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Controle Social do Orçamento Público - Polis

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precário a saúde, educação, saneamento, equipamentos de cultura, lazere comunicação. São bairros com ruas sem pavimentação, esburacadas esem iluminação, que nada lembram a Cidade Maravilhosa. O Rio de Janeiroaparece com a imagem de uma cidade fragmentada, desigual, com fortesclivagens sociais.A outra face das desigualdades no interior da cidade é, sem dúvidaalguma, a favela carioca. Ainda segun<strong>do</strong> o Censo de 2000, 18,7% da populaçãocarioca reside em favelas 1 , o que corresponde a 1.092.783 pessoas.Diversos estu<strong>do</strong>s sobre o padrão de segregação na cidade têm mostra<strong>do</strong>que a favela permite aos seus mora<strong>do</strong>res “acessibilidade aos recursosurbanos concentra<strong>do</strong>s nas áreas superiores da cidade” ao mesmo tempoque, “essa proximidade física facilita o acesso a fontes de emprego e renda,o que também representa uma outra frente de sociabilidade entre o‘morro’ e o ‘asfalto’” (Prefeitura <strong>do</strong> Rio de Janeiro, maio de 2001).Muito associa<strong>do</strong> à problemática das favelas se encontra a questão daviolência. Mesmo não sen<strong>do</strong> um fenômeno restrito à cidade <strong>do</strong> Rio deJaneiro, mas liga<strong>do</strong> a todas as grandes metrópoles, tem se constituí<strong>do</strong> emuma das questões sociais de maior relevância desde o fim da década de80, quan<strong>do</strong> assistimos à associação <strong>do</strong> tráfico de drogas com o tráfico dearmas, transforman<strong>do</strong> as favelas em cenário de grande conflito arma<strong>do</strong>,violência e assassinatos. A gravidade desses conflitos tem leva<strong>do</strong> muitosanalistas, e sobretu<strong>do</strong> os meios de comunicação, ao extremo de comparara cena cotidiana da cidade a uma situação de guerra civil e as facçõescriminosas a um verdadeiro poder paralelo.A incidência <strong>do</strong>s diversos crimes sofre variação segun<strong>do</strong> os bairros eas regiões <strong>do</strong> município. Dividi<strong>do</strong> em grandes áreas, pode-se observar que“o Rio de Janeiro, em matéria de taxas de homicídio, é comparável à cidadede Miami num extremo e, no outro, à África <strong>do</strong> Sul. O índice verifica<strong>do</strong>na área mais rica (Zona Sul/Barra da Tijuca) não chega a ser propriamentebaixo (16,4 vítimas por 100 mil habitantes), mas é muito inferior ao registra<strong>do</strong>na Zona Oeste e nas regiões denominadas ‘Subúrbios I’ e ‘SubúrbiosII’” (Musumeci, 2001:10). Não restam dúvidas, a violência aumenta a distânciaentre classes, fragmentan<strong>do</strong> e dividin<strong>do</strong> a cidade nos espaços <strong>do</strong>sricos e <strong>do</strong>s pobres, cada vez mais encara<strong>do</strong>s como classes perigosas.Como alguns estu<strong>do</strong>s têm mostra<strong>do</strong>, os níveis de rendimento e educaçãotêm uma forte relação com o padrão de estruturação socioespacialda metrópole fluminense. Santos Junior (2001), analisan<strong>do</strong> o diagramada participação em organizações associativas na cidade, constata “queesse quadro se reproduz na constituição de um padrão espacial <strong>do</strong> associativismo,onde as áreas habitadas por segmentos de mais alta renda enível educacional tenderiam também a ser as áreas com maior grau deassociativismo, principalmente de tipo sindical, esportivo e cultural” (ibid.p.159). De forma inversa, as áreas habitadas pelos segmentos de mais1 Para o IBGE, aglomera<strong>do</strong>ssubnormais são gruposde mais de 50 unidadeshabitacionais dispostas demo<strong>do</strong> desordena<strong>do</strong> e denso,sobre terreno urbanoque pertence a terceiros, ecarente de serviços públicosessenciais. Os aglomera<strong>do</strong>ssubnormais, que noRio de Janeiro são identifica<strong>do</strong>sàs favelas, seopõem aos setores especiaisque constituiriam a cidadeformal.43

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