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independente, o grupo vive de shows e da venda de ... - CNM/CUT

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tos <strong>de</strong>ssa alta: a expansão <strong>da</strong> produção <strong>de</strong>álcool a partir <strong>da</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar, que vemtendo sucessivas safras recor<strong>de</strong>s.O problema é que a área disponível para oplantio <strong>de</strong> feijão, arroz e outras culturas quevão para a mesa do brasileiro é disputa<strong>da</strong>pela expansão <strong>da</strong> cana e <strong>de</strong> outras culturasrelaciona<strong>da</strong>s, em alguma medi<strong>da</strong>, à produção<strong>de</strong> biocombustível, como a soja brasileirae o milho americano, o que pressionaseu preço no mercado internacional.Graziano chama a atenção para o problemaque a alta dos alimentos po<strong>de</strong> gerar emto<strong>da</strong> a América Latina, que exporta gran<strong>de</strong>quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e ao mesmo tempo tem milhões<strong>de</strong> miseráveis. Cálculos <strong>da</strong> ComissãoEconômica para a América Latina e o Caribe(Cepal) mostram que a inflação é umfenômeno que afeta a to<strong>da</strong> a região e queum aumento <strong>de</strong> 15% nos preços dos alieconomiaCrise ain<strong>da</strong> éprato do diaOs preços dos alimentos começam a baixar,mas os trabalhadores ain<strong>da</strong> não estão livres<strong>da</strong>s conseqüências <strong>da</strong> jogatina global e <strong>de</strong>seus efeitos sobre a economia realPor Spensy PimentelAs últimas pesquisas sobre ainflação mostraram que apressão sobre os preços dosalimentos começou a ce<strong>de</strong>r,mas as seqüelas <strong>de</strong>ixa<strong>da</strong>snem sempre são capta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> imediato. Ospreços <strong>de</strong> produtos como arroz e feijão permanecemnum patamar bem superior aodo ano passado e na<strong>da</strong> garante que voltemalgum dia aos níveis anteriores.Segundo o Departamento Intersindical<strong>de</strong> Estatística e Estudos Socioeconômicos(Dieese), entre setembro <strong>de</strong> 2007 e agosto<strong>de</strong> 2008, o preço do feijão subiu 90,43%;o do arroz, 41,16%; o do óleo <strong>de</strong> cozinha,41,90%, e o <strong>da</strong> farinha <strong>de</strong> trigo, 37,62%. Namédia geral, subiram mais <strong>de</strong> 15% os preçosdos alimentos básicos, enquanto para o Índicedo Custo <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> (ICV) a inflação ficouem 6,97%. Quem mais sofre com essa altasão os mais pobres: o terço <strong>da</strong> populaçãobrasileira com a ren<strong>da</strong> mais baixa gasta emmédia 38% com a alimentação. Os números<strong>de</strong> inflação acumula<strong>da</strong> caíram um poucocom o recuo dos alimentos em agosto: oarroz baixou 3,62%; o feijão, 6,53%; o óleo<strong>de</strong> cozinha, 4,43%, e o trigo, 4,26%.A alta dos alimentos é global e relacionasea uma série <strong>de</strong> fenômenos. “Nossa expectativaé <strong>de</strong> que não há volta”, diz o economistaJosé Graziano <strong>da</strong> Silva, representanteregional <strong>da</strong> Organização <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>spara Agricultura e Alimentação (FAO)para a América Latina e um dos criadoresdo projeto Fome Zero, que <strong>de</strong>u origem aoBolsa Família. A economista Cornélia NogueiraPorto, coor<strong>de</strong>nadora do ICV-Dieese,tem avaliação pareci<strong>da</strong>: “Os preços dos alimentosjá estão caindo, mas <strong>de</strong>vagar. E nãodá para dizer que vão recuar aos patamaresanteriores”.Graziano lembra que a alta dos alimentosao longo do último ano tem relação diretacom outro aumento <strong>de</strong> preços no mercadointernacional: o do petróleo. O produtoinfluencia o preço dos alimentos nãosó pelo transporte, mas também porque éutilizado na produção <strong>de</strong> insumos, comoos fertilizantes químicos. O barril chegoua beirar US$ 150, mas já recua em direçãoaos US$ 100.“O consumidor está pagando mais, maso dinheiro não vai para o agricultor. O quesubiu foram os insumos, como fertilizantese agrotóxicos. A rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> quemplanta está mais baixa, o que é ruim porque<strong>de</strong>sincentiva o plantio”, explica Graziano.Isso quer dizer que, para os próximos anos,mais efeitos colaterais são esperados – porenquanto, o Brasil comemora colheita recor<strong>de</strong>,em função dos altos preços do períodoem que a safra foi contrata<strong>da</strong>.A conseqüência, segundo Graziano,será a população mais pobre comer menose pior. “Quem comprava carne <strong>de</strong> primeira,passa para a <strong>de</strong> segun<strong>da</strong>. Quem comia a<strong>de</strong> segun<strong>da</strong>, pára <strong>de</strong> comer carne e compraalimentos <strong>de</strong> pior nível nutricional, comoo açúcar – cujo preço, aliás, é dos que menossubiram.”O fator etanolA alta do petróleo, por enquanto, não afetadiretamente o brasileiro que abastece oautomóvel, sobretudo pela política <strong>da</strong> Petrobras<strong>de</strong> não repassar imediatamente aosseus preços os reajustes internacionais. Mashá também outro fator segurando os efei-Feijão maravilhaPara muitos, não dá para<strong>vive</strong>r sem, apesar do preçoalto. O que poucos sabem éque o produtor não leva na<strong>da</strong><strong>de</strong>sse aumento18 REVISTA DO BRASIL outubro 2008

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