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Conservadorismo, Educação e Tomismo no Império brasileiro - UEM

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Revista Brasileira de História das Religiões – A<strong>no</strong> I, n. 3, Jan. 2009 - ISSN 1983-2859Dossiê Tolerância e Intolerância nas manifestações religiosas_______________________________________________________________________________De acordo com José Murilo de Carvalho 4 , a elite brasileira foi pensado dentro deum projeto educacional, proposto por dom João VI, que visava à unificação ideológicada elite política por intermédio da educação superior. Nesse sentido foram criadas asprimeiras faculdades de ensi<strong>no</strong> superior destinadas à formação ideológica da elitepolítica. A predominância da atividade agrícola, mantida pelo modo de produçãoescravocrata, configurou a presença hegemônica de uma elite agrária, que a partir doséculo XIX foi impelida à formação educacional, condição sine qua <strong>no</strong>n para continuargarantindo seus predomínios políticos. De acordo com a monarquia instituída eraimportante a presença de escolas superiores <strong>no</strong> país, já que impediam a saída dessa elitepara a Europa onde o ensi<strong>no</strong> estava permeado por um ideal revolucionário subversivo àordem monárquica que se impunha <strong>no</strong> Brasil <strong>no</strong> contexto da sua emancipação política.As escolas superiores <strong>no</strong> Brasil eram mantidas pelos professores europeus. Estes,porém, compunham as alas conservadoras, contrária a revolução política e, atendiamaos princípios ideológicos dispostos <strong>no</strong> pensamento monárquico em vigor.A monarquia brasileira, definida sob o padroado régio, garantiu a participação doclero católico na estrutura política dominante. Dentro das implicações desta políticamonárquica os clérigos eram mantidos como funcionários do estado, assim como osmilitares e a grande maioria dos magistrados que compunham as câmaras dossenadores, deputados e ministros.Na estrutura da colônia, os seminários episcopais - local de formação do clero -careciam de professores e conteúdos, o bispo era quem ministrava todas as matérias,usando como recinto uma das salas da sua casa, ordenando em pouco mais de um a<strong>no</strong>.A participação dos bispos se fez decisiva na manutenção do catolicismo <strong>no</strong> Brasil entreos a<strong>no</strong>s que marcam a expulsão dos jesuítas e a vinda da corte portuguesa. Nesseperíodo, que envolve a segunda metade do século XVIII, os precários meios decomunicação frente à extensão territorial brasileira, favoreceram a definição de um cleroheterogêneo ideologicamente quanto às posturas religiosas e políticas. Vale lembrar queos bispos que assumiam encargos <strong>no</strong> Brasil vinham da Europa e, inevitavelmentetraziam as influências de um pensamento filosófico que estava questionando ahierarquia política monárquica e religiosa.4 Cf: CARVALHO, José Murilo. A construção da ordem: a elite política imperial. Rio de Janeiro:Campus, 1980.241

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