2 Idem.3 Idem.Passo Fun<strong>do</strong> é um município da região Sul, de porte médio, pre<strong>do</strong>minantementeurbano, com 168.458 habitantes. Dentre os <strong>do</strong>micílios, cercade 38% têm renda insuficiente 2 , bem aquém <strong>do</strong> índice de Lagoa Seca e,mais próximo <strong>do</strong> índice <strong>do</strong> Rio de Janeiro. O orçamento municipal previstopara 2002 era aproximadamente de R$ 84 milhões, quase R$ 500,00por habitante, por ano.O Rio de Janeiro, na região Sudeste, é a segunda maior cidade <strong>do</strong>País, com 5.857.904 habitantes e um orçamento estima<strong>do</strong> próximo deR$ 6,5 bilhões para 2002, o que equivale a quase R$ 1.110,00 por habitante,por ano, portanto, uma capacidade de investimento da administraçãomunicipal bastante superior aos <strong>do</strong>s outros <strong>do</strong>is municípios. Poroutro la<strong>do</strong>, o índice de <strong>do</strong>micílios com renda insuficiente nesse municípioé de 31,2% 3 . O Rio é a cidade mais desenvolvida <strong>do</strong> ponto de vistaeconômico entre as três, o que não isenta a sua população de viver gravesproblemas sociais.Em municípios tão díspares entre si <strong>do</strong> ponto de vista <strong>do</strong> tamanho dapopulação e <strong>do</strong> desenvolvimento econômico local e regional, as experiênciastambém são diferenciadas entre si, apesar de se utilizarem <strong>do</strong>s mesmosmecanismos legais para o controle social <strong>do</strong> orçamento público.Os estu<strong>do</strong>s revelam uma multiplicidade de méto<strong>do</strong>s construí<strong>do</strong>s parao acompanhamento <strong>do</strong> orçamento público. Revelam também como aindasão muitas as dificuldades para a fiscalização da alocação <strong>do</strong>s recursos epara que as demandas populares sejam incorporadas ao orçamento público,em qualquer um <strong>do</strong>s casos. São experiências, porém, que apontampara a potencialidade <strong>do</strong> controle social <strong>do</strong> orçamento público como formade tornar pública a arena de debate sobre as prioridades sociais.Os artigos estão organiza<strong>do</strong>s nos seguintes itens: (I) Cenário social epolítico da cidade com uma breve descrição <strong>do</strong>s problemas mais relevantesda cidade; (II) A história e a organização <strong>do</strong> ator social estuda<strong>do</strong> traçan<strong>do</strong>a trajetória que o levou a decidir exercer o controle social <strong>do</strong>orçamento público; (III) o processo de monitoramento <strong>do</strong> orçamento, destacan<strong>do</strong>a relação desse ator social com a Prefeitura, a Câmara de Verea<strong>do</strong>rese o Ministério <strong>Público</strong>; e (IV) um balanço da experiência com suasconquistas e dificuldades.Soma<strong>do</strong>s, eles apontam as muitas possibilidades de fazer <strong>do</strong> debatepúblico sobre o orçamento um caminho para a efetivação <strong>do</strong>s direitos.40
Fórum Popular de <strong>Orçamento</strong><strong>do</strong> Rio de JaneiroEsse texto foi elabora<strong>do</strong> por Junia da Cunha Lyrio a partir das pesquisasrealizadas por Marjorie de Almeida Botelho, Renato Elman e Vera MariaGalvão <strong>do</strong> Rio Apa. Agradecemos as entrevistas concedidas pelos coordena<strong>do</strong>res<strong>do</strong> Fórum Popular <strong>do</strong> <strong>Orçamento</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, por participantesda Companhia <strong>do</strong> Teatro <strong>do</strong> Oprimi<strong>do</strong>, da Associação de Mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> Leme, <strong>do</strong> Grupo pela Vida e pelos verea<strong>do</strong>res. Agradecemos tambémos membros <strong>do</strong> Fórum Popular de <strong>Orçamento</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro queforam entrevista<strong>do</strong>s e que possibilitaram a realização deste trabalho, bemcomo as contribuições de Orlan<strong>do</strong> Alves <strong>do</strong>s Santos Junior, na leitura críticae sugestões ao texto.ResumoRetrata-se a experiência <strong>do</strong> Fórum Popular de <strong>Orçamento</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro,buscan<strong>do</strong> identificar seus avanços no que concerne à maior transparência nautilização <strong>do</strong>s recursos públicos, à ampliação da participação popular e àinversão de prioridades na definição <strong>do</strong>s investimentos sociais. A partir datrajetória <strong>do</strong> Fórum, busca-se discutir os avanços e desafios para a ampliaçãoda participação social na elaboração e na execução <strong>do</strong> orçamento <strong>do</strong> município<strong>do</strong> Rio de Janeiro. Constata-se que a organização e a dinâmica implementadapelo Fórum possibilitaram a constituição de um embrião de esferapública, amplian<strong>do</strong> o espaço de controle social sobre o orçamento público. OFórum é um novo ator social, que possibilita alterar a agenda de prioridadesem disputa na cena política <strong>do</strong> Rio de Janeiro, na perspectiva <strong>do</strong> enfrentamentodas desigualdades sociais e <strong>do</strong> fortalecimento da dinâmica democrática.IntroduçãoNeste artigo busca-se identificar, no processo de monitoramento dasfinanças públicas, os instrumentos jurídicos utiliza<strong>do</strong>s, os atores envolvi<strong>do</strong>s,os objetivos <strong>do</strong> controle exerci<strong>do</strong>, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s e as dificuldadesencontradas no processo.41
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