13.07.2015 Views

Conservadorismo, Educação e Tomismo no Império brasileiro - UEM

Conservadorismo, Educação e Tomismo no Império brasileiro - UEM

Conservadorismo, Educação e Tomismo no Império brasileiro - UEM

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Revista Brasileira de História das Religiões – A<strong>no</strong> I, n. 3, Jan. 2009 - ISSN 1983-2859Dossiê Tolerância e Intolerância nas manifestações religiosas_______________________________________________________________________________Dom Antônio, logo que assumiu o bispado em 1852, promulgou o Regulamentopara ordinandos 10 e o Regulamento ao clero 11 . Os regulamentos submetiam o clero aum estatuto, cujo objetivo era impor <strong>no</strong>va conduta, distinta daquela que vinha sendoassumida pelos padres liberais. É importante salientar que a reação da Igreja Católica àmodernidade recaiu consideravelmente sobre os padres seculares, os quais deveriam seapresentar como um grupo distinto da sociedade emergente.Essa imposição de <strong>no</strong>vas condutas, que foi pensada como uma reforma religiosa<strong>no</strong> contexto da sociedade do século XIX, se legitimou a partir de um discurso filosóficoteológicodisposto na educação. A educação assumiu um caráter estruturante <strong>no</strong>paradigma religioso que estava sendo almejado e o seminário episcopal uma peça chaveà difusão de <strong>no</strong>vas práticas e representações religiosas. A educação oferecida pelahierarquia católica garantia uma <strong>no</strong>va religiosidade entre os padres e conseqüentementeentre os fiéis.A fundação do seminário de São Paulo, em 1856, foi motivada pelos anseios dereforma da hierarquia católica romana e pelos interesses políticos da monarquia de domPedro II, que iam ao encontro dos interesses particulares de alguns grupos a quepertenciam à elite agrária paulista. A ala conservadora da elite paulistana que seorganizava <strong>no</strong> oeste paulista encontrara na figura do bispo dom Antônio seurepresentante político e religioso. Como bispo, dom Antônio conseguiu congregar asforças conservadoras do Oeste Paulista e do Vale do Paraíba. Os aristocratascafeicultores participaram das comissões organizadas para a construção do prédio egarantiram posteriormente o desenvolvimento do Seminário São Paulo enviando seusfilhos para lá efetivarem seus estudos.Entre 1856 e 1879, o desenvolvimento do seminário se deu sob a administraçãodos capuchinhos franceses. O corpo docente e a administração educacional desseestabelecimento de ensi<strong>no</strong> era composto exclusivamente pelos clérigos da Ordem dosCapuchinhos de Savóia. De acordo com as correspondências entre o papa Pio IX e obispo dom Antônio, o seminário deveria funcionar dentro das condições dispostas na10 MELO, Antônio Joaquim de. Regulamento para ordinandos. São Paulo, 1952. Arquivo da CúriaMetropolitana de São Paulo, pastas avulsas do Seminário Episcopal de São Paulo 1854-1864, p. 1-6.11 MELO, Antônio Joaquim de. Regulamento ao clero. 2 de agosto de 1851. Arquivo da CúriaMetropolitana de São Paulo. Documentos Interessantes, p.27-42. Estante 15, gaveta 79, n.52.244

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!