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A centralidade urbana de Sete Lagoas na região central de Minas ...

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A <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> <strong>na</strong>região <strong>central</strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais: o que revelamos fluxos populacio<strong>na</strong>isMarly NogueiraRicardo Alexandrino GarciaProfessores e PesquisadoresDepartamento <strong>de</strong> GeografiaIGC - UFMGRESUMO: O crescimento urbano <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado como um dos fenômenos maisimportantes da realida<strong>de</strong> socioeconômica e espacial mineira. Os fluxos populacio<strong>na</strong>is –emigração. imigração e movimentos pendulares - constituem, por sua vez, tema <strong>de</strong> realinteresse, por causa <strong>de</strong> seu alto po<strong>de</strong>r explicativo acerca das interações e dasarticulações que os lugares (cida<strong>de</strong>s) estabelecem entre si. Tomando como exemplo <strong>Sete</strong><strong>Lagoas</strong> (MG) é que se preten<strong>de</strong> neste trabalho elaborar uma espacialização dos fluxospopulacio<strong>na</strong>is, <strong>de</strong> e para tal municipalida<strong>de</strong>, nos últimos <strong>de</strong>cênios, para tor<strong>na</strong>r inteligível,pelo menos em parte, a sua <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> mineira.PALAVRAS – CHAVE: <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong>, re<strong>de</strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> mineira, Fluxos populacio<strong>na</strong>is,<strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>ÁREA TEMÁTICA: Economia Mineira


A CENTRALIDADE URBANA DE SETE LAGOAS NA REGIÃOCENTRAL DE MINAS GERAIS: O QUE REVELAM OS FLUXOSPOPULACIONAISIntroduçãoO crescimento <strong>de</strong>mográfico, sobretudo em sua dimensão <strong>urba<strong>na</strong></strong>, <strong>de</strong>ve serconsi<strong>de</strong>rado como um dos fenômenos mais importantes da realida<strong>de</strong> socioeconômica eespacial <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais. A temática dos fluxos populacio<strong>na</strong>is – emigração. imigração emovimentos pendulares -, constitui, por sua vez, tema <strong>de</strong> real interesse, sobretudo, porcausa <strong>de</strong> seu alto grau <strong>de</strong> teor explicativo acerca das interações e das articulações que oslugares (cida<strong>de</strong>s) estabelecem entre si. Assim, tomando como exemplo empírico a cida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>, (MG) é que se preten<strong>de</strong> neste trabalho elaborar uma espacialização dosfluxos migratórios, além dos movimentos pendulares, <strong>de</strong> e para tal cida<strong>de</strong>, em busca <strong>de</strong>tor<strong>na</strong>r inteligível, pelo menos em parte, sua <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> mineira, nosúltimos <strong>de</strong>cênios.Segundo Nogueira (2003) a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> tem se <strong>de</strong>stacado nos últimos<strong>de</strong>cênios pelo expressivo florescimento econômico e <strong>de</strong>mográfico que se reflete, por seuturno, numa importância cada vez maior da mesma diante do ambiente geral daglobalização e <strong>na</strong> sua própria funcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong>. De fato, toda essaconfiguração tor<strong>na</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> uma verda<strong>de</strong>ira cida<strong>de</strong> média, cuja <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>na</strong> re<strong>de</strong><strong>urba<strong>na</strong></strong> mineira, já foi investigada e <strong>de</strong>scrita pela autora acima referida (NOGUEIRA,2003). Todavia, é importante verificar a contribuição dos estudos sobre os fluxosmigratórios <strong>na</strong> complementação <strong>de</strong>ssa investigação e <strong>de</strong>scrição, ou seja, até que pontoos fluxos populacio<strong>na</strong>is - migratórios e pendulares -, conseguem expressar a <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong><strong>de</strong> <strong>Sete</strong> lagoas, uma típica cida<strong>de</strong> média, localizada <strong>na</strong> região <strong>central</strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais?Que tipo <strong>de</strong> <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> os fluxos populacio<strong>na</strong>is proporcio<strong>na</strong>riam? Essa dimensão da<strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> se esgotaria em si mesma? Tendo em vista os questio<strong>na</strong>mentosapontados é que se vai, a seguir, discutir algumas proposições acerca da <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong><strong>urba<strong>na</strong></strong> sete-lagoa<strong>na</strong>, complementada pela análise dos três tipos <strong>de</strong> fluxos populacio<strong>na</strong>isem três períodos diferentes.A <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> quase sempre ocupou uma posição <strong>de</strong> expressiva<strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>na</strong> região <strong>na</strong> qual se localiza. Azevedo (1963) já havia salientado esse fato,quando <strong>de</strong>screve a região <strong>na</strong> qual surgiu <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>, <strong>de</strong>stacando que a cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>há muito tempo, é o centro <strong>de</strong> uma região cuja paisagem é bastante peculiar. Acaracterística fisionômica regio<strong>na</strong>l, dada pela predominância dos calcários, influenciou <strong>de</strong>maneira <strong>de</strong>finitiva o povoamento e a organização do habitat regio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong>stacou a referidaautora.A localização <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>, <strong>na</strong>s proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Belo Horizonte, distando cerca<strong>de</strong> 70 Km em direção noroeste, com efeito, lhe confere uma posição privilegiada, poisestá no contato <strong>de</strong> duas gran<strong>de</strong>s regiões fisionômicas e socioespaciais no conjunto doEstado <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais. Está-se falando do contato entre o Quadrilátero Ferrífero, zo<strong>na</strong><strong>de</strong> ocorrência predomi<strong>na</strong>nte <strong>de</strong> minerais ferrosos e da floresta tropical úmida, comovegetação primitiva do centro-sul e leste (as Mi<strong>na</strong>s) e a região dos calcários do Bambuí,com uma típica vegetação <strong>de</strong> cerrado <strong>na</strong> qual sobressaem os campos limpos e os cocais,os quais, por sua vez, encontram-se conjugados a uma presença marcante daspastagens (as Gerais).


Enquanto as regiões do Espinhaço e do Quadrilátero Ferrífero iriam assistir ao<strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s mineradoras do ouro, especialmente, mas também, dodiamante e <strong>de</strong> muitas pedras preciosas e semipreciosas, aliado ao início daindustrialização do ferro, com a instalação das primeiras forjas, ainda nos séculos XVII eXVIII, a região do São Francisco foi palco do florescimento das ativida<strong>de</strong>s pecuaristas.Tem-se, portanto, muito em função <strong>de</strong>ssa compartimentação, a construção <strong>de</strong> duasgran<strong>de</strong>s regiões muito diferentes entre si e que guardam as suas respectivasparticularida<strong>de</strong>s não só do ponto <strong>de</strong> vista da fisionomia mas, fundamentalmente, daeconomia, da socioespacialida<strong>de</strong>, enfim, da própria civilização que nelas floresceu. E foino contato <strong>de</strong>ssas duas regiões que <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> surgiu. (consulte-se: ANASTÁSIA,1983, AZEVEDO, 1963, CRUZ, 1984, LIMA JÚNIOR, 1965, MATA-MACHADO, 1986,PAULA, 1999, VASCONCELOS, 1974, VASCONCELOS, 1994 e VASCONCELOS, 1999)Essa posição geográfica da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> influenciou profundamente nãosó seu <strong>de</strong>stino, como também a organização espacial <strong>de</strong> sua região. De fato, em seusprimórdios essa posição <strong>de</strong> contato foi a responsável pela sua função <strong>de</strong> boca-<strong>de</strong>-sertão,função essa, responsável em gran<strong>de</strong> medida pelo <strong>de</strong>staque que a cida<strong>de</strong> adquiriu aolongo <strong>de</strong> sua história. E,muito embora já não seja mais possível <strong>de</strong>bitar somente ouexclusivamente a essa posição geográfica a <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> que <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> continuamantendo <strong>na</strong> atualida<strong>de</strong>, é importante <strong>de</strong>stacá-la, pois foi a partir da conjugação <strong>de</strong>fatores <strong>na</strong>turais e fatores socioespaciais que a cida<strong>de</strong> foi sendo forjada, construindo a suaprópria singularida<strong>de</strong>, influenciando a organização espacial regio<strong>na</strong>l mais imediata para,fi<strong>na</strong>lmente, alcançar a atual inserção <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> mineira.A região <strong>central</strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais foi palco dos mais vitais episódios do ciclo damineração do princípio do século XVII e durante o século XVIII, vendo aí surgir asprimeiras vilas e cida<strong>de</strong>s do Estado, ainda <strong>na</strong> primeira meta<strong>de</strong> do século XVIII, <strong>de</strong>ntre asquais <strong>de</strong>ve-se citar: Maria<strong>na</strong>, a primeira <strong>de</strong>las, Ouro Preto, Sabará, São João <strong>de</strong>l Rei,Caeté, Serro, Pitangui e Tira<strong>de</strong>ntes. Com essa <strong>de</strong>stacada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vilas, tornou-seconseqüência <strong>na</strong>tural que se concentrasse ali um gran<strong>de</strong> volume populacio<strong>na</strong>l, fato queafi<strong>na</strong>l verificou-se, quando o primeiro recenseamento colonial, realizado em 1751, acusouuma população <strong>de</strong> 266.666 habitantes. (MINAS GERAIS, 1987)Geiger e Corrêa (1971) apontam que <strong>na</strong> região <strong>central</strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais até, pelomenos, o princípio dos anos <strong>de</strong> 1970, a ausência <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> porte intermediário foiuma característica marcante. A região se apresentava com uma miría<strong>de</strong> <strong>de</strong> peque<strong>na</strong>scida<strong>de</strong>s sem expressão, centros locais mas, algumas <strong>de</strong>las com alguma indústria (aexceção ficava por conta da gran<strong>de</strong> concentração <strong>urba<strong>na</strong></strong> da Região Metropolita<strong>na</strong> <strong>de</strong>Belo Horizonte). A regio<strong>na</strong>lização tornou-se impossibilitada, <strong>na</strong> medida em que não haviarelações <strong>de</strong> complementarida<strong>de</strong> entre tais centros. No entanto, recorrendo a Ber<strong>na</strong>r<strong>de</strong>s(1964), é possível encontrar alguns fatos indicadores da relativa importância que algumascida<strong>de</strong>s da região <strong>central</strong> mineira já possuíam <strong>na</strong> organização <strong>urba<strong>na</strong></strong> da gran<strong>de</strong> região doRio <strong>de</strong> Janeiro. Desse modo, é que <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> e Divinópolis aparecem <strong>na</strong> classificaçãoelaborada como centros regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> terceira categoria subordi<strong>na</strong>dos diretamente a BeloHorizonte. Essas duas cida<strong>de</strong>s, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um acelerado processo <strong>de</strong> expansãoeconômica, já exerciam nessa época (anos <strong>de</strong> 1960) uma <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> razoável em suasrespectivas zo<strong>na</strong>s <strong>de</strong> atuação. Mas, a tutela exercida por Belo Horizonte impediu que elasse tor<strong>na</strong>ssem verda<strong>de</strong>iras capitais regio<strong>na</strong>is. (BERNARDES, 1964)A importância que <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> e Divinópolis adquiriram ainda <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 1960po<strong>de</strong> ser, em gran<strong>de</strong> medida, <strong>de</strong>bitada às suas respectivas posições face à malharodoferroviária. Com efeito, enquanto Divinópolis se firmou como entroncamentoferroviário, fato que favoreceu seu <strong>de</strong>senvolvimento industrial, tor<strong>na</strong>ndo-a o foco da vidaregio<strong>na</strong>l da porção sudoeste da região <strong>de</strong> Belo Horizonte e com projeção em direção aooeste do estado, <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> apresentava-se também com uma gran<strong>de</strong> área <strong>de</strong> atuação,notavelmente favorecida pela abertura da rodovia que passou a ligar Belo Horizonte a


Brasília (atual BR-040). Nessa época, a atuação sete-lagoa<strong>na</strong> já se fazia presente emdireção oeste e noroeste <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s e a abertura da rodovia registrou um aprofundamentodas relações da cida<strong>de</strong> com aquelas tradicio<strong>na</strong>is áreas.No estudo realizado pelo IBGE (1987) sobre as regiões <strong>de</strong> influência das cida<strong>de</strong>s,uma adaptação da teoria das localida<strong>de</strong>s centrais à realida<strong>de</strong> brasileira e que preten<strong>de</strong>user uma revisão <strong>de</strong> um pioneiro estudo (IBGE,1972) sobre a divisão do Brasil em regiõesfuncio<strong>na</strong>is <strong>urba<strong>na</strong></strong>s, a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> figura como um centro sub-regio<strong>na</strong>l que,diretamente subordi<strong>na</strong>do à metrópole regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Belo Horizonte, parece confirmar asconclusões elaboradas por Ber<strong>na</strong>r<strong>de</strong>s (1964). Sob a tutela direta <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> estavamonze cida<strong>de</strong>s: Araçaí, Baldim, Cachoeira dos Macacos (atual Cachoeira da Prata),Caetanópolis, Cordisburgo, Fortu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s, Funilândia, Inhaúma, Jequitibá, Paraopebae Santa<strong>na</strong> <strong>de</strong> Pirapama e dois centros <strong>de</strong> zo<strong>na</strong> Pedro Leopoldo e Pompéu. As cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>Capim Branco, Matozinhos e Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais subordi<strong>na</strong>vam-se a Pedro Leopoldo e ascida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Martinho Campos e Papagaios estavam sob a tutela direta <strong>de</strong> Pompéu.Importa frisar que a região <strong>de</strong> influência direta <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> muito pouco mudou <strong>na</strong>sduas ou três últimas décadas. Com exceção <strong>de</strong> Pompéu e <strong>de</strong> Pedro Leopoldo, estasegunda sendo atraída para a órbita direta da metrópole <strong>de</strong> Belo Horizonte,in<strong>de</strong>pendizando-se ambas <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>, em verda<strong>de</strong>, a região que tal cida<strong>de</strong>subordi<strong>na</strong> diretamente permaneceu praticamente i<strong>na</strong>lterada nos últimos <strong>de</strong>cênios.O fato acima observado po<strong>de</strong> indicar, pelo menos, dois outros fatos que secomplementam. É que, se a região <strong>de</strong> influência direta <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> teve umatendência <strong>de</strong> diminuir em direção sul em função do processo <strong>de</strong> metropolização <strong>de</strong> BeloHorizonte e em direção noroeste, essa mesma região tem-se mantido estável durante umlongo período e, embora possa ter perdido, em termos relativos, em atuação direta, nãose po<strong>de</strong> afirmar que a influência sete-lagoa<strong>na</strong> <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser presente nessas direções.Ela é ainda significativa, porém <strong>de</strong> uma forma mais difusa e, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da direção,possui diferentes graus <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mentos, fato que faz<strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> a principal cida<strong>de</strong>, a mais bem equipada <strong>de</strong> toda a região que fica entreos vales dos rios das Velhas e Paraopeba, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os limites setentrio<strong>na</strong>is da regiãometropolita<strong>na</strong> <strong>de</strong> Belo Horizonte até a represa <strong>de</strong> Três Marias. Na verda<strong>de</strong>, em direçãooeste o confronto <strong>de</strong> atuação regio<strong>na</strong>l sete-lagoa<strong>na</strong> se dá com a área <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong>Divinópolis que, assim como <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>, parece ter mantido o respectivo comando <strong>de</strong>sua hinterlândia ao longo das últimas décadas.A <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> sete-lagoa<strong>na</strong> tornou-se visível também em inúmeras outrasoportunida<strong>de</strong>s, tais como quando se po<strong>de</strong> observar <strong>na</strong>s diversas divisões regio<strong>na</strong>isefetuadas por órgãos <strong>de</strong> planejamento tanto fe<strong>de</strong>rais como estaduais. Assim é o caso da<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção das microrregiões e mesorregiões <strong>urba<strong>na</strong></strong>s (IBGE,1992), <strong>na</strong> qual <strong>Sete</strong><strong>Lagoas</strong>, tendo como critério principal a <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong>, surge como centro <strong>de</strong> umadas mais <strong>de</strong> trezentas microrregiões i<strong>de</strong>ntificadas em todo o país. Esse é também o casoda <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção das regiões administrativas, regio<strong>na</strong>lização elaborada pelo governoestadual mineiro (Cetec/IGA, 1997), <strong>na</strong> qual, <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> aparece como o centro <strong>de</strong> umadas 25 regiões i<strong>de</strong>ntificadas no Estado.A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> ocupa uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque <strong>na</strong> região <strong>central</strong> mineirano que diz respeito aos alguns aspectos populacio<strong>na</strong>is em 2000. Excetuando-se ametrópole – Belo Horizonte e os municípios metropolitanos, <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>, com 184692habitantes, (<strong>na</strong> Contagem <strong>de</strong> População <strong>de</strong> 2007, foram 217506 habitantes, IBGE, 2007),é que possui a maior população total, além <strong>de</strong> suplantar Divinópolis, com 183764habitantes (<strong>na</strong> mesma Contagem: 209921 habitantes), uma outra cida<strong>de</strong> médiaimportante da região <strong>central</strong>. Saliente-se a posição <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> em relação a BeloHorizonte, ou seja, uma vez estabelecido um raio <strong>de</strong> 100 km a partir da metrópole, não seencontra nenhuma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> porte médio, com uma população tão expressiva e quepossa ser igualada a <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>.


No que diz respeito à taxa <strong>de</strong> crescimento para o ano <strong>de</strong> 2000, <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong><strong>de</strong>staca-se mais uma vez, pois, apresenta um valor bastante expressivo (2.81% a.a.),maior que o valor apresentado por Belo Horizonte (1.13% a.a.) e por Contagem (2.03%a.a.), a segunda maior cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais. Além do mais, essa taxa, também, émaior que aquelas apresentadas por outras cida<strong>de</strong>s médias como Divinópolis (2.18%a.a.), Conselheiro Lafaiete (1.62% a.a.) e Formiga (0.19% a.a.). Essas observaçõespo<strong>de</strong>m ser estendidas à região <strong>de</strong> influência imediata <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> pois, cida<strong>de</strong>s comoCapim Branco, Funilândia, Matozinhos, Papagaios, Paraopeba e Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Moraisapresentaram taxas superiores a 2.0% a.a., fato que as aproxima do comportamentosete-lagoano. Isso po<strong>de</strong> indicar, também, o reflexo do di<strong>na</strong>mismo econômico <strong>de</strong>ssaregião.A região <strong>central</strong> é uma região tipicamente <strong>urba<strong>na</strong></strong>. A gran<strong>de</strong> maioria dos municípioscomponentes apresenta as maiores taxas <strong>de</strong> urbanização, acima dos 75%, <strong>Sete</strong> lagoas aíincluído, além <strong>de</strong>: Belo Horizonte e seus municípios metropolitanos, Diamanti<strong>na</strong>,Conselheiro Lafaiete, Corinto, Curvelo, Divinópolis, Formiga, Itabira, Itaú<strong>na</strong>, Ouro Preto,Pará <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s e outros.Uma análise mais <strong>de</strong>talhada da evolução da população <strong>urba<strong>na</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> <strong>na</strong>súltimas décadas <strong>de</strong>monstra a posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> <strong>na</strong> região <strong>central</strong>mineira. Desse modo, apresenta-se a tabela a seguir:Tabela 1. <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>: 1960/2000. Evolução da população municipal, por situação <strong>de</strong>domicílio, entre 1960 e 2000.POPULAÇÃOANOSCRESCIMENTO RELATIVO (%)1960 1970 1980 1991 2000 60-70 70-80 80-91 91-00 60-00TOTAL 41656 66585 100628 143950 184692 59.8 51.1 43.1 28.3 343.4URBANA 36482 61142 94604 140060 180613 67.6 54.7 48.0 29.0 395.1RURAL 5174 5543 6024 3890 4079 7.1 8.7 -35.4 4.9 -21.2Fonte: IBGE. Censos Demográficos <strong>de</strong> 1960, 1970, 1980, 1991 e 2000.Nas últimas quatro décadas <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> sofreu um expressivo crescimentopopulacio<strong>na</strong>l, notadamente no que respeita à expansão <strong>urba<strong>na</strong></strong>, cujo crescimento relativono período 1960-2000 foi ainda maior que o próprio crescimento da população total. Noque tange à população rural, observa-se uma variação negativa no lapso <strong>de</strong> tempoconsi<strong>de</strong>rado, não obstante as variações positivas registradas <strong>na</strong>s décadas <strong>de</strong> 1960, 1970e 1990. <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>, assim como a esmagadora maioria dos municípios brasileiros,experimentou o mesmo fenômeno <strong>de</strong> crescimento da população <strong>urba<strong>na</strong></strong> em <strong>de</strong>trimento docrescimento populacio<strong>na</strong>l rural, o qual se tornou característico do processo damo<strong>de</strong>rnização brasileira no período consi<strong>de</strong>rado. (NOGUEIRA, 1993)A contribuição dos fluxos populacio<strong>na</strong>is – migratórios e pendulares - <strong>na</strong> análise da<strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>/MG nos períodos <strong>de</strong> 1975-1980, 1986-1991 e1995-2000.Para a análise dos fluxos populacio<strong>na</strong>is – migratórios e pendulares -, <strong>de</strong> e para<strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> foram selecio<strong>na</strong>dos os primeiros quinze municípios para cada um dos tipos<strong>de</strong> fluxos, ou seja, emigração, imigração para três períodos distintos: 1975-1980, 1986-1991 e 1995-2000, além dos movimentos pendulares, para o ano <strong>de</strong> 2000. Tais períodosforam selecio<strong>na</strong>dos porque correspon<strong>de</strong>m a importantes momentos <strong>de</strong> levantamentoestatísticos do IBGE, ao longo da segunda meta<strong>de</strong> do século XX. Embora as tabelaselaboradas aqui tragam informações sobre os fluxos entre <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> e os cinqüentaprincipais municípios, a opção <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lisar ape<strong>na</strong>s os quinze primeiros obe<strong>de</strong>ceu aocritério da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> focalizar esse estudo em um universo menor, permitindo umaanálise mais pormenorizada daqueles valores mais expressivos.


Os fluxos emigratórios <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> para os três períodos consi<strong>de</strong>rados<strong>de</strong>monstram, em primeiro lugar, o peso, a importância da metrópole mineira. De fato, asaída para Belo Horizonte, <strong>de</strong>stino da maioria dos migrantes sete-lagoanos, éimpressio<strong>na</strong>nte diante dos números apresentados pelos outros 14 municípiosselecio<strong>na</strong>dos, nos três períodos. De fato, muito embora tenha havido uma diminuição como tempo <strong>na</strong> participação <strong>de</strong> Belo Horizonte <strong>na</strong> emigração <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>, esta ainda émuito intensa no período mais recente, ou seja, 39,25% do emigrantes escolheram acapital estadual com <strong>de</strong>stino no período <strong>de</strong> 1995-2000; entre 1975-1980 esta participaçãofoi <strong>de</strong> 48,30%, diminuindo para o período seguinte para 27,98%, ainda assim, um númeroexpressivo, tal como se po<strong>de</strong> observar pela análise da Tabela 2.Uma segunda constatação tem a ver com o predomínio <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos mineiros nostrês períodos. Nesse grupo inserem-se tanto municípios metropolitanos e da própriahinterlândia da cida<strong>de</strong>, muito próximos da mesma, como aqueles muito distantes. É ocaso, por exemplo, <strong>de</strong> Montes Claros, Uberlândia, Barbace<strong>na</strong> e João Pinheiro. Por outrolado, salienta-se o peso <strong>de</strong> São Paulo e Brasília como <strong>de</strong>stinos nos três períodos, ou seja,a importância da maior metrópole e todo o seu imenso po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> atração e da capitalfe<strong>de</strong>ral <strong>na</strong> emigração <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>. Além da proximida<strong>de</strong>, parece que, em boa medida,os fluxos emigratórios sete-lagoanos, têm a ver com a procura <strong>de</strong> lugares com gran<strong>de</strong><strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da escala em que for esta exercida - da microrregio<strong>na</strong>là <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Essa <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong>, obviamente, relacio<strong>na</strong>-se à posição ocupada pelo lugar, ascida<strong>de</strong>s em tela, <strong>na</strong>s re<strong>de</strong>s econômicas, <strong>urba<strong>na</strong></strong>s <strong>na</strong> essência, ou seja, quanto maisexpressiva, maior seria (é) a possibilida<strong>de</strong> da atração <strong>de</strong> migrantes (Tabela 2).Com relação à imigração para <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>, a Tabela 3 traz a participação dosprincipais fluxos segundo os municípios <strong>de</strong> origem. Belo Horizonte, tal qual <strong>na</strong> emigração,é a maior, sendo a diferença entre esta e os outros 14 municípios muito gran<strong>de</strong>. Ametrópole belo-horizonti<strong>na</strong> é a maior fornecedora <strong>de</strong> migrantes, nos três períodos em tela,sendo sua participação crescente com o passar do tempo: <strong>de</strong> 23,17% entre 1975-1980,para 39,40% entre 1995-2000.O peso da maior e mais importante metrópole brasileira permanece. De fato, Sãocomparece nos três períodos com participações significativas, sobretudo no período <strong>de</strong>1986-1991. A presença do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro só reforça a importância dasmetrópoles <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is nos dois fluxos migratórios <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>, principalmente <strong>na</strong>imigração e no período mais recente, 1995-2000, quando as duas metrópoles possuemexpressivas participações (Tabela 3).É notável a participação, nos três períodos selecio<strong>na</strong>dos, <strong>de</strong> municípios fora dahinterlândia sete-lagoa<strong>na</strong>, sobretudo daqueles localizados em regiões do norte mineiro,enquanto a participação dos municípios da citada hinterlândia é, comparativamentemenor. Da Região Metropolita<strong>na</strong> <strong>de</strong> Belo Horizonte, há somente um município, Contagem.A compreensão do quadro acima po<strong>de</strong> estar no fato <strong>de</strong> ser <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>, uma cida<strong>de</strong>média. Como já é sabido, as cida<strong>de</strong>s médias, enquanto lugares do trabalho e da técnica(SANTOS, 1996 e 2001) constituem-se em pontos <strong>de</strong> atração <strong>de</strong> imigrantes justamenteporque no atual ambiente da globalização da economia concentram as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>produção econômica, como resultado do espraiamento das ativida<strong>de</strong>s produtivas dasmetrópoles. De acordo com Garcia e Nogueira (2008, p. 4 e 5):A vitalida<strong>de</strong> econômica (das cida<strong>de</strong>s médias) é atestada por sua gran<strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar empregos, absorvendo significativa parcela daforça <strong>de</strong> trabalho, fato aliás, que remete à atração que tais cida<strong>de</strong>s têmsobre os migrantes. A diversificação e a concentração <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>sterciárias (comércio e serviços) indicam a senda da especializaçãoeconômica e funcio<strong>na</strong>l, o que não impe<strong>de</strong> que tais cida<strong>de</strong>s não possam,também, ter um setor industrial com forte presença <strong>na</strong> economia local.De acordo com Santos e Silveira (2001, p. 203), “[...] as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>


porte médio passam a acolher maiores contingentes <strong>de</strong> classes médiase um número crescente <strong>de</strong> letrados, indispensáveis a uma produçãomaterial, industrial e agrícola, que se intelectualiza”.Caracterizam-se tais cida<strong>de</strong>s, no geral, pela excelência dos padrões <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e pela presença <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informação, <strong>de</strong>transporte e <strong>de</strong> comunicação as mais mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong>s, garantindo-lhes umaintegração e uma interação sincrônica e simultânea com as gran<strong>de</strong>scida<strong>de</strong>s do país e do mundo. Fi<strong>na</strong>lmente, importa salientar, o papel<strong>de</strong>sempenhado pelas cida<strong>de</strong>s médias <strong>na</strong>s cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sua hinterlândiaou área <strong>de</strong> influência, ou seja, são elas as responsáveis pela difusão do<strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong> inovações, fato aliás indicativo do grau <strong>de</strong>importância da cida<strong>de</strong> média em sua área <strong>de</strong> atuação imediata.A análise dos movimentos pendulares, o terceiro fluxo populacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> <strong>Sete</strong><strong>Lagoas</strong>, para o ano <strong>de</strong> 2000, tal como <strong>de</strong>scrito <strong>na</strong> Tabela 4, traz algumas informaçõesinstigantes. Em primeiro lugar, a primazia <strong>de</strong> Belo Horizonte tanto <strong>na</strong> origem, como,sobretudo, no <strong>de</strong>stino. Certamente, o quantitativo <strong>de</strong> pessoas que trabalham e/ouestudam em Belo Horizonte, oriundos <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> é muito gran<strong>de</strong>, muito embora, hajaalguma expressivida<strong>de</strong> em sentido oposto. Trata-se <strong>de</strong> uma interação que bem <strong>de</strong>monstraas articulações entre os dois lugares, pen<strong>de</strong>ndo para a metrópole, <strong>de</strong>vido à sua enormecapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polarização dos espaços mais imediatos. Essa articulação, também, po<strong>de</strong>ser facilmente observada com relação a outros municípios metropolitanos da RMBH.A articulação com os municípios da própria hinterlândia está representada por 8lugares <strong>na</strong> origem e por 6 no <strong>de</strong>stino, em relação a <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>. Po<strong>de</strong>-se afirmar comsegurança que tal articulação reforça a polarização da microrregião, garantindo uma parteda <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> sete-lagoa<strong>na</strong>, uma vez que tal cida<strong>de</strong> é capaz <strong>de</strong> oferecer tanto ocupaçãono mercado <strong>de</strong> trabalho (ativida<strong>de</strong>s secundárias e um terciário bem <strong>de</strong>senvolvido), como,também, vagas nos ensinos médio profissio<strong>na</strong>lizante e superior (Tabela 2).Fato que suscita questio<strong>na</strong>mentos é a presença <strong>de</strong> lugares/municípios muitodistantes <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> nesse tipo <strong>de</strong> fluxo populacio<strong>na</strong>l. É o caso <strong>de</strong> São Paulo, do Rio<strong>de</strong> Janeiro, as maiores metrópoles <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Viçosa <strong>na</strong> Zo<strong>na</strong> da Matamineira. Tratar-se-iam <strong>de</strong> movimentos sema<strong>na</strong>is, quando o(s) indivíduo (s) permanece (m)no <strong>de</strong>stino durante a sema<strong>na</strong>, em dias úteis (<strong>de</strong> 2ª a 6ª feira), retor<strong>na</strong>ndo ao seu lugar <strong>de</strong>origem no fim-<strong>de</strong>-sema<strong>na</strong>? Esse tipo <strong>de</strong> pergunta somente será respondido por meio <strong>de</strong>investigações mais profundas e que não pertencem ao escopo <strong>de</strong>sse trabalho.


Tabela 2. <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>: 1975/2000. Emigrantes municipais segundo municipalida<strong>de</strong>sselecio<strong>na</strong>das <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino dos qüinqüênios 1975/1980, 1986/1991 e 1995/2000.Emigração1995/2000 1986/1991 1975/1980Município UF N Município UF N Município UF NBelo Horizonte MG 1558 Belo Horizonte MG 948 Belo Horizonte MG 2419Curvelo MG 242 Contagem MG 288 Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais MG 335Säo Paulo SP 204 Inhaúma MG 259 Brasília DF 270Matozinhos MG 199 Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais MG 231 Contagem MG 234Inhaúma MG 197 Montes Claros MG 201 Curvelo MG 221Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais MG 192 Papagaios MG 198 Pedro Leopoldo MG 204Ribeiräo das Neves MG 178 Curvelo MG 177 Säo Paulo SP 196Pedro Leopoldo MG 175 Pedro Leopoldo MG 168 Pirapora MG 180Brasília DF 172 Brasília DF 167 Matozinhos MG 164Contagem MG 154 Jequitibá MG 163 Felixlândia MG 158Montes Claros MG 154 Funilândia MG 155 Montes Claros MG 147Funilândia MG 152 Paraopeba MG 123 Joäo Pinheiro MG 133Joäo Pinheiro MG 138 Baldim MG 106 Inhaúma MG 132Uberlândia MG 134 Barbace<strong>na</strong> MG 104 Três Marias MG 108Santa<strong>na</strong> <strong>de</strong> Pirapama MG 120 Säo Paulo SP 100 Araçaí MG 107Divinópolis MG 112 Divinópolis MG 99 Cordisburgo MG 102Paraopeba MG 105 Ribeiräo das Neves MG 97 Vespasiano MG 99Jequitibá MG 104 Matozinhos MG 96 Funilândia MG 91Betim MG 104 Cordisburgo MG 86 Rio <strong>de</strong> Janeiro RJ 91Pompéu MG 95 Vitória ES 83 Ribeiräo das Neves MG 85Cachoeira da Prata MG 95 Cachoeira da Prata MG 81 Divinópolis MG 80Santo André SP 94 Araguaí<strong>na</strong> TO 79 Paraopeba MG 78Capim Branco MG 89 Diamanti<strong>na</strong> MG 78 Santa<strong>na</strong> <strong>de</strong> Pirapam MG 74Itaú<strong>na</strong> MG 84 Esmeraldas MG 77 Betim MG 69Lavras MG 81 Bauru SP 74 Formiga MG 69Ibiá MG 77 Porteirinha MG 73 Goiânia GO 61Santa Luzia MG 76 Fortu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s MG 71 Capim Branco MG 59Diamanti<strong>na</strong> MG 76 Pindamonhangaba SP 70 Corinto MG 58Pará <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s MG 74 Paracatu MG 69 Pompéu MG 56Coronel Fabriciano MG 71 Três Marias MG 66 Itaú<strong>na</strong> MG 56Nova Lima MG 71 Santa<strong>na</strong> <strong>de</strong> Pirapama MG 64 Ipatinga MG 55Juiz <strong>de</strong> Fora MG 71 Carmo do Para<strong>na</strong>íba MG 63 Salvador BA 51Marataízes ES 67 Uberlândia MG 60 Caetanópolis MG 46Papagaios MG 65 Orós CE 60 Coronel Fabriciano MG 42Várzea da Palma MG 64 Betim MG 57 Embu-Guaçu SP 41Patos <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s MG 61 Pompéu MG 56 Rio Branco AC 40Itaquaquecetuba SP 61 Santa Luzia MG 56 Jequitibá MG 38Araçaí MG 59 Arcos MG 55 Diamanti<strong>na</strong> MG 38Jundiaí SP 57 Felixlândia MG 53 Guarda-Mor MG 38Baldim MG 55 Caetanópolis MG 50 Cristali<strong>na</strong> GO 38Esmeraldas MG 55 Valinhos SP 49 Sabará MG 37Felixlândia MG 52 Santos Dumont MG 48 Uberlândia MG 36Säo Gonçalo do Abae MG 51 Sabará MG 48 Gover<strong>na</strong>dor ValadareMG 36Santo Antônio do MonMG 51 Itambacuri MG 47 Paracatu MG 35Conselheiro Lafaiete MG 49 Gouveia MG 45 Säo Ber<strong>na</strong>rdo do Ca SP 34Caetanópolis MG 46 Formosa GO 45 Säo Gonçalo do AbaMG 33Vinhedo SP 46 Igarapé MG 44 Oliveira MG 32Nova Serra<strong>na</strong> MG 45 Morada Nova <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong> MG 44 Santa Luzia MG 31Cordisburgo MG 44 Montanha ES 43 Araguari MG 31TOTAL 6379 TOTAL 5577 TOTAL 6868TOTAL GERAL 8427 TOTAL GERAL 7406 TOTAL GERAL 8330PERCENTUAL 75,7 PERCENTUAL 75,3 PERCENTUAL 82,4Fonte: IBGE. Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980, 1991 e 2000.


Tabela 3. <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>: 1975/2000. Imigrantes municipais segundo municipalida<strong>de</strong>s selecio<strong>na</strong>das <strong>de</strong>origem dos qüinqüênios 1975/1980, 1986/1991 e 1995/2000.Imigração1995/20001986/19911975/1980Município UF N Município UF N Município UF NBelo Horizonte MG 3452 Belo Horizonte MG 2672 Belo Horizonte MG 2122Curvelo MG 722 Curvelo MG 648 Santa<strong>na</strong> <strong>de</strong> Pirapama MG 1796Santa<strong>na</strong> <strong>de</strong> Pirapama MG 686 Santa<strong>na</strong> <strong>de</strong> Pirapama MG 620 Curvelo MG 917Contagem MG 492 Säo Paulo SP 373 Jequitibá MG 587Diamanti<strong>na</strong> MG 479 Bocaiúva MG 372 Diamanti<strong>na</strong> MG 455Corinto MG 378 Montes Claros MG 371 Cordisburgo MG 412Montes Claros MG 374 Jequitibá MG 344 Joäo Pinheiro MG 382Paraopeba MG 353 Cordisburgo MG 342 Corinto MG 367Rio <strong>de</strong> Janeiro RJ 297 Corinto MG 342 Buenópolis MG 366Várzea da Palma MG 280 Pompéu MG 297 Pompéu MG 339Três Marias MG 274 Buenópolis MG 285 Paraopeba MG 302Buenópolis MG 256 Várzea da Palma MG 231 Felixlândia MG 296Pirapora MG 245 Pirapora MG 227 Säo Paulo SP 283Cordisburgo MG 242 Paraopeba MG 217 Três Marias MG 269Säo Paulo SP 232 Diamanti<strong>na</strong> MG 216 Inhaúma MG 266Felixlândia MG 225 Campi<strong>na</strong>s SP 209 Pirapora MG 250Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais MG 218 Contagem MG 196 Esmeraldas MG 237Pompéu MG 216 Inhaúma MG 196 Montes Claros MG 234Morro da Garça MG 189 Três Marias MG 175 Funilândia MG 224Divinópolis MG 187 Joäo Pinheiro MG 172 Papagaios MG 221Jequitibá MG 163 Rio <strong>de</strong> Janeiro RJ 159 Araçaí MG 190Araçaí MG 160 Brasília DF 146 Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais MG 178Caetanópolis MG 153 Monte Azul MG 141 Caetanópolis MG 177Inhaúma MG 151 Vespasiano MG 137 Várzea da Palma MG 165Joäo Pinheiro MG 140 Congonhas do Norte MG 137 Gover<strong>na</strong>dor Valadares MG 153Raposos MG 138 Cachoeira da Prata MG 128 Cachoeira da Prata MG 151Baldim MG 137 Brasília <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s MG 118 Fortu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s MG 150Ribeiräo das Neves MG 118 Couto <strong>de</strong> Magalhäes <strong>de</strong> MMG 117 Rio <strong>de</strong> Janeiro RJ 147Funilândia MG 118 Capim Branco MG 116 Baldim MG 129Uberlândia MG 114 Pedro Leopoldo MG 115 Morada Nova <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s MG 114Pedro Leopoldo MG 108 Fortu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s MG 108 Abaeté MG 109Gouveia MG 107 Betim MG 99 Capim Branco MG 103Presi<strong>de</strong>nte Juscelino MG 104 Juiz <strong>de</strong> Fora MG 98 Araçuaí MG 103Inimutaba MG 104 Araçuaí MG 92 Matozinhos MG 103Brasília DF 99 Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais MG 88 Patos <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s MG 102Angra dos Reis RJ 94 Funilândia MG 86 Pedro Leopoldo MG 94Morada Nova <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong> MG 93 Buritizeiro MG 86 Brasília DF 90Pitangui MG 89 Porteirinha MG 85 Porteirinha MG 90Bocaiúva MG 89 Itaú<strong>na</strong> MG 85 Maravilhas MG 89Juiz <strong>de</strong> Fora MG 83 Viçosa MG 84 Pitangui MG 88Viçosa MG 82 Itaobim MG 80 Sacramento MG 88Esmeraldas MG 78 Juramento MG 80 Sabinópolis MG 79Itabira MG 75 Esmeraldas MG 79 Coronel Fabriciano MG 77Marabá PA 74 Morro da Garça MG 79 Bocaiúva MG 73Ipatinga MG 74 Coronel Fabriciano MG 78 Divinópolis MG 72Curitiba PR 73 U<strong>na</strong>í MG 77 Santo Hipólito MG 70Paracatu MG 71 Papagaios MG 71 Capitäo Enéas MG 70Teófilo Otoni MG 71 Formiga MG 71 Gouveia MG 60Bom Despacho MG 68 Capelinha MG 69 Ribeiräo das Neves MG 60TOTAL 12824 TOTAL 11413 TOTAL 13499TOTAL GERAL 16670 TOTAL GERAL 14625 TOTAL GERAL 17075PERCENTUAL 76,93 PERCENTUAL 78,04 PERCENTUAL 79,06Fonte: IBGE. Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980, 1991 e 2000.


Tabela 4. <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>: 2000. Movimentos pendulares segundo municipalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> origem e <strong>de</strong>stinodos fluxos em 2000.Movimento pendularOrigemDestinoMunicípio UF N Município UF NBelo Horizonte MG 495 Belo Horizonte MG 2366Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais MG 468 Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais MG 248Contagem MG 180 Säo Paulo SP 155Inhaúma MG 172 Matozinhos MG 143Paraopeba MG 143 Contagem MG 140Cachoeira da Prata MG 129 Papagaios MG 138Pedro Leopoldo MG 111 Pedro Leopoldo MG 136Araçaí MG 106 Inhaúma MG 118Caetanópolis MG 100 Rio <strong>de</strong> Janeiro RJ 99Cordisburgo MG 94 Caetanópolis MG 82Funilândia MG 87 Esmeraldas MG 72Curvelo MG 82 Viçosa MG 68Matozinhos MG 81 Betim MG 65Betim MG 81 Funilândia MG 61Baldim MG 57 Paraopeba MG 56Esmeraldas MG 56 Cachoeira da Prata MG 50Jequitibá MG 52 Capim Branco MG 47Santa<strong>na</strong> <strong>de</strong> Pirapama MG 50 Curvelo MG 44Gouveia MG 45 Montes Claros MG 43Vespasiano MG 40 Cordisburgo MG 37Montes Claros MG 39 Araçaí MG 35Fortu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s MG 39 Flores <strong>de</strong> Goiás GO 32Capim Branco MG 35 Nova Lima MG 31Turmali<strong>na</strong> MG 31 Jequitibá MG 30Santa Luzia MG 29 Diamanti<strong>na</strong> MG 29Ribeiräo das Neves MG 29 Uberaba MG 29Três Marias MG 27 Vespasiano MG 29Pirapora MG 23 Santa<strong>na</strong> <strong>de</strong> PirapamMG 29Vazante MG 23 Ouro Preto MG 28Lagoa dos Patos MG 22 Pirapora MG 28Brumadinho MG 22 Corinto MG 23Itaú<strong>na</strong> MG 22 Alfe<strong>na</strong>s MG 23Coronel Fabriciano MG 20 Pompéu MG 21Caeté MG 19 Buenópolis MG 19Presi<strong>de</strong>nte Juscelino MG 19 Muriaé MG 19Sabará MG 18 Juiz <strong>de</strong> Fora MG 19Pará <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s MG 18 Uberlândia MG 19Caratinga MG 17 Nova Serra<strong>na</strong> MG 16Baräo <strong>de</strong> Cocais MG 16 Florestal MG 16Miguel Pereira RJ 16 Capelinha MG 15Várzea da Palma MG 15 Cachoeiro <strong>de</strong> ItapemES 12Mi<strong>na</strong>s Novas MG 14 Cabeceira Gran<strong>de</strong> MG 12Guanhäes MG 14 Itatiaiuçu MG 12Säo Gonçalo do Rio PreMG 14 Barbace<strong>na</strong> MG 12Ipatinga MG 13 Jaíba MG 11Säo Joäo Evangelista MG 13 Brasília DF 11Congonhas do Norte MG 12 Ribeiräo das Neves MG 11Lagoa Santa MG 11 Baräo <strong>de</strong> Cocais MG 11Barreiros PE 11 Belo Vale MG 11TOTAL 3228 4756TOTAL GERAL 3538 5731PERCENTUAL 91,2 82,99Fonte: IBGE. Censo Demográfico <strong>de</strong> 2000.


De acordo com Nogueira (2003) a evidência da importância da cida<strong>de</strong> em suahinterlândia, seu raio <strong>de</strong> ação, tipo e grau <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> das interações estabelecidascom essa hinterlândia <strong>de</strong>ve ser buscada <strong>na</strong> i<strong>de</strong>ntificação e análise dos diversos setoreseconômicos sete-lagoanos.Destaca-se o papel das ativida<strong>de</strong>s agropecuárias <strong>na</strong> construção da <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong><strong>urba<strong>na</strong></strong> ao longo dos séculos XIX e XX, complementadas pelo florescimento dasativida<strong>de</strong>s industriais – si<strong>de</strong>rurgia do gusa, do setor <strong>de</strong> autopeças e da montadora <strong>de</strong>veículos utilitários leves -, <strong>na</strong>s últimas décadas do século XX e <strong>na</strong> primeira do atual, aforatodos os itens que conferem, também, importância à cida<strong>de</strong>: a presença <strong>de</strong> um hospitalregio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong> várias unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino superior e médio profissio<strong>na</strong>lizante, e amo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> das infra-estruturas viárias, <strong>de</strong>ntre outras .Os mapas a seguir ilustram em parte esses processos pois <strong>de</strong>monstram o alcance<strong>de</strong> relações <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> em Mi<strong>na</strong>s Gerais e permite que se observe uma importantedimensão da <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> da cida<strong>de</strong> ao espacializar tais articulações, revelandointerações socioespaciais e econômicas potenciais com muitas cida<strong>de</strong>s em território<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (Mapa 1, 2, 3 e 4).


Mapa 1. <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>: 1975/2000. Migrantes municipais segundo municipalida<strong>de</strong>s selecio<strong>na</strong>das <strong>de</strong>origem e <strong>de</strong>stino dos qüinqüênios 1975/1980, 1986/1991 e 1995/2000. Fluxos acima <strong>de</strong> 1000 pessoas.Fonte: IBGE. Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980, 1991 e 2000.Mapa 2. <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>: 1975/2000. Migrantes municipais segundo municipalida<strong>de</strong>s selecio<strong>na</strong>das <strong>de</strong>origem e <strong>de</strong>stino dos qüinqüênios 1975/1980, 1986/1991 e 1995/2000. Fluxos <strong>de</strong> 100 pessoas.Fonte: IBGE. Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980, 1991 e 2000.


Mapa 3. <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>: 1975/2000. Migrantes municipais segundo municipalida<strong>de</strong>s selecio<strong>na</strong>das <strong>de</strong>origem e <strong>de</strong>stino dos qüinqüênios 1975/1980, 1986/1991 e 1995/2000. Fluxos <strong>de</strong> 10 pessoas.Fonte: IBGE. Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980, 1991 e 2000.


Mapa 4. <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>: 1975/2000. Movimentos pendulares municipais segundo municipalida<strong>de</strong>sselecio<strong>na</strong>das <strong>de</strong> origem e <strong>de</strong>stino em 2000.Fonte: IBGE. Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980, 1991 e 2000.Consi<strong>de</strong>rações Fi<strong>na</strong>isO <strong>de</strong>staque que a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> possui <strong>na</strong> região <strong>central</strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Geraisconstitui o reflexo <strong>de</strong> um longo processo <strong>de</strong> formação e <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> uma<strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong>, a qual por sua vez, reflete-se <strong>na</strong> atual inserção adquirida pela cida<strong>de</strong> <strong>na</strong>re<strong>de</strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> mineira. Sua posição geográfica, <strong>de</strong> contato entre duas notáveis regiõesmineiras, <strong>de</strong> porta <strong>de</strong> entrada do sertão das Gerais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre foi um fator do maisalto valor, o qual, não passando <strong>de</strong>spercebido pelas pessoas do lugar, constituiu,verda<strong>de</strong>iramente, uma base crucial para as argumentações lógicas adotadas por taispessoas em busca <strong>de</strong> benefícios para o crescimento e o <strong>de</strong>senvolvimento da cida<strong>de</strong>. <strong>Sete</strong><strong>Lagoas</strong> não é ape<strong>na</strong>s um lugar <strong>central</strong>, distribuidor <strong>de</strong> bens e serviços para a suahinterlândia, mas é também um centro urbano possuidor <strong>de</strong> uma respeitável capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> polarização das cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sua região, influenciando e controlando, por intermédio <strong>de</strong>


sua ativida<strong>de</strong>s econômicas, políticas e sociais, o território e a vida <strong>de</strong> tais cida<strong>de</strong>s.(NOGUEIRA, 2003)A análise, aqui elaborada, dos fluxos populacio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> e para <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong><strong>de</strong>monstra que as interações e articulações com as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sua hinterlândia foramconfirmadas. Com a cida<strong>de</strong>/metrópole <strong>de</strong> Belo Horizonte tais articulações e interaçõessão <strong>de</strong> extrema relevância; reafirma-se a polarização exercida pela metrópole mineirasobre a cida<strong>de</strong> média. Complementarmente, verificou-se que se estabelecem articulaçõese interações com as três maiores metrópoles <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, fato que aliado ao primeiro nãoinvalida a tese da relativa <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>sGerais. Afi<strong>na</strong>l, sobre boa parte da mesopotâmia mineira (espaço entre os rios Paraopebae das Velhas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong> até a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Três Marias) essa<strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong>/polarização é exercida.Parece que uma parte das questões levantadas anteriormente foi equacio<strong>na</strong>da,tendo em vista a inegável contribuição da análise dos fluxos populacio<strong>na</strong>is para ainteligibilida<strong>de</strong> da <strong><strong>central</strong>ida<strong>de</strong></strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> sete-lagoa<strong>na</strong> <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>urba<strong>na</strong></strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais. Poroutro lado, essa análise não se esgota em si mesma, restando a necessida<strong>de</strong> da busca<strong>de</strong> novos estudos que indiquem outras dimensões <strong>de</strong> análise da problemática, sobretudo,no que se refere ao papel dos movimentos pendulares.Referências BibliográficasANASTÁSIA, Carla Maria J. A Sedição <strong>de</strong> 1736: estudo comparativo entre a zo<strong>na</strong>dinâmica da mineração e a zo<strong>na</strong> margi<strong>na</strong>l do sertão agro-pastoril do São Francisco. BeloHorizonte: UFMG, 1983. Dissertação. (Mestrado em Ciência Política).AZEVEDO, Guiomar Goulart. A região <strong>de</strong> <strong>Sete</strong> <strong>Lagoas</strong>: estudo geográfico. BeloHorizonte: IGC. 1963 a. Tese. (Livre Docência)BERNARDES, Lysia Maria Cavalcanti. O Rio <strong>de</strong> Janeiro e sua região. Rio <strong>de</strong> Janeiro:IBGE. 1964. 164 p.CRUZ, João José da. Esboço da formação histórico-geográfica <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais.Indicadores e Conjuntura, Belo Horizonte: Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Planejamento eCoor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral, v. 6, n. 2, p. 186-208, 1984.FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE MINAS GERIAS (CETEC), INSTITUTO DEGEOCIÊNCIAS APLICADAS (IGA). Estado <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais: regiões administrativas. BeloHorizonte: Fundação João Pinheiro, CETEC/IGA, 1997.FUNDAÇÃO IBGE. Censo Demográfico 2000. Disponível <strong>na</strong> INTERNET viahttp://www.ibge.gov.br. Arquivo consultado em 2010.__________ Contagem da População 2007. Disponível <strong>na</strong> INTERNET viahttp://www.ibge.gov.br. Arquivo consultado em 2010.——————.Censo Demográfico <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Fundação InstitutoBrasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística, 1991.——————. 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