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independente, o grupo vive de shows e da venda de ... - CNM/CUT

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Carne zeroGraziano: “Quem comprava carne <strong>de</strong>primeira, passa para a <strong>de</strong> segun<strong>da</strong>. Quemcomia a <strong>de</strong> segun<strong>da</strong>, pára <strong>de</strong> comer carne”Marcelo casal jr/abr jailton garciamentos eleva a pobreza na região <strong>de</strong> 35%para 38%.Para a FAO, a bola está com os governos<strong>da</strong> região e do mundo todo, que, nas duasúltimas déca<strong>da</strong>s, reduziram muito a aju<strong>da</strong>à agricultura, cortando verbas antes gastasna armazenagem <strong>de</strong> alimentos, por exemplo– o que levou a área cultiva<strong>da</strong> a cair40% na América Latina. O órgão <strong>da</strong> ONUavalia que os governos levaram às últimasconseqüências as promessas do mercado <strong>de</strong>ofertar alimentos abun<strong>da</strong>ntes e baratos. Há,ain<strong>da</strong>, outro problema. No mundo todo, háaumento do consumo dos alimentos, <strong>de</strong>vidoao aumento <strong>da</strong> população e à melhoria<strong>da</strong> ren<strong>da</strong> em países populosos como Chinae Índia – o que leva à pressão por mais grãostambém para alimentar animais.Para produzir um quilo <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> porcosão necessários sete <strong>de</strong> milho, por exemplo.O resultado é que os estoques internacionaisestão em seu nível mais baixoem três déca<strong>da</strong>s. Há cinco anos, <strong>de</strong>staca oagrônomo Alcido Wan<strong>de</strong>r, <strong>da</strong> Embrapa, oconsumo mundial <strong>de</strong> arroz supera continuamentea produção, o que pressiona osestoques e, por conseguinte, os preços. Parasuperar o problema, a produção <strong>de</strong> alimentosprecisaria dobrar, estima a FAO.No Brasil, menos <strong>de</strong> 10% <strong>da</strong> área agricultávelé efetivamente utiliza<strong>da</strong>, o que leva ogoverno a apostar no aumento do créditopara a agricultura como forma <strong>de</strong> aumentara safra, em vez <strong>de</strong> adotar medi<strong>da</strong>s como arestrição ou a taxação <strong>de</strong> exportações <strong>de</strong> alimentos,potencialmente polêmicas, como<strong>de</strong>monstraram os conflitos recentes naArgentina entre produtores e o governo <strong>de</strong>Cristina Kirchner. Persiste, porém, para opaís o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> aumentar essa porcentagemsem atacar a Amazônia.No caso do feijão, o problema é ain<strong>da</strong>mais grave, como explica Wan<strong>de</strong>r. A principalvarie<strong>da</strong><strong>de</strong> consumi<strong>da</strong> no país, o carioca,é exclusivi<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira. “Quandoo preço está alto, pela falta do produto,não há como importá-lo, e, quando estábaixo, não há como exportar o exce<strong>de</strong>nte”,explica o agrônomo. Outra peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>do feijão carioca: <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>quatro meses armazenado, ele escurece, oque reduz sua aceitação pelos consumidores.Para Wan<strong>de</strong>r, o país <strong>de</strong>veria diversificaro produto, incentivando aqui varie<strong>da</strong><strong>de</strong>scomo as cultiva<strong>da</strong>s nos EUA, Méxicoe Argentina.Enquanto uma maioria se preocupa, umpequeno <strong>grupo</strong> lucra. Os analistas têm observadoque, com a crise no mercado imobiliárioamericano no ano passado, umaparte do dinheiro antes aplicado ali foi repassa<strong>da</strong>para o mercado futuro <strong>de</strong> commodities,inclusive os alimentos. Desconta<strong>da</strong>sas incertezas globais, o problema éque o fenômeno agora corre o risco <strong>de</strong> afetaro trabalhador brasileiro duplamente.Os preços subiram, e o Banco Central <strong>de</strong>clarouque teria <strong>de</strong> conter a inflação, porisso, agora vem subindo os juros básicos<strong>da</strong> economia. “É a ‘segun<strong>da</strong> on<strong>da</strong>’ <strong>de</strong> problemas,que só vai aparecer mais à frente.Haverá menos investimentos e, assim,além <strong>de</strong> ter <strong>de</strong> encarar preços mais altos,a população ain<strong>da</strong> corre o risco <strong>de</strong> cair no<strong>de</strong>semprego”, resume Graziano. (Leia artigo<strong>de</strong> Sérgio Mendonça, na página 17, sobrea influência negativa dos juros no crescimentoeconômico.)2008 outubro REVISTA DO BRASIL 19

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