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Dossiê DebateConforme observam os mesmos autores, essas ligações entreativi<strong>da</strong>des mais modernas <strong>da</strong> economia urbana e ativi<strong>da</strong>des alternativasde pequena escala podem ser visualiza<strong>da</strong>s em vários lugares, como nafeira do Açaí, também situa<strong>da</strong> na área central:Barcos chegam de municípios <strong>da</strong> Ilha do Marajó, <strong>da</strong> região <strong>da</strong>s Ilhas de Belém,de Barcarena, Abaetetuba,Bujaru e de diversas outras locali<strong>da</strong>des carregados de Açaí (no caso <strong>da</strong> Feira doAçaí esse movimento se desenrola durante a madruga<strong>da</strong>...) e desembarcamnesses espaços. A dinâmica desse pequeno fruto amazônico... inclui uma sériede agentes do circuito inferior <strong>da</strong> economia urbana que, em alguns momentos,relacionam-se com agentes de um circuito mais moderno. Não é difícil encontrarnas adjacências desses lugares, contrastando com um movimento dos barcos,um movimento de caminhões de grandes redes de supermercados que, assumindoa condição de marreteiros, negociam o açaí com atravessadores ou, até mesmo,direto com produtores; compram vários paneiros e, já na condição de Maquineiros,vendem o vinho do açaí nos supermercados. Vale lembrar que essas grandesredes já possuem atravessadores e produtores específicos com quem negociamcotidianamente (MALHEIRO et alii, 2007, p. 11).Mercado de ferro (onde funciona uma feira de peixe) a geografia histórica <strong>da</strong>ci<strong>da</strong>de. O próprio nome do lugar que, por sua vez, foi a<strong>da</strong>ptado na linguagemcoloquial do caboclo, remonta-nos ao período colonial. Não existia o Ver-o-Peso,apenas o “Haver do Peso” criado em 1682... Esse espaço, nesse sentido, coloca-secomo espelho <strong>da</strong> memória <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, um local de feira, onde se vende desdealimentação e vestuário a ervas medicinais e artesanato, um lugar de práticasculturais, de encontros, de sabores e saberes, um espaço que persiste e resistecomo síntese de várias “amazônias”. Nos tabuleiros místicos, no suor dostrabalhadores, na doca, cria<strong>da</strong> no século XIX, onde aportam os barcos peixeiros,no grito dos feirantes, no silêncio <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong> que anuncia mais um dia detrabalho. Em todos esses aspectos o encontro entre o rio e a ci<strong>da</strong>de se tornamais intenso (MALHEIRO et alii, p. 13).Para além dessa ci<strong>da</strong>de ribeirinha, rica e cheia de vi<strong>da</strong>, a área centralde Belém também se destaca pelas moradias de classe média baixa e pelocomércio popular, que, num processo de substituição do que era o antigoespaço de consumo <strong>da</strong>s classes médias e altas <strong>da</strong> época <strong>da</strong> borracha,tornou-se a referência de espaço popular para o consumo <strong>da</strong>s classes debaixa ren<strong>da</strong>:De todos esses espaços, um ganha notorie<strong>da</strong>de na área central, pelasvivências que circunscrevem fortes territoriali<strong>da</strong>des culturais:Estamos falando do Ver-o-Peso, um mundo de relações, repleto de cores, sons,gestos, encantamentos, cheiros e odores, onde a ci<strong>da</strong>de se encontra refleti<strong>da</strong>no rio. Um espaço que se torna um patrimônio não apenas restrito a formas,mas principalmente a conteúdos, às relações que ali se processam cotidianamentee que sintetizam vários mundos que se encontram para formar um espaço vivono centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de que, também, experimenta relações que vão para além <strong>da</strong>troca de mercadorias, relações orgânicas, relações metropolitanas, mas de umametrópole diferente <strong>da</strong> que se projeta aos fugidios olhares urbanos que conseguemenxergar apenas o perigo, a insegurança, a “desorganização”, o caos, observandoesse espaço como se ele estivesse distante. A metrópole que ali se produz nãoapenas contempla o rio, usa-o.São múltiplos tempos acumulados no espaço contando a partir do traçado <strong>da</strong>sbarracas <strong>da</strong>s feiras, <strong>da</strong> arquitetura do Solar <strong>da</strong> Beira (onde funcionava a antigafiscalização municipal e, atualmente, é usado como espaço cultural) ou doA Ci<strong>da</strong>de Velha ain<strong>da</strong> conserva uma característica intensa de uso residencial(domicílios unifamiliares), abrigando em maioria uma população de ren<strong>da</strong>média baixa. A conservação do casario exige investimentos que não condizemcom o nível de ren<strong>da</strong> <strong>da</strong> população habitante, impossibilitando que as famíliaspromovam investimentos na própria moradia, originando um grande númerode residências em precárias condições de conservação (...) O comércio (áreadelimita<strong>da</strong> pelas aveni<strong>da</strong>s Almirante Taman<strong>da</strong>ré, Portugal e Castilho França)pode ser caracterizado, como revela o próprio nome, pelas ativi<strong>da</strong>des comerciais.Tendo pouco uso residencial, é um setor rico em número de edificações, <strong>da</strong>squais muitas ociosas. Na área do Ver-o-Peso (Castilho França e transversais)ocorre uma intensificação do setor terciário. A Campina apresenta-se com usopredominantemente residencial/serviços, sendo ocupa<strong>da</strong> por uma populaçãosemelhante à <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de Velha (BELÉM, 1998, p. 23).A presença dos ambulantes, como nas demais áreas centrais de ci<strong>da</strong>desbrasileiras, ocorre de forma marcante, com cerca de 2000 vendedoresca<strong>da</strong>strados pela Secretaria de Economia <strong>da</strong> Prefeitura Municipal de~ 6.2 | 2007~ 69

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