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Entre o extrativismo e a agricultura familiar no Alto ... - SOBER

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XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong>"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"A partir desta perspectiva é que se insere o interesse em estudar a importância da<strong>agricultura</strong> <strong>familiar</strong> na região de Galheiros e principalmente, quais as atividades quepredomina fora do período de coleta. Sendo assim buscamos associar o conceito depluriatividade que segundo (SCHNEIDER & NAVARRO, 1998), está relacionado aodirecionamento das pessoas que vivem <strong>no</strong> meio rural buscarem alternativas de trabalho quenão seja agrícola, o que a princípio caracteriza dentro do contexto vivido na comunidade deGalheiros.Logo, este trabalho aborda um estudo de caso da comunidade de Galheiros,pertencente ao Distrito do Guinda, situado <strong>no</strong> <strong>Alto</strong> Jequitinhonha, mais especificamente <strong>no</strong>município de Diamantina, Minas Gerais, fazendo parte do chamado Cerrado de CamposRupestres, localizado em posição estratégica onde se extrai a maior quantidade de floresdestinadas ao comércio, segundo Giulietti et al. (1988). Daí a importância de se conhecer aatividade não agrícola de extração das Sempre-Vivas, seja para sua venda em forma natural,seja para a confecção de artesanato, bem como a atividade agropecuária, mesmo que empequena escala, uma vez que ambas as atividades estão inseridas em um mesmo meio.Sendo assim, os moradores de Galheiros serão o público-alvo deste trabalho para averificação dos questionamentos levantados durante a pesquisa, pois, além de estaremtrabalhando diretamente ligados a atividade extrativista, participam de organizaçõescomunitárias, ao qual serão verificadas durante o trabalho. Dentro desta perspectiva delimitaseo objetivo geral deste trabalho que será analisar a interação entre a exploração extrativistavegetal e a atividade agrícola <strong>familiar</strong> a partir das organizações existentes na comunidade deGalheiros. Para alcançarmos à plenitude do objetivo geral trataremos de identificar os ciclossazonais das Sempre-Vivas, das atividades agrícolas e a sua interação com as organizaçõesformais da comunidade de Galheiros.1.1. JUSTIFICATIVAA justificativa do trabalho se fundamenta a partir da importância econômica que acoleta das Sempre-Vivas tem para a comunidade de Galheiros, apesar dessa relevância, temocorrido uma exaustão da atividade, devido à pressão elevada da coleta sobre algumasespécies. Segundo Menezes e Giulietti (2000) o tamanho das populações naturais de diversasespécies de Sempre-Vivas principalmente da família (Eriocauláceae), tem diminuídodrasticamente em razão da coleta indiscriminada, somados ao fato das inflorescências seremremovidas antes da produção de sementes e algumas espécies apresentarem distribuiçãorestrita, sendo o caso das Syngonanthus que estão na lista de espécies ameaçadas de extinção,consideradas criticamente em perigo. Isto constitui um fator importante devido à dependênciaeconômica que se criou ao longo do tempo por muitas pessoas que dependem da atividade decoleta das flores.Em função da coleta extrativista e predatória, diversas espécies estão sendoameaçadas de extinção, como é o caso da Syngonantus Elegans, conhecida como “Sempre-Viva Pé-de-Ouro”, que comercialmente é a mais procurada. O número de pessoas quedepende da renda proveniente da coleta de Sempre-Vivas e seu artesanato vêm aumentandocada vez mais, devido à diminuição da atividade garimpeira na região de Diamantina, emfunção da fiscalização, e a falta de conhecimento <strong>no</strong> manejo da coleta das flores é realizado deforma predatória, onde plantas inteiras são arrancadas, com o intuito de se coletar maiorquantidade de plantas em me<strong>no</strong>r espaço de tempo, com me<strong>no</strong>r esforço. E para conferir umLondrina, 22 a 25 de julho de 2007,Sociedade Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia, Administração e Sociologia Rural3


XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong>"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"maior valor econômico às plantas, as mesmas são coletadas antes que as sementesamadureçam de modo que o botão ainda esteja com a coloração branca. Tudo isso faz comque as plantas fiquem cada vez mais escassas, fazendo com que os coletores tenham quepercorrer distâncias maiores a fim de coletarem quantidades consideráveis de flores.A coleta das flores é realizada em períodos específicos do a<strong>no</strong>, sendo interesse destetrabalho verificar quais as outras atividades realizadas pela comunidade fora do período decoleta como a agropecuária, por exemplo, e se estas atividades geram algum tipo de rendaextra.A comunidade de Galheiros destaca-se das demais por possuir uma Associação deArtesãos, além da Associação Comunitária. Os artesãos são moradores da comunidade quedesenvolvem atividades como a confecção de artesanatos com as plantas colhidas <strong>no</strong> campo,portanto são pessoas que vivem <strong>no</strong> meio rural desenvolvendo atividades não-agrícolas, sendoeste tipo de atividade de fundamental importância para dar oportunidades de permanência dosmesmos <strong>no</strong> meio rural sem necessariamente trabalhar com sistemas agrícolas, dinamizandoassim as forma de ocupação.No <strong>Alto</strong> Jequitinhonha a atividade extrativista predominante foi a mineração umavez que as condições edafoclimáticas permitiram por muito tempo este tipo de exploração,destacando a atividade até hoje, contudo em me<strong>no</strong>r intensidade. Tais condiçõesedafoclimática (solos rasos, are<strong>no</strong>sos e pedregosos, ácidos, clima ame<strong>no</strong>, etc.) se tornaram umfator limitante para as práticas da <strong>agricultura</strong> convencional e pecuária intensiva, uma vez queestas práticas exigem grandes demandas de áreas favoráveis e necessidade de apoio técnico. Aregião é caracterizada por pequenas propriedades que produzem em escala <strong>familiar</strong>, nãoficando restrito a uma ou duas atividades agrícolas e sim a produção de várias culturas, comintenção a priori para o autoconsumo.A partir desta contextualização é que se insere a comunidade de Galheiros, onde sematerializa o questionamento deste trabalho relativo a interação existente entre a atividadeextrativista e agropecuária, e a preferência por uma ou outra atividade? Assim para verificaressa questão como <strong>no</strong>sso problema de pesquisa, propomos as seguintes hipóteses: a atividadeextrativista, mesmo estando ameaçada, pela extinção, como pela queda do número de flores<strong>no</strong> campo em função de coletas indevidas, ainda proporciona um maior retor<strong>no</strong> econômicopara Galheiros do que se estivessem trabalhando com a <strong>agricultura</strong>, considerando que os solosda região não possuem boa aptidão para este tipo de atividade; a segunda hipótese poderiaestar associada a um fator cultural, principalmente por Galheiros pertencer à região deDiamantina, onde a cultura do <strong>extrativismo</strong> sempre foi muito intensa, principalmente o<strong>extrativismo</strong> mineral, que ocorre desde a época de colonização, como a exploração dodiamante e ouro desde o século XVII.Assim propomos estas hipóteses para direcionarmos o <strong>no</strong>sso trabalho para análise daimportância da atividade extrativista e agropecuária em Galheiros. Para tanto analisaremosseus sistemas de produção <strong>familiar</strong>, por meio de dados obtidos de questionamentossocioeconômicos e pelo DRP (Diag<strong>no</strong>stico Rural Participativo), detectando anseios dacomunidade em relação à produção <strong>familiar</strong>, levando conseqüentemente a discussão sobre aimportância da produção agrícola <strong>familiar</strong>, informações estas que servirão de subsídios parafuturos trabalhos e, ou projetos de desenvolvimento local em parceria com instituiçõesgovernamentais como o estado, município, e universidade, assim como o terceiro setor e asinstituições privadas.Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,Sociedade Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia, Administração e Sociologia Rural4


XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong>"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"2. REVISÃO DE LITERATURAAbordaremos nesta revisão o paradigma da produção agrícola <strong>familiar</strong>, onde sebuscará os conceitos relacionados à <strong>agricultura</strong> <strong>familiar</strong>, que contemplem o trabalho. A partirdos quais correlacionaremos questões sobre a produção agrícola, enfocando a marginalizaçãoda <strong>agricultura</strong> <strong>familiar</strong>, como centro produtivo, e a sua importância para o Brasil,contextualizando-a historicamente <strong>no</strong> <strong>Alto</strong> Jequitinhonha, região esta situada <strong>no</strong> <strong>no</strong>rdeste deMinas Gerais, explorando mais especificamente a região de Diamantina.Segundo (LAMARCHE, 1993), em algumas regiões a <strong>agricultura</strong> <strong>familiar</strong> é de sumaimportância ao desenvolvimento da <strong>agricultura</strong> e dinamização da eco<strong>no</strong>mia de mercado, e emoutras ainda se fundamenta essencialmente sobre a eco<strong>no</strong>mia de subsistência.2.1. Compreendendo a <strong>agricultura</strong> <strong>familiar</strong>O conceito de <strong>agricultura</strong> <strong>familiar</strong>, não possui uma definição explicita, uma vez queesta envolve questões que vão além da produção agrícola. Assim defini–la seria admitir ople<strong>no</strong> conhecimento do termo a ponto de determinar sua funcionalidade. Contudo, adotamosneste trabalho a ênfase <strong>no</strong> conceito de <strong>agricultura</strong> <strong>familiar</strong> que está intimamente ligada ao deexploração agrícola <strong>familiar</strong> segundo Lamarche (1993), que corresponde a uma unidade deprodução agrícola onde a propriedade e o trabalho estão intimamente ligados a família.Para utilizarmos de forma coerente o entendimento de <strong>agricultura</strong> <strong>familiar</strong> <strong>no</strong> Brasilpor meio deste trabalho, vamos contextualizar historicamente este universo, a partir dasorigens coloniais, características estas que influenciam <strong>no</strong>tadamente a eco<strong>no</strong>mia e a sociedadebrasileira atualmente. Esta herança relegou ao Brasil, as grandes propriedades, baseeconômica fundamentada na mo<strong>no</strong>cultura de exportação e <strong>no</strong> regime de exploração dotrabalhador rural alicerçada sobre a escravidão.A partir dos a<strong>no</strong>s 60 com a chamada Revolução Verde implementou-se grandesproduções, com a utilização de alta tec<strong>no</strong>logia, e grande quantidade de insumos exter<strong>no</strong>s apartir do conhecido “tripé tec<strong>no</strong>lógico”, genética, química e mecanização, os agricultores<strong>familiar</strong>es, ficaram a margem desse desenvolvimento, uma vez que não se enquadravam <strong>no</strong>spadrões impostos por ela, e foi a partir deste momento que a população rural passou de 55%para 30%, ocasionando um inchaço <strong>no</strong>s grandes centros urba<strong>no</strong>s, processo este conhecidocomo êxodo rural (SCHNEIDER, 2001).Mesmo inserida neste processo histórico de espoliação, a <strong>agricultura</strong> <strong>familiar</strong> em<strong>no</strong>sso país segundo o FAO e INCRA (1996) apresentou dados que revelam a sua importância,onde 85% do total de propriedades rurais do país possuem até 100 ha, o que <strong>no</strong>s arremete ainterpretar que estas propriedades estão inseridas <strong>no</strong> contexto da <strong>agricultura</strong> <strong>familiar</strong>. Dentrodesta porcentagem de propriedades, cerca de 13,8 milhões de pessoas tem na atividadeagrícola praticamente sua única alternativa de vida, porém, segundo (SCHNEIDER &NAVARRO, 1998) <strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s, o êxodo rural vem diminuindo em função do sistema depluriatividade, uma vez que, o crescimento das atividades não agrícola tem sido observadofreqüentemente <strong>no</strong> meio rural.2.2. A <strong>agricultura</strong> <strong>familiar</strong> <strong>no</strong> <strong>Alto</strong> Jequitinhonha: entre duas realidadesO <strong>Alto</strong> Jequitinhonha é caracterizado pelo Bioma Cerrado, com relevo formado porgrandes planaltos, chapadas, entremeados por vales profundos e estreitos, e com terras poucoférteis e vegetação rasteira e arbustiva onde a possibilidade da prática de <strong>agricultura</strong> é bemlimitada segundo Galizoni (2000). Nesta região, as atividades econômicas estiveram pormuito tempo ligado a minerações decorrentes das bandeiras paulistas que chegaram as “MinasLondrina, 22 a 25 de julho de 2007,Sociedade Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia, Administração e Sociologia Rural5


XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong>"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"Gerais” a partir do século XVII. Esta região destacou-se por muito tempo em recursosminerais, como diamante e ouro, fato este que induziu seu povoamento a concentrar-se emáreas de grotas, onde peque<strong>no</strong>s agricultores <strong>familiar</strong>es fizeram suas lavouras de subsistência emantiveram suas criações de animais utilizando recursos próprios oriundos da região.Segundo (RIBEIRO et al. 2003), a população rural do <strong>Alto</strong> Jequitinhonha organizou-se emsistemas produtivos muito adaptados ao meio e às suas condições materiais, onde o trabalho<strong>familiar</strong> fundamentou-se num profundo conhecimento da natureza, <strong>no</strong> qual permitiu decidir oque coletar, onde plantar, como utilizar os recursos naturais disponíveis, e <strong>no</strong> uso comunal,conservacionista e extrativista dos recursos naturais, possibilitando as pessoas que viviamnaquele meio um conhecimento local, amplo, integrado com as relações sociais dereciprocidade.A região de Diamantina <strong>no</strong> estado de Minas Gerais além de pertencer ao <strong>Alto</strong>Jequitinhonha, está situada na faixa sul da Serra do Espinhaço Meridional, esta, por sua vezestende-se do estado de Minas Gerais até o Norte da Bahia, com aproximadamente milquilômetros de extensão, com altitudes que variam entre 800 a 2000 metros. Possuindo estaregião uma grande diversidade de solos, e condições especiais de clima, onde diferentesfisio<strong>no</strong>mias vegetais convivem harmonicamente, ao qual favorecem o desenvolvimento deuma flora típica, exclusiva desta região do Brasil (GIULIETTI et al. 1987). Cerca de 70% dossolos da Serra do Espinhaço, é constituído por Neossolo Litólico Psamítico típico (RLq),associados aos afloramentos rochosos, onde se encontram-se os Campos Rupestres, que, deacordo com as características físicas e químicas do solo, apresentam pouca aptidão agrícola(SILVA, 2005). Contudo, esta região possui uma vegetação herbácea arbustiva, com presençamarcante de arvoredos pouco desenvolvidos, oscilando entor<strong>no</strong> de dois metros de altura,ocorrendo em áreas com altitudes superiores a 900 metros em solos ácidos e pobres emnutrientes entre os afloramentos rochosos (RIBEIRO & WALTER, 1998).Embora não exista aptidão para a <strong>agricultura</strong>, os campos rupestres são dotados deuma vegetação capaz de desenvolver sobre solos are<strong>no</strong>sos e pedregosos, possuindo assimcaracterística peculiar, proporcionando uma grande riqueza em sua flora, ao qual se destacamas espécies conhecidas como Sempre-Vivas, que, segundo (GIULIETTI et al. 1988) sãoescapos e inflorescências que após serem removidas das plantas conservam a aparência deestrutura viva.2.3 A pluriatividade como forma de fixação das pessoas <strong>no</strong> meio ruralNo meio rural, parte significativa das unidades <strong>familiar</strong>es não desempenha maisexclusivamente atividades agrícolas, pois famílias na busca da ampliação do orçamentodoméstico recorrem às atividades realizadas fora da atividade agrícola. Schneider (2001)caracteriza e define esta busca como pluriatividade, sendo esta uma combinação permanenteda atividade agrícola com a não-agrícola, em uma mesma propriedade, que, pode ser umrecurso ao qual a família faz uso, para garantir a reprodução social do grupo ou do coletivoque lhe corresponde, assim, como também pode representar uma estratégia individual, dosmembros que constituem a unidade doméstica. Observamos também que segundo Carneiro eMaluf (2003) famílias pluriativas são aquelas em que um ou mais membros da unidade<strong>familiar</strong> exercem alguma atividade extra agrícola e, ou possuem fonte de renda nãoproveniente da <strong>agricultura</strong>. Sendo assim a pluriatividade revela-se como importantemecanismo de estratégia dos produtores para aumentarem a renda e viabilizar a manutençãoda família <strong>no</strong> meio rural. A comunidade de Galheiros a partir desta revisão se mostra com umperfil caracterizado pelos conceitos de agricultores <strong>familiar</strong>es pluriativos, que serãoverificados <strong>no</strong>s resultados e discussão do presente trabalho.Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,Sociedade Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia, Administração e Sociologia Rural6


XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong>"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"3. MATERIAL E MÉTODOSO delineamento utilizado neste trabalho é do tipo descritivo e explicativo, e buscaanalisar, descrever e explicar a exploração extrativista vegetal e a sua interação com aprodução agrícola <strong>familiar</strong> e a organização comunitária em Galheiros. Para tantodirecionamos <strong>no</strong>ssas análises para o método descritivo de Babbie (1983). Considerando odelineamento ou procedimento técnico, classifica-se também como um estudo de caso quesegundo Gil (1998) “[...] é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo um, ou de poucosobjetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento [...]”. Ainda o autordefine um estudo de caso como “[...] um estudo do conjunto de dados que descrevem umafase ou a totalidade do processo social de uma unidade, em suas várias relações internas e nassuas fixações culturais, quer seja essa unidade uma pessoa, família, profissional, instituiçãosocial, uma comunidade ou uma nação”.A pesquisa foi dividida em duas fases: a primeira foi o levantamento de materiaisbibliográficos por meio de fontes secundárias, como artigos científicos e livros. E, na segundafase, foram feitos levantamentos por meio de fontes primárias, a partir de entrevistas com autilização de questionários, calendário sazonal e diagrama de venn, onde foram levantadasquestões juntos aos moradores da comunidade de Galheiros. Para a execução da segunda fase,foram realizadas visitas <strong>no</strong>s quatro finais de semana do mês de outubro de 2006 nacomunidade de Galheiros com o intuito de trabalharmos com os questionários previamenteelaborados para responder as questões levantadas <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso trabalho.Após o levantamento das perguntas chaves para contemplar os <strong>no</strong>ssosquestionamentos, mobilizamos uma reunião junto à comunidade <strong>no</strong> mês de setembro de 2006para discutir cada pergunta, e em seguida aplicamos um questionário teste. Os tópicosabordados <strong>no</strong> questionamento foram:a) Principais atividades econômicas/produtiva da família;b) Principais dificuldades <strong>no</strong> trabalho com a <strong>agricultura</strong>;c) Principal fonte de renda da família;d) Forma de desenvolvimento das atividades produtivas: Individual, <strong>familiar</strong>, coletiva e/oumista;e) Quais as principais culturas implantadas na propriedade;f) Quais as formas de manejo produtivo utilizado na propriedade: sementes melhoradas,irrigação, correção e adubação do solo;g) Possui algum tipo de criação e qual(is);h) Em caso de venda, qual o desti<strong>no</strong> dos produtos;i) Quais principais espécies florestais coletadas;j) Época de coleta das flores, e da produção agrícola em suas propriedades;k) Participa de algum tipo de organização;l) Algum membro da família participa de atividade extrativista mineral.Por meio das respostas dos questionários, foi possível tabularmos as informações erealizar a interpretação dos dados, de acordo com os questionamentos. Neste trabalhoenglobamos um total de 21 famílias entrevistadas, aos quais treze eram homens e oitomulheres, em um total de 35 famílias existentes na comunidade.Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,Sociedade Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia, Administração e Sociologia Rural7


XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong>"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"Vale ressaltar, que as informações obtidas a partir dos questionários foramcomplementadas com os dados qualitativos construídos a partir da metodologia deDiagnóstico Rural Participativo, conhecidos como calendário sazonal e diagrama de venn,onde abordamos informações relevantes dos ciclos produtivos das principais atividadeseconômicas da comunidade e principais organizações atuantes na comunidade.4. RESULTADOS E DISCUSSÃOApresentaremos aqui neste tópico os resultados do trabalho de campo, assim comosua sistematização a partir da revisão literária. Os resultados dos dados coletados dacomunidade de Galheiros (Figura 1) demonstram que das 21 famílias entrevistas, 29 % temmaior preferência pelo trabalho de coleta de flores em campos naturais e pela <strong>agricultura</strong>igualmente, 19% só pela coleta, outros 19% pela coleta e artesanato, e 14% só pela<strong>agricultura</strong>, 9,5 têm preferência em trabalhar só pelo artesanato, e outros 9,5% são deaposentados ou de pessoas que desenvolvem algum trabalho fora.Já <strong>no</strong> artesanato, observamos que sua confecção é caseira e feita com materialcoletado pela própria família, onde utilizam a quantidade que consideram necessária para arealização de seus trabalhos, vendendo o excedente da coleta para a associação de artesãos dacomunidade. A associação por sua vez, após comprar este material, os vende para as pessoasda própria comunidade, que trabalham com artesanato, porém não trabalham com coleta, oucoletaram pouco ou quase nada. A venda do artesanato está diretamente ligada à quantidadede pedidos realizados pelos compradores de fora, para a associação, que repassa os pedidospara os associados de acordo com o que cada um pode oferecer, embora costumem sempre terem casa peças à espera de pedidos. Existem épocas onde os pedidos são maiores e o trabalhona confecção de artesanato se intensifica, um exemplo é a época antecedente ao natal, meadosdo mês de <strong>no</strong>vembro, onde existem diversos pedidos de guirlandas e outros trabalhos feitospelas pessoas.353029% das famílias2520151050Coleta deFlores eAgricultura19Coleta eArtesanato19Só Coleta14SóAgricultura9,5SóArtesanato9,5OutrosFigura 1: Atividades com maior tendência a trabalharExistem épocas onde os pedidos são maiores e o trabalho na confecção de artesanatose intensifica, um exemplo é a época antecedente ao natal, meados do mês de <strong>no</strong>vembro, ondeexistem diversos pedidos de guirlandas e outros trabalhos feitos pelas pessoas.Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,Sociedade Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia, Administração e Sociologia Rural8


XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong>"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"Um fator interessante a ser destacado, é que, a partir do calendário sazonal, foipossível observar que atualmente as pessoas estão coletando flores durante todo o a<strong>no</strong>, poisnão ficam mais restritas as flores mais tradicionais como a “Sempre-Viva Pé-de-Ouro”, porexemplo. É a partir das peças de artesanato, que as flores serão coletadas, o que abrange umainfinidade de espécies que antes não tinham valor econômico para venda na sua forma natural,sendo que, um dos principais motivos a levarem as pessoas buscarem alternativas, comoespecializarem-se <strong>no</strong> artesanato utilizando outras espécies de flores, foi devido à proibiçãofeita pelo IEF – Instituto Estadual de Florestas (Portaria 191/2005), e a intensificação dafiscalização, da coleta das Sempre-Vivas, em especial a “Pé-de-Ouro”, sendo esta a que aferiamaior valor econômico na venda em sua forma natural, a mesma ao qual questionamosanteriormente neste trabalho, como sendo uma das espécies que fazem parte da lista vermelhade espécies ameaçadas de extinção, segundo Menezes e Giulietti (2000).Isso repercutiu de maneira significativa na compra destas flores principalmente pelomercado exterior, onde não conseguem mais comprar devido a sua proibição.Conseqüentemente, o preço caiu abruptamente, uma vez que o maior mercado consumidor sefechou. Com o preço pago pelo quilo da flor hoje que é de R$3,00/kg, inviabilizou-se suacoleta, onde antes chegou a ser vendida por até R$20,00/kg, pois esta flor já se tor<strong>no</strong>u escassa,necessitando de muito tempo a procura de campos cada vez mais longe para conseguir coletarquantidade suficiente para venda, e ainda correndo o risco de não conseguir compradores.Quanto as principais dificuldades <strong>no</strong> trabalho com a <strong>agricultura</strong>, todos questionaramo problema que eles chamam de “terras fracas” que esta relacionado com o que a literaturaexpõe citado por Silva (2005), na revisão anterior, o qual diz que, cerca de 70% dos solos daSerra do Espinhaço, é constituído por Neossolo Litólico Psamítico típico (RLq), associados aafloramentos rochosos, onde se encontram os Campos Rupestres, que, de acordo com ascaracterísticas físicas e químicas do solo, não apresentam aptidão agrícola. Ressaltando que acomunidade de Galheiros está situada nessa faixa chamada Serra do Espinhaço, e o solo setorna um fator limitante para as pessoas trabalharem a <strong>agricultura</strong> com maior intensidade.<strong>Entre</strong>tanto na própria comunidade existem faixas de solo com profundidadesuficiente para implantação de culturas agrícolas com produção em escala <strong>familiar</strong>. Sendoassim todas as famílias entrevistadas, desenvolvem algum tipo de atividade agropecuária.Como podemos observar na (Figura 2), outro problema de dificuldade com a <strong>agricultura</strong>citado por todos, foi a falta de acesso a insumos, onde muitos questionaram que além da faltadeste, a de apoio técnico e também de conhecimento.Mesmo com tantas dificuldades relacionadas ao trabalho com a <strong>agricultura</strong>, é <strong>no</strong>távela diversidade com que eles conduzem suas lavouras, que é <strong>familiar</strong>, e voltado para oautoconsumo.100100(%) de Famílias8060402005738Acesso a insumosApoio TécnicoFalta deConhecimentoFigura 2: Principais dificuldades com o trabalho com a <strong>agricultura</strong>Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,Sociedade Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia, Administração e Sociologia Rural9


XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong>"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"As atividades produtivas mais citadas pelos produtores, podem ser avaliadas na(Figura 3), em que as culturas da mandioca e do café, são plantadas em 86% das propriedadesentrevistadas, destacando que, quase todos os cafés plantados na comunidade, foram cedidospela EMATER-MG – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais,através do programa Minas Sem Fome, onde também se trabalhou com hortaliças e frutíferas,e, em igual proporção ambas estão em 96% das propriedades entrevistadas; as frutíferas maiscitadas pelos entrevistados foram: a laranja, a maçã, o mamão, o pêssego, o abacaxi, a banana,a manga e a goiaba; já as hortaliças são plantadas ao longo do a<strong>no</strong>, segundo os entrevistados,com exceção na época das águas.O milho é plantado por 71% das famílias, enquanto o feijão é plantado por 62%.Tanto o milho quanto o feijão, algumas famílias que não plantam, alegaram não ser viável oplantio em seu solo, pois não “vinga”, outros alegaram falta de espaço em seu terre<strong>no</strong>, ealguns a falta de tempo devido as coletas. Ambos são plantados <strong>no</strong> inicio do período daságuas por volta de outubro a <strong>no</strong>vembro. <strong>Entre</strong>tanto, o chamado “feijão da seca” que éplantado <strong>no</strong> final de fevereiro, de acordo com os entrevistados. Os tratos culturais sãorealizados mais intensamente após o plantio do feijão e do milho, final de outubro meados de<strong>no</strong>vembro. E na horta <strong>no</strong> período de abril a junho. A irrigação é feita por meio de regadorespor todas as famílias. Esses regadores foram cedidos pela EMATER-MG.10096968686(%) Famílias80604020071623829141444Mandioca Milho Feijão Hortaliças Café FrutiferasSimNãoFigura 3: Culturas implantadas na propriedadeNo que diz respeito à produção animal, 52% das famílias entrevistadas possuicriação de bovi<strong>no</strong>s, destas 36% possui mais de 10 cabeças de gado, ficando o restante comuma média de duas cabeças de gado por família. Da mesma forma que acontece na<strong>agricultura</strong>, a produção animal, em especial de leite é <strong>familiar</strong>, e para consumo próprio, masas vezes ocorre a venda de leite para algum vizinho, ou uma família que abate algum animalpara vender a um açougue em Diamantina, não sendo esta uma prática rotineira. Foiobservado, que todos os entrevistados vacinam devidamente seus animais, e que, 57% dasfamílias possuem criação de aves, com o objetivo de consumo próprio, e de todas as famíliasentrevistadas, apenas uma possui criação de suí<strong>no</strong>s, também para consumo próprio.Em relação à renda adquirida, 48 % das famílias alegam que, sua principal fontefinanceira provém da coleta de flores <strong>no</strong> campo, 19% das famílias alegam que vemprincipalmente do artesanato, 24% da aposentadoria e 9% outros como garimpo e salário defora. (Figura 4).Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,Sociedade Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia, Administração e Sociologia Rural10


XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong>"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"605048% de Famílias40302010241990Coleta de Flores Aposentadoria Artesanato OutrosFigura 4: Porcentagem de famílias e a principal fonte de renda de cada umaObserva-se que, 76% das famílias entrevistadas recebem bolsa família, e todasdisseram que consideram esta uma fonte de renda tão importante quanto à renda provinda dacoleta, do artesanato, entre outras. Outro ponto relevante que deve ser levado em consideraçãoneste trabalho, é a quantidade significativa de pessoas que trabalharam, ou, em alguns casos,ainda trabalham <strong>no</strong> garimpo; cerca de 86% das famílias entrevistadas possui pelo me<strong>no</strong>s umapessoa ao qual já desenvolveu esta atividade, e hoje não mais o faz.Em relação às organizações na comunidade de Galheiros, foram identificadas duasassociações, uma associação dos artesãos e outra é a associação comunitária, através dodiagrama de venn, foi observada uma grande satisfação das pessoas entrevistadas pelas duasassociações, ambas de grande importância e aceitação pelas famílias da comunidade, porquesegundo elas, a comunicação é facilitada entre as famílias. Na associação dos artesãos 29pessoas são associadas, porém a maioria da comunidade possui algum vínculo com a mesma,uma vez que esta tem sido uma das grandes compradoras de flores para fins de artesanato.Das duas organizações existentes na comunidade, ambas representam importânciasdiferentes, sendo a associação dos artesãos, quem dita quais as flores mais coletadas, quemfacilita a negociação relacionada ao escoamento dos artesanatos produzidos pela comunidade,bem como barganha por melhores preços, é uma das principais responsáveis pela compra deflores dos próprios moradores da comunidade, seja para venda local, externa, ou paraconfecção de artesanatos. Já a associação comunitária, é o acesso mais rápido a todos dacomunidade para desenvolvimento de trabalhos com instituições, como a EMATER-MG, porexemplo, que desenvolveu trabalhos com a mesma.5. CONCLUSÃOEsta pesquisa evidenciou que os moradores da comunidade de Galheiros vêmmudando gradativamente as formas de trabalho que antes eram muito intensas em tor<strong>no</strong> dacoleta de Sempre-Vivas, para venda em sua forma natural, onde se dava muita importânciapara a espécie “Pé-de-Ouro” Syngonanthus elegans, porém devido à legislação atual e afiscalização dos órgãos governamentais, esta já não mais faz parte da prioridade de coleta dosmoradores da comunidade.Sendo assim, espécies que antes não faziam parte da lista de prioridades de coleta,hoje já têm grande importância, sendo um exemplo à “Capa de Coco”, e o “Musgo”, além demuitas outras espécies como, a chamada pelos coletores de “Temporona”. Essas <strong>no</strong>vasLondrina, 22 a 25 de julho de 2007,Sociedade Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia, Administração e Sociologia Rural11


XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong>"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"espécies têm possibilitado coletas durante todo o a<strong>no</strong>, uma vez que cada uma aparece <strong>no</strong>campo em épocas diferente, considerando que quando se coletava a “Pé-de-Ouro”, seu pico decoleta ocorria durante o mês de abril e maio, hoje, considerando que a comunidade soubeaproveitar a oportunidade de transformar as flores naturais em artesanato, com conseqüenteagregação de valor ao produto, o trabalho de coleta e confecção é realizado durante todo oa<strong>no</strong>. Isso tem possibilitado a uma <strong>no</strong>va forma de trabalho, em especial para as mulheres, ondetem desempenhado um papel preponderante na complementação da renda <strong>familiar</strong>, reforçandoas relações de equidade de gênero. A partir dessas mudanças Galheiros tem se tornado umacomunidade referencia para as demais da região.Em relação às atividades agrícolas, o fato de as terras serem consideradas “fracas” éum fator essencial da desmotivação para o desenvolvimento da atividade, uma vez que, apesarde todos plantarem algum tipo de cultura ou ter algum tipo de criação, a produtividade émuito baixa quando comparada ao esforço gasto para a atividade, onde se utiliza a produçãoquase que exclusivamente para consumo da família, sendo este o motivo para continuidade.Logo deduzimos que pelo fato de ofertarem muito do seu tempo na coleta e confecção doartesanato, esta forma de trabalho acaba interferindo na produção agrícola, uma vez que aprioridade é do trabalho relacionado com as coletas, devido ao maior retor<strong>no</strong> econômico.Portanto, constatamos que a exploração extrativista tem uma forte influência sob osmoradores de Galheiros, considerando que a maioria das famílias já trabalhou com<strong>extrativismo</strong> mineral <strong>no</strong> garimpo e hoje desenvolvem atividades em campo na coleta deflores, e já se constitui um problema eminente na comunidade, a se tratar da exploração dosrecursos naturais. O fato de criarem alternativas como confecções de artesanatos e coletas deoutros tipos de flores, não diminui o problema, só o diferem, pois continuam dependendo, dosrecursos naturais, que se realizada de maneira não sustentável, terá o mesmo desti<strong>no</strong> daespécie “Pé-de-Ouro” Syngonanthus elegans. A renda retirada pelos moradores por meio dacoleta e do artesanato, não é suficiente para todas as despesas da casa, sendo a bolsa famíliaou aposentadoria, consideradas pelos que recebem tão importantes quanto à renda provinda deseus trabalhos. Ainda, visualizamos que, a produção agrícola retirada de suas propriedadesdestaca-se, por priorizar o autoconsumo, evitando assim, gastos extras.Sendo assim, se os moradores da comunidade continuar na dependência quase queexclusiva da coleta e do artesanato, estarão vulnerabilizados pelas crises do mercado queabsorvem os artesanatos, que é sensível às variações econômicas, por não tratarem de bens deprimeira necessidade, bem como a constante falta da matéria prima, por se tratar de recursosnaturais, que é sensível as variações climáticas e principalmente a interferências antrópicasem seu ciclo de vida. Daí a importância na diversificação das atividades na comunidade, sejaela extrativista, e, ou produtiva, destacando a atividade agropecuária, como forma deconsumo, troca ou venda de excedente, dinamizando assim o comércio local e garantindo asegurança alimentar e nutricional primordial para vida humana.6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBABBIE, E. The practice of Social Relatious: the structure of arquiry. 3.ed. California/USA:Wadsworth Publishing Co. Belmont, 1983.CARNEIRO, M. J.; MALUF, R. S. Para Além da Produção: multifuncionalidade eAgricultura Familiar. Rio de Janeiro: MAUAD, 2003.Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,Sociedade Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia, Administração e Sociologia Rural12


XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong>"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"FAO/INCRA. Perfil da <strong>agricultura</strong> <strong>familiar</strong> <strong>no</strong> Brasil: dossiê estatístico. Brasília: FAO/Incra,1996.GALIZONI, F. M. A terra construída. São Paulo: IFHC/UNICAMP, 2000. (Dissertação demestrado).GIL, A. C. Como elaborar Projetos de pesquisa. São Paulo: Editora ATLAS, 1998.GIULIETTI, A. M.; MENEZES, N. L; PIRANI, J. R.; MEGURO, M. & WANDERLEY, M.G. L Flora da serra do Cipó, Minas Gerais: caracterização e lista de espécies, v. 9, SãoPaulo: Bolm. Bot, USP, 1987. pp.1-151.GIULIETTI, N.; et al. Estudos de Sempre-Vivas: importância econômica do <strong>extrativismo</strong> emMinas Gerais, Brasil. In: Acta bot. Bras. v.1, n.2, 1988 pp.179-192.LAMARCHE, H. A (coord.); Tradução: Tijiwa, A M. Agricultura Familiar: Comparaçãointernacional. Campinas: Unicamp, 1993.MENEZES, N. L. & GIULETTI, A. M. Campos rupestres In: MENDONÇA, M. P.; LINS, V.(Org). Lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção da flora de Minas Gerais. BeloHorizonte: Fundação Biodiversitas, Fundação Zôo-Botânica de Belo Horizonte, 2000. pp.65-73.RIBEIRO, E. M.; et al. A Feira e o Trabalho Rural <strong>no</strong> <strong>Alto</strong> Jequitinhonha: Um estudo de casoem Turmalina, Minas Gerais. In: Unimontes Científica, v.5, n.1, jan./jun. Montes Claros:Unimontes 2003.RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisio<strong>no</strong>mias do Bioma do Cerrado. In: SANO, S.M.;ALMEIDA, S.P. (ed). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA/CPAC, 1998.pp.89-166.SCHNEIDER, S. Estudos Sociedade e Agricultura: A pluriatividade como estratégia dereprodução social da <strong>agricultura</strong> <strong>familiar</strong> <strong>no</strong> Sul do Brasil. Porto Alegre: UFRGS, 2001.pp.164-184.SCHNEIDER, S. & NAVARRO, Z. Agricultura e Novas Formas de ocupação <strong>no</strong> Meio Rural(Um estudo sobre as Tendências Recentes) In: AGUIAR, D.R.& PINHO, J. B. OAgronegócio Brasileiro: Desafios e Perspectivas. Brasília: Sociedade Brasileira de Eco<strong>no</strong>miae Sociologia Rural, 1998. pp.617-633.SILVA, A. C. Solos. In: SILVA, A. C. et al. Serra do Espinhaço Meridional: paisagens eambientes. Belo Horizonte: O Lutador, 2005. pp.59-77.Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,Sociedade Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia, Administração e Sociologia Rural13

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