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Conservadorismo, Educação e Tomismo no Império brasileiro - UEM

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Revista Brasileira de História das Religiões – A<strong>no</strong> I, n. 3, Jan. 2009 - ISSN 1983-2859Dossiê Tolerância e Intolerância nas manifestações religiosas_______________________________________________________________________________se insere o Seminário Episcopal, indica a eficácia do Estado Monárquico quanto àdefinição de uma linha ideológica comum sobre a nação.Para os paulistas o Seminário de São Paulo foi construído e se desenvolveucomo centro de difusão do ensi<strong>no</strong> qualificado e diferenciado pela difusão de uma moralhumanística. O pensamento religioso se opunha às manifestações e anseios do homemmoder<strong>no</strong>, consideradas um caminho para degradação humana. O catolicismo ia contraos questionamentos suscitados pela sociedade submetida aos impactos da modernizaçãoque, motivada pelos avanços tec<strong>no</strong>lógicos proporcionavam uma mudança <strong>no</strong> paradigmade conhecimento.Os tomistas mantinham uma linha de questionamento que prezava pelapermanência da sociedade pré-capitalista. Esta forma de existir do pré-capitalismo,ligada à vida <strong>no</strong> campo, encontrou paralelos na sociedade brasileira do século XIX,sobretudo, naquela que se configurava na província de São Paulo com a ascensão daeco<strong>no</strong>mia cafeeira.Os cursos de filosofia, estruturado nas instituições de ensi<strong>no</strong> do país, garantirama predominância do pensamento tomista <strong>no</strong> Brasil. O tomismo, <strong>no</strong> Brasil Monárquico,teve grande expressão, não se restringindo a uma concepção teologia defendidaexclusivamente pelo clero dos seminários conservadores. Mesmo permeado peloecletismo, o tomismo foi defendido nas academias brasileiras sob a proteção da corte,repercutindo <strong>no</strong> conjunto da mentalidade da elite política-econômica.Considerando que por intermédio dos bispos e padres a escolástica tomista sepropagou <strong>no</strong> Brasil desde o século XVIII e continuou sendo constituída em meio aodiscurso da modernidade durante o século XIX, trata-se de uma vertente do pensamento<strong>brasileiro</strong>, disposta <strong>no</strong> processo histórico das instituições de ensi<strong>no</strong>; um elemento delonga duração da cultura brasileira que permeia a ordem política e sócio-cultural. Aproclamação da república <strong>no</strong> final do século XIX põe fim ao padroado régio <strong>brasileiro</strong>.A partir de então o clero deixou de ser um membro da ordem política instituída, ou seja,um funcionário do Estado. Contudo os bispos e padres, submetidos exclusivamente àhierarquia continuaram difundindo o pensamento tomista <strong>no</strong> Brasil por intermédio daeducação, posto que não foram impedidos de exercer seu papel de educadores dasociedade. Na passagem do século XIX para o XX a educação tor<strong>no</strong>u-se o espaço poronde a Igreja Católica continuou garantindo os paradigmas de conhecimento de uma254

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