciente (...), porém, esse Deus existe, precisamente no mesmosentido em que existe um mundo de objetos físicos e almas finitas.Naturalmente que o mundo é uma ilusão e, nesse sentido, o Deus


pessoal é também uma ilusão. Mas, desde que aceitemos que omundo dos fenômenos é real, temos de aceitar que Deus é real.” Aconclusão equivoca<strong>da</strong> desta filosofia é que a energia é superior aoCriador, ou que o impessoal prevalece sobre a personali<strong>da</strong>de. Nofundo esta conclusão é de lógica materialista, pois parte <strong>da</strong> suposiçãode que a forma de Deus seja feita de elementos materiais como asformas presentes neste mundo fenomenal.Como podemos notar, esta filosofia é repleta de meandros que secontradizem em ca<strong>da</strong> nuance de raciocínio. Adiante <strong>da</strong>remos maisdetalhes que refutam estes e outros tópicos <strong>da</strong> filosofia Advaita-va<strong>da</strong>de Sankara.


Imprensa do <strong>Yoga</strong>Kumbh Mela FestivalFesta religiosa na Índia deve receber 70 milhões de pessoasMilhões de hindus já se reúnem na ci<strong>da</strong>de de Allahabad, no norte <strong>da</strong>Índia, onde a partir de hoje começa o Ardh Kumbh Mela, celebraçãoreligiosa que ocorre a ca<strong>da</strong> 12 anos. Devotos têm de enfrentar o friopara se banhar na confluência dos rios Ganges, Jamuna e Saraswatipara poderem se limpar dos seus pecados. O festival é um dosmaiores encontros do mundo. Milhões de pessoas são espera<strong>da</strong>s já noprimeiro dia. <strong>Uma</strong> ver<strong>da</strong>deira ci<strong>da</strong>de de ten<strong>da</strong>s foi monta<strong>da</strong> nasimediações do local onde ocorre o festival e a segurança é rigorosa,para evitar acidentes. Grupos de homens santos, os Nagu Sadhus,passam cinzas nos seus corpos, usam robes coloridos ou em muitasvezes lideram as procissões sem roupa em direção às margens dosrios.Estatística Mundial dos Praticante de Bhakti-yogaHoje existem mais de 2 bilhões de cristãos no planeta, divididos entrecatólicos, protestantes, etc. Mais de 1 bilhão <strong>da</strong> população mundial é


composta por Hindus (Brasil + de 4.000), sendo que desses, mais de600 milhões de pessoas estão no vaishnavismo praticando Bhaktiyoga.http://en.wikipedia.org/wiki/Hinduism_by_countryhttp://en.wikipedia.org/wiki/Vaishnavismhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hindu%C3%ADsmohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vaishnavahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Hare_KrishnaParadoxo quântico: De onde vem a alma espiritual?Essa questão <strong>da</strong> alma ter vindo ou não ter vindo do mundo espiritualao mundo material é irrelevante. Ela é acintya (inconcebível) ouparadoxal. Só pode ser contraditória. Ela veio e não veio! Tudodepende <strong>da</strong> consciência do observador. Do ponto de vista do mundoespiritual ela nunca veio ao mundo material. Pois, como emVaikuntha só há o presente, não pode haver uma época que nãoestivesse nem uma em que não estará lá. Por lá o tempo não existecom as dimensões conheci<strong>da</strong>s de passado e futuro. Só há lá o temposempre presente. Quanto <strong>da</strong> perspectiva do mundo material, a almatem que ter vindo de algum lugar no passado e tera que ir para um


lugar no futuro. Se ela não tivesse vindo do mundo espiritual, ela nãoseria eterna. Teria um começo.(por Lokasaksi Prabhu)Com relação a este tema, esta é sem dúvi<strong>da</strong> a maior contribuiçãofilosófica teísta que a doutrina Vaishnava pode oferecer àqueles quetenham este questionamento.Sua Santi<strong>da</strong>de Hr<strong>da</strong>yanan<strong>da</strong> Das Goswami em seu livro OurOriginal Position eluci<strong>da</strong> este mesmo ponto, citando os Acaryas,dizendo que a alma espiritual nunca sai do mundo espiritual, mas suaconsciência (que não é a alma e sim uma manifestação <strong>da</strong> alma)podese envolver com uma 'reali<strong>da</strong>de' externa (energia material) e se afastarde sua consciência original. Embora a alma esteja no mundoespiritual a consciência dela (no caso de uma alma condiciona<strong>da</strong>) estána energia material.Quando tive a oportuni<strong>da</strong>de de fazer esta mesma pergunta aLokasaksi fiquei muito satisfeito por não estar, eu, especulandoquanto à compreensão deste importante tópico.


Presos terão aula de <strong>Yoga</strong>Jornal do Brasil. 9 de Outubro de 2006."Asana, Pranayama e Dhyana devem entrar em breve no vocabuláriode presos do sistema carcerário do Estado do Rio de Janeiro. Emsânscrito, significam posturas psicofísicas, técnicas respiratórias emeditação, respectivamente, e fazem parte do <strong>Yoga</strong>, técnica milenarque será implementa<strong>da</strong> em presídios, instituições de detenção demenores, postos de saúde, favelas e áreas públicas do Estado,conforme lei aprova<strong>da</strong> semana passa<strong>da</strong>.A governadora Rosinha Matheus sancionou a lei 4.861, de autoria dodeputado estadual Carlos Minc, que autoriza a criação do ProgramaEstadual de desenvolvimento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de de <strong>Yoga</strong> no Estado. Com ainiciativa, o Rio será pioneiro no Brasil a usar a técnica hinduísta paracombater o estresse e promover o bem-estar físico e a paz interior. Aidéia é oferecer um serviço que amenize as tensões causa<strong>da</strong>s pelaviolência eo estresse, esclarece Minc. O <strong>Yoga</strong> proporciona consciência corporal,respeito e paz, e melhora a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas. O projetode lei foi motivado pela Federação de <strong>Yoga</strong> do Estado do Rio de


janeiro. Presidente <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de, Orivaldo Gomes comemora apossibili<strong>da</strong>de de se popularizar o Ioga. Hoje o <strong>Yoga</strong> está restrito àclasse alta, mas a lei vaideselitizá-lo. A violência começa em nós mesmos, e o <strong>Yoga</strong> aju<strong>da</strong> anos harmonizar, e nos aproximar <strong>da</strong> nossa essência, disse ele."<strong>Yoga</strong> Fora de FormaNa edição 425 <strong>da</strong> revista Época do dia 10 de Julho de 2006, tivemos,para o prazer dos adeptos do yoga, uma reportagem sobre o assunto.Realmente o yoga está em alta em todos os paises ocidentais. Isto,como sabemos, demorou muito para ser efetivado. Porém, como bemdemonstra a matéria, a porta de entra<strong>da</strong> e os créditos de aceitação doyoga nos meios científicos e acadêmicos do ocidente de devemprimeiramente à abor<strong>da</strong>gem médica: a infindável busca <strong>da</strong> boa saúde.Bem eu, pessoalmente como instrutor de yoga, já tive oportuni<strong>da</strong>desa mais de ler matérias publica<strong>da</strong>s em revistas semanais e outrasdedica<strong>da</strong>s ao assunto em especifico. Pasmem: nunca encontrei umareportagem que transmitisse informações ou <strong>da</strong>dos mais precisos aum público iniciante. Este é um sério problema que aflige os meiosde comunicação quando abor<strong>da</strong>m um tema ou uma matéria poucoconheci<strong>da</strong> – a tendência é a especulação basea<strong>da</strong> em <strong>da</strong>dos pouco


confiáveis. Infelizmente o mesmo ocorreu na matéria <strong>da</strong> revistacita<strong>da</strong>.Não podemos negar informações interessantes e animadoras como,por exemplo: são aproxima<strong>da</strong>mente 15 milhões de praticantes só nocontinente americano, ou que o yoga praticado pelos Hare Krishnas échamado Bhakti-yoga, ou que as pesquisas para se comprovar aeficácia <strong>da</strong>s práticas de yoga tenham que ser financia<strong>da</strong>s porindustrias farmacêuticas – que não se interessam pelo incentivo pormotivos óbvios -, e que a metodologia de pesquisa cientifica ocidentalé limita<strong>da</strong> diante dos resultados e experiências clínicas resultantes <strong>da</strong>prática de yoga. Mas, quando se trata de bases históricas,bibliográficas ou filosóficas..., tudo fica muito confuso. O pior é queapenas quem domina um pouco mais o assunto é que percebe o vazioque fica em algumas exposições pouco convincente.O que me atraiu para o yoga não foi necessariamente a busca pormelhor saúde, beleza física ou exaltação do ego, mas a filosofia. E pormais incrível que possa parecer, este tópico está se tornando oprincipal para muitos que estão iniciando a prática de yoga. E suasrazões são bem claras.O yoga é considerado dentro <strong>da</strong> tradição do conhecimento Védicocomo a ciência original e fonte de to<strong>da</strong>s as outras ciências - incluindo


as ciências que conhecemos atualmente. Tal ciência conduz opraticante ao autoconhecimento ou à auto-realização espiritual. Maspor interesses pessoais, ca<strong>da</strong> doutrina religiosa ou cientifica sempreprocura mostrar o seu próprio lado <strong>da</strong> moe<strong>da</strong>. Isto não ocorrediferente no yoga. Porém, existe uma tradição original, umalinhagem que remonta desde o inicio do yoga na humani<strong>da</strong>de. Deacordo com esta tradição confiável, o yoga foi trazido por umaencarnação <strong>da</strong> Divin<strong>da</strong>de Suprema chama<strong>da</strong> Kapiladeva, isto hámilhares de anos.Estranho é que em reportagens rápi<strong>da</strong>s (e muitas vezessensacionalistas) nunca se encontra referências autoriza<strong>da</strong>s oufidedignas para se comprovar tal abor<strong>da</strong>gem. Mesmo nos círculosacadêmicos ocorrem especulações presunçosas a respeito. Por isto, oque sempre me assusta ao ler tais artigos é quanto às origens,tradições e escolas do yoga que são muitas vezes apresenta<strong>da</strong>s comcerto preconceito do que não está em mo<strong>da</strong>.A nível de esclarecimento, gostaria de expor em palavras respeitosasque não existe nenhuma evidência de que Patanjali seja umaencarnação de Anata-shesha, a serpente que, segundo a reportagem,compõe a metade do corpo do sábio. Mesmo com relação a Patanjali,ele realmente existiu e ‘seu’ <strong>Yoga</strong>-sutra foi composto por ele. Estourealizando um trabalho de tradução do <strong>Yoga</strong>-sutra de Patanjali e em


minhas pesquisas tenho encontrado muitas versões explicitamenteduvidosas e que são postas em circulação para os leitores que queremconhecer em profundi<strong>da</strong>de a tradição do yoga.Um <strong>da</strong>do importante a se ressaltar quando se refere ao <strong>Yoga</strong>-sutra écompreender que ele foi compilado por Patanjali quando este fezuma síntese sucinta de uma obra literária anterior chama<strong>da</strong>Bhagavat-Purana ou Srimad-Bhagavatam (PRABHUPADA,Bhaktive<strong>da</strong>nta Swami. Srimad Bhagavatam, 12 Volumes, Ed.Bhaktive<strong>da</strong>nta Book Trust, 2a. Ed., São Paulo, 1995). Esta obraremonta há mais de cinqüenta séculos e tem como registro to<strong>da</strong>s asevidências cientificas e históricas do yoga, incluído <strong>da</strong>dos sobre aencarnação de Kapiladeva. E isto contradiz o que foi apresentado namatéria, que reduziu para o século xv a.C. a <strong>da</strong>ta de compilação <strong>da</strong>sprimeiras obras <strong>da</strong> tradição hindu do yoga.De forma alguma devemos desconsiderar as conclusões e estatísticasmédicas apresenta<strong>da</strong>s na matéria, mas devemos reconsiderarinformações referentes ao yoga como ele realmente é. Há duasperspectivas: uma é olhar ocidentalmente o yoga como ummedicamento poli esportivo, outro é compreender o yoga com alógica <strong>da</strong> visão oriental que, posso garantir com vi<strong>da</strong> e alma, é muitomais confiável. Um exemplo que ilustra bem esta colocação é do filhoque quer saber quem é seu pai. A fonte mais indica<strong>da</strong> para conhecê-


lo é sua mãe. Se ele pergunta a sua mãe “quem é meu pai” será muitomais seguro encontrar seu pai do que perguntar a qualquer outrapessoa ou basear-se em sua própria capaci<strong>da</strong>de mental e especulativa.Então, eu lhes pergunto: onde nasceu o yoga?


Diário de um yogiDuas coisas interessantes eu realizei nestes dois últimos dias durante asleituras do Bhagavat-gita. Primeiro: mais do que simplesmente praticaryoga, eu tenho que ser um yogi. Segundo: já estamos acumulando tantasdívi<strong>da</strong>s, contas, cartões de crédito..., pra que acumular mais karmatambém. E para evitar, a melhor estratégia é ficar desapegado dosresultados de nossas ativi<strong>da</strong>des. Só assim podemos não acumular karmae ain<strong>da</strong> ser um yogi além de praticar yoga. Entende? E é simples, bastaentregar-se a Krishna.Muitas vezes não sabemos como nos posicionarmos no mundo, diante<strong>da</strong>s situações. O que faço agora? Como posso resolver esta situação? Emqualquer caso temos que ver tudo relacionado com a Ver<strong>da</strong>de Absoluta.O Supremo controlador.A melhor atitude de um yogi é a rendição - como Patanjali diz, Isvarapranidhana va, temos que nos render ao Senhor Supremo - em outraspalavras, temos que cultivar bhakti, devoção amorosa pela SupremaPersonali<strong>da</strong>de de Deus. Esta é a ver<strong>da</strong>deira e única meta do <strong>Yoga</strong>.Assim, podemos resolver qualquer problema inicialmente insuperável.Tente, você verá que é prazeroso e real. O prazer <strong>da</strong> nossa relação com aPessoa Suprema é tudo o que estamos procurando. Farei agora minhasérie de Asthanga-yoga (Bhakti-yoga), concluindo com puja àsDei<strong>da</strong>des de Krishna e Balarama e terminando com duas horas demeditação no Maha-mantra Hare Krishna.


Diário de Um Yogi 2<strong>Yoga</strong> é atitude! Tenho que pensar: como estou encarando minha vi<strong>da</strong>, amim mesmo, meus relacionamentos hoje? Como está sendo minhaatitude dentro deste mundo de ilusões? Vejo um perigo a ca<strong>da</strong> passo,mas não posso parar. Onde está minha consciência? Sim! Ela não podeficar vagando por ai. Tenho que fixá-la no meu objeto de meditação: emKrishna.Tenho que ficar atento em onde estou levando minha mente paracaminhar...Diário de Um Yogi 31. Worshop de PranayamaNeste último final de semana realizei um Workshop de Pranayama como grupo de yoga do Nirvana - RJ. O grupo estava sendo guiado pelointrutor de yoga Paulo Di Stasi. Houve caminha<strong>da</strong>s, palestras sobreBhagavad-gita e muita prática de Hatha e Bhakti-yoga.2. Estive pensando nas quase ilimita<strong>da</strong>s criações e propostas que minhamente cria para mim. Mesmo estado me armando contra as investi<strong>da</strong>sde minha mente, ontem, enquanto estu<strong>da</strong>va o Bhagavad-gita, meperguntei: por que não tentar me libertar nesta vi<strong>da</strong>? Por que querermanter apegos e identificações com este corpo e ego? Por que não fazero melhor e <strong>da</strong>r o máximo que eu puder para sair logo deste trilher edeixar uma bela história <strong>da</strong> minha passagem por esta vi<strong>da</strong>? Por que ain<strong>da</strong>


penso em voltar para realizar o que ain<strong>da</strong> não realizei, imaginando queseja normal a idéia de novamente ser uma criança, iniciando uma novapágina na minha jorna<strong>da</strong> dentro do mundo material? Por que maisilusão? O que ain<strong>da</strong> me prende?Conclui: tenho que ser completo em tudo que fizer. Plenamente, semdeixar na<strong>da</strong> para tráz mal resolvido. A resposta é amar a raiz de to<strong>da</strong>s asexistências, Krishna, e explodir de amor numa vi<strong>da</strong> imensa. Por queinsistir contra isto?3. Em Junlho estarei lançando meu livro "Pranayama - Alcançando aPlenitude Através <strong>da</strong> Respiração".4. Se você gosta de yoga e ficção, então visite meuhttp://hotelmolotov.blogspot.com - é a união de filosofia e ficção doyoga. <strong>Uma</strong> novela hiperrealista.Diário de um Yogi 4<strong>Yoga</strong> sem bhakti acaba sendo apenas mera execução de posturas, semum fun<strong>da</strong>mento ou propósito. Hatha-yoga sem condução de bhakti éuma forte propulsora e geradora do falso ego. Somos almas espirituaisenvolvi<strong>da</strong>s por 24 elementos materiais..., e penso que sou muita coisa!Diário de um Yogi 5Ontem comecei a escrever um novo livro de teoria e filosofia do yoga.Agora trata-se de uma abor<strong>da</strong>gem sobre Dhyana (meditação). Deverei


estar com ele pronto para Maio de 2007. O título: "Dhyana-yoga -Restabelecendo a Consciência Original".Sim, vira<strong>da</strong> de ano. Mas na ver<strong>da</strong>de o que significa isto para a alma semestar ocupado em bhakti? Estamos com mais de cem pessoas hospe<strong>da</strong><strong>da</strong>sna pousa<strong>da</strong>. As caminha<strong>da</strong>s, banhos de áura e as aulas de <strong>Yoga</strong> estãolota<strong>da</strong>s. Hoje ain<strong>da</strong> teremos prática de meditação.Em certos momentos realizamos que a vi<strong>da</strong> flui como um fio muito sutilque nos conduz ao Supremo. Só precisamos estar conscientes disto, poiso caminho existe dentro de nós. Precisamos lapi<strong>da</strong>r com as ferramentasdo conhecimento <strong>da</strong><strong>da</strong>s pelo mestre espiritual e que estão presentes naBhagavad-gita.Diário de um Yogi 6Equívocos sobre o Ve<strong>da</strong>ntaÉ sabido a grande falácia apresenta<strong>da</strong> pelos seguidores <strong>da</strong> filosofiamayava<strong>da</strong> de Sankara que apresentou o conceito Advaita <strong>da</strong> filosofiaVe<strong>da</strong>nta. O pior são os pseudos estudiosos <strong>da</strong> filosofia Ve<strong>da</strong>nta que nãocompreendem na<strong>da</strong> sobre tópicos relevantes a respeito de Deus.Na web encontramos todo tipo de epseculação. Hoje mesmo encontreium blog aberto apenas para postar o seguinte: "Origens <strong>da</strong> FilosofiaAdvaita A filosofia Advaita Ve<strong>da</strong>nta tem suas origens nas antigasescrituras <strong>da</strong> Índia, chama<strong>da</strong>s Ve<strong>da</strong>s."Mais na<strong>da</strong>. Ain<strong>da</strong> incompleto. Postei o seguinte:Mas é apenas um pequeno e limitado aspecto do conhecimentofilosófico do Ve<strong>da</strong>nta. Na ver<strong>da</strong>de Advaita foi apresenta<strong>da</strong> por Sankara


que se apoiou numa abor<strong>da</strong>gem impessoal <strong>da</strong> Divin<strong>da</strong>de Suprema,apresentando de maneira irrelevante o conhecimento completo sobreDeus, pois negou a existência de uma Personali<strong>da</strong>de Divina, ou seja, oaspecto Bhagavam. Em outras palavras, os Ve<strong>da</strong>s apresentam esteaspecto do Supremo conhecido como Brahman, mas enfatiza o aspecto<strong>da</strong> Suprema Divin<strong>da</strong>de Personifica<strong>da</strong>, Bhagavam.Diário de Um Yogi 7<strong>Yoga</strong> sem bhakti acaba sendo apenas mera execução de posturas, semum fun<strong>da</strong>mento ou propósito. Hatha-yoga sem condução de bhakti éuma forte propulsora e geradora do falso ego.Somos almas espirituais envolvi<strong>da</strong>s por 24 elementos materiais..., epenso que sou muita coisa.


Apêndice<strong>Yoga</strong> e MisericórdiaPode paracer estranho em um blog de yoga estar sendo apresentadoalgo deste tipo, mas é um assunto que envolve a todos,prinicipalmente aqueles que estão envolvidos de alguma maneira coma prática, ensino ou cultivo do yoga puro. Reflexões sobre esteassunto pode nos aju<strong>da</strong>r a desenvolver misericórdia que é a base <strong>da</strong>não violência (ahimsa). Não adianta estu<strong>da</strong>rmos o <strong>Yoga</strong>-sutra edemais livros cultuados pela tradição canônica do yoga ocidental senão levamos a sério a filosofia apresenta<strong>da</strong> por estes grandes sábios.Professores com dezenas de alunos e academias lota<strong>da</strong>s de praticantesde yoga é a indicação de que estamos deixando encoberto aver<strong>da</strong>deira prática do yoga, que começa em casa e nos menoresdetalhes <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e do dia-dia.É preciso serie<strong>da</strong>de de propósitos naqueles que estão responsáveis pordifundir e ensinar o yoga. Não devemos ser hipócritas e mascarar


nossas fraquezas e ilusões sob os ares de um santo ou mestre de yoga.Sejamos realistas para averiguar se estamos no caminho correto e nãonos deixamos nos levar pela mo<strong>da</strong>: aceitando a matançaindiscrimina<strong>da</strong> de animais inocentes. Seu instrutor de yoga já lhealertou sobre isto?---O Iogurte Paulista, empresa compra<strong>da</strong> pela Danone,...ambas usamGelatina como lemos na composição....que é produto animal vin<strong>da</strong>até de restos de açougues.Essa lista anexa de empresas esta 'erra<strong>da</strong>'... no sentido de que usamprodutos animais em suas formulações.Empresas como Ox (boi em portugues) e outras dessa lista usam osanimais como matéria prima... gorduras animais como tutano,placenta, colágeno, etc ...perigos <strong>da</strong> linha estética...


Outro exemplo, a Herbalife (empresa <strong>da</strong> lista deles) contem produtosanimais como óleo de peixe, ostras em pó, ovos, etc, e informei tudoisso ao PEA, mas na<strong>da</strong> foi feito...abração;PS. VEJA O SITE DA OXContém os ativos colágeno, vitamina E, queratina, aminoácidos <strong>da</strong>se<strong>da</strong> e silicone aju<strong>da</strong>m a hidratar e restaurar a estrutura dos fios decabelo.


http://www.oxcosmeticos.com.br/OX/Portugues/detLinha.php?codproduto_linha=2&codproduto_categoria=1&codproduto=221Linha de alto desempenho, com ativos que tratam e protegem os fiose o couro cabeludo, além de aju<strong>da</strong>r a hidratar e aumentar o brilho,devido a combinação do Tutano (potente proteína) com Queratina,Proteínas <strong>da</strong> Se<strong>da</strong> e Trigo alia<strong>da</strong>s ao D-Pantenol.http://www.oxcosmeticos.com.br/OX/Portugues/detLinha.php?codproduto_linha=8&codproduto_categoria=1A quanti<strong>da</strong>de de empresas que não realizam testes em animais ésurpreendente, o que nos propicia uma i<strong>da</strong> ao supermercado rica emopções de compras!Boicote ao almíscar/musk - a essência do sofrimento!AlmíscarPerfume agradável, cheiroso... origem: sofrimento de animais!Este simpático animal, o almiscareiro (Moschusmoschiferus),mamífero <strong>da</strong> família dos cervídeos, originário <strong>da</strong> Ásia e <strong>da</strong> África, éprovido de uma glândula em seu ventre que secreta uma substânciaodorífera denomina<strong>da</strong> almíscar. Recente Investigação <strong>da</strong> organização


WSPA revela maisuma cruel<strong>da</strong>de, similar à dos ursos <strong>da</strong> China, paraproduzir perfumes à basede almíscar. O animal capturadofica até 15anos na mesma posição, sendo manipulado apenas para retira<strong>da</strong> dolíquido que produz o perfume.InformaçãoO ano de 1900 representou o auge no comércio do óleo de almíscar,quando cerca de 1400kgdo óleo foram coletados, causando a mortede cerca de 50000 animais. Atualmente, o comércio mundial do óleode almíscar natural é limitado a 300kg por ano, o que ain<strong>da</strong>representa a morte para milhares de animais.Divulguem: Muitos usam perfumes ou outros produtos que contémessa substância sem saber <strong>da</strong> sua origem. Boicotar é o primeiro passopara aju<strong>da</strong>r. Não usem produtos que contenham almíscar natural.Utilize somente produtos com almíscar artificial.E, para quem gosta de perfumes exóticos, mas tem sensibili<strong>da</strong>de, aquivai um pedido de boicote aos perfumes e produtos adquiridos deforma cruel <strong>da</strong>s glândulas dos animais. É revoltante saber que ohomem dotado de inteligência e, segundo muitos, de sensibili<strong>da</strong>de,não tenha a mínima compaixão quando se trata de obter lucromaterial. Mais uma vez, deparo-me com o total desrespeito anatureza para satisfazer a vai<strong>da</strong>de humana. Ter vai<strong>da</strong>de é muito


natural, mas precisamos ter cui<strong>da</strong>do para que ela não seja usa<strong>da</strong> deforma vergonhosa e imoral, pois tenho certeza de que muita gentenão faz idéia <strong>da</strong> origem do que lhe é oferecido, pois se assim o fosse,certamente estaríamos mais tranqüilos em relação aofuturo doplaneta!AlmiscareiroNa China, sabe-se dos horrores cometidos contra os ursos para aobtenção de sua bílis para a produção de um medicamento "fictício"como também do maltrato aos almiscareiros, mas infelizmente, emtodos os países deste planeta, a cruel<strong>da</strong>de, principalmente no quetange a exploração de matéria prima animal não é diferente. O GatoBravo <strong>da</strong> Etiópia fornece um produto perfumado quando chicoteadoao redor deseus órgãos genitais, por isso, são caçados e mantidos emféti<strong>da</strong>s gaiolas por anos.O Almiscareiro, mamífero <strong>da</strong> família dos cervídeos, originários <strong>da</strong>Ásia e <strong>da</strong> África, são também caçados e mantidos numa minúsculagaiola por mais de 15 anos e, somente manuseados, de formacruel,para a obtenção do odor agradável que exala de seus órgãosgenitais, o Almíscar, que é matéria prima inclusive para outrosprodutos. Os castores <strong>da</strong> Rússia e do Canadá, também forampresenteados pela natureza com um odor muito agradável, o que lhesrende também muito sofrimento.


Existem quatro essências que provém de mamíferos e que devem serobserva<strong>da</strong>s na composição dos perfumes, evitando-se assim, estarconivente com a degra<strong>da</strong>ção humana em nome <strong>da</strong> ganância e vai<strong>da</strong>deque são: O almíscar, o castóreo, o âmbar cinzento e o gato-de-algáliaou gato bravo. Não é justo, nem inteligente espalhar pelo corposubstâncias consegui<strong>da</strong>s através do sofrimento e morte dos animais, édesumano, é bestial! "...na inocente cabeça do animal não é possívelcolocar o peso de um fio de cabelo <strong>da</strong>s mal<strong>da</strong>des e erros pelos quaisca<strong>da</strong> um terá de responder". Gautma BudhaChegará um dia em que os homens conhecerão o íntimo dos animaise, então, um crime contra qualquer um deles será considerado umcrime contra a humani<strong>da</strong>de . Leonardo <strong>da</strong>VinciOntem foi meu aniversário...Eu iria completar um mês de vi<strong>da</strong>.Pensei que você, Mamãe, fosse me <strong>da</strong>r uma festinha, como to<strong>da</strong>s asmães.Pensei que você, Mamãe, fosse <strong>da</strong>r ao Papai o beijo que gostaria de<strong>da</strong>r em mim... Porém, a festinha não foi alegre como eu esperava...


De fato, você foi à farmácia e comprou o meu presente. Pena que estepresente tenha causado a minha morte e você não chorou nem umpouquinho. Por que?Porque logo no dia do meu aniversário, pensei que você fosse ficarfeliz com a minha chega<strong>da</strong>, mas você mamãe, não me deixoucaminhar nem a metade: você barrou o meu caminho.Eu sabia, sim, que durante uns meses eu iria estragar a sua elegância,eu seria um peso para a senhora, porém, eu havia prometido a mimmesmo que ficaria bem apertadinho para não prejudicar.Eu deixaria para crescer depois que nascesse para o mundo.Por que me tiraste a vi<strong>da</strong>?Eu sabia que em seu ventre a escuridão seria grande. To<strong>da</strong>via, a luzque veria depois seria o bastante.Eu iria conhecer o brilho do sol e <strong>da</strong>s estrelas e, principalmente,conhecer Você e Papai.E também teria que ficar mu<strong>da</strong> durante nove meses, entretanto, irialhe contar to<strong>da</strong> a minha felici<strong>da</strong>de de ter você como mãe.Eu iria conversar muito com você quando estivesse triste, faria tudopara brotar em seus lábios um sorriso e quando estivesse alegre, fariatudo para que essa alegria durasse.Sabe, eu planejei tanta coisa, mamãe... Queria crescer bastante e,depois de jovem, lutar com to<strong>da</strong>s as minhas forças para que a guerra eo ódio acabassem e reinassem a paz no mundo.


Sim, eu queria tanta coisa, mas você não sentiu isto... VOCÊ MEASSASSINOU!Queria crescer, plantar no chão de minha existência, muitas rosas queo perfume inebriassem os homens e os deixassem incapazes defabricarem máquinas que matam outros homens.Engraçado... Eu pensei que os pais amassem seus filhos a ponto delhes <strong>da</strong>r a própria vi<strong>da</strong>. Você não me deixou viver nem a vi<strong>da</strong> que eumal começara.Olhe, este era o meu plano quando estava em seu ventre, mamãe.Sahaja member vaishnavaSatyam, truthfulness, means that facts should be presented as theyare for the benefit of others. Facts should not be misrepresented.According to social conventions, it is said that one can speak thetruth only when it is palatable to others. But that is not truthfulness.The truth should be spoken in a straight and forward way, so thatothers will understand actually what the facts are. If a man is mahesh<strong>da</strong>sa (12-28-05)sb 2.3.24 the bhava stage is manifested by eighttranscendental symptoms, namely inertness, perspiration, standing ofhairs on end, failing in the voice, trembling, paleness of the body,tears in the eyes and finally trance. The nectar of devotion, a


summary study of srila rupa gosvami's bhakti-rasamrta-sindhu,explains those symptoms and vividly describes other transcendentaldevelopments, both in steady and accelerating manifestations. Srilavisvanatha cakravarti thakura has very critically discussed all thesebhava displays in connection with some unscrupulous neophyte'simitating the above symptoms for cheap appreciation. Not onlyvisvanatha cakravarti ,but also srila rupa gosvami treated them verycritically. Sometimes all the above eight symptoms of ecstasy areimitated by the mun<strong>da</strong>ne devotees (prakrta-sahajiyas), but the pseudosymptoms are at once detected when one sees the pseudodevoteeaddicted to so many forbidden things. Even though decorated withthe signs of a devotee, a person addicted to smoking, drinking orillegitimate sex with women cannot have all the above-mentionedecstatic symptoms. But it is seen that sometimes these symptoms arewillfully imitated, and for this reason srila visvanatha cakravartiaccuses the imitators of being stonehearted men. They are sometimeseven affected by the reflection of such transcendental symptoms, yetif they still do not give up the forbidden habits, then they arehopeless cases for transcendental realization.Nod 28sometimes it is found that a nondevotee who has practicallyno taste for krsna and who follows no rules or regulations can, bypractice, make a show of devotional symptoms, even crying in anassembly of devotees. This shedding of tears is not actually anecstatic loving expression, however. It is done simply by practice.


Although there is no need to describe these reflections of ecstaticlove, rupa gosvami gives some instances where there is no actualdevotional service and such expressions are manifested.70-06-03 letter: makhanlalthe transcendental symptoms of ecstasycertainly are auspicious, but they are not for advertising to others.One should not advertise directly or indirectly that one is feeling likethis. They should be checked. Otherwise one will gradually becomesahajiya or one who takes spiritual advancement as somethingmaterially manifest.Nod 28 when there are manifestations of ecstatic symptoms in thebody of a nondevotee, these are called dried-up symptoms of ecstaticlove. The nondevotees are actually materialistic, but in contact withsome pure devotee, they sometimes may manifest some symptoms ofecstasy. Devotional scholars call these dried-up symptoms.Nod 28 rupa gosvami says that the impersonalists' symptoms aresimply reflections of ecstatic love, not the real thing.Antya 20.28 the prakrta-sahajiyas exhibit these symptoms toadvertise their so-called advancement in love of krsna, but instead ofpraising the prakrta-sahajiyas for their symptoms of transcendentalecstasy, pure devotees do not like to associate with them. It is notadvisable to equate the prakrta-sahajiyas with pure devotees. Whenone is actually advanced in ecstatic love of krsna, he does not try toadvertise himself. Instead, he endeavors more and more to renderservice to the lord.


Nod 40one should not artificially try to establish some relationship.In the premature stage it is sometimes found that a lusty,conditioned person will artificially try to establish some relationshipwith krsna in conjugal love. The result of this is that one becomesprakrta-sahajiya, or one who takes everything very cheaply. Althoughsuch persons may be very anxious to establish a relationship withkrsna in conjugal love, their conditioned life in the material world isstill most abominable. A person who has actually established hisrelationship with krsna can no longer act on the material plane, andhis personal character cannot be criticized.Sb 4.24.45-46 without serving krsna according to the vidhi-margaregulative principles of the pancaratrika-vidhi, unscrupulous personswant to jump immediately to the raga-marga principles. Suchpersons are called sahajiya. There are also demons who enjoydepicting krsna and his pastimes with the gopis, taking advantage ofkrsna by their licentious character. These demons who print booksand write lyrics on the raga-marga principles are surely on the way tohell. Unfortunately, they lead others down with them. Devotees inkrsna consciousness should be very careful to avoid such demons.One should strictly follow the vidhi-marga regulative principles inthe worship of laksmi-narayana, although the lord is present in thetemple as radha-krsna. Radha-krsna includes laksmi-narayana;therefore when one worships the lord according to the regulativeprinciples, the lord accepts the service in the role of laksmi-narayana.


In the nectar of devotion full instructions are given about the vidhimargaworship of radha-krsna, or laksmi-narayana. Although thereare sixty-four kinds of offenses one can commit in vidhi-margaworship, in raga-marga worship there is no consideration of suchoffenses because the devotees on that platform are very muchelevated, and there is no question of offense. But if we do not followthe regulative principles on the vidhi-marga platform and keep oureyes trained to spot offenses, we will not make progress.Nod 16 the siddha-pranali process is followed by a class of men whoare not very authorized and who have manufactured their own way ofdevotional service. They imagine that they have become associates ofthe lord simply by thinking of themselves like that. This externalbehavior is not at all according to the regulative principles. The socalledsiddha-pranali process is followed by the prakrta-sahajiya, apseudosect of so-called vaisnavas. In the opinion of rupa gosvami,such activities are simply disturbances to the stan<strong>da</strong>rd way ofdevotional service. Sri rupa gosvami says that learned acaryasrecommend that we follow the regulative principles even after thedevelopment of spontaneous love for krsna.74-04-29 letter: bhurijanathose who think they have already attainedsuch perfection and give up the regulative principles are calledsahajiya, or those who take things cheaply and simply imitate. Thisearly rising, holding classes, going out regularly for sankirtana,worshiping the deity are the very substance of devotional life.


Madhya 4.147 sometimes a sahajiya presents himself as being void ofdesires for reputation (pratistha) in order to become famous as ahumble man. Such people cannot actually attain the platform ofcelebrated vaisnavas.740815bg.vrn tapasya means to undergo voluntarily someinconveniences of this body. Because we are accustomed to enjoybodily senses, and tapasya means voluntarily to give up the idea ofsense gratification. That is tapasya. Tapasya. Just like eka<strong>da</strong>si.Eka<strong>da</strong>si, one <strong>da</strong>y fasting, fortnight. That is also tapasya. Or fasting insome other auspicious <strong>da</strong>y. That tapasya is good, even for health, andwhat to speak of advancing in krsna consciousness. So we shoul<strong>da</strong>ccept this tapasya. The upavasa. There are many prescribed <strong>da</strong>ys forfasting. We should observe. And the preliminary tapasya, no illicitsex, no gambling, no intoxication, no..., no meat-eating... There maybe some inconvenience, those who were accustomed to this practice,but we'll have to accept. Tapo divyam putraka yena suddhyetsattvam. If we want to purify our existence... At the present momentour existence is not purified, impure. Therefore we are suffering. Justlike when one's physiological condition becomes infected, he suffersfrom fever and other symptoms of disease, similarly, we are sufferingin this material world on account of this material body. If we wantreally happiness, then we must accept tapasya. Tapasya is required.Without tapasya, if you think that very easily... Or "without tapasya,i can get it simply by imagination," then you become sahajiya, to take


things very easily. No. Tapasya. Therefore krsna says that tapas casmitapasvisu. That acceptance of tapasya means that tapasya is itselfkrsna. You associate with krsna.730627sb.may so these are all symptoms of love for krsna. That is thehighest perfection of life, to shed tears for krsna. Yugayitamnimesena caksusa pravrsayitam. Sri caitanya mahaprabhu taught usthis method of worship in separation, vipralambha-seva. Not that"oh, i have seen yester<strong>da</strong>y. Last night, i have seen krsna. He wassnatching my cloth." these are sahajiyas. Actually, our worship shouldbe in separation. The gosvamis also taught us like that. He radhevraja-devike ca lalite he nan<strong>da</strong>-suno kutah. They in the vrn<strong>da</strong>vanaremained authorized persons. They were also searching after krsna.They never said that "we have got krsna," never said. He radhe vrajadevikeca lalite he nan<strong>da</strong>-suno kutah sri-govardhana-kalpa-pa<strong>da</strong>patalekalindi-vane kutah, ghosantav iti sarvato vraja-pure khe<strong>da</strong>irmaha-vihvalau. Simply khe<strong>da</strong>ir maha-vihvalau. They were lamentingin separation. Vande rupa-sanatanau raghu-yugau sri-jiva-gopalakau.So this is the process of caitanya mahaprabhu's worship. Caitanyamahaprabhu was falling down on the water, "oh, i could not seekrsna." when he was grhastha, he was simply consulting with mother,"mother, i could not realize krsna. What shall i do? Where shall igo?" mother said, "my dear son, why you are impatient? Everythingwill be all right in due course." caitanya mahaprabhu was givingindication that "i must leave home." mother was also understanding


that "this boy wants to leave us." that was another perplexed position.So that is caitanya mahaprabhu's teaching:Yugayitam nimesenacaksusa pravrsayitamsunyayitam jagatsarvamgovin<strong>da</strong>-virahena megovin<strong>da</strong>-virahena: "in separation fromgovin<strong>da</strong> i am thinking one moment as twelve years." some of you orall of us have got this experience. If we want something very, veryeagerly, then every moment becomes a long time. "oh, it is not yetreceived. It is not yet received. It is not yet done." yugayitamnimesena. Nimesa, a moment, a twinkling of an eye, that is callednimesa. That appears to be twelve years. The gopis could not tolerateeven twinkling of eyes. They were condemning the creator, "thecreator does not know the art of creating. Why he has created thistwinkling of eyes so that it is disturbing us from seeing krsna." seeingkrsna, and the twinkling of eyes, that is natural. So the gopis did notlike it, that "why he has created this? He does not know the art ofcreation." this is love. Yugayi... Sri caitanya mahaprabhu tasted thegopis' feelings. Sri-caitanyakhyam prakatam adhuna tad-dvayamcaikyam aptam. Radha krsna-pranaya-vikrtir hladini-saktih. Krsna,when he wants to enjoy... He is the absolute supreme person, spirit,absolute, the supreme spirit. So for spiritual enjoyment in thismaterial world great saintly persons, sages, they give up all materialenjoyment just to taste what is spiritual enjoyment, spiritual life.Brahmanubhuti. They give up everything. Tapasa brahmacaryena. Byausterity, brahmacarya, yamena, niyamena, tyagena, satya-


saucabhyam-- so many processes they adopt for tasting a littlebrahmanubhuti. Ittham satam brahma-sukhanubhutya <strong>da</strong>syamgatanam para-<strong>da</strong>ivatena. So sukadeva gosvami said that "here, thekrsna, here is, playing with the cowherds boys. Who is he?" itthamsatam brahma-sukhanubhutya. "the great sages, saintly persons, whoare trying to taste the spiritual realization, that is here. He is playingas cowherd boy." <strong>da</strong>syam gatanam para-<strong>da</strong>ivatena: "and those whoare devotees, for them he is the supreme personality of godhead."mayasritanam nara-<strong>da</strong>rakena: "and those who are mayasrita, they arethinking, 'this krsna is ordinary human child.' " sakam vijahruh krtapunya-punjah:"so with this boy, transcendental krsna, cowherd boy,the other boys who are playing, they are not ordinary men." krtapunya-punjah."they accumulated pious activities life after life formany, many thousands and millions of lives. Now they have got theopportunity to play with krsna."So this krsna consciousness movement is very serious and important.Here are the sign, how they love krsna. One side, they are..., theycannot check the tears coming out, "krsna is going away." anotherside, "oh, if i shed tears, then there may be inauspicity." how muchperplexity, this two sides. Dilemma. Between the horns of scylla andcharybdis. That is the position. The lover, intense love creates suchsituation, as caitanya mahaprabhu exhibited.Yugayitam nimesenacaksusa pravrsayitamsunyayitam jagatsarvamgovin<strong>da</strong>-virahena me"without seeing govin<strong>da</strong>, the whole


world is vacant." this is love. "let me try to become krsna conscious.If it is done, all right. If it is not done, i shall remain in my position.What is the loss?" not like that. One must be so eager that withoutkrsna consciousness, one should become mad. One should becomemad. That is sri caitanya mahaprabhu's teaching, separation, notdirect contact.Direct contact is not possible. Neither that is the way of worshipingby the method of sri caitanya mahaprabhu. That is sahajiya-va<strong>da</strong>. "iam talking with krsna. Krsna is snatching my cloth." there is a book,one lady has written, his (her) experience, that krsna comes, he talkswith her and snatches her cloth. She has written openly. But this isnot caitanya mahaprabhu's way. There is one gentleman, mr. Raya,in poona, and he has got also woman. Everyone must have a woman,parakiya. This is sahajiya-va<strong>da</strong>. This is sahajiya-va<strong>da</strong>. Sri caitanyamahaprabhu never said, "this is the parakiya-rasa: one should haveone woman." no. He observed complete sannyasa life. Rather therewas very, very severe, rigid restriction about women. But now, thesesahajiyas, they are going on in the name of sri caitanya mahaprabhu:aula, baula, kartta-bhaja, ne<strong>da</strong>, <strong>da</strong>ravesa, sani sahajiya, sakhibheki,like that, so many. They are apa-sampra<strong>da</strong>ya. Real caitanyamahaprabhu sampra<strong>da</strong>ya is that he should be feeling like caitanyamahaprabhu, separation. Not sambhoga. Vipralambha.Vipralambha-seva: "oh, i am so wretched, i could not serve krsna.How i can see krsna? It is not possible." in this way.


That is the teaching of sri caitanya mahaprabhu. "but even though ido not see him, neither it is possible for me to see him..." means:"what i am? I am insignificant person. Why krsna come and see me?"this is right. "why shall i aspire after seeing krsna? What qualificationi have got?" this is bhajana. This is bhajana. Why should i be proudthat "now i shall see krsna"? What i am? That is the teaching ofcaitanya mahaprabhu. Aslisya va pa<strong>da</strong>-ratam pinastu mam marmahatamkarotu va a<strong>da</strong>rsanat. A<strong>da</strong>rsana. "without giving me audience,you kill me, you break my heart; still, you are my lord, you are myworshipable lord, nobody else." this is love. This is love. (bengali:)asan krsna galai diba naiva beja tata(?). Not like that. "krsna may notcome. I may not see krsna for thousands and thousands of lives. Imay rot in the hellish condition of life for many, many births. Thatdoesn't matter. Still, i cannot give up krsna consciousness." this isrequired. I may be sent to hell, heaven; it doesn't matter. Whatqualification i have got that i want to see back to home, back togodhead?It is not so easy thing. So why should i be sorry for that? I should behappy even in the hell simply by thinking of krsna. That is wanted.That is wanted. That is krsna consciousness. So here is the example.Tears by force are coming out: "oh, krsna is going away." at the sametime, they want to check: "there may not be any inauspicity forkrsna." they're thinking krsna, for krsna, not for personal self. "oh, iam now crying. I have become very much fortunate. I am crying for


krsna." no. "my crying will create inauspicity for krsna, i must checkit." this is krsna consciousness.Sb 4.29.14 even in such a sacred place as vrn<strong>da</strong>vana, india,unintelligent men pass off this rectal and genital business as spiritualactivity. Such people are called sahajiya. According to theirphilosophy, through sexual indulgence one can elevate oneself to thespiritual platform. From these verses of srimad-bhagavatam,however, we understand that the desires for sexual satisfaction aremeant for the arvak, the lowest among men. To rectify these rascalsand fools is very difficult. After all, the sex desires of the commonman are condemned in these verses. The word durma<strong>da</strong> means"wrongly directed," and nirrti means "sinful activity." although thisclearly indicates that sex indulgence is abominable and misdirectedeven from the ordinary point of view, the sahajiyas nonetheless passthemselves off as devotees conducting spiritual activities.Adi introduction krsna's embracing radharani or his <strong>da</strong>ncing with thecowherd girls in the rasa <strong>da</strong>nce are generally not understood byordinary men because they consider these pastimes in the light ofmun<strong>da</strong>ne lust. They incorrectly think that krsna is like themselvesand that he embraces the gopis just as an ordinary man embraces ayoung girl. Some people thus become interested in krsna becausethey think that his religion allows indulgence in sex. This is notkrsna-bhakti, love of krsna, but prakrta-sahajiya--materialistic lust.In order to avoid such errors, we should understand what radha-


krsna actually is. Radha and krsna display their pastimes throughkrsna's internal energy. The pleasure potency of krsna's internalenergy is a most difficult subject matter, and unless one understandswhat krsna is, one cannot understand it. Krsna does not take anypleasure in this material world, but he has a pleasure potency.Because we are part and parcel of krsna, the pleasure potency iswithin us also, but we are trying to exhibit that pleasure potency inmatter. Krsna, however, does not make such a vain attempt. Theobject of krsna's pleasure potency is radharani; krsna exhibits hispotency, or energy as radharani and then engages in loving affairswith her. In other words, krsna does not take pleasure in this externalenergy but exhibits his internal energy, his pleasure potency, asradharani. Thus krsna manifests himself as radharani in order toexhibit his internal pleasure potency. Of the many extensions,expansions and incarnations of the lord, this pleasure potency is theforemost and chief. It is not that radharani is separate from krsna.Radharani is also krsna, for there is no difference between the energyand the energetic. Without energy, there is no meaning to theenergetic, and without the energetic, there is no energy. Similarly,without radha there is no meaning to krsna, and without krsna thereis no meaning to radha. Because of this, the vaisnava philosophy firstof all pays obeisances to and worships the internal pleasure potencyof the supreme lord. Thus the lord and his potency are alwaysreferred to as radha-krsna. Similarly, those who worship the name of


narayana first of all utter the name of laksmi, as laksmi-narayana.Similarly, those who worship lord rama first of all utter the name ofsita. In any case--sita-rama, radha-krsna, laksmi-narayana—thepotency always comes first. Radha and krsna are one, and when krsnadesires to enjoy pleasure, he manifests himself as radharani. Thespiritual exchange of love between radha and krsna is the actualdisplay of the internal pleasure potency of krsna. Although we speakof "when" krsna desires, just when he did desire we cannot say. Weonly speak in this way because in conditioned life we take it thateverything has a beginning; however, in the absolute, or spiritual, lifethere is neither beginning nor end. Yet in order to understand thatradha and krsna are one and that they also become divided, thequestion "when?" automatically comes to mind. When krsna desiredto enjoy his pleasure potency, he manifested himself in the separateform of radharani, and when he wanted to understand himselfthrough the agency of radha, he united with radharani, and thatunification is called lord caitanya.Why did krsna assume the form of caitanya mahaprabhu? It isexplained that krsna desired to know the glory of radha's love. "whyis she so much in love with me?" krsna asked. "what is my specialqualification that attracts her so? And what is the actual way inwhich she loves me?" it seems strange that krsna, as the supreme,should be attracted by anyone's love. We search after the love of awoman or a man because we are imperfect and lack something. The


love of a woman, that potency and pleasure, is absent in man, andtherefore a man wants a woman, but this is not the case with krsna,who is full in himself. Thus krsna expressed surprise: "why am iattracted by radharani? And when radharani feels my love, what isshe actually feeling?" in order to taste the essence of that loving affair,krsna appeared just as the moon appears on the horizon of the sea.Just as the moon was produced by the churning of the sea, by thechurning of spiritual love affairs the moon of caitanya mahaprabhuappeared. Indeed, lord caitanya's complexion was golden, just like themoon. Although this is figurative language, it conveys the meaningbehind the appearance of caitanya mahaprabhu.Madhya 8.204-205 some material sahajiyas who cannot actuallyunderstand the pastimes of radha and krsna manufacture their ownlife-styles without referring to authority. Such sahajiyas are calledsakhi-bheki, and sometimes they are called gaura-nagari. Theybelieve that the material body, which is fit to be eaten by jackals anddogs, is enjoyable for krsna. Consequently they artificially decoratethe material body to attract krsna, thinking themselves sakhis. Butkrsna is never attracted by the artificial grooming of the materialbody. As far as srimati radharani and her gopis are concerned, theirbodies, homes, dresses, ornaments, endeavors and activities are allspiritual.Adi 4.108 those under the shelter of the lotus feet of sri caitanyamahaprabhu can understand that his mode of worship of the


supreme lord krsna in separation is the real worship of the lord.When the feelings of separation become very intense, one attains thestage of meeting sri krsna. So-called devotees like the sahajiyascheaply imagine they are meeting krsna in vrn<strong>da</strong>vana. Such thinkingmay be useful, but actually meeting krsna is possible through theattitude of separation taught by sri caitanya mahaprabhu.Adi 7.48 in the parampara system, the instructions taken from thebona fide spiritual master must also be based on revealed vedicscriptures. One who is in the line of disciplic succession cannotmanufacture his own way of behavior. There are many so-calledfollowers of the vaisnava cult in the line of caitanya mahaprabhu whodo not scrupulously follow the conclusions of the sastras, andtherefore they are considered to be apa-sampra<strong>da</strong>ya, which means"outside of the sampra<strong>da</strong>ya." some of these groups are known as aula,baula, kartabhaja, ne<strong>da</strong>, <strong>da</strong>ravesa, sani sahajiya, sakhibheki, smarta,jata-gosani, ativadi, cu<strong>da</strong>dhari and gauranga-nagari. In order tofollow strictly the disciplic succession of lord caitanya mahaprabhu,one should not associate with these apasampra<strong>da</strong>ya communities.72-07-14 letter: bhavanan<strong>da</strong>one thing, on the invitation card youhave written all glories to our guru maharaja. This is impersonalism.As soon as we offer obeisances to guru, the name should be there.We are strictly personalists. The sahajiya's, they write glories to guru.Why you are learning this impersonalism, who has taught you? Daily


i am offering obeisances to my guru by vibrating his real name, srilabhaktisiddhanta sarasvati, otherwise it is impersonal.Madhya 1.34 the prakrta-sahajiyas do not consult the vedic literature,and they are debauchees, woman-hunters and smokers of ganja.Sometimes they give a theatrical performance and cry for the lordwith tears in their eyes. Of course, all scriptural conclusions arewashed off by these tears. The prakrta-sahajiyas do not realize thatthey are violating the orders of sri caitanya mahaprabhu, whospecifically said that to understand vrn<strong>da</strong>vana and the pastimes ofvrn<strong>da</strong>vana one must have sufficient knowledge of the sastras (vedicscriptures). As stated in srimad-bhagavatam (1.2.12), bhaktya srutagrhitaya.This means that devotional service is acquired from vedicknowledge. Tac chrad<strong>da</strong>dhanah munayah. Devotees who are actuallyserious attain bhakti, scientific devotional service, by hearing vedicscriptures (bhaktya sruta-grhitaya). It is not that one should createsomething out of sentimentality, become a sahajiya and advocatesuch concocted devotional service.Adi 7.72 taking advantage of these verses, there are some sahajiyaswho, taking everything very cheaply, consider themselves elevatedvaisnavas but do not care even to touch the ve<strong>da</strong>nta-sutra or ve<strong>da</strong>ntaphilosophy. A real vaisnava should, however, study ve<strong>da</strong>ntaphilosophy, but if after studying ve<strong>da</strong>nta one does not adopt thechanting of the holy name of the lord, he is no better than amayavadi. Therefore, one should not be a mayavadi, yet one should


not be unaware of the subject matter of ve<strong>da</strong>nta philosophy. Indeed,caitanya mahaprabhu exhibited his knowledge of ve<strong>da</strong>nta in hisdiscourses with prakasanan<strong>da</strong> sarasvati. Thus it is to be understoodthat a vaisnava should be completely conversant with ve<strong>da</strong>ntaphilosophy, yet he should not think that studying ve<strong>da</strong>nta is all in alland therefore be unattached to the chanting of the holy name. Adevotee must know the importance of simultaneously understandingve<strong>da</strong>nta philosophy and chanting the holy names. If by studyingve<strong>da</strong>nta one becomes an impersonalist, he has not been able tounderstand ve<strong>da</strong>nta. This is confirmed in the bhagavad-gita (15.15).Ve<strong>da</strong>nta means "the end of knowledge." the ultimate end ofknowledge is knowledge of krsna, who is identical with his holyname. Cheap vaisnavas (sahajiyas) do not care to study the ve<strong>da</strong>ntaphilosophy as commented upon by the four acaryas. In the gaudiyasampra<strong>da</strong>yathere is a ve<strong>da</strong>nta commentary called the govin<strong>da</strong>bhasya,but the sahajiyas consider such commentaries to beuntouchable philosophical speculation, and they consider the acaryasto be mixed devotees. Thus they clear their way to hell.Adi 7.102 the vaisnavas are by far the greatest philosophers in theworld, and the greatest among them was srila jiva gosvami prabhu,whose philosophy was again presented less than four hundred yearslater by srila bhaktisiddhanta sarasvati thakura maharaja. Thereforeone must know very well that vaisnava philosophers are notsentimentalists or cheap devotees like the sahajiyas. All the vaisnava


acaryas were vastly learned scholars who understood ve<strong>da</strong>ntaphilosophy fully, for unless one knows ve<strong>da</strong>nta philosophy he cannotbe an acarya.Adi 7.168the panca-tattva is a very important factor inunderstanding sri caitanya mahaprabhu. There are sahajiyas who, notknowing the importance of the panca-tattva, concoct their ownslogans, such as bhaja nitai gaura, radhe syama, japa hare krsna harerama or sri-krsna-caitanya prabhu-nityanan<strong>da</strong> hare krsna hare ramasri-radhe govin<strong>da</strong>. Such chants may be good poetry, but they cannothelp us to go forward in devotional service. In such chants there arealso many discrepancies, which need not be discussed here. Strictlyspeaking, when chanting the names of the panca-tattva, one shouldfully offer his obeisances: sri-krsna-caitanya prabhu-nityanan<strong>da</strong> sriadvaitaga<strong>da</strong>dhara srivasadi-gaura-bhakta-vrn<strong>da</strong>. By such chantingone is blessed with the competency to chant the hare krsna mahamantrawithout offense. When chanting the hare krsna mahamantra,one should also chant it fully: hare krsna, hare krsna, krsnakrsna, hare hare. Hare rama, hare rama, rama rama, hare hare. Oneshould not foolishly adopt any of the slogans concocted byimaginative devotees. If one actually wants to derive the effects ofchanting, one must strictly follow the great acaryas. This isconfirmed in the mahabharata: maha-jano yena gatah sa panthah."the real path of progress is that which is traversed by great acaryasand authorities."


Adi 8.22 the prakrta-sahajiyas who chant nitai-gaura radhe syamahave very little knowledge of the bhagavata conclusion, and theyhardly follow the vaisnava rules and regulations, and yet because theychant bhaja nitai-gaura, their chanting immediately invokes tears andother signs of ecstasy. Although they do not know the principles ofvaisnava philosophy and are not very advanced in education, by thesesymptoms they attract many men to become their followers. Theirecstatic tears will of course help them in the long run, for as soon asthey come in contact with a pure devotee their lives will becomesuccessful. Even in the beginning, however, because they arechanting the holy names of nitai-gaura, their swift advancement onthe path of love of godhead is very prominently visible.Madhya 1.208 "after initiation, the disciple's name must be changedto indicate that he is a servant of lord visnu. The disciple should alsoimmediately begin marking his body with tilaka (urdhva-pundra),especially his forehead. These are spiritual marks, symptoms of aperfect vaisnava." this is a verse from the padma purana, uttarakhan<strong>da</strong>.A member of the sahajiya-sampra<strong>da</strong>ya does not change hisname; therefore he cannot be accepted as a gaudiya vaisnava. If aperson does not change his name after initiation, it is to beunderstood that he will continue in his bodily conception of life.Madhya 3.70 the word upakarana indicates a variety of foods, such as<strong>da</strong>l, vegetables and other varieties of possible dishes that one can eatvery nicely with rice. It is not proper, however, for a sannyasi to eat


such palatable dishes. If he did so, he would not be able to control hissenses. Sri caitanya mahaprabhu did not encourage sannyasis to eatvery palatable dishes, for the whole vaisnava cult is vairagya-vidya, asrenounced as possible. Caitanya mahaprabhu also advised raghunatha<strong>da</strong>sa gosvami not to eat very palatable dishes, wear very nicegarments or talk on mun<strong>da</strong>ne subjects. These things are allprohibited for those in the renounced order. A devotee does notaccept anything to eat that is not first offered to krsna. All the richfoods offered to krsna are given to the grhasthas, the householders.There are many nice things offered to krsna--garlands, bedsteads,nice ornaments, nice food and even nicely prepared pan, betel nuts--but a humble vaisnava, thinking his body material and nasty, doesnot accept such preparations for himself. He thinks that by acceptingsuch things he will offend the lotus feet of the lord. Those who aresahajiyas cannot understand what sri caitanya mahaprabhu meantwhen he asked advaita acarya to bring two separate leaves and give asmall quantity of the prasa<strong>da</strong> to him.Note: here is how the history is going to repeat itself. Caitanyamahaprabhu predicts how the spirit of his cult is going to be spoilt bythe sahajiyas. Madhya 1.271 sri caitanya mahaprabhu warned all hisfollowers not to become independent or impudent. Unfortunately,after the disappearance of lord caitanya mahaprabhu, many apasampra<strong>da</strong>yas(so-called followers) invented many ways not approvedby the acaryas. Bhaktivino<strong>da</strong> thakura has described them as the aula,


aula, kartabhaja, ne<strong>da</strong>, <strong>da</strong>ravesa, sani sahajiya, sakhibheki, smarta,jata-gosani, ativadi, cu<strong>da</strong>dhari and gauranga-nagari. The aulasampra<strong>da</strong>ya,baula-sampra<strong>da</strong>ya and others invented their own waysof understanding lord caitanya's philosophy, without following in thefootsteps of the acaryas. Sri caitanya mahaprabhu himself indicatesherein that all such attempts would simply spoil the spirit of his cult.Note: this is again predicted by srila prabhupa<strong>da</strong> and bhaktisiddhantasaraswati thakura. Again the history repeats itself. Also carefullynotice how prabhupa<strong>da</strong> says "more <strong>da</strong>ngerous".770124r2.bhu prabhupa<strong>da</strong>: my guru maharaja used to say, "when ourmen will be sahajiya, he will be more <strong>da</strong>ngerous."satsvarupa: our ownmen.prabhupa<strong>da</strong>: bhaktisiddhanta sarasvati thakura, he said that"when our men will be sahajiya, oh, they'll be more <strong>da</strong>ngerous." soour men are becoming, some of them, sahajiyas. This very word hesaid, that "when our men will be sahajiyas he'll be more <strong>da</strong>ngerous."Note: what was to follow was at the time of bhaktisiddhantasaraswati thakura's disappearance was a scheme to invent "acaryas" bynomination. Prabhupa<strong>da</strong> begs with humility for the devotees to seethe sense. But as history shows and as prabhupa<strong>da</strong> predicts in theisopanisad 12 they will not listen. The gbc disobeyed prabhupa<strong>da</strong> andcreated a self made guru system of nomination (voting) of 2/3majority. They do not address themselves as acaryas yet? But theywant to be worshiped as good as god the prerogative which is offeredonly to the acarya. Otherwise what is the meaning of this so-called


gurus photos on the altar and vyasa puja for? This shows just howmuch they envied prabhupa<strong>da</strong> because of the position of acarya heheld. The honest position of the ritvik allows them to stem their lustfor power.Spl 74-04-28 rupanugaif guru maharaja could have seen someonewho was qualified at that time to be acarya he would havementioned. Because on the night before he passed away he talked ofso many things, but never mentioned an acarya. His idea was acaryawas not to be nominated amongst the governing body. He saidopenly you make a gbc and conduct the mission. So his idea wasamongst the members of gbc who would come out successful and selfeffulgent acarya would be automatically selected. So sridharamaharaja and his two associate gentlemen unauthorizedly selectedone acarya and later it proved a failure. The result is now everyone isclaiming to be acarya even though they may be kanistha adhikariwith no ability to preach. In some of the camps the acarya is beingchanged three times a year. Therefore we may not commit the samemistake in our iskcon camp. Actually amongst my godbrothers noone is qualified to become acarya. So it is better not to mix with mygodbrothers very intimately because instead of inspiring our studentsand disciples they may sometimes pollute them.Note: most <strong>da</strong>ngerous the spiritual master business----seekingcustomers.


760628bj.nv prabhupa<strong>da</strong>: so-called gurus, they are so-called gurus.They are not gurus. That is already explained. If one does not speakwhat krsna speaks, he is not guru. If you accept so-called guru, that isyour misfortune. What can be done?pusta krsna: some of them willsay some things that krsna says, but they'll take from other placesalso. What is the position of such persons?prabhupa<strong>da</strong>: he's most<strong>da</strong>ngerous. He's most <strong>da</strong>ngerous. He is opportunist. He's finding outcustomer, something here... According to the customer he is givingsomething, as the customers will be pleased. So he is not guru.Note: just see how this sahajiyas are competing with srila prabhupa<strong>da</strong>the acarya and heading for hell (they may not believe---but destinywill unfold).Iso 12 the lord states that as soon as one reaches him by devotionalservice--which is the one and only way to approach the personality ofgodhead--one attains complete freedom from the bon<strong>da</strong>ge of birthand death. In other words, the path of salvation from the materialclutches fully depends on the principles of knowledge anddetachment gained from serving the lord. The pseudo religionistshave neither knowledge nor detachment from material affairs, formost of them want to live in the golden shackles of material bon<strong>da</strong>geunder the shadow of philanthropic activities disguised as religiousprinciples. By a false display of religious sentiments, they present ashow of devotional service while indulging in all sorts of immoralactivities. In this way they pass as spiritual masters and devotees of


god. Such violators of religious principles have no respect for theauthoritative acaryas, the holy teachers in the strict disciplicsuccession. They ignore the vedic injunction acaryopasana--"onemust worship the acarya"--and krsna's statement in the bhagavadgita(4.2) evam parampara-praptam, "this supreme science of god isreceived through the disciplic succession." instead, to mislead thepeople in general they themselves become so-called acaryas, but theydo not even follow the principles of the acaryas. These rogues are themost <strong>da</strong>ngerous elements in human society. Because there is noreligious government, they escape punishment by the law of the state.They cannot, however, escape the law of the supreme, who hasclearly declared in the bhagavad-gita that envious demons in the garbof religious propagandists shall be thrown into the <strong>da</strong>rkest regions ofhell (bg. 16.19-20). Sri isopanisad confirms that these pseudoreligionists are heading toward the most obnoxious place in theuniverse after the completion of their spiritual master business, whichthey conduct simply for sense gratification.Note: the bona fide guru is the acarya. The word bona fide meansgenuine, sincere. There is no meaning to the word genuine if the socalledgurus invented by the gbc fall down (which everyone knowsthey are already fallen---having disobeyed prabhupa<strong>da</strong>). What tospeak of falling! By allowing homosex child rapes how fallen can oneget? On top of this they want to pretend to be acaryas---to beworshipped as good as god---how au<strong>da</strong>cious can one get!


Madhya 8.312 the process is maha-jano yena gatah sa panthah: onehas to strictly follow great personalities and acaryas. Acarya-vanpuruso ve<strong>da</strong>: one who has the favor of the acarya knows everything.This statement made by kaviraja gosvami is very valuable for all puredevotees. Sometimes the prakrta sahajiyas claim that they have heardthe truth from their guru. But one cannot have transcendentalknowledge simply by hearing from a guru who is not bona fide. Theguru must be bona fide, and he must have heard from his bona fideguru.Nod 7 those who do not strictly follow the principles of revealedscriptures are generally called sahajiyas--those who have imaginedeverything to be cheap,who have their own concocted ideas, and whodo not follow the scriptural injunctions. Such persons are simplycreating disturbances in the discharge of devotional service.Kb 29 one should not follow the men called sahajiya, the so-calleddevotees who take everything very lightly.Noi 5 this is the way to cultivate devotional service properly;therefore in this verse srila rupa gosvami has advised us how to treatvarious devotees. We can see from practical experience that there aredifferent types of vaisnavas. The prakrta-sahajiyas generally chant thehare krsna maha-mantra, yet they are attached to women, money andintoxication. Although such persons may chant the holy name of thelord, they are not yet properly purified. Such people should berespected within one's mind, but their association should be avoided.


Antya 6.278 srila bhaktisiddhanta sarasvati thakura suggests thatpeople who are materialistically inclined and sahajiyas, or so-calledvaisnavas who take everything very casually, are both visayimaterialists. Eating food offered by them causes contamination, an<strong>da</strong>s a result of such contamination, even a serious devotee becomes likea materialistic man. There are six kinds of association--givingcharity, accepting charity, accepting food, offering food, talkingconfidentially and inquiring confidentially. One should very carefullyavoid associating with both the sahajiyas, who are sometimes knownas vaisnavas, and the non-vaisnavas, or avaisnavas. Their associationchanges the transcendental devotional service of lord krsna into sensegratification, and when sense gratification enters the mind of adevotee, he is contaminated. The materialistic person who aspiresafter sense gratification cannot properly think of krsna.Madhya 12.195 sangat sanjayate kamah (bg. 2.62). One develops hisconsciousness according to society and association. As srilanityanan<strong>da</strong> prabhu admits, a devotee should be very careful whenassociating with those who are not devotees. When asked by ahouseholder devotee what the behavior of a devotee should be, sricaitanya mahaprabhu immediately replied:Asat-sanga-tyaga,----ei vaisnava-acara'stri-sangi'----eka asadhu,'krsnabhakta' ara(cc. Madhya 22.87)a vaisnava, a devotee, shouldsimply discard intimate association with nondevotees. In his


upadesamrta, srila rupa gosvami has described the symptoms ofintimate relationships in this way:Da<strong>da</strong>ti pratigrhnatiguhyam akhyati prcchatibhunkte bhojayatecaivasad-vidham priti-laksanamthe words bhunkte bhojayate indicatethat one should eat with devotees. One should carefully avoid eatingfood offered by nondevotees. Indeed, a devotee should be very strictin not accepting food from a nondevotee, especially food prepared inrestaurants or hotels or on airplanes. Srila nityanan<strong>da</strong> prabhu'sreference in this connection is meant to emphasize that one shoul<strong>da</strong>void eating with mayavadis and covert mayavadis like the sahajiyavaisnavas, who are materially affected.Note: here prabhupa<strong>da</strong> uses the two contrasts one is the advanceddevotee (paramahamsa) and the other is debauchee (sahajiya).Interesting also here you will also find the definition of uttamaadhikari also he is not deviated.Madhya 22.153 ** an advanced devotee situated on the platform ofspontaneity is already very expert in sastric instruction, logic an<strong>da</strong>rgument. When he comes to the point of eternal love for krsna, noone can deviate him from that position, neither by argument nor bysastric evidence. An advanced devotee has realized his eternalrelationship with the lord, and consequently he does not accept thelogic and arguments of others.** such an advanced devotee hasnothing to do with the sahajiyas, who manufacture their own wayand commit sins by indulging in illicit sex, intoxication and


gambling, if not meat-eating. Sometimes the sahajiyas imitateadvanced devotees and live in their own whimsical way, avoiding theprinciples set down in the revealed scriptures. Unless one follows thesix gosvamis-sri rupa, sanatana, raghunatha bhatta, sri jiva, gopalabhatta and raghunatha <strong>da</strong>sa-one cannot be a bona fide spontaneouslover of krsna. In this connection, srila narottama <strong>da</strong>sa thakura says:rupa-raghunatha-pade haibe akuti kabe hama bujhaba se yugalapiriti. The sahajiyas' understanding of the love affairs between radhaand krsna is not bona fide because they do not follow the principleslaid down by the six gosvamis. Their illicit connection and theirimitation of the dress of rupa gosvami as well as their avoi<strong>da</strong>nce ofthe prescribed methods of revealed scriptures will lead them to thelowest regions of hell. These imitative sahajiyas are cheated andunfortunate. They are not equal to advanced devotees(paramahamsas). Debauchees and paramahamsas are not on the samelevel.Note: uttama-adhikari is not deviated this is why he is bona fide.Also a warning against sahajiya so-called spiritual master businessmen seeking customers.Bg 4.42a bona fide spiritual master is in the disciplic succession fromtime eternal, and he does not deviate at all from the instructions ofthe supreme lord as they were imparted millions of years ago to thesun-god, from whom the instructions of bhagavad-gita have comedown to the earthly kingdom. One should, therefore, follow the path


of bhagavad-gita as it is expressed in the gita itself and beware ofself-interested people after personal aggrandizement who deviateothers from the actual path. The lord is definitely the supremeperson, and his activities are transcendental. One who understandsthis is a liberated person from the very beginning of his study of thegita.Note: as above madhya 22.153 now compare to the below to thedefination of uttama adhikari. ** an advanced devotee situated on theplatform of spontaneity is already very expert in sastric instruction,logic and argument. When he comes to the point of eternal love forkrsna, no one can deviate him from that position, neither byargument nor by sastric evidence. An advanced devotee has realizedhis eternal relationship with the lord, and consequently he does notaccept the logic and arguments of others.**Madhya 16.74Sastra-yuktye sunipuna, drdha-sraddha yanra'uttama-adhikari' setaraye samsara"if one is expert in vedic literature and has full faith inthe supreme lord, then he is an uttama-adhikari, a first-classvaisnava, a topmost vaisnava who can deliver the whole world andturn everyone to krsna consciousness." (cc. Madhya 22.65) with greatlove and affection, the maha-bhagavata observes the supremepersonality of godhead, devotional service and the devotee. Heobserves nothing beyond krsna, krsna consciousness and krsna'sdevotees. The maha-bhagavata knows that everyone is engaged in


the lord's service in different ways. He therefore descends to themiddle platform to elevate everyone to the krsna conscious position.Note: if anyone can at all convince these sahajiyas to give-up theirnonsense so-called spiritual master business ----that one person issrila prabhupa<strong>da</strong> ---that is also**if** they want to hear and heed hisadvice otherwise they are doomed to their destiny.Note: there are astounding parallels in the psychological thinking ofthe gbc now. They also think the senior partner srila prabhupa<strong>da</strong> isdead. Hence, the spiritual master business.741004sb.may just like one of our godbrothers, he's thinking that"this institution was started by me and bhaktisiddhanta sarasvati aspartners. Now the senior partner is dead. Therefore i am the soleproprietor. Who are these godbrothers? Let them go away." so this ismaya, the same maya dhrtarastra was thinking. And his brother-inlaw,sakuni, was very expert in conspiracy. So he was advising him,"yes, you are the proprietor.Srila prabhupa<strong>da</strong> ki jai!hare krishna hare krishna krishna krishna harehare/ hare rama hare rama rama rama hare hare


<strong>Yoga</strong>’s StagesAfter that the Supreme Truth has been clearly described according tothe direct descriptions (of the Vedic literature), (one may ask:)"What may be said (abhidheya) about (the relationship between theSupreme Truth and the individual spirit souls) and what is the finalgoal (prayojana) of that (relationship)? These two may be explaine<strong>da</strong>ccording to the indirect descriptions (of the Vedic literature).Because it is the opposite of being averse to the Supreme, thatrelationship is one of turning one's face of the Lord and it ischaracterised by service to the Lord. From that service knowledge ofthe Lord becomes manifested. The final goal of that service isdirectly seeing the Lord and that is characterised by the Lord'smaking Himself visible within and without. When that happens onebecomes free of all sufferings. Both are explained in an ancient story.Hearing "There is a treasure (hidden) in your house", a povertystricken man searched for the treasure and eventually found it. Thesetwo things are like that. This story is told to dispel weakness (ofheart in the devotees). Explaining that being unwilling to be aware ofthe perfect and beginningless Supreme Truth is the cause of


suffering, (the scriptures) teach service to the Lord, which is themedicine to cure the disease (of material life).The bhakti-yogi is freedom of the material energy because is fixed inthe Supreme Lord.The origins of the Science of <strong>Yoga</strong>The origins of the text known as Brahma-samhita are lost in cosmicantiquity. According to Vedic tradition, these "Hymns of Brahma"were recited or sung countless millennia ago by the first created beingin the universe, just prior to the act of creation. The text surfaced andentered calculable history early in the sixteenth century when it wasdiscovered by a pilgrim exploring the manuscript library of an ancienttemple in what is now Kerala state in South India. Prior to theintroduction of the printing press, texts likeBrahma-samhita existed only in manuscript form, painstakinglyhandwritten by scribes and kept under brahminical custodianship intemples, where often they were worshiped as sastra-Deity, or Godincarnate in holy scripture.


The pilgrim who rescued Brahma-samhita from obscurity was noordinary pilgrim, and His pilgrimage was not meant, as is thecustom, for self-purification but for world-purification. He was SriCaitanya Mahaprabhu--saint, mystic, religious reformer, and fullincarnation of the Supreme Lord, Sri Krsna, descending into thepresent epoch for the salvation of all souls. At the time of Hisdiscovery of the text, Sri Caitanya was touring South India,preaching His message of love of Krsna and promulgating thepractice of sankirtana, congregational singing of the holy names ofGod . Sri Caitanya commenced this tour shortly after becoming amonk (sannyasi), at age twenty four, and the tour laste<strong>da</strong>pproximately two years. After a southward journey from Puri (inOrissa State) that carried Him to holy places such as Sri Rangaksetra,Setubandha Ramesvara, and finally Kanyakumari (CapeComorin), he turned northward and, traveling along the bank of thePayasvini River in Travancore state, reaches the temple of Adikesava,in Trivandrum district.Sri Caitanya's principal biographer, Krsna<strong>da</strong>sa Kaviraja Gosvami,writes in Caitanya-caritamrta (Madhya-lila, Ch. 9) that uponbeholding the holy image of Adi-kesava (Krsna) in the temple,Caitanya was overwhelmed with spiritual ecstasy, offered ferventprayers, and chanted and <strong>da</strong>nced in rapture, a wondrous sight thatwas received with astonished appreciation by the devotees there.


After discussing esoteric spiritual matters among some highlyadvanced devotees present, Sri Caitanya found "one chapter of theBrahma-samhita" (what we now have as Brahma-samhita is,according to tradition, only one of a hundred chapters composing anepic work lost to humanity). Upon discovering the manuscript, SriCaitanya felt great ecstasy and fell into an intense mystic rapture thatoverflowed onto the physical realm, producing a profusion of tears,trembling and perspiration. (We would search the literature of theworld in vain to find a case in which the discovery of a lost bookinspired such unearthly exhilaration!) Intuiting the Brahma-samhitato be a "most valuable jewel," He employed a scribe in hand-copyingthe manuscript and departed with the copy for His return journey tothe north.Upon His return to Puri (Madhya-lila, Ch. 11), Sri Caitanyapresented Brahma-samhita to appreciative followers like Ramanan<strong>da</strong>Raya and Vasudeva Datta, for whom Caitanya arranged copies to bemade. As word of the discovery of the text spread within theVaisnava community, "each and every Vaisnava" copied it. Gradually,Brahma-samhita was "broadcast everywhere" and became one of themajor texts of the Gaudiya-Vaisnava canon. "There is no scriptureequal to the Brahma-samhita as far as the final spiritual conclusion isconcerned," exults Krsna<strong>da</strong>sa Kaviraja. "Indeed, that scripture is the


supreme revelation of the glories of Lord Govin<strong>da</strong>, for it reveals thetopmost knowledge about Him.Since all conclusions are briefly presented in Brahma-samhita, it isessential among all the Vaisnava literatures." (Madhya-lila 9.239-240).Now, what of the text itself? What are its contents? A synopsis of theBrahma-samhiti is provided by Srila Prabhupa<strong>da</strong>, founder-acarya ofthe Krsna consciousness movement, in his commentary to theCaytanya-caritamrta. It is quoted here in full:In [Brahma-samhita], the philosophical conclusion of acintyabhe<strong>da</strong>bhe<strong>da</strong>-tattva(simultaneous oneness and difference) ispresented. [It] also presents methods of devotional service, theeighteen-syllable Vedic hymn, discourses on the soul, the Supersouland fruitive activity, an explanation of kama-gayatri, kama-bija andthe original Maha-Visnu, and a specific description of the spiritualworld, specifically Goloka Vrn<strong>da</strong>vana. Brahma-samhita also explainsthe demigod Ganesa, the Garbho<strong>da</strong>kasayi Visnu, the origin of theGayatri mantra, the form of Govin<strong>da</strong> and His transcendentalposition and abode, the living entities, the highest goal, the goddessDurga, the meaning of austerity, the five gross elements, love atGodhead, impersonal Brahman, the initiation of Lord Brahma, and


the vision of transcendental love enabling one to see the Lord. Thesteps of devotional service are also explained. The mind, yoga-nidra,the goddess of fortune, devotional service in spontaneous ecstasy,incarnations beginning with Lord Ramacandra. Deities, theconditioned soul and its duties, the truth about Lord Visnu, prayers,Vedic hymns, Lord Siva, Vedic literature personalism andimpersonalism, good behavior and many other subjects are alsodiscussed. There is also a description of the sun and the universalforms of the Lord. All these subjects are conclusively explained in anutshell in this Brahma-samhita. (Madhya-lila, Vol. 4, p. 37)The Vedic Conception of Sound in Four FeaturesIn the Ve<strong>da</strong>ntic traditions sound is considered one of the mostimportantprinciples of existence, as it is both the source of matterand the key tobecome free from it. One who can thoroughlyunderstand the four stages of soun<strong>da</strong>s explained in the Vedic textscan utilize this science to become free from thebon<strong>da</strong>ge of matter.When trying to understand the four levels of sound, we must firstunderstandwhat is "sound" as defined in the scriptures. In the SrimadBhagavatam (3.26.33)we find an interesting definition for sound(shab<strong>da</strong>) as follows:


arthashrayatvam shab<strong>da</strong>syadrashtur lingatvam eva catan-matratvam canabhasolakshanam kavayo viduh"Persons who are learned and who have true knowledge define soun<strong>da</strong>s that whichconveys the idea of an object, indicates the presence of aspeaker andconstitutes the subtle form of ether."This may not be an absolute definition of sound, as there are variouslevels ofsound to define, but it provides us with a solid foun<strong>da</strong>tion tobegin our studyof this topic. This definition, as given in SrimadBhagavatam, is veryinteresting in that it differs completely fromwestern and modern views ofdefining sound.First, those who are learned and who have true knowledge definesound as thatwhich conveys the idea of an object. Sound is not justthe vibration created bythe meeting of two objects. Sound is thatwhich conveys the idea of an object.The exact word used in thisconnection is "artha-ashraya" or "the shelter of themeaning". In theVedic conception the aksharas (letters) are bijas, or seeds ofexistence.The audible sound is categorized into 50 alphabets ofSanskritstarting from "a" and ending with "ksha". Hence thealphabet is called"akshara", which literally means "infallible" or"supreme". Akshara is also asynomyn for pranava (Om), the sum ofall syllables and source of all vedichymns. The Bhagavad Gitaconfirms this as follows:


karma brahmodbhavam viddhibrahmakshara-samudbhavamtasmatsarva-gatam brahmanityam yajne pratisthitam"Regulated activities are prescribed in the Ve<strong>da</strong>s, and the Ve<strong>da</strong>s aredirectlymanifested from akshara, the sacred syllable Om.Consequently the all-pervadingTranscendence (pranava or thesyllable 'Om') is eternally situated in acts ofsacrifice."Karma, or duty, is manifested from the Ve<strong>da</strong>s. This manifestation isnot exactlydirect, for one is spiritual and the other is material. This isindicated by theword udbhavam. On the other hand, themanifestation of the ve<strong>da</strong>s from thepranava (Om) is direct, and thusthe word used to describe it is sam-udbhavam, and not justudbhavam.In the Tantras the aksharas are traced back to their material sourcelevel whichis a particular deity of Shakti. Each of her stages ofmanifestation are phasesin the evolution of the universe. Thus theaksharas are potent sound, constitutionally connected to objects assound (shab<strong>da</strong>) and its meaning (artha).This is interesting in that itdraws a distinction between sound and noise.Noise, as distinct fromsound, is not the artha-ashraya, or the shelter ofmeaning.Sri Baladeva Vidyabhushana in his commentary to Ve<strong>da</strong>nta Sutra1.3.28 says thatthe creation of all living entities proceeds from theremembrance of their formand characteristics by Lord Brahmareciting the corresponding words. From thiswe can begin tounderstand to potency of sound and its meaning.The second aspect


of Srimad Bhagavatam's definition of sound that is uniquefrommodern thought is that sound is defined as "that which indicatesthe presence ofa speaker". Thus sound must be a product ofconsciousness. In this senses, soundis sometimes referred to as vak, orspeech, throughout the Vedic texts.In the tantra system the purvamimamsaka’s theory of the eternality of shab<strong>da</strong>(sound) and artha(meaning) is accepted. They go a little further to assert thatshab<strong>da</strong>and artha are the embodiment of Shiva and Shakti as the universeitself.They name their original source as shab<strong>da</strong>rtha-brahman insteadof a mere shab<strong>da</strong>brahman.For, that is the source of both the objectsand their descriptions.Words and their meanings - what they denotein the objective world - are thevariety of manifestations of shakti.As sound is of the nature of the varnas (syllables) composing it, thetantraaffirmes that the creative force of the universe resides in all theletters ofthe alphabet. The different letters symbolize the differentfunctions of thatcreative force, and their totality is designated asmatrika or the "mother inessence".Thus Tantra sees the mantras as not just a mere combination ofwhimsical soundsbut as the subtle form of the presiding deity; andthe real purpose of one’smeditation through the mantra is tocommunicate with the deity of thatparticular mantra.Just as a sankalpa - a pure thought - has to pass through severalstages beforeit actually manifests as concrete creative force, the soundof a particularmantra also has to pass through several stages before it


is fully experienced bythe listener in perfection. These stages aretermed as para, pashyanti, madhyamaand vaikhari.Each level of sound corresponds to a level of existence, and one'sexperience ofsound depends upon the refinement of one'sconsciousness.It takes a realized consciousness to experience the fullrange of sound, thefull range of existence. The seers who cancomprehend the four stages of soun<strong>da</strong>re known as Manishis.The higher three forms of shab<strong>da</strong> are described in the Rig Ve<strong>da</strong> ashidden in"guha", or within the self, whereas the forth is the externalmanifested speech,known as laukika bhasha.These four levels of sound correspond to four states of consciousness.Pararepresents the transcendental consciousness. Pashyantirepresents theintellectual consciousness. Madhyama represents themental consciousness. AndVaikhari represents the physicalconsciousness. These states of consciousnesscorrespond with the fourstates known technically as jagrat, svapna, sushupti,and turiya - orthe wakeful state, the dreaming state, the dreamless state, andthetranscendental state.Shab<strong>da</strong>-brahman in its absolute nature is called para. Inmanifestation thesubtle is always the source of the gross, and thusfrom para-vak manifests theother three forms of sound.Though the manifestation of sound takes place from para-vak downto vaikhari-vak(or fine to gross), in explaining these stages we willbegin from the externalvaikhari-vak, as that is the sound we all have


most experience of.Vaikhari-vak is the grossest level of speech, and itis heard through theexternal senses. When sound comes out throughthe mouth as spoken syllables itis called as vaikhari.Madhyama-vak is the intermediate unexpressed state of sound,whose seat is inthe heart. The word Madhyama means "in between"or "the middle". The middlesound is that sound which existsbetween the states of sushupti and jagrat.Madhyama-vak refers tomental speech, as opposed to external audible speech. Itis on thislevel that we normally experience thought. Some hold thatwakefulthought is still on the level of vaikhari.In the manifestation process, after sound has attained the form ofpashyantivak,it goes further up to the heart and becomes coupledwith the assertiveintelligence, being charged with the syllables a, ka,cha, tha, ta, etc. At thispoint it manifests itself in the form ofvibratory na<strong>da</strong> rupa madhyama-vak. Onlythose who are endowedwith discriminative intelligence can feel this.On the levels of madhyama and vaikhari, there is a distinctionbetween the soun<strong>da</strong>nd the object. The object is perceived assomething different from the sound,and sound is connected to anobject mostly by convention.Pashyanti-vak is the second level of sound, and is less subtle thanpara-vak.Pashyanti in Sanskrit means "that which can be seen orvisualised".


In the pashyanti stage sound possesses qualities such as color andform. Yogiswho have inner vision can perceive these qualities insound. On this stage thedifferences between language do not exist, asthis sound is intuitive andsituated beyond rigidly defined concepts.On the stage of pashyanti-vak, speechis intuitively connected to theobject. There is near oneness between the wor<strong>da</strong>nd the experiencedescribed.Pashyanti-vak is the finest impulse of speech. The seat of pashyantiis in thenavel or the Manipura Chakra. When sound goes up to thenaval with the bodilyair in vibratory form without any particularsyllable (varna), yet connectedwith the mind, it is known aspashyanti-vak.Para-vak is the transcendent sound. Para means highest or farthest,and in thisconnection it indicates that sound which is beyond theperception of the senses.Para-vak is also known as "rava-shab<strong>da</strong>" - anunvibratory condition of soundbeyond the reach of mind andintelligence (avyakta), only to be realized bygreat souls, paramajnanis.On the stage of para-vak there is no distinction between the objectand thesound. The sound contains within it all the qualities of theobject.In terms of the universal cosmology, vaikhari, madhyama andpashyanti correspondrespectively to bhuh, bhuvah, and svah. Thepara-shab<strong>da</strong> ultimately correspondsto the Lord's tri-pa<strong>da</strong>-vibhuti.


Within the pashyanti-vak exists the nature's iccha-shakti, or thepower of will.Within the madhyama-vak exists the nature's jnanashakti,or the power ofknowledge. And within the vaikhari-vak existsthe nature's kriya-shakti, orpower of action.The pranava, or the syllable "om", is the complete representation ofthe fourstages of sound and their existential counterparts. Theexistential realitiesare the physical (sthula) which is connected to thevaikhari-shab<strong>da</strong>, the subtle(sukshma) which is connected to themadhyama-shab<strong>da</strong>, the causal (karana) whichis connected with thepashyanti-shab<strong>da</strong>, and the transcendental (para) which isrelated tothe para-shab<strong>da</strong>. These four existential realities further correspondtothe four states of consciousness.The sthula sarira, or physical body, operates in the state of jagrat(wakefulstate). It is in this realm of consciousness, and through thisbody, that thevaikhari-vak is manifested.The sukshma-sarira, subtle or psychic body, operates in the state ofsvapna. Itis in this realm of consciousness, and through this body,that the madhyama-vakis manifested.The karana-sarira, or causal body, operates in the state of sushupti, ordeepsleep. It is in this realm of consciousness, and through this body,that thepashyanti-vak is manifested.The para-vak is manifested through the fourth state of consciousness,known asturiya.


The sacred syllable "om" is composed of three matras, namely "a","u", and "m".These three matras correspond respectively to bhuh,bhuvah and svah; jagrat,svapna and sushupti; sukshma, sthula andkarana; and vaikhari, madhyama andpashyanti. Besides these threematras, the pranava ("a-u-m") is also composed ofa forth constituent,namely the a-matra or anahata-dhvani - the non-syllable orunstrucksound. For our practical understanding, this a-matra corresponds tothehumming sound after one recites the "om" syllable. The a-matrarepresents thetransendence, the turiya, the para-vak.Thus the syllable om contains all elements of existence. It is thereservoir ofall energies of the Supreme Lord, and for this reasonLord Krishna states in the Gita:om ity ekaksharam brahma"The single syllable Om is the supreme combination of letters."Elsewhere the Lord states: yad aksharam ve<strong>da</strong>-vido va<strong>da</strong>nti. "Thoseknowers of the Ve<strong>da</strong>s recite Om (akshara)."Why do they do this?Because the syllable om is the Supreme Lord and the potencyof allVedic mantras: pranava sarva vedeshu"Within all the Ve<strong>da</strong>s, I am thesymbol Om."Sri Chaitanya Mahaprabhu established the pranava as the mahavakya(the greateststatement) of the ve<strong>da</strong>s, for within it exist allVedic hymns (and shab<strong>da</strong>). Theworld itself is a manifestation of thissyllable. It is the sound representationof the Abslute Truth. The vak


is not a manifestation of the material nature, for the Ve<strong>da</strong>ntasutra2.4.4 states as follows:tat-purvakatvad vacahThis indicates that the vak existed before the pradhana. Pradhana isthe root ofthe material manifestation - the three qualities nondifferentiatedin absoluteequilibrium. Yet prior to this is the vak.Thus the vak is non-material.For this reason we find in the Ve<strong>da</strong>ntaSutras the following statement:anavriti shab<strong>da</strong>t"Liberation by sound."Since sound is the non-material source of the material manifestation,it is thekey by which we can become free from bon<strong>da</strong>ge. It is thethread-like link betweenthe material and spiritual realms.In describing the four phases of sound, sometimes the descriptions ofone willoverlap another, or sometimes an aspect of one will seem tobe attributed toanother. For example sometimes pashyanti isdescribed as "mental sound", whereasmadhyama will be described as"intellectual sound". This will require a deeperexplanation of theintricacies of these stages of sound and their relationships.Such anexplanation is not possible here at this time.To study these concepts in greater depth one may refer to the Na<strong>da</strong>binduUpanishad,Bhartrihari's Vakyapa<strong>da</strong>diya, Prashna Upanishad,Mun<strong>da</strong>ka Upanishad,Mandukya Upanishad, Maitri Upanishad andKatha Upanishad, as well as theconcepts of shab<strong>da</strong>, vak, matrikas,


hiranyagarbha, four states of consciousness,etc., as found in thetantras and throughout the upanishads. One should rememberthat inVedic study one will not generally find a book on a particulartopic(such as "vaikhari", etc.) One must study from numerous sourcesand assimilate anumber of apparently diverse concepts. Theseconcepts must then be harmonizedinternally. This constitutes themeditation and sacrifice of svadhyaya yajna.For those who have assimilated these topics, they will find all thisinformationcontained in detail within nine technical verses of SrimadBhagavatam. One mustbe trained to see the inner meaning of words,for these topics are discussed inesoteric and confidential manners:paroksha-va<strong>da</strong> rishayahparoksham mama ca priyam"The Vedic seers speak about these topics indirectly in esoteric terms,and I ampleased by such confidential descriptions."When we see such words as pranah, manasa, sparsha-rupinah andchan<strong>da</strong>h-mayah asoccuring in verses 38 and 39, we shouldimmediately understand the indirect andesoteric nature of thediscussion, and thereby conclude the direct meaning beinginferred bythese words. We must learn the transcendental code of the Ve<strong>da</strong>s.Inreality everything is explained in the Srimad Bhagavatam in full,but because wegenerally lack the proper vision to understand theindirect and esotericdiscussions, we therefore need to study and refer


to other more directscriptures. Thus the commentaries of theAcharyas will help us to understandthese topics.The science of sound, shab<strong>da</strong>-vijnana, as explained in the abovementioned versesof Srimad Bhagavatam, is also summarily explainedin the Pancharatrik text knownas Lakshmi-tantra as follows:mulam adharam arabhya dvistkantam upeyusiudita aneka sahasra suryavahnindu sannibhacakravat punar adharat santa pasyathamadhyamavaikhari sthanam asadhya tatrasta sthanavartinivarnanamjananim bhutva bhogya prasnoumi gouriva"Seated in the area starting from the muladhara to the position ofdvistkantawith effulgence equal to the rising of millions of suns, firesand moons. Like awheel from the adhara becoming the soundsknown as santa, pashyai, madhyama.Reaching the posititon ofvaikhari, there situated in eight places, viz., thethroat etc. Being themother of all sounds I bestow enjoyments like a cow."


<strong>Yoga</strong> New WorldChange the world - we like of peace... So, welcome to the yoga way.I will examine only the physical components of Hatha <strong>Yoga</strong>. Thereare many other important components that are traditionallyemphasized in <strong>Yoga</strong>diet, self control in many areas, meditation, etc.Iwill not address them here. Due to space limitations, I will notexpand on the bene ts of each practice or on the details of thetechniques. Most of what follows should be taken to represent myopinion on the topic and should not be blindly assumed to be true. Ifit makes sense to you, good. If not, trust your own intuition, yourteachers, or refer to the classics, in particular <strong>Yoga</strong> Sutras and Hatha<strong>Yoga</strong> Pradipika.Hatha <strong>Yoga</strong> is a collection of techniques, aimed at preparing thebody for the higher levels of <strong>Yoga</strong>. It is only a part of classicalAshtanga (eight-limbed) <strong>Yoga</strong> as presented by Patanjali in the <strong>Yoga</strong>Sutras, the \bible" of <strong>Yoga</strong>. Ashtanga yoga consists of eightmutually-dependent parts or \limbs":


(1) Yama (restrictions)(2) Niyama (observances)(3) Asana (posture)(4) Pranayama (breath-control)(5) Pratyahara (withdrawal from the senses)(6) Dharana (concentration)(7)Dhyana (meditation)(8)Samadhi (or consummation of meditation)All eorts in <strong>Yoga</strong> are supposed to be directed towards Samadhi.1Hatha <strong>Yoga</strong> arose out of the expansion of steps 3 and 4. WithinAshtanga <strong>Yoga</strong>, it seems that Asana simply indicated the attainmentof a comfortable position for meditation, one that could bemaintained for long periods of time with no eort.2 In Hatha <strong>Yoga</strong>,Asana was greatly expanded to include the practice of postures forexibility, balance, strength, and endurance.Pranayama was also expanded.3 In addition to Asana andPranayama, two other \sub-steps" were introduced: Cleansingtechniques and Mudras and Bandhas, a collection of techniquesgenerally used as aids in breath-control.The breath-control is for the control of the mind and sens. The goalof all yoga is love devotion to Supreme Personalit of Godhead.


Om Tat Sat


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<strong>Sob</strong>re o AutorSacerdote, Professor de Filosofia Ve<strong>da</strong>nta, Escritor e Instrutor de Bhakti e Hathayoga,autor do livro “Pranayama – Alcançando a Plenitude Através <strong>da</strong> Respiração”e outros livros eletrônicos. Jayadvaita Das pertence à ordem monástica BhramaGaudiya Vaishnava Sampra<strong>da</strong>ya. Foi professor do Instituto Bhaktive<strong>da</strong>nta deEstudos Vaishnavas (IBEV). Com Chandramukha Swami dirigiu a escolaVe<strong>da</strong>nta Vaishnava <strong>Yoga</strong> (VVY) e juntos editaram o “GAP 108 – Estudo Dirigido<strong>da</strong> Bhagavad-gita”. Ministra cursos, aulas e workshop sobre <strong>Yoga</strong>. Especializadoem Pranayamas, Mantras, Meditação e Filosofia Ve<strong>da</strong>nta.


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