ver várias entidades, cada uma com sua articulação, elas estão reunidasno Fórum”, acrescenta a integrante.d) O Fórum como ator na esfera pública. Por fim, é importante destacaras atividades de representação política que o Fórum exerce junto aopoder Executivo e ao poder Legislativo, que, ao nosso ver, têm resulta<strong>do</strong>na constituição de um embrião de esfera pública em torno daquestão orçamentária. Neste ponto, é bastante significativo o depoimentode uma das lideranças <strong>do</strong> Fórum ligada ao Corecon: “O Fórumparticipa das audiências públicas sobre orçamento, realiza reuniõescom os verea<strong>do</strong>res, elabora questionários para levantamentode prioridades para a cidade e faz até mesmo manifestações públicas(...)”. Ele destaca que “o principal caminho utiliza<strong>do</strong> pelo Fórum é ode apresentar propostas a to<strong>do</strong>s os verea<strong>do</strong>res e negociar com alguns,sempre com o cuida<strong>do</strong> de trabalhar com um amplo leque partidário,para que a<strong>do</strong>tem as emendas para tramitação na Casa”.50No que concerne à dinâmica de funcionamento <strong>do</strong> Fórum, é possível inferirduas questões. A primeira, relativa à participação das instituições no Fórum:A pesquisa revela que essa participação tem como referência o interesseespecífico de cada instituição, que obtêm informações orçamentárias disponibilizadaspelo Fórum e podem apresentar suas demandas nos plantões enas reuniões que são promovi<strong>do</strong>s. Aqui, o papel exerci<strong>do</strong> pelo Fórum temduas dimensões, o de traduzir a informação, “<strong>do</strong> economês, orçamentês”, parauma linguagem simples, instrumentalizan<strong>do</strong> “as instituições nas suas ações”,e o de processar as demandas específicas de cada organização na forma deuma demanda coletiva. Entre as demandas trazidas ao Fórum, podemos destacaralgumas que surgiram na pesquisa: no caso <strong>do</strong> Grupo Pela Vida, questõesrelacionadas diretamente à saúde, sobretu<strong>do</strong> ligadas a distribuição demedicamentos de prevenção à Aids; no Projeto Legal, educação, moradia esegurança. Além disso, apareceu a necessidade de esclarecimentos sobre oque é da esfera <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e o que é atribuição <strong>do</strong> município.A segunda questão diz respeito à natureza da representação <strong>do</strong>s participantesno Fórum. Neste ponto, a pesquisa mostra processos diferencia<strong>do</strong>sde maior ou menor envolvimento institucional, o que tem implicaçõesna freqüência e regularidade da participação. As instituições quecompõem a coordenação têm mostra<strong>do</strong> grande comprometimento ao longoda história <strong>do</strong> Fórum, legitiman<strong>do</strong> o papel de liderança que seus integrantestêm exerci<strong>do</strong>. Mas, além disso, é importante destacar dinâmicasdesenvolvidas por outras organizações. Nas discussões semanais <strong>do</strong> GPV,o Fórum é freqüentemente tema de debates; com o Centro de Teatro <strong>do</strong>Oprimi<strong>do</strong> são realizadas reuniões, em uma dinâmica reconhecida comode reciprocidade, que permite a construção de seus textos e a montagemdas peças com os temas de discussão sobre o orçamento.
Propostas para o <strong>Controle</strong> <strong>Social</strong> <strong>do</strong><strong>Orçamento</strong>O Fórum Popular <strong>do</strong> <strong>Orçamento</strong> tem discuti<strong>do</strong> muito acerca <strong>do</strong> formato<strong>do</strong> orçamento público e elabora<strong>do</strong> algumas propostas de fiscalização econtrole social.Uma primeira questão, objeto de debate, se relaciona à natureza e aocaráter <strong>do</strong> orçamento. De fato, o orçamento é uma estimativa de receita euma previsão de despesas. Além disso, na legislação brasileira, o orçamentoé uma lei elaborada pelo poder Executivo e aprovada pelo Legislativo, quesó pode alterá-la por meio de emendas, sem que haja aumento de despesas.No entanto, a aprovação <strong>do</strong> orçamento é, de fato, autorizativa, poisnão gera direitos nem obriga o poder Executivo a realizar os planos eprogramas de trabalho com os recursos que foram planeja<strong>do</strong>s. Desta forma,a execução <strong>do</strong> plano expresso no orçamento depende sempre <strong>do</strong> compromissoe da vontade política <strong>do</strong> governo municipal.Na opinião <strong>do</strong>s integrantes <strong>do</strong> Fórum, essas características <strong>do</strong> orçamentogeram alguns problemas. É muito comum, por parte das organizações sociaise <strong>do</strong>s cidadãos em geral, a idéia de que o orçamento representa recursosgaranti<strong>do</strong>s para as obras e programas descritos na Lei Orçamentária Anual,sem contar que ele também contém valores apenas estima<strong>do</strong>s. Afinal, énecessário que a receita prevista seja realizada para a efetivação daquiloque está planeja<strong>do</strong>. Além disso, o Fórum considera uma falha o fato de a leiorçamentária ser apenas autorizativa. Para seus integrantes, ela corre o riscode se tornar uma peça de ficção ou mesmo um instrumento para finsobscuros. Por exemplo, observa-se uma prática muito comum <strong>do</strong>s governantesde economizar recursos no início da gestão, tradicionalmente conhecidacomo fazer caixa, para gastar no perío<strong>do</strong> eleitoral em obras, deforma a ganhar mais visibilidade e popularidade. Assim, os integrantes <strong>do</strong>Fórum argumentam que a lei deveria, pelo menos parcialmente, obrigar opoder Executivo a cumprir os planos e projetos previstos.Uma segunda questão abordada pelos coordena<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Fórum refereseao dispositivo aprova<strong>do</strong> na Lei Orçamentária Anual que autoriza previamenteo poder Executivo a remanejar as <strong>do</strong>tações orçamentárias dentro deum certo percentual <strong>do</strong> valor total <strong>do</strong> orçamento. Ao longo <strong>do</strong>s últimosanos, esse percentual, tem fica<strong>do</strong> em torno de 20%. Levan<strong>do</strong>-se em contaque a maior parte <strong>do</strong>s recursos da Prefeitura Municipal está comprometidacom gastos em pessoal, custeio (despesas com a manutenção e funcionamento<strong>do</strong>s serviços municipais) e em pagamento de dívidas, esse percentualpermite que o poder Executivo remaneje valores superiores àqueles destina<strong>do</strong>saos investimentos para a realização de obras e aquisição de equipamentos.Com o remanejamento em torno de 20%, não é necessário con-51
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